sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Bom ano novo


A Administração da Lodo S.A.D. deseja a todos os clientes, fornecedores e amigos (e aos outros também) um doce ou bruto (ou, por que não, meio-seco) 2007 com sucesso e saúde.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Ah, ganda Pai Natal !...

Uma das notícias do dia (que podem ver, por exemplo, no Diário de Notícias) é a de que os portugueses gastaram, nos primeiros 25 dias de Dezembro, o equivalente a 994€ por segundo. Assim mesmo, sem vírgula no número... Quase mil euros ou duzentos contos, portanto.

Reflexão óbvia: as pessoas queixam-se da crise, mas não têm o menor bom senso no que toca ao consumo.

Reflexão menos imediata: creio que a (in)cultura mediática entorpeceu fatalmente o espírito crítico das pessoas, que já pouco raciocinam sobre o que é essencial e sobre o sentimento que pode fazer de um presente de valor simbólico uma jóia de marajá.

O consumismo infrene que é induzido pela florescente indústria publicitária está a levar-nos para além do saudável. O que está na moda hoje, já não está na próxima semana (vale dos telemóveis à roupa e das consolas de jogos aos automóveis) e comprar o "último grito" é quase uma necessidade biológica, produzindo-se uma sensação psicológica de menoridade em quem não tem o que já há na escola ou no emprego.

Daí o sucesso das siglas do momento, sejam elas Cofidis, Capital Mais ou outra, esquecendo-se o feliz comprador que, seja com estas empresas ou com um banco tradicional, tudo haverá de ser pago e com juros.

Aqui fazia falta pedagogia explícita pelos políticos. Mas saberão eles do que falamos? Será que não estão, também eles, "contagiados"?

domingo, 24 de dezembro de 2006

Socooooooooorro!!!

Pois logo haveria de ser na véspera de Natal que eu, que me preocupo com o mundo dos media, tive uma novidade tétrica: uma jornalista estagiária (muito bem remunerada, ao que sei) de um dos jornais portugueses ditos "de referência" reconheceu a uma pessoa amiga que uma das suas principais fontes de pesquisa é a Wikipédia.
Ora bem, falamos de uma enciclopédia que se auto-intitula de "livre", já que potencia o Voltaire ou o Diderot que há em nós; i.é, todos podem editá-la.

Daí a uma jornalista considerar a mesma uma fonte credível para fundar a informação (?!) que passa aos portugueses...
Que faltará acontecer?...

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Feliz Natola

A Administração da Lodo S.A.D. deseja a todos os clientes, fornecedores e amigos um FELIZ NATAL.

Reuniões de elite

Numa altura em que todos nos arrepiamos com os aumentos da taxa de juro decretados pelo BCE, há outra espécie de juro, aparentemente, mais indolor, mas pela qual, temo-o bem, viremos a pagar um preço muitíssimo mais penalizador.

Falo do preço que pagaremos, sem apelo nem agravo, por mantermos grande parte da classe política actual.

E nem se pense que falo por despeito ou eivado de súbito assomo de arrogância. Bem ao invés, falo procurando assestar baterias contra o comodismo de muito cidadão bem colocado na vida empresarial, profissional liberal ou académica que prefere o cifrão ou o artigo nos media a meter pés ao caminho. A lógica que subjaz a esta censura não é a de que todos temos de gostar de política, mas sim a ideia de Cícero de que o mal-estar social não desculpa o absentismo, antes clamando por envolvimento.

E é assim, largando o acessório, que explico a razão de ciência do que comecei por dizer: arrepiei-me de morte com o conselho nacional do PSD, no último fim-de-semana.

De facto, julgando eu que as intervenções de Cavaco Silva, Luís Filipe Menezes, Rui Rio e Nuno Morais Sarmento haviam “feito a festa, atirado os foguetes e apanhado as canas”, guardado estava o bocado.

Enquanto o engº Sócrates se passeia por toda e qualquer sondagem, e perante um confrangedor esforço do dr. Marques Mendes para ser escutado a propósito das razões de Estado, os mais diversos fidalgos (nem atribuo títulos, pois creio que os barões já se retiraram) do PSD entretiveram-se com uma questão crucial para o nosso futuro enquanto Estado-nação: saber se pode ou não criticar-se o líder do partido nos media e se isso é ou não fazer o “jogo da oposição” (dúvida de tal modo existencial que nem o dr. Mendes resistiu a filosofar a este pretexto)…

Se os meus amigos imaginassem os nomes consagrados da actual elite laranja que consumiram horas da sessão partidária a debater se deve ou não criticar-se o presidente, e em que sitio se deve dizer tudo e qualquer coisa, veriam que, por vezes, a realidade é pior do que o pesadelo.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Mitologia britânica

Ao que vi na RTP, as autoridades britânicas deram por concluídas as investigações sobre a morte de Diana Spencer, a Princesa de Gales, não tendo detectado indícios de atentado ou conspiração, no que vieram corroborar os resultados obtidos pelas suas congéneres francesas.
Não acreditando por um só momento que os britânicos se arriscassem a falsear os dados deste caso mediático (posto o que sempre restaria explicar idênticas conclusões, em França), creio que pode devolver-se alguma paz à monarquia britânica.
É que, a meu ver, Diana tinha o peso próprio de quem soube viver o lado notório da sua condição de princesa (deu valentes lições de marketing ao ex-marido, reconheçamo-lo), pese embora tenha evitado ao máximo cumprir o lado mais institucional e tradicional das regras do "clube" a que quis ufanamente aderir.
Por isso, creio que, no silêncio, se registou o perfil de Estado de Isabel II e que, com o respeito devido a (quase) todos os que já não estão entre nós, tratamos de um epílogo importante para a coroa britânica que, digo eu, é um dos pilares importantes da cultura de liberdade que se vive em terras de... Sua Majestade, e não só (mesmo a Austrália referendou positivamente a sua posição de chefe de Estado, embora com o simbolismo próprio da Commonwealth).

Consulta de gastroenterologia

Tente ver sem vomitar...

E o veredicto é...

Sacha Baren Cohen é um comediante que nunca apreciei, seja como Borat, seja como Ali G.
O filme Borat: Aprender Cultura da América para Fazer Benefício Glorioso à Nação do Cazaquistão, todavia, despertou-me reacções contraditórias: por um lado, há momentos hilariantes.
Por outro lado, trata-se de um enxovalho grosseiro ao Cazaquistão, que nos revoltaria a todos se o filme satirizasse Portugal (e acreditem que, para muitos povos mais desenvolvidos, somos vistos como valentes pacóvios).
É daqueles filmes que "só visto" e que interpela os preconceitos, já que confesso que ía preparado para odiar o dito.

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Adiós Pinochet


Aos 91 anos, o ex ditador chileno faleceu no passado domingo (ironicamente no dia em que se celebram os Direitos Humanos) e é hoje cremado em Santiago do Chile.

Tal como em vida, a sua morte divide hoje os chilenos e muitos pelo mundo fora – uns festejam, outros choram.
No meu entender, não se celebra a morte de ninguém, muito menos por razões ideológicas. Ainda assim, é lamentável que Pinochet tenha morrido sem sentencias, apesar das numerosas acusações judiciais que sobre ele pendiam.
Dezassete anos de regime dictatorial e sanguinário não deviam de ficar impunes.

Fica o desejo de que a sua morte sirva, pelo menos, para alertar autoridades e governos de que urge uma justiça célere, particularmente quando se tratam de crimes que versam sobre direitos humanos.

domingo, 10 de dezembro de 2006

Compras de Natal






Obviamente que não pretendo insultar qualquer um dos autores ou sequer os seus apreciadores ao colocar lado a lado os fenómenos editoriais mais recentes, que são "Percepções e Realidade" do Dr. Pedro Santana Lopes e "Eu Carolina" da Srª Dª (ah, pois é...) Carolina Salgado.



Porém, reflectindo sem baias sobre o assunto, uma mesma essência explica as vendas em massa: em ambos os casos se desvendam segredos sobre assuntos mediáticos, mas com contornos ainda siblinos.


Ou seja, o império da "cultura" mediática introduziu em nós um voyeurismo que cria apetite pelo segredo e pelo pessoal. O êxito de Big Brother ou Fiel ou Infiel é a versão softcore de um desejo de saber da vida dos outros e de conhecer a mesma em todos os seus detalhes, que são tanto melhores quanto mais picantes.


Assim, tirando um núcleo de apoiantes mais militantes e de social-democratas, que buscam extra-muros a explicação total do resultado de 2005, lê o mais recente livro de Santana Lopes quem quer saber o que nunca havia sido dito sobre a ida de Durão Barroso para Bruxelas e sobre as razões (a falta delas, em meu entender) de Jorge Sampaio para dissolver a Assembleia da República.

Do mesmo modo, lerá Carolina quem quiser saber mais sobre os putrefactos meandros de algum do nosso futebol e detalhes sobre o controverso Jorge Nuno Pinto da Costa, como comprova a ridícula procissão de benfiquistas que se dirigiu ao lançamento do livro, num hipermercado, julgo eu, de Lisboa.
E, deste modo, seguimos a nossa vidinha: submersos em prestações de tudo e mais alguma coisa, mas contentes por termos assuntos para comentar no trabalho...
De todo o modo, uma aposta: Carolina vai vender mais do que Santana Lopes.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Ninguém gosta de mim...

Decididamente, depois das sondagens, da entrevista de Cavaco Silva e do comício de Menezes, só faltava a Marques Mendes a entrevista de Rui Rio, ontem.
Peremptório como só ele, o Edil portuense afirmou, perante Judite de Sousa, que entendia que, a continuar a actual via reformista, Sócrates venceria as eleições de 2009.
Será que os afoitos servidores do premier laranja também vão chamar traidor a Rio?! Não vejo coragem para isso...

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

O que não vem nos lucros

Hoje, num voo directo Lisboa-Veneza, a TAP conseguiu deixar em terra a bagagem de duas pessoas. Até para isto é preciso ter know-how, dado que não é fácil a proeza...

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Sem pena nem agravo

Já leram a Pluma Caprichosa do último fim-de-semana?
Leiam e deixem as vossas reflexões, eu ainda estou a matutar no que li...

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

26 anos depois


Vinte seis anos depois, duas teses contraditórias, muitas comissões de inquérito pelo meio e até um filme... as dúvidas e as suspeitas quanto ao caso "Camarate" continuam por esclarecer.
Nos últimos tempos, confissões inesperadas, a injustiça da prescrição do processo (em Setembro último) e até a possibilidade de criar um regime especial face a essa prescrição voltaram a mediatizar este caso.
Volvidos todos estes anos, uma só conclusão da minha parte: quão lamentável é constatar que este caso representa o paradigma de um sistema judicial português ineficiente e burocrático...

Não sou contemporânea de Francisco Sá Carneiro, nem vivi o 4 de Dezembro de 1980, mas desde muito cedo que este trágico acontecimento histórico e a morte de um dos mais marcantes políticos portugueses do séc.XX me despertaram à atenção.
Do que li e do que ouvi, constatei que Sá Carneiro tinha aquilo que falta a muitos dos políticos de hoje: carisma, inteligência, ousadia, determinação, sentido de Estado...
Enfim, o rol de qualidades era, indiscutivelmente, vasto. Talvez por isso, e ainda que fosse respeitado pelos políticos contemporâneos, o seu percurso político terminou mais cedo do que seria de esperar. Afinal, a grandeza de Sá Carneiro ofuscava e incomodava os "demais".
Como (bem) disse Marques Mendes a propósito da data de hoje... "mais do que recordar Sá Carneiro, é importante seguir o seu exemplo".

domingo, 3 de dezembro de 2006

Adeus, ó pá!

O pintor Mário Silva, cujo talendo se não questiona, afirma ter levado a cabo a sua última exposição em Portugal, alegando "perseguição fiscal".

Honestamente, já vi golpes mediáticos mais bem encenados, sendo que me parece burlesco que alguém consagrado precise de um tratamento fiscal especial, em altura de crise.

Imaginemos que ridículo seria se, para pagar menos impostos, José Miguel Júdice, Manuel Antunes, Simão Sabrosa ou Siza Vieira, também eles nomes grandes das suas artes, anuciassem, como fez o pintor, que iriam "exilar-se em Espanha"*...

Fazem falta os que cá estão, sempre ouvi dizer. Mas, já que vai, não podia levar de vez José Saramago (se bem me lembro o escritor prometeu o mesmo, se Cavaco Silva ganhasse, o que, da última vez que verifiquei, aconteceu mesmo...)???

* À atenção da nossa correspondente em Sevilha, Dulce Alves.

Desta vez, tem razão, Sotôr!

Como a "realidade", por vezes, dá com a "percepção", entendo que Santana Lopes tem alguma razão ao lamentar a "figurinha" que se vai fazendo na edilidade alfacinha.

De facto, depois da "guerra de alecrim e manjerona" entre PSD e CDS, o facto é que a polémica subsiste, desde logo, sobre o corredor que o Ministro Carmona reservara para o TGV e no qual o Mayor Carmona Rodrigues licenciou, ainda que condicionalmente, uma urbanização.

Depois, acresce que, efectivamente, as obras mais emblemáticas continuam a ser as lançadas/adjudicadas pelo Menino Guerreiro, sendo que a jóia da coroa (a que prometia pôr Lisboa na moda para os turistas de carteira recheada) parece estar a ser arrastada para o esquecimento; falo do projecto de Frank Gehry, naturalmente...

Para ser coerente e corajoso, restam duas alternativas a Carmona: ou denuncia a gestão do mais recente autor de best-sellers, ou convence-nos da bondade do seu próprio consulado.

Que sorte a oposição ser liderada por Carrilho (a.k.a. "o Grande Ordinário", segundo o léxico do Edil)!...

sábado, 2 de dezembro de 2006

Cretinos

O título nada tem a ver com a minha impressão sobre o filme, que vi ontem.

Trata-se, a meu ver, de um excelente e intenso filme, na linha dos bons filmes de Scorsese, com actores de alto gabarito.

O título?!... Bem isso tem mesmo a ver com a frequência da sala. Assentei arraiais nas Twin Towers, fugindo ao inferno do Colombo (o outro multiplex próximo do local onde me refúgio em Lisboa, e onde vou amiúde), cansado que estou de pipocas pelo chão e mastigadas com a mandíbula inferior a bater nos sapatos, telemóveis atendidos durante o filme e mesmo menus da MacDonald's (sim, foi durante o filme do 007!...), e até porque ía apanhar o metro de seguida, rumo ao Estádio de Alvalade.

Pois bem, apesar da aparência chique, não faltaram as pipocas pelo chão e um infante de não mas de 6 anos a ver um filme violento, de que apenas percebia os tiros e agresões (como pude ir escutando)... Mais espantará se vos disser que era uma famelga com a mania de que é "bem" (algo que os portugueses adquirem sempre que têm umas massas ou que desempenham certos cargos ou funções).

Moral da história (entronca noutros posts): de qulaquer lado da suposta pirâmide social, há muito civismo a palmilhar para que o nosso desenvolvimento económico chegue a ter importância...