quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Estudar em Coimbra (momento chauvinista) II

Já nem sei que diga...
Leio na edição de ontem do Público que a Escola Secundária Infanta D. Maria, em Coimbra, foi, mais uma vez, a escola pública mais bem cotada no ranking anual do Ministério da Educação.

Ora, depois de vos ter mostrado com quantos paus se faz uma canoa, ao mencionar o ranking do jornal The Times para as universidades, vejo-me condenado a dizer-vos que foi ali que, orgulhosamente, fiz o ensino secundário e iniciei a minha vida política e associativa...

Imagens Reais

Sábado, em Baleizão da Catarina Eufémia:


Marta (6 anos): Jerónimo? Preferia mil vezes o Cavaco para avô do que o Jerónimo - erguendo os dedos em sinal de vitória e canta - Pê esse dê! Pê esse dê!

As coisas mudam, graças a Deus nas novas gerações. Há que estar atento.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A constelação de Obama

Se o universo eleitoral norte-americano se restringisse a Hollywood e pouco mais, saber-se-ia de antemão o vencedor das Presidenciais de Novembro. É que com Barack Obama estão a maioria das reluzantes estrelas da América.
Eis uma pequena amostra: Sharon Stone, Spike Lee, Oprah Winfrey (of course), Robert De Niro, Edward Norton, Will Smith, Tom Hanks, Halle Berry, Steven Spielberg, Caroline Kennedy, George Clooney,Matt Damon, Jessica Biel e Ben Affleck (que veio dizer ao Mundo que Hollywood adora o candidato Obama) entre tantos outras celebridades têm demonstrado em diversos momentos e das mais inauditas formas o apoio ao Senador Obama.
Scarlett Johannsen, a mulher com ar de menina por quem meio mundo suspira, chegou mesmo a revelar que com frequência troca emails com o candidato. Paris Hilton, em vingança por Mccain ter usado o seu nome para injuriar Obama, decidiu também juntar-se ao senador do Illinois e fazer um vídeo a parodiar Mccain.

Já a cantora Pink, intercede por Obama ao seu estilo: "Se eu escrevesse uma carta a Sarah Palin, estaria cheia de porquês e comos. Quem és tu? Sabes? Porque detestas animais? Por favor indica o Iraque num mapa. Esta mulher odeia mulheres. Não é uma feminista. Não é a mulher que vai chegar depois de Hillary Clinton e fazer tudo o que Hillary Clinton seria capaz de fazer... Esta mulher assusta-me".

Já nos últimos VideoMusic Awards o actor britânico Russell Brand deu nas vistas quando pediu o voto para Barack Obama («Por favor América, para o bem do mundo»), chamou «cowboy atrasado» ao presidente George W. Bush, e atacou a aspirante republicana à vice-presidência, Sarah Palin e a sua filha adolescente que se encontra grávida («Usem preservativo ou tornam-se republicanos»).

Parece-me curioso este acérrimo empenho das celebridades no palco político. Primeiro, porque há sempre aquela ideia de que o Estrelato tem mais com que se preocupar, depois porque na sua generalidade consideram que lhes fica bem uma atitude apolítica. Claro que isto na política norte-americana não nos estranha tanto, estando até habituados a ver estrelas em cargos políticos (veja-se o caso de Arnold Schawznegger, por ex.). Mas não creio que nas presidenciais norte-americanas alguma vez se tenha visto tanta celebridade a interceder por um candidato...

Conclusão: Obama marca pontos quase sem se mexer. As celebridades intercedem por ele, organizam eventos, vestem roupa "pró-Obama" (veja-se o actor Ryan Phillipe na foto), fazem donativos, dão entrevistas a declarar-lhe publicamente o apoio, ajudam a angariar fundos para a sua campanha, atacam ferozmente os adversários e, de forma mais ou menos implícita, influenciam o voto dos fãs.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Dulcelock Buster

Adoro ir ao cinema, mas não recuso um bom DVD. Segui um conselho de alguém cuja opinião PREZAVA... Veja, agora, a opinião da conselheira e a minha própria!

Palpites III

Pois bem... Parece que a maioria dos vinte e um leitores que votaram na nossa sondagem concordam com a minha opinião, que é contrária ao reconhecimento por Portugal da independência do Kosovo:


A favor - 39%

Contra - 61%




Pena é que PS e PSD prefiram disparatar...

De lacrimejar por mais

Barcelona, dia 18 de Outubro, 21h30, Discoteca Bikini... O momento é dos góticos alemães, Lacrimosa, que vira no Porto (Teatro Sá da Bandeira) e em Gaia (Hard Club).


Na altura, com as minhas parcas noções do idioma germânico, encantou-me o lado sombrio e a qualidade das letras, um som que mistura toques de hard-rock com gótico e mesmo uma ineludível formação clássica dos líderes da banda (o alemão Tilo Wolff e a finlandesa Anne Nurmi) e o mimetismo do vocalista principal (Wolff) que, embora em registo assaz diferente, me lembra o mimetismo de Bowie, Mercury e Reininho...

Quanto a este concerto, deu-me mais 105 minutos para reapreciar Der Morgen Danach (do inesquecível CD Fassade), Lichtgestalt (tema do último CD de originais), Ich bin der brennende Komet (ritmo para dar e vender...) e Ich Verlasse Heut Dein Herz (o romantismo gótico no seu melhor), entre muitas notas musicais que me motivaram para 1200 quilómetros de asfalto.


A prova da minha "fé"?! Está na conquista de novos devotos!...

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Com alguma graça

Falidos e mal pagos

Seja o termo “subprime”, “recessão” ou “crash bolsista”, o facto é que os governantes continuam a governar – por vezes, até fortalecidos por estarem a salvar-nos, algo que julgava ser a sua obrigação, mesmo antes de a crise eclodir – os gestores (mesmo os que desgraçam empresas) recebem chorudos prémios, no final do ano, e os cidadãos, nas mais diversas partidas do Globo, ficam com alguns problemas para resolver: pôr comida na mesa, enquanto se pagam a casa, os estudos e as contas normais, arranjar um segundo ou um terceiro emprego, não faltar com nada àqueles que deles dependem, enfim, tentar viver, quando cada vez mais apenas parece ser possível sobreviver…


Uma olhadela pelos números do crédito malparado – isto é, pelos índices de incapacidade das pessoas para pagarem os empréstimos que contraem – mostra que muitas pessoas, mantendo o incompreensível vício de se alimentarem, já não conseguem pagar as prestações, no caso mais frequente, das casas. Ora, com um mercado de arrendamento ineficiente, parece-me dramático que o dinheiro não chegue para, ao fim do mês, se paga mais uma quantia por uma casa que, em bom rigor, só será nossa daqui a umas décadas…

E, escrevi-o no passado, se é certo que as pessoas comprar coisas de que não precisam (vários LCD ou plasmas, “n” telemóveis e tantas outras coisas acessórias, mas que a publicidade torna essenciais à nossa felicidade) e que, regra geral, se bastariam com uma casa mais acessível, é bem mais relevante fazer notar que, designadamente em Portugal, os grandes partidos raramente cumprem a sua função pedagógica de alertar para que as pessoas não gastem mais do que o necessário e para que seleccionem a prioridade das despesas, que as autarquias não têm uma política de solos e de licenciamentos que modere a voragem dos construtores e que os bancos quase impingem créditos (além de seguros de todo o tipo, cartões de crédito, serviços de loiça, viagens, etc…) sem curar de aconselhar os clientes em face das suas reais possibilidades, quais abutres de fato e gravata.

Ou seja, temos o Planeta de pantanas pelas alterações climáticas e delapidação de recursos naturais, mas também pelo crescente engrossar da legião dos excluídos e remediados. Os que têm muito são poucos e têm cada vez mais, enquanto aumentam os que menos têm e cada vez mais olham para o lado direito das ementas, nem que seja para ver o preço de uma mísera sopa.

Em suma, sempre defini o mercado como o melhor regulador das trocas e a democracia como o melhor sistema político (ou o menos mau de todos os que se conhecem, como diria Churchill), mas se deixarmos o mercado ir longe demais, a economia controlar a política e se deixarmos as pessoas à beira do desespero, um dia, por muito manietadas que estejam as pessoas darão razão a um populista que troque direitos por estabilidade ou voltarão a ler Marx, Engels e Lenine. Acho, aliás, que só com sintomas destes se explicam as votações expressivas num dos mais reaccionários partidos comunistas da Europa, o PCP…

Agora percebo porque é que andamos a subir nos rankings de Educação...


Leio incrédula esta notícia. Choca-me o crime e a inocência da criança, mas igualmente me choca que neste país haja uma professora de Educação Cívica que vê no filme "O Crime do Padre Amaro" um instrumento pedagógico. O filme foca problemas socio-culturais que persistem desde os tempos de Eça ao presente, é um facto. Mas abordar os problemas sociais deste país numa aula de aprendizagem cívica só é possível recorrendo a filmes onde o que mais se vê são os seios e as nádegas de Soraia Chaves?... Quem viu o filme sabe do que falo - poucas ideias, pouco conteúdo 'queirosiano' e muito sexo explícito. Bem sei que hoje tudo isto está ao alcance das crianças e que para elas não é novidade. Novidade, novidade, é um pedagogo ver nos dotes e na performance de Soraia Chaves um contributo para a Educação e Cidadania dos pequenos...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Moore


"Os extremos a que chega Savage Grace, drama dirigido por Tom Kalin, não são fáceis de se prever quando o filme começa. Aliás, só ao final da sessão Kalin informa que a história de Barbara e Tony aconteceu na vida real, história essa já registrada num livro homónimo, escrito por Natalie Robins e Steven M.L. Aronson e publicado pela primeira vez em 1985, no qual o filme se baseia."

Diferente, vale pela audácia de mostrar recantos da mente num filme tipo comercial, mas sobretudo pela presença de Julianne Moore.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Capitães há muitos..!

Em passeio pela blogosfera, mormente, pelo blog "Mudar Portugal" do nosso assíduo leitor Luís Melo, deparei-me com um post intitulado "O livro do Capitão". Ainda pensei que o nosso Mui Ilustre Administrador tinha escrito uma nova publicação ali publicitada e aqui o staff do Lodo desconhecia o facto...!
Mas não. Versava aquele texto sobre um outro Capitão, mais conhecido por "Major", curiosamente, personalidade que cai em boa graça junto do nosso Capitão.
Pois é, eis uma revelação sobre o Gonçalo que é díficil de assimilar e que me vai custar caro!...
O melhor mesmo é, depois da provocação, passar à redenção: pois bem, a literatura do nosso Capitão é de calibre, incomparável à literatura de cordel do Major. Para os interessados ou meros curiosos, fica aqui a publicidade.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Estamos 'queimados'...

Está oficialmente aberta a campanha para os combates eleitorais de 2009!
Pelo menos é o que se lê nas entrelinhas do Orçamento de Estado, dos mais generosos de sempre, a pensar na função pública, nos senhorios, nos deficientes, nas famílias, enfim... em todos e em cada um dos portugueses.
Caso para dizer: Porreiro, pá! Depois de três anos a apertar o cinto, que bem nos sabe. Mas será sensata toda esta generosidade?
Até parece que três anos bastaram para vestir os portugueses (estávamos de tanga, relembro...). Até parece que a crise afecta o Mundo mas Portugal está imune a essas maleitas económicas. E até que ponto não estarão estas tentações eleitoralistas a deitar por terra o esforço e o sacrifício que exigiram às famílias portuguesas?...
Mas é compreensível: a oportuna gentileza do Governo cai sempre bem numa casa portuguesa, talvez melhor que pão e vinho sobre a mesa... A fartura parece ser tanta que desconfio até que as campanhas eleitorais de 2009 vão ser marcadas por um grande passo na civilização lusa: vamos passar do porco no espeto para comícios em restaurante gourmet!
É tudo muito bonito, mas mais cedo ou mais tarde... ardemos!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Estudar em Coimbra (momento chauvinista)

Digam o que disserem, estudar em Coimbra ainda é o que era. Segundo o ranking publicado pelo jornal The Times, a Universidade de Coimbra (onde me licenciei) é a melhor escola superior portuguesa, bem à frente da segunda, a Universidade Católica Portuguesa (onde me tornei mestre)...

Fica uma braço de solidariedade aos demais e um encorajamento para que não desistam... :)

Em tempo de CRISE INTERNACIONAL...


Em tempo de CRISE INTERNACIONAL o que é que este tipo anda a dizer???

Mundial 2018???
Organização Ibérica???

Isto não será mais uma coisa tipo SCUT's sr. secretário de estado???

Eu sou um adepto fervoroso de futebol, mas em tempo de "vacas muito magras" existem assuntos que devem ser secundarizados.

Com um orçamento de estado virado para as PME's e para as famílias de baixo rendimento (mesmo agora que estamos perto das eleições), já só faltava o tipo dos bombos e da fanfarra para animar a malta com festa...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Porreiro, pá!

A propósito

Os meus pais receberam a carta do Magalhães em casa e ficaram entusiasmados.

Mãe: Pipa, eu já sei do que fala esta carta!
Pipa (7 anos): É o Magalhães?!?!?!?!?!

Na mesma semana, as intenções de voto no PS subiram uns pontos.

domingo, 12 de outubro de 2008

Já que se gosta de falar sobre Hipotecas

Entre as questões que marcam a agenda política que mais devem importar à juventude portuguesa destaca-se o desemprego.
Diariamente assistimos ao aumento do número de desempregados, em especial de jovens, muitos deles com qualificações acima da média, sendo este um problema transversal a toda a sociedade e quase caracterizado como uma nova questão de cariz estruturante de Portugal. Por isso tem vindo a ser defendido pela JSD um compromisso social. Um compromisso que envolva o Governo, as Câmaras Municipais e todas as entidades ligadas ao sector público, mas que também deverá incluir o tecido empresarial. Trata-se de uma questão de justiça social, mas também de rentabilização de recursos. É necessário que existam empresas envolvidas no esforço de inovação, fomentação de criação de postos de trabalho, num esforço que passa pela capacidade de cada município oferecer formação articulada com as especificidades e potencialidades económicas da região em que se insere, pela formação de qualidade em contraponto à actual política perversa de enviesamento das estatísticas e num compromisso entre escolas e o sector económico.
Quando a política local se pratica em mera gestão, tendo em consideração apenas o status quo geral e os governantes se deixam mediatizar, praticando a política imediata de contorno por decreto, é a juventude que se deixa esquecer e vê as suas prioridades remetidas não para segundo plano, mas tão somente para a última das preocupações do estado geral acenando-nos com vãs promessas de “sucesso” pensará Sócrates em novas inaugurações de fantásticos call-centers que em nada beneficiam a já chamada geração recibo verde? Há que questionar, puxar aos jovens a responsabilidade de defender o dia de amanhã e aquela que deverá ser uma das suas principais questões. 150000 postos de trabalho não criados, ênfase na contratação sazonal - 2.33€ à hora para telemarketing (e já mais de 50000 nesta carreira promissora!!)? Ai tadinho, é da crise internacional. Isto parece um filme.
Hipotecam o nosso futuro na formação desadequada, esquecendo que se hipoteca assim também o futuro de Portugal.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

E por que não a do Estrela da Amadora?!

Que a SIC Notícias queira dar conta das eleições na Ucrânia eu entendo... Agora o que já percebo com mais dificuldade é que o faça e os seus profissionais (?!) usem para o efeito a bandeira da Geórgia... É o que temos...

Momentos Paulistas V

Enquanto Kosovo, mata-se a fome

Tenho escrito sobre o Kosovo, por diversas vezes...

Mas, agora que PSD e PS se entretêm a dar as mãos a propósito do reconhecimento da independência do Kosovo, resta-me encolher os ombros, concluir que não percebo nada de política internacional e manter a minha suspeita de que se trata da maior estupidez desde que Cleópatra foi mordida pela áspide…

Talvez possa iluminar-me, aliás, com a sua opinião na SONDAGEM LODO, à direita destas desafortunadas linhas...

Porém, retomando o assunto e já que a sintonia é tão bonita, talvez os lideres dos dois maiores partidos possam combinar um passeio e fazer o que eu, nem há duas semanas, fiz: ir lá e ver bem o que é a realidade de Pristina, Prizren e de muitas aldeias pelo caminho.

O que vos digo é que se já era contra o abrir desta caixa de Pandora, somo agora razões empíricas ao meu cepticismo. Desde enclaves sérvios, onde as pessoas têm medo de que os albaneses venham armados para os saquear, mais uma vez e na melhor das hipóteses (algo que determinou a desertificação de muitas povoações de montanha, onde a “gentileza” daqueles era absolutamente impune), passando pela decrepitude do tecido industrial ante a incompetência dos novos “donos” do território (uma mina que vi em pleno labor era gerida por suíços…) e chegando mesmo à constatação de que falamos de uma maioria populacional que evolui em progressão geométrica, falando-se de uma malha etária com metade dos cidadãos em idade jovem, algo em nada acompanhado pelo crescimento do emprego.

Se a isto juntarmos os dados de que os serviços de informação ocidentais dispõem e que demonstram que todos os líderes do Kosovo estão ligados a actividades criminosas (tráfico de tudo e mais umas botas, com seres humanos incluídos), então vemos o que é um Estado falhado a emergir.

Depois é só rever a matéria dada: já se sabe que, em breve, as fronteiras com a Albânia serão decorativas (retira-se o berço da nação sérvia e dá-se aos albaneses), humilha-se a Sérvia (como não se fez, e bem, à Alemanha do pós-guerra) e abre-se um seríssimo e grave precedente; o mesmo que os russos alegaram na Ossétia do Sul e na Abecásia (e que, só por ser a Rússia a invocar, mereceu reacção oposta), o que os habitantes da Transnístria (zona oriental da Moldávia) podem vir a alegar, para já não falar no País Basco, Catalunha, Córsega e outros delírios actuais que podem ser cruzes a carregar no futuro.

De permeio e na agenda, temos já o Tibete e Taiwan (casos em que não se vislumbra a mesma "garganta" por parte da diplomacia ocidental), bem como risco análogo ao do Kosovo, na Macedónia (onde também estive), onde há já bastas zonas de maioria albanesa e os constituintes cometeram, ademais, o grosseiro erro de autorizar partidos nacionalistas albaneses e o uso dos símbolos nacionais daquele país (administração local incluída), pelo que o risco já vai na propaganda.

É nisto que o eng. Sócrates a dra. Manuela nos estão a meter, amigos…

Nota: a fotografia é da capital, Pristina.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Palpites II

Decididamente, os partidos portugueses são pouco mais que lixo, na opinião dos 27 amigos que quiseram participar na segunda sondagem do Lodo.

De facto, é curioso ver as respostas às hipóteses que facultámos para definir a missão actual dos partidos portugueses:

Mudar Portugal - 3% (1 voto)

Carreira - 18% (5 votos)

Fortuna - 7% (2 votos)

Fama - 3% (1 voto)

Nada - 25% (7 votos)

Todas - 40% (11 votos)

Vendo bem, apenas um votante achou que os nossos partidos fazem o que devia ser a sua essência: transformar o País à luz de um ideal social.

Bem sei que se não trata de uma sondagem rigorosa. Contudo, também sei que não andará muito longe do que pensam os portugueses sobre o actual sistema partidário.

Existindo, de facto, os que se acham extremamente atraentes, pelos simples facto de terem sido eleitos (mesmo que ninguém os conheça e que continuem a ser as mesmas abantesmas de sempre), os que conseguem (ou não) dissimular estranhos enriquecimentos (por cá ou por lá...) e os que levam uma vida de xadrez partidário para serem reeleitos, sem fazerem algo de útil, entendo que a mais equilibrada visão do nosso espectro partidário é a que vê um pouco de tudo isto nos nossos partidos.

Se, em tempos, defendi as eleições directas para escolha dos líderes partidários, pelo princípio subjacente, é altura de um sentido mea culpa... Efectivamente, o resultado prático (falo pelo que observo no PSD) foi o de, retirado o cariz decisivo aos congressos, liquidar os tribunos e os que têm uma vida profissional fora da política. Com excepção dos que se "consagraram" a tempo, mandam hoje os caciques e os chefes de facção, a quem devem prestar vassalagem os que desejam ser escolhidos. Nem mesmo o mais carismático ou prezado dos presidentes pode deixar de celebrar acordos com estes "senhores tribais", quando há eleições internas.

O dano advém da rara coincidência entre quem comanda batalhões de filiados e quem entende fulcral para o desenvolvimento de uma pátria o pensamento sistemático e a formulação de um ideal. É possível ganhar sem um verdadeiro programa e governar ao sabor da impreparação doutrinal, algo que mais se agrava quando se observa que mesmo os mais preparados têm medo de fazer promessas de percurso, dada a incerteza hodierna do mundo globalizado.

Sendo que quando se avança na estrada da democracia directa raramente há passo atrás, julgo urgente que os partidos optem pela auto-crítica e voltem (?!) a premiar o mérito. Caso contrário, creio que esta tendência vexatória alastrará até à ruptura.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Diz que é uma espécie de Oposição


Inauguraram um novo estilo de intervenção social e tornaram os portugueses viciados no seu humor. Depois, fizeram um interregno e todos sentimos a sua falta. Agora estão de volta e não se fala de outra coisa.

Falo dos Gato Fedorento, um grupo de amigos que a fazer (bom) humor se tornou num fenómeno televisivo (e não só), pese embora haja muito quem esteja cheio de vontade de lhes ver as sete vidas esgotadas. É que a brincar, a brincar, há quem não ache muita piada às caricaturas que aqueles quatro ousam fazer, mormente os sujeitos alvo da sátira...

Ontem, numa entrevista ao programa Dia D, os quatro humoristas revelaram alguns dados interessantes sobre o percurso do clã fedorento. Entre o tom jocoso e a conversa séria, falaram do vai-vém entre a estação pública e o terceiro canal, dos instrumentos e métodos de trabalho, de processos judiciais a decorrer contra o grupo, das ambições futuras e do novo desafio que se inicia no próximo domingo.

O registo, garantiram, «não muda muito porque o país não muda nada». Espera-se por isso uma missa dominical a denunciar os pecados da classe política, dos dirigentes desportivos, celebridades (de)cadentes e outros que tais. Embora aleguem que não fazem política, a verdade é que os sketchs dos fedorentos que ainda retemos na memória visavam quem? Figuras políticas, na sua maioria. E qual das suas acções foi mais polémica? A do cartaz do Marquês, de que falei aqui e que satirizava o conteúdo de um cartaz precedente colocado por um movimento partidário.

Com ou sem vontade de fazer política, certo é que gozam de mais destaque que as elites, provocam merecidos terremotos no palco político deste país e deixam a um cantinho a nossa Oposição.