quinta-feira, 31 de julho de 2008

Haja esperança!

O Movimento Esperança Portugal foi hoje reconhecido pelo Tribunal Constitucional como partido político, cuja estreia no plateau da política portuguesa foi em grande e merece, por isso, destaque. É que dos seus 9888 subscritores, a grande maioria são jovens com idade inferior a 30 anos. Sinal de que os jovens estão finalmente conscientes do contributo cívico que podem ter? Assim espero. Mas há mais: Cerca de 55% daquele número corresponde a... mulheres! Sinal inequívoco de que a participação massiva no feminino é possível, e não sobrevive de quotas. Sinal de... esperança!

Ora diga lá, Excelência!!! - parte 2


Aguarda-se com expectativa o que o Presidente da República quer transmitir ao país, hoje às 20 horas.

O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros admite a seu desconhecimento sobre o assunto, o que aumenta a curiosidade e a esperança sobre o que se irá ouvir…

Cavaco Silva tem assim a oportunidade de ser o tal Presidente que o país precisa neste momento por causa disto… e fazer o que o Jorge Sampaio nunca teve capacidade de fazer e o que o Mário Soares nunca teve necessidade de exercer…

Por isso: Ora diga lá, Excelência…

"Ora diga lá, Excelência!!!"

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Recomendado

Apesar dos intelectuais da crítica de jornal acharem que não presta (ou, se calhar, por isso mesmo), eis uma revisão da História ligeira e bem humorada oriunda da República Checa...

Sem telemóveis

Dezasseis pessoas encontram-se desaparecidas desde as 21horas na zona das margens do rio Teixeira, no concelho de Oliveira de Frades, distrito de Viseu. As equipas de resgaste já percorreram o rio de ponta a ponta, mas não encontraram ninguém. Dez dos desaparecidos têm idades compreendidas entre os 16 e os 18 anos.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Inteligência a la carte


A revista "FP - Foreign Policy" elegeu recentemente "Os 100 maiores intelectuais" contemporâneos e deu-os a conhecer aqui. De entre muitos nomes que confesso desconhecer, constam da lista nomes bastante reputados como o é Al Gore, Noam Chomsky, Fukuyama, Umberto Eco, Kasparov, Mario Vargas Llosa, Fernando Henrique Cardoso, Rem Koolhaas (arquitecto que projectou a nossa casa da Música) e até o próprio Papa.

Três curiosidades que se podem deduzir desta lista: os grupos em maior representação são os de economistas e cientistas políticos; contam-se pelas mãos as intelectuais 'de serviço'; e, por, fim, tristemente constata-se que não há nenhuma representação portuguesa...

Eu cá, destaco da lista o filósofo espanhol Fernando Savater por uma mão cheia de razões: descobri-o na minha adolescência ao ler o "Ética para um jovem" (que recomendo) e que foi das melhores lições de ética, liberdade, igualdade e justiça que já recebi. Mais tarde li com a mesma sofreguidão "Política para um jovem" (que de igual forma recomendo) e estou certa que ambas as obras foram relevantes para a construção da minha noção de cidadania e, consequentemente, determinantes no meu respeito e interesse pela causa pública. Hoje continuo a acompanhar a obra e a vida de Savater, que vai arrecadando merecidos prémios e ganhando merecida notoriedade pelo mundo fora; até pela sua coragem em continuar a lutar contra a ETA, mesmo depois de ter sido por duas vezes ameaçado de morte por aquele grupo terrorista...

E os colaboradores e leitores do Lodo, que nomes destacariam desta lista de intelectuais? Ou que outros nomes consideram que deveriam constar dela?

Prémio "Este Tipo Devia Sair Com Umas Gajas"

"Toda a gente sabe como é que começa uma massagem e ninguém sabe como é que ela acaba», ouvi eu dizer, na TSF, ao Comandante da Zona Marítima do Sul, Reis Ágoas, a propósito da proibição da "venda" de massagens nas areias do Algarve (All Garve p'ró Manel Pinho).
O senhor vem agora dizer que, afinal, só exige é licenciamento... E como saber se a massagem é mesmo o que autorizará?! Posso ser fiscal?!
Graças a Deus que não sabemos como acabam algumas massagens, Senhor Comandante! De outro modo, certos tipos não tinham nascido... E o Zezé estava a sobrecarregar o fundo de desemprego...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

28 dias de agonia...

A Espanha ganhou o EURO 2008, em futebol...
A Espanha (Carlos Sastre) ganhou o Tour de France, em ciclismo...
A Espanha ganhou o Campeonato Europeu de Hóquei em Patins...

Tudo isto entre 29 de Junho e 26 de Julho...
Que mês horrível!...

Crise, dizem eles


Quando o preço dos combustíveis subiu, os portugueses indignaram-se, barafustaram e bateram o pé. Mas andar a pé ou de transporte público é que não. Pelo menos, segundo noticiam hoje os jornais, os portugueses não mudaram os seus hábitos em função das dificuldades económicas que atravessam. Afinal de contas, falam da crise mas gostam de ser embalados por ela, ao invés de procurarem soluções!

Notícias realmente importantes

"O Sporting venceu o Torneio do Guadiana pela terceira vez, batendo o Benfica por 2-0, com golos de Yannick Djaló e Derlei."
"O Benfica anunciou no seu site oficial que irá mudar o seu emblema. Assim, mudará a velhinha águia, pelo elefante do Jumbo. Desta forma, mostrará a grandeza do clube, as orelhas do presidente e as trombas dos 6 milhões de benfiquistas, pelo FCP ir à Liga dos Campeões. (e outros desaires)"

Triste

Em 2006, houve 48 divórcios por cada 100 casamentos...
A malta não pode mesmo entender-se?!
Que é dos casamentos como o dos nosso avós?!

Momentos de Glória

Com o título não pretendo aludir ao célebre e bonito filme Chariots of Fire, mas apenas dar asas ao meu narcisismo.
Eis que um texto publicado noutro blog - que equivale a este, aqui no Lodo - merece aprovação na extrema-esquerda!

Há caminho para a redenção de alguns camaradas: ora vejam!

"Batido, mas não misturado"

"Batido, mas não misturado" era como 007 gostava de tomar o seu vodka-martini.

E foi assim sem misturas adulteradoras e com batida que foi do jazz aos ritmos latinos que, tardiamente, me iniciei em Pink Martini, no Cool Jazz Fest.

Geniais, estes futuros súbditos de Obama!

E a vocalista?! Senhora de óptima voz e igual presença, China Forbes canta em inglês, francês, português, espanhol, italiano, chinês, japonês e egípcio, que me lembre...

Thomas Lauderdale, pianista e "chefe da banda" é também um figurão e soberbo executante, num conjunto que, a tons de rosa, nos embriaga com música que sabe a vermute.

Lê-se

" (...) Em 2009, o PSD corre o perigo óbvio de uma cisão definitiva. Se Sócrates chegar a maioria absoluta, fica provada a impotência intrínseca do partido: do populismo, do 'liberalismo' e, principalmente, da social-democracia, que Ferreira Leite à sua maneira representa. Se Sócrates não passar da maioria relativa, e apesar de enfáticos protestos de virtude, a perspectiva (ou a ideia) do 'Bloco Central' vai dividir o PSD de cima a baixo. Para evitar o pior, Ferreira Leite precisa de transmitir uma convicção que não sente (nada que se aproxime, por exemplo, do fervor de Cavaco por si próprio) e precisa de injectar um novo espírito no velho eleitorado do PSD, já que a unidade interna é hoje pura fantasia. Mas não se inspiram três milhões de pessoas com silêncio e uma aula ou outra de finanças públicas."

"A táctica do silêncio" por Vasco Pulido Valente, in Público 26 Julho 2007

domingo, 27 de julho de 2008

Blogosfera - a Ágora do séc. XXI?

"Tenho mais poder no Abrupto do que se for secretário de Estado de qualquer coisa". Quem o disse foi Pacheco Pereira, numa entrevista publicada na edição de hoje do Diário de Notícias. A frase do autor do blog Abrupto, pioneiro nos blogues de índole política por terras lusas, dá que pensar em matéria de comunicação política.
A blogosfera assumiu-se desde sempre como um espaço de livre opinião e, pese embora tenha tido um nascimento marcado essencialmente pelos blogues intimistas, está hoje cada vez mais politizada. Basta atentar ao número de blogues que se debruçam sobre Actualidade e que espelham opinião sem olhar ao 'politicamente correcto'. Pacheco Pereira é exemplo disso e com o seu blog capta a atenção de cinco mil leitores por dia. Números que, per si, quase confirmam a sua frase de hoje...
Será a blogosfera um instrumento da política moderna que influencia cada vez mais a opinião pública e que tende a sobrepôr-se aos meios tradicionais de comunicação política?
O certo é que já ninguém ousa substimar esta Ágora dos novos tempos, que é diária e atentamente lida pela classe política, intelectuais, jornalistas e outros actores sociais. Não é por acaso que hoje as rádios e os jornais lhe dedicam um espaço diário - o caso do Público no caderno P2, por exemplo. Nem é por acaso que tem vindo a crescer o número de protagonistas políticos a ter um lugar ao sol por estes lados...

PSP - Passe a Sua Pistola

A notícia é do dia e tem a ver com agressões e assalto a agentes da PSD do Entroncamento, que foram desapossados das armas e espancados por um grupo de ciganos. Assim à primeira, o facto oferece-me ensejo para alguns apontamentos:
  • Por muito que estes nada tenham a ver com os ciganos da Quinta da Fonte, é inevitável que se crie uma certa "ciganofobia", muito em voga em Itália.
  • O respeito pela autoridade do Estado roça o nulo.
  • Se os polícias tivessem ripostado (os criminosos tinham armas de fogo), aposto como o chefe da extrema-esquerda (Louçã) viria falar em violência policial e xenofobia.
  • Não vamos ter mão na criminalidade violente se tivermos forças policiais mal pagas e mal defendidas pelos políticos que realmente pensam em governar-nos (só o CDS ainda diz algo que se aproveite neste âmbito).

Desconfio que a maioria dos nossos parlamentares não sabe, todavia, ter uma ideia sobre o assunto que ultrapasse a banalidade de quem leu um blog...

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Boss só há um e não é o Hugo!

Quando Javier Bardem anunciou "El Jefe", estava longe de imaginar que Bruce "The Boss" Springsteen quase deitaria abaixo o Estádio Santiago Bernabéu, em Madrid, ao longo de quase 3 horas de um concerto electrizante.

Mesmo quem, no passado, não prestasse contas ao "Chefe" saíria rendido à energia, à simpatia (sempre em contacto vocal e até físico com os fãs) e a uma voz que imortalizou muitas canções.

E junto das coisas novas - Radio Nowhere, Long Walk Home, Last to Die e You'll Be Coming Down - não ia ficando pedra sobre pedra para o Real Madrid jogar, quando se ouviram, entre muitas outras "vozes de comando" do Boss, Dancing in the Dark, Born to Run, The River, Brilliant Disguise, Badlands, Cover Me e No Surrender...
A noite de dia 17 de Julho foi, de facto, calliente!...

Lodo, S.A.D. expande negócios III

Gonçalo Capitão como Chairman da "Lodo, Imobiliária, SGPS"

Lodo, S.A.D. expande negócios II

Dulce Alves nomeada CEO da "Lodo Guloseimas, S.A."

Lodo, S.A.D. expande negócios

Ricardo Cândido fica como CEO da "Lodo Restauração, S.A."

Loja de conveniência

Se há primeiras vezes felizes, a minha com os noruegueses Kings of Convenience, no Cool Jazz Fest, foi muito boa.

Duas guitarras acústicas e um som sereno, ora urbano e sofisticado ora bucólico e melancólico, bem longe da mainstream da pop.

Aqui e além lembraram-me de Simon and Gurfunkle, que o meu tio ouvia, vai para 25 anos, no velho gira-discos...
Aconselho e, vista a página dos dois moços, recomendo ainda uma visita à cidade de onde vêm, Bergen, que conheço e é magnífica (bem perto dos fiordes)!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Interesse púb(l)ico

A RTP voltou a adquirir (na época 2007/2008 pertenciam à TVI) os direitos de transmissão em sinal aberto dos jogos do principal escalão português do pontapé-na-bola (Liga Sagres).

Eu adoro futebol, como sempre assumi!
Todavia, em altura de emagrecer o Estado, deverá uma empresa financiada com dinheiros públicos comprar jogos outros que não os da Selecção?...

A menos que demonstrem que captam publicidade suficiente para que tal fique a custo zero...
Porém, ainda assim, subsiste a concorrência com as televisões privadas, mais premente se pensarmos que o Governo autorizou um 5º canal em sinal aberto.
Estando dividido sobre o assunto, pode parecer pornográfico gastar a "pipa de massa" que os jogos devem ter custado... De uma ou de outra forma, verei o que puder e o que me deixarem ver!

No poupar é que está o ganho!


Em Roma, sê cigano!

E a propósito de gipsy kings e limpeza étnica, que dizer da polémica medida aprovada recentemente pelo Governo italiano que determina a recolha de impressões digitais dos ciganos para processo de identificação? Uma espécie de censo que coloca de um lado os que consideram aceitável a medida e os que a repudiam veementemente, posicionamento este no qual se encontra o Parlamento Europeu, que acabou de aprovar uma moção pedindo a suspensão daquela medida política.

A questão não é fácil: num país em que vivem 150 mil ciganos, a maioria dos quais em situação ilegal e onde os números e a realidade sociológica ligam a etnia cigana a certo tipo de crimes, esta medida parece ser um meio inevitável no âmbito do plano do governo contra a mendicidade, a criminalidade e a imigração ilegal. Cabe sublinhar que são os próprios autóctones a pressionar os governos (desde os tempos idos de Romano Prodi) para que lidem de alguma maneira com a população cigana e as problemáticas que lhe são inerentes.

Esta medida vem confirmar a severidade da política contra imigrantes de Berlusconi, sim. Mas não me parece que configure discriminação étnica. Até que ponto a recolha de dados para identificação viola direitos fundamentais? Afinal, todos nós, cidadãos, somos sujeitos à recolha de elementos individualizadores (impressão digital incluída) para estabelecimento da nossa identidade civil. Algum de nós ousou dizer que o BI é um instrumento discriminatório?

E vem o Parlamento Europeu alegar que o objectivo invocado pelo governo italiano viola direitos fundamentais. O mesmo Parlamento Europeu que aprovou recentemente a Directiva de Retorno, que aperta o cerco aos imigrantes ilegais mas não garante em absoluto a protecção dos menores, como oportunamente focou a Tânia, aqui .

Ora, clara violação de direitos fundamentais é a mendicidade, prática corrente no seio daquela etnia, sobretudo com a exploração de crianças. Ser conivente (ou vá lá, negligente) com esta e outras práticas ilícitas levadas a cabo por certas minorias não me parece o caminho.

Se aquelas reclamam igualdade no tratamento e o mesmo acesso à educação, à habitação e à assistência sanitária concedido aos autóctones, convém lembrar-lhes que se lhes exige postura de compreensão face às necessárias políticas de inclusão e de integração.

Gipsy Kings

E vem a Dulce Alves, com oportunidade (pena que não tenha mais da opinião sempre interessante da autora), lembrar o interessante "fungagá" da Quinta da Fonte, que colocou ciganos contra africanos (ou seus descendentes)...
Porém, a minha óptica é quase igual à do sempre corajoso Mário Crespo, para cujo artigo a Dulce remete.

Andamos agachados perante minorias que se recusam a subscrever o mínimo do nosso patamar de convivência ética, embora queiram todas as regalias!... Chupam a carne e deixam os ossos!...

Pouco me importam a cor de pele ou as diferenças culturais, mas creio que os grupos que se pretendem manter "fechados" têm que fazer a fineza de cumprir os "mínimos olímpicos", como sejam pagar rendas, manter salubridade nas áreas que ocupam, dedicarem-se exclusivamente a actividades lícitas (o mesmo que exijo a qualquer cidadão português, aliás), etc...
Acho que devemos receber bem qualquer comunidade, venha ela de Angola, Cabo Verde, Ucrânia, Brasil, Roménia ou até da Lua... Mas aceito mal que arranjando um espacinho na cama, me empurrem para fora dela!
Mas, se isto é assim do lado da chantagem permanente que algumas comunidades fazem, não é menos verdade o que diz a dupla Alves-Crespo: a culpa também pertence ao oportunismo dos políticos. Bem verdade, repito!

Seja para desocupar áreas onde se quer agradar aos votantes pré-residentes, seja para cativar os realojados, seja para tudo isto e o seu contrário, o facto é que fazem dos portugueses cumpridores e cívicos gato-sapato.

E não se pense que a culpa é apenas da esquerda (aquela que, com excepção do PCP e da ala direita do PS, acha que se não se pertence a uma minoria não se é inteligente...), mas também da direita que, desde o 25 de Abril, tem complexos e medo de que lhe chamem "fascista", apenas por fazer o que devia: lutar contra a discriminação das minorias, mas defendendo os direitos da maioria a autodeterminar-se. Ao invés, cada vez nos vergamos mais à Economia e às minorias.

Ou nos tornamos ricos ou ficamos párias, na nossa própria Pátria.

A esquerda e o átomo II

Há uns dias, opinei no sentido de defender que muitas das transformações em curso na sociedade portuguesa obedecem à agenda política de uma esquerda que tem reminiscências do marxismo-leninismo na concepção de um projecto de sociedade em que um Estado central forte, planificador e empregador convive com cidadãos que, julgando-se senhores do seu destino, estão na verdade atomizados, descentrados pelo egoísmo e pelo ataque às células intermédias da sociedade, o que reforça o poder da nomenklatura regente.

Pouco importa que esta esquerda pseudo-intelectual mascare o seu propósito com supostos incentivos à iniciativa privada (PS), pois na realidade os agentes privados tem que bajular e beijar o anel do decisor, para gozar do acesso rápido ao sucesso dos seus projectos de investimento, ou que finja que se trata de um processo dinâmico com aroma trotskista (BE), pois, na realidade, falamos de gente instalada, cuja maior frustração é não mudar a dita instalação para as capelinhas do poder instituído.

Digo sem problemas que muitos dos movimentos sociais a que o BE se associa são infiltrados por militantes seus, sendo mais agrupamentos de comando à distância do que causas em acção...
E foi precisamente no capítulo da destruição das formas espontâneas de organização do tecido social que a economia do texto me aconselhou a ser lacónico.

Falo no enxovalho deliberado das convenções que moldaram uma identidade cívica e que, não sendo imutáveis, devem poder conservar um núcleo ético que se não belisca. Exemplo disso é a mais recente tendência para consagrar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Aqui chegados, não procuro saber sequer se o casamento é ou não destinado à procriação (algo que, sublinho, a Drª Manuela Ferreira Leite tem tanto direito a dizer, como a extrema-esquerda tem dito tudo o que lhe ocorre), defendendo até que se combata a discriminação negativa de dois cidadãos do mesmo sexo que querem partilhar a sua vida. Em bom rigor, não tendo eu qualquer inclinação homossexual, pouco me importa que outros a tenham, presumido o respeito pela minha escolha e não vejo razão para se perseguir um homem que goste de outro homem ou uma mulher que goste de outra cidadã...

Porém, há duas coisas de que ninguém me convence: a primeira é que tal laço tenha que se chamar “casamento”, que é um sacramento e/ou um contrato concebido para unir pessoas de sexo diferente. Dêem as voltas que derem, isso é "limpinho"!
A segunda é que tal insistência em adoptar a mesma designação não é sinal da fúria jacobina da ala esquerda do PS e do desarrajo biliar do BE para agredir a Igreja Católica e os sectores e convenções sociais auto-subsistentes. Se assim não fosse, concedendo exactamente os mesmos direitos aos casais homossexuais, chamar-lhe-iam qualquer outra coisa. Mas, não!... Tem que chamar-se "casamento", mesmo que isso possa subverter uma figura que é tão acarinhada por uma sensibilidade maioritária. Para o BE e alguns camaradas do PS, se não estivermos de cócoras perante as minorias, não temos preocupações sociais!...
No mesmo sentido enquadro a nova lei do divórcio que prescinde da culpa como causa de dissolução do casamento. Com este “simplex” pós-matrimonial, prescinde-se de qualquer instância moderadora e convidativa de reflexão e torna tão fácil dissolver uma família como comprar um automóvel.

E, aqui, não nos iludamos! Não creio que quem queira deixe de se divorciar. O que acho é que, hoje em dia, desfazem-se famílias por dá cá aquela palha e quanto mais se facilitar o cariz descartável das relações humanas, mais se caminhará para o isolamento no meio de multidões cada vez maiores e mais "metálicas"... Por outras palavras: não negando o desejo das pessoas em separarem-se, não vejo mal em conservar alguns momentos de moderação, mesmo que aligeirados em relação à lei vigente.

Quem ganha?! Quem controlar o aparelho de Estado, pois é mais fácil “dividir para reinar”. Creio que ainda voltarei ao tema…

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Lê-se

"Não é o sistema em Portugal que marginaliza comunidades. O sistema é que se tem vindo a alhear da realidade e da decência e agora é confrontado por elas em plena rua com manifestações de índole intoleravelmente racista e saraivadas de balas de grande calibre disparadas com impunidade.
(...)
Neste país, tão cheio de dificuldades para quem tem rendimentos declarados, dinheiro público não pode continuar a ser desviado para sustentar predadores profissionais dos fundos constituídos em boa fé para atender a situações excepcionais de carência. A culpa não é só de quem usufrui desses dinheiros. A principal responsabilidade destes desvios cai sobre os oportunismos políticos que à custa destas bizarras benesses, compraram votos de Norte a Sul."

"Limpeza Étnica" por Mário Crespo in JN, edição de hoje (texto integral aqui)

Não há força no idioma se o léxico não nos une!


O Acordo Ortográfico foi promulgado pelo PR há dois dias, mas a minha opinião nesta matéria não só mantém-se (cfr. aqui) como se acentua a indignação ao deparar-me com estes insultos à Língua de Camões. É que depois do AO, tudo é permitido. E isto é, a meu ver, bem mais ofensivo que isto.
* Foto subtraída daqui

"Devemos estar ao lado do inimigo; é a posição mais cómoda para, chegada a altura certa, desferir o golpe fatal"...

De Espanha, nem bons ventos nem bons casamentos, mas bom futebol e... bom cinema.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Go ... Yourself!

Escolhi o exemplo da fotografia, como podia ter escolhido milhares... O facto é que a língua portuguesa não vende, algo que, em parte, nem censuro, quando somos nós, enquanto país, a assinar um lamentável acordo ortográfico.
De resto, limito-me a ver os Riverside, Gardens, Express, Take Away, Hot Spot e "n" designações comerciais que mostram o nosso ancestral lado parolo (tão bem retratado, entre outros, por Camilo Castelo Branco)... Uma ou outra, podia ser, mas, hoje em dia, parece que falar português (já nem digo correctamente) parece que fica mal...
Não é assim, people?! :) O meu mundo está bué da louco...

Até jazz...

Sempre procurei experiências artísticas diferentes e que me abram o espírito para novas sensações e maior tolerância.
Creio que o Jazz é daquelas vivências que só tive em idade adulta ou perto disso, dada a elaboração do som e a sofisticação que nos entranha no pensamento.
Mas, se comecei tarde, creio que comecei bem: há uns tempos, Herbie Hancock, no Coliseu e, nos dias 11 e 12 deste mês, tive a fortuna de assistir, no Estoril Jazz, à actuação de dois dos monstros sagrados do Jazz actual: Bobby Hutcherson, com o (para mim) desconhecido vibrafone e Branford Marsalis (na foto), genial saxofonista.
Venha de lá o Cool Jazz!...

segunda-feira, 21 de julho de 2008

A JS e o pecado da heterossexualidade

Legalização da prostituição, casamento e adopção por homossexuais, quadro legal para os transsexuais e direitos LGBT (seja lá o que isso signifique...). Eis os temas que dominaram o XVI Congresso da JS, que elegeu este fim de semana novo líder. Sintomático? Muito.

As jotas são frequentemente criticadas por andar a reboque dos partidos, sem marcar posição. E vai daí, a JS quis agarrar uma mão cheia de bandeiras, considerando que quanto mais polémicas, melhor. Atentando ao conclave dos jovens socialistas e à sua actuação nos últimos tempos - desde a participação em marchas LGBT às conferências sobre casamentos homossexuais - concluo que as prioridades da JS estão longe de respeitar as verdadeiras preocupações que atemorizam os jovens portugueses.

Quando uma juventude partidária relega para segundo plano a própria juventude e a igualdade e dignidade daquela em matéria de Educação, Emprego, Habitação, Saúde, Cultura, Cidadania, Associativismo, etc, é grave. Quando uma juventude partidária cinge a sua agenda política em função da mediatização que determinadas tomadas de posição possam dar, é muito grave. É porque não está convicta do alcance que a sua voz e a sua actuação podem ter na sociedade. É porque é movida a coisa diversa do interesse dos jovens, é porque aprecia mais a política de show-off que a defesa das verdadeiras políticas de juventude. Gravíssimo, digo eu!...
Em nome da igualdade - porventura o suprasumo dos princípios - a JS dedica-se a assuntos respeitantes a minorias, não se dando conta de que menospreza a maioria dos portugueses e as suas desigualdades (bem mais graves) que à mercê do Governo socialista grassam neste país.

Reciclagem

Vilar Formoso, sexta-feira passada...
A miséria do nosso lado já chega ao ponto das "rebajas" atingirem a pastelaria do dia anterior. Por lá, vale a pena aguardar pelo dia seguinte para oferecer um lanche!
Depois dos Ecopontos, adivinha-se o advento dos Ecotugas...

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Sonhos...


Actualmente o povo português já se habituou a este tipo de notícias. No entanto é sempre de lamentar que num país onde se fala, quase diariamente, de TGV, novo aeroporto, auto-estradas em todas as esquinas e na organização do mundial de futebol, não exista uma base sólida económica para estes “sonhos”!

Na minha opinião (humilde, mas minha) concordo com a afirmação de que o problema de Portugal reside na dimensão do país. Não no que na realidade é, mas aquilo que os nosso governantes nos últimos anos acham que somos.

Somos um país pequeno… pequeno mesmo e não temos grandes possibilidades de competir com os grandes mesmo aqui ao lado…

Temos de ter o nosso ritmo e sem dúvida aproveitar da melhor forma as “ajudas” que a Europa nos vai concedendo.

Note-se que somos um país, que embora com muitos sonhos e projectos ambiciosos (alguns apresentados no segundo parágrafo deste post), onde em muitos concelhos não existe saneamento básico ou até mesmo o humilde abastecimento de água potável. Onde crianças precisam de acordar às 6 da madrugada para ter aulas às 8:30horas após uma viagem longa de autocarro por entre montes e quelhas. Onde se fecham hospitais e maternidades em vez de criar dispersão dos serviços e cuidados de saúde… etc.

Os governantes têm de decidir com razoabilidade quais os investimentos e as grandes obras que pensam implementar a curto prazo. A meu ver, pensar grande a longo prazo pode ser a solução do problema maior que podemos estar a criar actualmente.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

É acção... É ficção... Não tem que saber, mas tem Angelina!

Bastonário ou batanete?


"(...) De qualquer forma, os meus compromissos são com os Advogados e não com os que ainda o não são e muitos menos com aqueles que não o chegarão a ser. Enquanto eu for Bastonário vai ser cada vez mais difícil entrar na Ordem dos Advogados.


Lisboa, 14 de Julho de 2008 A. Marinho e Pinto (Bastonário)"


É de facto uma pena, eu não ter sabido disso quando entreguei o cheque de 700 euros de inscrição na OA... Para o Sr. Bastonário dificuldade de acesso é o mesmo que prestígio profissional e prestígio obtem-se com declarações polémicas e ataques diários às outras classes, em programas de televisão popularuchos, mas pouco isentos... Desengane-se, os seus compromissos são para com a justa aplicação do Direito, para com os advogados e advogados estagiários, por estarem inscritos na Ordem que o Sr. representa. Temos divergências estruturais, por mim também não me sinto representada, antes envergonhada. Quero o divórcio!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Estimular o mercado de arrendamento

Concluo os colaboradores da Lodo, S.A.D. são muito injustos nas críticas que fazem ao Governo em matéria de arrendamento!...
Leio, hoje, que, bem ao invés, o nosso Ministro da Administração Interna se prepara para arrendar a um fundo pertencente à Caixa Geral de Depósitos um imóvel para albergar três das suas unidades orgânicas, pela irrisória quantia de uns míseros 185 mil euros por mês (até a um montante final máximo de 22 milhões de euros), pelo prazo de 10 anos, sem que o Estado tenha a continuidade do contrato garantida, após esse prazo.
Não há grandes edifícios públicos (militares, escolares ou outros) devolutos e que possam ser aproveitados?!
Não seria melhor, como já vi defender no Lodo, estimular o arrendamento dos prédios que, abandonados, se desmoronam ou ardem no centro da Capital, ainda que seja preciso subdividir serviços?! Não serve o choque tecnológico para que todos possamos comunicar sem ter que estar face-a-face?!
Abençoado senhorio!!!

Longe dos fundos comunitários, longe do coração

Em 1986 regozijámo-nos com a entrada na, então, CEE. Mas volvidas mais de duas décadas damos indícios de menosprezo face à união de uma Europa que outrora tanto ansiámos. E nem a presença de um português ao comando da Comissão Europeia nem a capital lusa a dar nome ao Tratado nos fizeram aproximar da actual UE.
Pelo menos é o que se pode deduzir do relatório do Parlamento Europeu, apresentado na passada semana, o qual revela que só 54% dos portugueses sabe que os eurodeputados são eleitos directamente pelos cidadãos, sendo que desses apenas 1% sabe que as eleições europeias se realizam já em 2009. Números um tanto ou quanto vergonhosos que ainda assim não parecem ser suficientes para pôr os partidos a mexer.

As Europeias são as eleições que ao longo dos anos registam maior abstenção, mas ainda assim os partidos só concentram esforços nas legislativas, autárquicas e presidenciais, relegando aquelas para segundo plano. Depois, admiram-se das altas taxas de abstenção e procuram bodes expiatórios - em 2004, foi a época estival e o Europeu de Futebol...
É que esta abstenção não é só ditada pelos eurocépticos ou pela crescente insatisfação dos cidadãos quanto às instituições europeias. Tem também muito que ver com o desconhecimento do papel e da voz que o Parlamento Europeu pode ter no rumo do Velho Continente. E é aqui que entra a tarefa dos partidos: dar a conhecer aos portugueses a importância do PE, explicar-lhes o quão errónea é a ideia de que tais eleições não têm real impacto no nosso quotidiano e, por fim, mostrar-lhes o que está em causa quando se leva a cabo a maior eleição transnacional do Mundo.

Adenda: Já aqui havia sido abordada esta problemática que é o défice democrático evidenciado pelos europeus, embora o contexto fosse particularmente o do Tratado de Lisboa.

A esquerda e o átomo

Embora os amantes do “tanto faz” afirmem que a diferença já não se sente, digo-vos que, maioritariamente, a minha paleta ideológica não pinta um retrato de esquerda!

Creio na atribuição de liberdade decisória ao indivíduo, que será responsável pelos seus actos perante os seus pares, conhecedor que é de uma clara distinção ética entre o certo e o errado, designadamente no que toca à impossibilidade de colidir com a liberdade dos outros.


Socorro-me, por isso, da noção anglo-saxónica de empowerment; cada um é senhor do seu destino, respeitados os limites mínimos da convivência cívica.


Já a esquerda portuguesa dita “sofisticada” – falo de PS e Bloco de Esquerda – tem uma agenda bem diversa, encapotada pela ignorância de adversários, comentadores e alguns jornalistas e branqueada pelos seus apoiantes que laboram nos media, seja por convicção seja por servilismo.
Entendo que o Governo do PS com a crítica cénica ou encenada do BE visam fortalecer um Estado centralista, apostado na atomização dos indivíduos, como forma de, isolando cada um, mas preservando uma autoridade central forte, poder implementar “a martelo” um projecto de sociedade que fortalece a nomeklatura, contenta os ideólogos do regime e aconchega os apaniguados e sequazes.


Há por isso que enfraquecer as células intermédias da sociedade, assim se explicando o espartilho oferecido a professores, juízes e médicos, agricultores e funcionários públicos e o favor concedido a uma cultura de delação, de que são exemplos a demissão de Fernando Charrua (professor que criticou Sócrates), de Dalila Rodrigues (do Museu Nacional de Arte Antiga, por criticar as linhas da política cultural) e a da Directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho (por causa de um cartaz que satirizava declarações do Ministro da tutela, afixado por um médico).


De igual modo se explica, a meu ver, o afã em legalizar o consumo de drogas leves e o aborto (duas causas que apoiei, por ser mal menor), a facilitação do divórcio e o anúncio da ponderação da legalização do casamento (resta saber o que dirão da adopção) entre homossexuais.


Independentemente do que cada um pense sobre estas causas ou outras que quebram os laços de solidariedade espontâneos (veja-se o enfraquecimento do movimento sindical, no último acordo de concertação social), o que está em causa é uma separação dos indivíduos, a bem da imposição de um diktat impregnado de tiques leninistas e de prosápia trotskista.


Atomizados seguimos, alinhados à esquerda.



Nota: artigo também publicado no 31 da Armada.

A nova carga policial

Sendo de Coimbra, adorando ver a Académica e confessando-me incondicional de Rui Reininho e dos GNR, não me ocorreria melhor maneira de comemorar o Dia da Cidade (4 de Julho) do que assistir à segunda apresentação (a primeira foi em Lisboa, a 18 de Abril) do concerto "GNR+GNR", que juntou, no Estádio Cidade de Coimbra, o Grupo Novo Rock e a Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana.
E lá me deliciei ao som de Popless, Tirana, Morte ao Sol, Dunas e tantos outros sucessos da nossa pop, agora com talha dourada...
Se a isso acrescentar que os filhos da Lusa Atenas foram brindados com largos minutos de um imponente fogo de artifício, foi realmente um daqueles dias em que a presença das autoridades foi uma festa.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

PSD a Rangel os dentes!

Com franqueza vos digo que gostei de ouvir o "Debate sobre o Estado da Nação", que ontem teve lugar no Parlamento.

Reconhecendo que José Sócrates, como é hábito, levava a lição bem estudada e continua a ser "toureiro",quando responde com arte, a novidade foi a intervenção do novo presidente do grupo parlamentar do PSD, Paulo Rangel.

Com discurso incisivo, pleno de conteúdo e ideologia e propriedade vocabular, denunciou o clima de propaganda, a "moda" de Sócrates atribuir culpas aos governos anteriores e à crise internacional que antes desvalorizara, o facilitismo na Educação e a perda da autoridade do Estado, que, a meu ver, é dos fenómenos mais preocupantes e mais paradoxais (já que o PSD acusa, ao mesmo tempo, o PS de dirigismo económico) da actualidade.
A bem da sofrida Nação, assim se prova que não basta ter "graça" a falar para fazer boa e essencial oposição ao Governo. Tivemos upgrade em relação à anterior liderança parlamentar o que, em conjunto com a liderança sóbria e rigorosa de Manuela Ferreira Leite, pode animar e equilibrar de vez o ano eleitoral de 2009.

Super Bock foi Optimus!

Prova de que a irracionalidade dos portugueses chega mesmo a confundir a quase auto-suficiente economia de mercado foi a coincidência, no dia de ontem, do último dia do Super Bock Super Rock com o primeiro dia do Optimus Alive.
Se, à primeira vista, o cenário parece configurar um País de fartura musical, a verdade é que, se os organizadores se "organizassem", todos ganhariam mais e evitariamos o cenário que foi ver um sofisticado concerto de Mesa com o imenso Rui Reininho, uma "malha" em grande dos velhinhos Duran Duran, uma apresentação profissional de Beck e um show de cor, voz única e quase misoginia de Mika (eu avisei) - ver tudo isto, dizia - com meia dúzia de gatos-pingados; pelo menos, se pensarmos na multidão que o cartaz, que também incluía Digitalism e Tiesto, pedia...
E nem sei se foram os Gogol Bordelo ou os Rage Against the Machine (que, entre outros, tocavam em Algés, também ontem) ou a poupança para os demais dias do festival de Oeiras que tiraram público ao Parque Tejo, mas não deixa de ser lamentável que nem na cultura pop saibamos "optimizar" o que temos... Deve ser excesso de Super Bock...

Temos que ser fortes!...

É nestes momentos que temos que ser solidários. Pensem no que sentiriam se vissem a vossa terra em tal situação geográfica.
Dulce: estamos contigo!

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Ah, ganda Zé!

Estou a ouvir o Primeiro-Ministro a fazer o que há muito deveria ter sido feito: a dizer ao alarve Deputado Francisco Louçã que não pode insultar gratuitamente governantes, empresários e qualquer um que não concorde com a propaganda que expele em cada frase.
Louçã acusa, mas não prova.
Louçã ofende, mas nunca pede desculpa.
Louçã insulta quem não concorda, mas não é homenzinho para insultar os cerca de 92% de votantes que, com lucidez, não votaram nessa corja política em que transformou o Bloco de Esquerda.

Escrevo assim para ver se me faço entender.

"O corpo está a envelhecer, mas a alma está pronta para viver uma vida inteira, outra vez..."


Novo cinema russo. É lento, mas bonito...

Passa-se na Tchetchénia. Aguarda-se pela nova super-produção de "Ivan, O Terrível", com o seu inaudito orçamento.

Consequências

O amor que depositamos nas crianças nascidas de nós supera toda e qualquer barreira. Ponto.



Embora o referendo ao aborto já tenha passado e muitos de nós continuemos a fazer ouvidos moucos às notícias de duas e três interrupções voluntárias da gravidez (eufemismo brilhante) feitas pelas mesmas mulheres num intervalo de meses, o que é certo é que pactuamos e todos contribuímos para esta realidade. Its democracy, stupid!

É o estatuto jurídico do feto... - defendeu-se há dias uma minha professora. Pois claro, peço desculpa.


terça-feira, 8 de julho de 2008

"Tu continuas à espera do melhor que já não vem"...

Chega a notícia de que, ao fazerem 25 anos de carreira, os Delfins vão dar por finda a dita.
É uma atitude corajosa, digna e que dá à história deste símbolo da pop portuguesa um final (não fica o sebastianismo no ar).

Em mim deixam recordações de uma adolescência e de tempos de estudante universitário muito bem vividos, com sons como "A Baía de Cascais" (sonhava lá eu vira trabalhar junto dela...), " A Cor Azul", "Um Lugar ao Sol", "Marcha dos Desalinhados", "Saber Amar", "A Queda De Um Anjo", "Canção do Engate" (numa bonita versão do tema de Variações. de cuja letra extraí o título deste texto), "Sou Como um Rio" e tantos outros.
Creio que levam nota positiva, nesta época em que se jubilam.

Sobre a Directiva do Retorno - UE

Mais especificamente sobre a defesa deste documento pelo nosso amigo Carlos Coelho.

Bem conheço as qualidades humanas e bem-aventuradas iniciativas do nosso eurodeputado, e reconheço-lhe toda a legitimidade para que defenda a directiva europeia para o retorno de muitos emigrantes que nos surgem sobretudo de África e Médio Oriente.
Trata-se, como afirma hoje Coelho aqui, de um processo que minimaliza os efeitos perversos de políticas de retorno desarticuladas entre os parceiros europeus. Mas trata também a questão dos menores ilegais em território europeu.

E trata deste modo: "As crianças detidas deverão ter acesso a actividades lúdicas ou recreativas adequadas à sua idade e, dependendo da duração de permanência, acesso à educação. As crianças não acompanhadas deverão, na medida do possível, ser alojadas em estabelecimentos que disponham de pessoal e de instalações adequadas às necessidades das crianças da sua idade."

Ora, as crianças, à partida os seres mais desprotegidos em qualquer situação (sobretudo nesta) são contemplados com um parágrafo justificativo da sua detenção e com uma panóplia de intenções quanto à sua inclusão temporária no sistema de segurança social local. Mas só na medida do possível, como sublinho no artigo de Carlos Coelho.

É lamentável a falta de tacto no tratamento de um problema já de si melindroso, ainda para mais no que concerne a este grupo específico. Lamentável a predisposição em deter, e injustificável a desresponsabilização dos responsáveis quanto ao saudável desenvolvimento (dando de barato as repercussões na saúde social dos visados) da criança em questão.

"As crianças deverão ter acesso..." - terão acesso garantido.
"...deverão, na medida do possível, ser alojadas..." - serão alojadas.

Eis duas diferenças de redacção que fariam de facto a diferença no tratamento dado àqueles que sem escolher o seu futuro, acabam por cair nas mãos de ninguém.

OA pede estatuto de observador internacional em Guantánamo

A Ordem dos Advogados enviou para os departamentos da Defesa e de Estado americanos um requerimento para que possamos através da comissão especializada em Direitos Humanos "observar" as condições de encarceramento e analisar possíveis casos de tortura e privação da dignidade humana dos 500(?) homens que aí permanecem.

Hoje, a única instituição internacional com estatuto de observador internacional é a Cruz Vermelha, com acesso restrito a informações e no apoio a detidos. A obtenção deste estatuto (se ocorrer) é portanto um marco tanto para a diplomacia portuguesa como um passo no sentido de encorajar tantas outras organizações a entrar na base militar americana.

Objectivos? A procura de transparência nos processos que tantas dúvidas suscitam quanto ao respeito do indivíduo e a confirmação das suspeitas de atentados ao primado da dignidade humana. Pressão internacional.

Resultados? A ver vamos. Mas sim, é de louvar a iniciativa dos nossos juristas, sobretudo a sua intenção de fazer respeitar a legislação (ou registos sem força vinculativa) que versa desde a DUDH. Bravo!

Fracote

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Lá vai Lisboa

Não sou cá de previsões, mas o certo é que há cerca de uma semana atrás, ao subir a pé a artéria mais emblemática da capital, a Av. da Liberdade, comentei com um amigo o quão desolador é ver um leque de edifícios bonitos - o antigo cinema Condes, actual Hard Rock Lisboa; o Palácio Foz; o Cinema Éden; o Avenida Palace, etc... - a conviver com outros tantos prédios devolutos numa zona nobre e turística como aquela.

Ontem à noite, foi precisamente um desses prédios devolutos que deu origem a um incêndio na zona dos Restauradores. Tratava-se de um dos mais de 4600 edíficios alfacinhas em estado de degradação que, quais nódoas no melhor pano, envelhecem, empobrecem e põem em perigo esta cidade maravilhosa.

Já muitos se debruçaram sobre esta problemática mas, na verdade, ninguém se 'chega à frente'. Da autarquia aos proprietários, nada é feito quanto à falta de conservação, abandono e destruição dos prédios e lá vai Lisboa, envelhecida e empobrecida.

Recentemente, a propósito do incentivo ao arrendamento jovem, uma juventude partidária (JSD) defendeu - e bem - a reabilitação dos edificios localizados nos centros históricos das cidades com vista à colocação daqueles imóveis no mercado de arrendamento destinado aos jovens. Só não ouviu quem não quis. Uma solução nas mãos do Estado, autarquias e proprietários que traz vantagens a todos, sendo solução para colmatar de uma só cajadada vários problemas: combate a desertificação e degradação dos centros urbanos, evitar sinistros como o que ocorreu esta noite e, simultaneamente, uma preciosa ajuda no acesso à habitação jovem.

No tempo idos de Santana, a ideia da reabilitação urbana foi bandeira com o objectivo de atrair o regresso dos jovens entretanto expulsos para as periferias. Santana envidou esforços nesse sentido e encetou obra nalgumas zonas alfacinhas como Alfama e Bica. Mas não findou o hercúleo trabalho e desde aí rejeita-se o seu projecto, creio, só pelo seu mentor.

E mesmo depois do susto de ontem, continua-se a fazer orelhas moucas. Volvido um ano de gestão socialista na Câmara, nada foi feito no que toca à reabilitação urbana (e quanto ao resto por ora não me pronuncio...) e é certo que a um ano de eleições se acabará por adiar a resolução desta problemática. Alega António Costa que um primeiro passo já foi dado: o levantamento dos prédios devolutos. Eu espreitei aqui e a lista estava... vazia. Assim vai Lisboa...

Ai Portugal, Portugal...

Porto de Mós, Junho 2008

sábado, 5 de julho de 2008

Da semana


Achei oportuno afixar o cartoon ao alto, retirado do Inimigo Público de ontem [04-07-2008]. É representativo do Ocidente interesseiro e cujo edifício moral mais pareceu um casebre na forma como lidou com a recondução do Sr. Robert Mugabe ao poder. Em revisão da imprensa da semana, nunca é demais recordar a acção dos vizinhos mais próximos – porque a carapuça da tirania serve a muitos não é, certamente, por ingenuidade que se limitam a pedir "negociações", como se elas fossem possíveis – e dos outros, que, em situação diferente, seguem a mesma linha. Quanto a nós (Ocidente) nem vale a pena falar. Por cá isto foi repugnante.

Felizmente a semana foi bipolar em matéria de política internacional.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Enigma

Vendo as sondagens mais recentes será que...

  • depois do Menino Guerreiro (Santana Lopes - música da campanha de 2005)
  • e do Menino de Ouro (Sócrates - título da biografia)
  • teremos a Dama de Ferro?... (Manuela Ferreira Leite)

Nem a Marvel tinha histórias de super-heróis com personagens assim!...

Roda dos alimentos vs Ouro


Quem perdeu tempo a ouvir José Sócrates na entrevista do canal público esta semana, não acredita no que é noticiado hoje no site da SIC: “Portugueses cortam no leite, no pão e na carne.”

Acabo por não perceber o porquê de tanta propaganda relativamente aos governos socialista que comandaram o país 10 anos, nos últimos 13

Com isto tudo, já nem o livro falta: “Sócrates, o menino de ouro do PS”*
(*) – este título faz-me lembrar a história do Rei Midas...
Não posso deixar de dizer: "só que o ouro não se come e nem se bebe!!!"

Há coisas fantásticas, não há?... Veja, porque não se arrepende!

Bom tema, mau filme

Nem para matar saudades da adolescência

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Comando na mão e... guerra à televisão!


Há bem pouco tempo denunciámos por aqui (e também aqui) a falta de ética e a irresponsabilidade social da nossa televisão, perita em aproveitar-se da miséria alheia para, sob a palavra de ordem 'informar', comover e deprimir os portugueses. À data, dávamos por finda essa decadente época de ouro dos reality-shows e pugnávamos por uma televisão mais comedida, mais rigorosa e de maior qualidade. Uma verdadeira utopia, é facto: a nossa televisão vai de mal a pior.

Um dia destes, num bem intencionado zapping entre os canais ditos domésticos, acabei por ficar pelo quarto canal. Aqui, já sei de antemão que não posso contar com qualidade, mas os tipos da TVI conseguem sempre superar-se, sendo que desta vez o que vi deixou-me algures entre o boquiaberta e o indignada:

"Factos em Directo" é uma espécie de programa semanal, que se arroga pertencer à categoria de "Informação" e que recorrendo ao uso do polígrafo (vulgo 'detector de mentiras') devassa e explora casos reais (se bem que aquilo mais me pareceu um teatrinho de actores de 2a categoria...), sujeitando o convidado (actor?) àquele teste, bem como à opinião dos presentes, contando com uma espécie de marcha fúnebre em fundo.

A condução do programa cabe à multifacetada Júlia Pinheiro que promete a infalibilidade da máquina e vai bombardeando o sujeito com perguntas, entremeando com frívolas considerações às quais se junta o douto manuseador da máquina, um espanhol que ajuda à fiesta...

E com tão indispensáveis ingredientes, vai-se fazendo uma espécie de justiça televisiva - descredibilizando o poder judicial - com o pormenor gravoso dos responsáveis pelo canal considerarem que se trata de um serviço de informação...

Pior é impossível. Quando achamos que em matéria de telelixo já vimos tudo, lá está a TVI a surpreender-nos com formatos destes em horário nobre. O que é que se seguirá?..

quarta-feira, 2 de julho de 2008

PerezHilton

À conta da MissBimbo, lembrei-me dum pormenor.

Estamos nós aqui a falar de livros, filmes, política e sociedade quando o que realmente interessa está num dos blogues mais lidos no Mundo.

O PerezHilton! (sabiam que o marido da Amy Winehouse a está a trair na prisão? Ou que 95% das estrelas de Hollywood têm celulite?!??!)

Isto é que realmente interessa. Especialmente se conjugado com a TV Mais (pois há que se estar sempre informado sobre o que se passa em Portugal e no Mundo).

Para os mais aventureiros When will Amy Winehouse die?

A ler


"Elfriede Jelinek escreveu um romance descarnado e directo sobre a sociedade europeia... Um livro como já não se costuma ver nesta época complacente. Excelente."

El País
Uma das minhas autoras de eleição desde que descobri a sua obra-prima - "Die Klavierspielerin" - há uns anos.
Jelinek explora e faz chegar ao leitor todos os recantos sombrios da mente dos homens, abordando sintomaticamente personagens camufladas pela pressão social. Estas deixam transparecer na perversão de vícios privados da burguesia austríaca a insatisfação e desprezo pelo real, bem ao estilo que encontramos no Estrangeiro de Albert Camus.
Para quem aprecia a ironia e um estilo narrativo tão peculiar como o de Jelinek, Os Excluídos são como uma cereja - a descida à mais absurda das vontades do ser particular e a expulsão de todas as frustrações nos comportamentos de um grupo de jovens no pós 2ªGuerra.
"Jelinek escreve sobre tudo o que de sórdido há em cada indivíduo e, pela sua soma, na sociedade em geral, demonstrando como as acções do presente são determinadas pelos pensamentos do passado"
Brilhante, sobretudo na frieza de raciocínio explícito nas palavras daquela que é considerada a mais importante autora austríaca da sua geração. Deliciosa, na abordagem aos focos nunca aceites pela ortodoxia comum.
A pergunta que faz o leitor: Mas porquê? Responde a própria: Porque sim.


terça-feira, 1 de julho de 2008

Descubra as diferenças VI

Portugal saiu prematuramente do Europeu e quem ficou a ganhar, mais que a Alemanha, foi o nosso PM. Isso mesmo, José Sócrates. O nosso PM pode hoje regozijar-se da insípida prestação da nossa selecção no último jogo, da peremptória escolha de Scollari para a defesa da nossa baliza e, muito particularmente, da desastrosa prestação de Ricardo neste campeonato da Europa.

É que se até há uns dias atrás o alvo de ataque favorito dos internautas portugueses era (merecidamente, saliente-se)o sr. Engº, hoje é Ricardo, o Rei dos Frangos, que me inunda a caixa de email. Sim, o moço que sabe defender pénaltis sem luvas e marcá-los como se fosse ponta de lança. O mesmo que por ter tido uma esporádica prestação genial num jogo há quatro anos atrás, fez acreditar meio mundo que era bom no que fazia, mesmo quando já davas mostras de alguma míopia e mesmo quando um Real Bétis Balompié (adoro esta denominação!) lhe reserva um eterno lugar no banco.

Hoje, à mercê das barbaridades que cometeu na partida contra os bárbaros, é ele a vítima preferida do povo português, o verdadeiro bode expiatório dos nossos males, dando assim uns tempos de descanso a Sócrates e seus discípulos. Com efeito, é justo que se facilite (por breves instantes!) a vida a Sócrates, aka "O menino de ouro", e que as brincadeirinhas dos internautas versem agora sobre o pitosgo (adoro esta expressão!) do guarda-redes que num jogo decisivo resolveu brincar à cabra-cega e brincou também com os sentimentos dos adeptos lusos, à semelhança do que Sócrates faz quotidianamente com os portugueses.

Verdade Verdadinha II

Continuando a abrir o arquivo da polícia secreta da Lodo, S.A.D., eis mais um momento histórico: o I Congresso do Lodo, ocorrido na clandestinidade e onde foram defendidas teses ortodoxas, ou não fossem a era e os domínios de Menezes...

Gaia, 23 de Fevereiro de 2008.

Verdade Verdadinha

Quem veja o blog pessoal da nossa colaboradora mais dedicada, vê preocupações com arte e reflexões amadurecidas, além daquele estilo fashion a tentar fugir para o culto, que faz com que as fotografias sejam a preto & branco (para quando sépia?...)...

Pois bem, honrando o compromisso de lealdade com os nossos leitores, revelamos a verdadeira razão da ida da Dulce a Bilbau, com algumas anotações:
  1. Vejam as duas crianças, ao lado e atrás, que sofrem por não poderem confraternizar com um boneco que se destinava à sua (delas) faixa etária.
  2. A felicidade da Dulce mostra que ela pensa que os Estrumpfes existem mesmo (coitada da criatura que teve que suportar mais este aperto, dentro daquela fatiota... Falo da Estrumpfina...).
  3. Não cremos que haja ligação entre o sorriso da Estrumpfina e o facto de não se vislumbrar a mão direita da amiga dela (falo de cócegas!!!).
  4. Adequado só mesmo o cartaz que vislumbra por cima da boneca (novamente, a Estrumpfina)!

E assim continuaremos a servir a verdade, sempre! Pedimos desculpa, todavia, por não podermos garantir a sanidade de todos os nossos funcionários... Ou será fã-cionários?!...