domingo, 30 de janeiro de 2011

Portugueses em França

Longe vão os tempos em que, por terras de França, a imagem do português não seria a melhor. Mercê da grande emigração portuguesa para França na década de 50 do séc. XX, uma imagem esterotipada do nosso povo foi-se moldando aos olhos dos franceses. Não raras vezes, o que passava era a imagem do português boçal, de baixíssimo nível cultural, votado a profissões desqualificadas e muitas vezes humilhado e discriminado. E até mesmo Hollywood (ainda há bem pouco tempo) a isso deu uma ajudinha - quem não se lembra da família de portugueses (mal) retratada no sucesso de bilheteira que foi "O Amor Acontece"?

Felizmente essa imagem tende a desaparecer, não só porque actualmente os portugueses estão bem entrosados na sociedade francesa, na qual têm até uma crescente influência política, mas também porque França tem acolhido (e reconhecido) a cultura portuguesa como jamais sonharíamos. O sucesso que artistas e criadores portugueses têm alcançado em França nos últimos tempos é simplesmente notável.

No campo literário, Gonçalo M. Tavares recebeu no ano transacto o prémio de Melhor Romance Estrangeiro; JosItálicoé Luís Peixoto é indicado pelo Le Figaro como o "escritor que levanta bem alto a literatura do seu país"; António Lobo Antunes é, este ano, alvo de uma homenagem inédita que contará com mais de cinquenta espectáculos dedicados à sua obra.

No que toca à sétima arte, Mistérios de Lisboa é um filme baseado na obra de Camilo Castelo Branco muito aplaudido por aqueles lados no último ano. E ainda há dias, a actriz Leonor Silveira, musa de Manuel de Oliveira, foi condecorada pelo governo francês com o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras.

Por fim, a artista plástica Joana Vasconcelos vai ver as suas obras expostas na mais recente sala de exposições por terras de França - o Palácio de Versalhes. Não faltam dúvidas de que os artistas portugueses estão a ter um merecido destaque por aqueles lados. E, depois de tanta década de preconceito, dá que pensar, este reconhecimento da cultura portuguesa num país tão umbiguista, que tem, como dizia alguém, uma visão tão «etnocêntrica» do Mundo...

sábado, 29 de janeiro de 2011

Leitura obrigatória

Esta crónica de Henrique Raposo, no Expresso. Uma excelente súmula "sobre a atmosfera esquerdista que se respira em Portugal. Aqui, a esquerda pode tudo, logo, quando a direita ganha, é preciso inventar desculpas para retirar legitimidade à dita direita. Ou seja, mesmo que ganhe na legalidade democrática, a direita nunca tem legitimidade moral para governar."

A Taça de regresso a Casa

Se a Académica eliminar o Vitória de Guimarães, na manhã seguinte marco uma passagem de avião. A final do Jamor seria o jogo de uma vida...
Acresce que, tendo a Briosa vencido a primeira edição (1939), está na altura de a Taça voltar a casa, pois já anda há anos demais em vitrinas pouco recomendáveis...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Há quem não tenha sabido escrever mal

Bom tema, fraco desenvolvimento

Notável!!!

Alegremente encavacados

Quase sem pano para mangas, lá decorreram as eleições presidenciais…

Podemos, porém e tentando escapar ao comentário mais (de)batido, tentar rever a matéria dada, com cunho pessoal.

Assim e desde logo, parecem de mau perdedor as linhas que se escreveram e leram dizendo que Cavaco Silva ganhara bem, mas aquém das expectativas. Olvidam os “palpitadores” profissionais o facto de esta não ser a primeira, mas sim a segunda vez consecutiva que Cavaco ganha eleições presidenciais à primeira volta e, já agora, a segunda derrota que Manuel Alegre soma de igual forma.

Pode sempre dizer-se que, mesmo com um bom resultado, haveria melhores formas de discursar, no momento da consagração. Aqui chegados, divide-se-me a alma: por um lado, entendo que o Presidente reeleito deveria ter sido magnânimo e conciliador, mas, por outro lado, entendo bem a saturação com os enxovalhos e insinuações de que foi alvo (só quem passou por isso – eu senti na pele, em menor escala, o que é ter o trabalho sabotado pela própria equipa e enfrentar uma campanha difamatória quando, finda a tarefa, se bate com a porta – sabe o que custa).

Quanto ao Poeta de Águeda, eu bem avisei… O ataque violento e o discurso do “resistente”, do “antifascista” e do “republicano” cheiram a mofo e têm cada vez menos a ver com a política contemporânea, em que novas e velhas gerações não têm medo de fantasmas políticos que já não voltam, vivendo bem com a História de Portugal. Além disso, os ataques sucessivos ao seu (???) PS, haveriam de ter consequências…

Já quanto a ganhadores, sou dos que pensa que o Sr. Coelho ganhou na justa proporção em que perdeu a dignidade (se ainda a havia) da nossa política. A sua candidatura faz sorrir, mas é própria do Parque Mayer e não de um palco onde deveriam desfilar as mais nobres questões da nossa democracia constitucional. Bem mais inteligente e interessante é o aparecimento regular de Manuel João Vieira que, todavia, tem o bom senso de não passar de momentos de contracultura, quando facilmente arranjaria as assinaturas necessárias à formalização da candidatura.

Quem me parece que, secretamente, também deve ter cantado vitória é José Sócrates… Senão, vejamos: no primeiro mês em que os funcionários públicos vêem os salários e pensões reduzidos, quem paga a factura é um dos seus maiores incómodos dentro do PS que, ademais, fica definitivamente debilitado, pois sofre segunda “goleada” seguida e nem sequer tem o palco parlamentar para se perpetuar, como fez durante anos. Para além disso, creio que o nosso Premier terá na mente que Cavaco Silva apenas o demitirá se a sua permanência começar a prejudicar a imagem presidencial. Cavaco Silva nunca fez favores ao PSD (Fernando Nogueira sabe-o o bem) e sentiria menor margem de intervenção se o Governo adquirisse matizes alaranjados.

Pedro Passos Coelho, esse, passou com distinção mais um teste, não ficando a dever o que quer que seja a Cavaco Silva, como, suspeito, não quererá ficar a dever a quase certa chegada a São Bento.

De saída, registar que Mário Soares voltou a ficar em terceiro lugar. Ou ainda é daqueles que acredita que a candidatura de Fernando Nobre foi espontânea?!...

Não era preciso tanto...


Para celebrar a chegada de 2011 em grande, seis deputadas ao parlamento da República Checa decidiram fazer um calendário com fotos suas, numa produção ousada. A ideia é a de chamar à atenção para o facto de existirem mulheres envolvidas na política. Nada contra, mas eu diria que não era preciso tanto... a representação feminina nos parlamentos não é propriamente uma novidade. Desde 1907 que há registo de mulheres em países europeus a desempenhar cargos políticos, mais ou menos relevantes. E mesmo sem serem eleitas, o que não falta é mulheres a participar em decisões políticas importantes, por mais ou menos femininas que sejam, por mais ou menos atraentes que se mostrem. Cumpre acrescentar que na própria República Checa os números não são irrisórios, ao contrário do que nos leva a crer esta iniciativa. Nas últimas eleições, em Maio de 2010, foram eleitas 44 mulheres para a Câmara Baixa do Parlamento.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Cá vai disto


Se tudo correu como planeado (esta mensagem é gravada, ou julgavam que era só a mensagem de Natal do Obama?!!), hoje estaremos a embarcar à direita (km zero) e chegaremos à esquerda (km 9288) no dia 19.

Todavia, espera-se um cenário bem mais branco nesta viagem que, de 28 de Dezembro a 23 de Janeiro, levará os repórteres do LODO de Moscovo (local de entrada um 2011) a Vladivostok, passando por Nizhny Novgorod, Kazan, Yekaterinburg, Irkutsk, Listvianka, e Ulan Ude.

Se voltarmos com dedos (esperam-se cerca de -40º na Sibéria), haverá pano para mangas. Até lá e que 2011 seja um ano em grande, apesar dos horrores salariais e tributários esperados.