sexta-feira, 30 de novembro de 2007

"Caso Esmeralda"

“Caso Esmeralda”, é o título atribuído pela comunicação social à história sobre a disputa dos direitos adoptivos de uma menina de 6 anos, entre um sargento (pai adoptivo) e o seu pai biológico. Trata-se já de um assunto corriqueiro e do conhecimento geral, que voltou a ser noticia nos últimos dias:
O tribunal acaba por decidir pela entrega da criança ao seu pai biológico.

Embora não tenha conhecimento técnico sobre o assunto, o facto de ser um “telespectador” dá-me o direito à crítica e ao comentário: Que um senhor ao fim de 6 anos, ao fazer uma retrospectiva da sua “juventude rebelde”, se lembre que existe a possibilidade de ser pai de alguém, não me parece estranho… o que não faz sentido é que exista uma “lei” que deixe que um tipo assuma responsabilidades nos “anos de ouro” da sua vida, sem ser responsabilizado pelas más decisões do seu passado…

O mais grave é que, segundo o que ouvi, esta “passagem de testemunho” terá de ser até ao final do ano.

No mínimo e partindo do principio que esta decisão será definitivamente para acatar, o que se esperava era um “longo” período de transição para a adaptação da criança de 6 anos à nova realidade... e isso não está a acontecer!!!
... e no fim disto tudo, pergunto: e a Esmeralda?

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Orgulho e Preconceito

Há uma semana atrás opinei aqui sobre a impertinente, insensata e indigna campanha publicitária da cerveja Tagus. Por essa blogosfera fora muitos outros (aqui, aqui, aqui e também aqui) se pronunciaram contra ou a favor da campanha “orgulho hetero”.
O objectivo primário da campanha foi, por isso, alcançado: “Falem bem ou falem mal, importante é que falem.”
Pergunto: há alguma necessidade de enveredar pela via do discriminatório, do ridículo, do preconceito e do polémico para vender mais umas grades que o habitual?
Ainda assim, a marca acabou por suspender a campanha.
Afinal, parece que nem a própria Tagus está muito convicta das suas orientações...

Dúvidas (Im)Pertinentes III

O que é feito dos colaboradores masculinos deste blog?

1 – Estão de Greve
2 - Emigraram
3 - Fugiram a sete pés do mulherio que se instalou por aqui ;)


PS – Tânia, desculpa ‘roubar-te’ a epígrafe, mas não resisti ;)

Migalhas

O debate sobre o Orçamento de Estado lembra-me o ditado popular: "Em casa onde não há pão, todos falam e ninguém tem razão".
Acho ridículo que se continue a discutir os míseros 14% das Receitas Públicas, enquanto os restantes 86% se mantêm alocados às reformas e salários da Função Pública. E pelo que vi, o Orçamento para 2008 é a antecâmara do de 2009, onde se descerão impostos para enfrentar o ciclo eleitoral, que em nada vai contribuir para um crescimento sustentável, mas que vai agravar o défice. Como diz Miguel Cadilhe: "Se um político fizer o que deve, perde eleições, se não fizer ganha-as, mas não resolve o problema".

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Lê-se

“(... ) os políticos que pertencem aos partidos são cada vez mais pessoas que percebem menos dos homens. É trágico. A política transformou-se numa aprendizagem do discurso, de argumentar e refutar a argumentação do outro. Transformou-se na arte da palavra, da gestão da palavra e não das coisas, muito menos dos homens. Os políticos deviam ler mais e viver mais para perceberem os homens.”

(Gonçalo M. Tavares in "Magazine Domingo do CM", 25.11.2007)

Susbcrevo inteiramente Gonçalo M. Tavares, que alerta para a tendência do político de hoje ser quase que autómato. Falta-lhe espontaneidade, e sobretudo, falta-lhe humildade para descer do pedestal do Poder e escutar os homens a quem serve.
Política não é só falar, é também escutar.
É certo que a política vive da retórica, mas mais importante que a gestão das palavras e dos discursos é a gestão das coisas e dos homens, como oportunamente relembra o escritor.

sábado, 24 de novembro de 2007

Rasteiras (ideo)lógicas II

Bonito projecto a meio, para minha tristeza:

Tendo acompanhado o desenvolvimento da revisão do programa PSD lançado na Universidade de Verão 2006 pelas camadas jovens do Partido, é com desalento que me deparo com a interrupção do processo e o desaparecimento de qualquer referência no site laranja.

Para quem não teve oportunidade de conhecer

Como acabei por intitular uma tese para a fac.: "Cisões Ideológicas ou capacidade de adaptação - Particularidades do PPD / PSD" ;

Hoje poria somente "Capacidade de dar tiros nos pés acertadamente"

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Dúvidas (Im)Pertinentes II

Independentemente de a alteração à lei sobre progressão na carreira dos magistrados respeitar ou não a Constituição, não cheira já a

(... pausa para reflectir... )

demasiada intromissão política junto de um dos três pilares fundamentais para um regime que se afirma democrático?

Não sei... mas quando os media batem acidentalmente no mesmo sector da vida pública mais de uma vez numa semana nunca me cheira bem. Tenho a impressão de que o verniz deverá estalar para os lados de S.Bento, e adivinhem porquê =D

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

24281

Foi este o número de chamadas falsas que o INEM recebeu no espaço de um ano.
Inacreditável.
Mas mais dificil de acreditar é que a maioria dos que ligam para o 112 não são crianças insensatas, mas adultos maquiavélicos (e dementes, cabe acrescentar...!) que chegam ao ponto de descrever ao pormenor situações que não ocorreram, simulando ansiedade e dificultando, desse modo, a tarefa de distinguir uma chamada real de uma falsa.
O "porquê" destes comportamentos, por muito que me tentem explicar, nunca vou conseguir perceber.
Preocupante, é que estas brincadeiras de muitíssimo mau gosto acabam por fazer accionar desnecessariamente dezenas de ambulâncias por dia, podendo provocar dificuldades no socorro a quem verdadeiramente dele necessita.
Simplificando: uma chamada falsa pode custar uma vida...
Vai daí, o Ministério da Saúde resolveu apelar à consciência dos cidadãos e lançar uma pergunta simples:
«E se precisasse de uma ambulância e esta estivesse ocupada numa chamada falsa?»

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Sem pés, nem cabeça *

* Mas com muita virilidade..!

"Tu és hetero?"
Foi o que me ‘perguntou’ hoje o mupi com que me cruzei na rua.
Um tanto ou quanto atarantada, paro e perco o meu precioso tempo a observar tamanha impertinência.
Trata-se de uma campanha a uma cerveja, constato. Uma campanha cujo mote é, pasme-se, "Orgulho Hetero". Uma campanha que, a meu ver, não é mais que um golpe baixo da máquina publicitária que - sem olhar a meios - lança provocações e incita à discriminação quando impõe o heterossexismo. Tudo, em nome da tentativa de notoriedade de uma marca de cerveja reles (confirma-me um expert na matéria...).

Memorizo o site na vã esperança de descobrir que me equivoquei na interpretação da publicidade e, mal posso, acedo. À medida que navego no site vou ficando estupefacta.

“Este site é a porta de entrada para o mundo hetero” ???!!!
"Objectivo é promover o convívio de jovens do sexo oposto" ???!!!
“Descobrir novas verdades dedicadas ao orgulho hetero” ???!!!
“Comprar merchandising hetero” ???!!!
“Causa heterossexual” ???!!!


(...)

Indigna-me esta campanha.
Por razões que dispenso enumerar.
Idiossincrasias.... (ou não!)

terça-feira, 20 de novembro de 2007

À atenção do sr. Jorge Nuno

Para o caso de não dar para ganhar nas quatro linhas e agora que o apito se calou, há sempre outras maneiras de conquistar o título...

domingo, 18 de novembro de 2007

Gajo de gabarito II

Hoje pela manhã, dei comigo, como tantas vezes antes, a ver um programa do Professor José Hermano Saraiva.
Veio-me à ideia o trabalho extraordinário deste homem pela História e pela Cultura portuguesas.
Em vez de coisas enfadonhas, como fazem os "intelectualóides" nacionais, José Hermano Saraiva percebeu que para que os "burros" (nós) comessem a "palha" (isto é, soubessem mais sobre a sua Pátria), havia que saber dar a dita.
Um soberbo comunicador, de facto... Fora ele de esquerda e mais respeito lhe teriam muitos dos historiadores de opereta e cinzentões (aqui cabe bem, por exemplo, Fernando Rosas) que raramente ensinam algo ao povo de quem se dizem arautos.
Foto de "O Primeiro de Janeiro".

Gajo de gabarito I

Para eu falar bem de um rei espanhól´é porque achei que esteve mesmo bem.

Falo da postura de D. Juan Carlos na Cimeira Ibero-Americana, ocorrida no Chile, há uns dias.
Mandar calar o Presidente da Venezuela, Hugo Chavez, quando este enxovalhava o ex-Presidente do Governo, José Maria Aznar, e abandonar a sala durante os dislates do Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, sobre as empresas espanholas, foi de "homenzinho".
Alguém tem que fazer perceber a estes "grandes democratas" da América Latina que podemos discordar, respeitando, como bem sublinhou Rodriguez Zapatero.
Só por causa disso, farei menos um brinde no dia 1 de Dezembro (assim, serão apenas 999...).

Western para intelectuais


sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Veni, Vidi, Vici

Os jornais gratuitos “chegaram, viram e venceram”.
Se antes a oferta se resumia a dois diários, volvidos três anos, o cenário mudou quantitativamente e, sem sombra de dúvida, qualitativamente. Logo pela manhã sou bombardeada com pelo menos três deles - “Global”, “Metro” e “Destak”, este último que me cativa pelo painel de opinião com que conta (João César das Neves, Isabel Stilwell, etc.). No local de trabalho, deparo-me com o “Meia Hora”, talvez o mais interessante de todos eles por dispensar as temáticas cor-de-rosa. À hora de almoço é a vez da edição de fim-de-semana do “Destak” e ao fim do dia já sei que me calha na rifa o semanário “Mundo à Sexta”. E ao que consta a oferta não parará de crescer, estando previstas novas publicações e novos locais de distribuição (Grande Porto; Madeira, etc.).
As vantagens destes jornais são inegáveis – os lisboetas têm agora maior facilidade em manterem-se informados do que se vai passando no Mundo, o que muitas vezes, por força do trabalho, compromissos familiares e afins, não se torna fácil.
Assim, de uma forma leve e clara os jornais gratuitos condensam informação, facilitando a vida a quem diariamente não tem tempo para se dedicar à leitura de um avolumado Público ou sequer de ver telejornais.
E depois, reconheça-se, fomentam a criação de hábitos de leitura. É inegável que a imprensa gratuita veio mudar o cenário nos transportes públicos da capital: afinal, os lisboetas sabem (e gostam de) ler...! Pelo menos, quando a isso são impelidos...

Mas o factor gratuitidade parece vir pôr em causa a imprensa convencional. Não foi por acaso que na vizinha Espanha os diários de referência hostilizaram os novatos, e que em França os sindicatos se manifestaram e tomaram medidas quando se viram ameaçados pela edição parisiense do “Metro”.

A pergunta que se impõe: Sobreviverá a imprensa tradicional?
Haverá, efectivamente, espaço para os dois tipos de imprensa num país em que os hábitos de leitura nunca nos mereceram elogios?
Na verdade, se a informação vem até nós sem que tenhamos que alterar um passo que seja do nosso percurso, e a isso acresce o facto de ser gratuita... torna-se inegável que a predisposição para nos mantermos fiéis aos periódicos pagos seja bem menor.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Youtube - mina de novos talentos?

O Youtube não é só o maior portal de partilha de vídeos. Actualmente, a par do Myspace e de outros espaços de partilha nesse imensurável universo cibernético, o Youtube é um espaço que serve de rampa de lançamento para novos talentos na área da Música.
Arctic Monkey’s e Mika são os dois exemplos mais flagrantes. Exemplos de que música nunca antes editada pode ser cantarolada por meio mundo num curto espaço de tempo. Os primeiros viram a sua popularidade crescer instantaneamente através da partilha de música na net e lograram tal êxito que hoje são já uma referência incontornável no universo rock.
O segundo, arrojado qb, foi rejeitado por várias editoras até que resolveu partilhar com os internautas a sua música. Depressa chegou ao número 1 do Top 40 Britânico de vendas, apenas através de download...! Depois do fenómeno, lança "Life in a Cartoon Motion" e o resultado está à vista – atinge e lidera muitos do top’s de vendas mundiais e não há por aí ninguém que não tenha já cantado e dançado um dos seus temas.

Mas a nova sensação no Youtube é a luso descendente Mia Rose, que com apenas 19 anos resolveu dar uso à sua webcam. Aliás, bom uso, já que graças ao à-vontade com que encara a câmara e à frescura com que canta, tem hoje milhares de fãs espalhados pelos quatro cantos do Mundo. (Atente-se ao número de visitas e de subscritores do seu channel...)

E assim vai nascendo uma nova geração de músicos. Uma geração que não se vê confinada à garagem. Uma geração que não tem que se sujeitar a concursos televisivos ou reality-shows para poder provar que tem valor. Uma geração que tem na mão o poder de partilhar com o Mundo aquilo que cria, sujeitar-se ao seu escrutínio, ter um feedback quase imediato e inclusive arranjar editora sem ter que sair de entre quatro paredes.

Foi exactamente isso que sucedeu com os Arctic Monkey´s, com o libanês Mika e com Mia Rose. Esta última, de comum adolescente caminha a passos largos para o estatuto de celebridade, estando já a gravar um CD. Tudo, porque cedo percebeu que não podemos ficar sentados à espera que o sucesso venha ao nosso encontro. Tudo, porque soube aproveitar de uma forma profícua (coisa rara nos adolescentes, sublinhe-se...) as potencialidades da Internet.

Se o Youtube já era um precioso tesouro pela imensa partilha de vídeos e música na internet, agora, pode vir a tornar-se um motor de (r)evolução musical, pelo menos, enquanto novo instrumento de caça talentos...

"Com tranquilidade"

Tendo sido intimado para tal (cfr. comentários ao texto sobre a Venezuela) e uma vez que cá estou, eis um pequeno comentário às eleições dinamarquesas, de ontem.
O essencial já se sabe: voltaram a ganhar os liberais (pela terceira vez), embora a maioria possa vir a ser composta com recurso a um partido anti-imigração, um partido formado por um imigrante sírio e por deputados eleitos pelas (muito) autónomas Ilhas Faroe.
Como notas de rodapé posso acrescentar, em primeiro lugar, que, ao que apurei junto de nativos, pouco separa os liberais dos sociais-democratas, com excepção mais sublinhada para a segurança social - ou não fora esta a casa da "flexi-segurança" (invenção bem nutrida por "apenas" 3,1% de desemprego e 3,5% de crescimento económico, em 2006).
Em segundo lugar, realço a afluência às urnas que ultrapassou os 86%, segundo sítios como os da BBC e do Internatinal Herald Tribune... Esta fica sem mais comentários...
Depois, vale a pena que pensemos sobre a mensagem que a União Europeia tem para os países mais ricos. Se a Noruega já rejeitou, por referendo, a adesão, na Dinamarca, assim que se começaram a ouvir as trombetas do federalismo, desde logo se rejeitou a moeda única. Acresce que a desconfiança face ao vizinho maior, não é exclusivo nosso; aqui o assunto fala alemão...
Por fim, a campanha: sóbria, com alguns panfletos informativos e com os candidatos nas rádios, televisões, nas praças, sempre disponíveis e sem circo. Aqui não há febras e batatas fritas, "trios eléctricos", sacos de plástico ou gritaria... Uma eleição à Paulo Bento...

Cheira mal, Cheira a Lisboa


Coincidências...
*foto TVI

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Leningrad Cowboys




Fantástica interpretação de Kalinka pelo Coro do Exército Vermelho.

Dúvidas Im(Pertinentes)

Se o aeroporto, ou a extensão Portela+1 for parar a Alcochete, como é que ficam os exercícios de voo da base aérea do Montijo?

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Ainda há lugar para patriotismo no "global play"


Regozijo-me com notícias assim:

Efacec lança bases nos EUA

O maior grupo electromecânico português investe 80 milhões de euros na Georgia, onde irá construir a sua base industrial nos Estados Unidos.

A Efacec assinou esta segunda-feira um contrato com as autoridades da Georgia, EUA, para construir uma fábrica de transformadores de grande potência, num investimento que ascende a 80 milhões de dólares.

Na cerimónia de assinatura do contrato, o Governador da Georgia, Sonny Perdue, disse estar "orgulhoso" pela escolha do "grupo global português", convicto de que "o projecto tecnológico" luso vai criar emprego (cerca de 600 postos de trabalho até 2015) e contribuir para o desenvolvimento económico da região.

O Secretário de Estado da Indústria e Inovação, Castro Guerra, considera que a consolidação da base industrial americana da Efacec "é um momento histórico" por mostrar que as empresas portuguesas "também têm capacidade de investir com sucesso e competir no mercado global".
"De país exportador de mão-de-obra e importador de capital, Portugal está a tornar-se um país importador de mão-de-obra e exportador de capital. Isso é um sintoma de que a realidade portuguesa está a mudar. É um sinal de maturidade económica", referiu o secretário de Estado, convicto de que outras unidades lusas, designadamente na área das energias renováveis, vão seguir a Efacec nos EUA. in Expresso Online

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Cantas, mas não encantas...

Hugo Chávez até já editou um CD com música folclórica venezuelana, mas hoje a cantoria foi por terras chilenas, no âmbito da Cimeira Ibero-Americana.
Em resposta aos protestos de que tem vindo a ser alvo, a reacção de Chávez foi esta.

"Não sou moedinha de ouro,
para agradar a todos,
assim nasci e assim sou,
se não me querem, «ni modo»".

Nada mais, nada menos, que um excerto de uma música típica "ranchera" para apaziguar os ânimos. Mas não ocorrerá a Chávez que não é a entoando melodias que 'nos' convence? Caso para dizer, "Canta... mas não encanta".

Épico - Elizabeth, the Golden Age





Os gregos dizem que devemos caminhar de costas para o futuro, de forma a nunca esquecermos o nosso passado e a História. Recomendo este filme a todos os que gostam de Épicos e relembro uma parte de um dos melhores discursos de sempre:

"Sei que tenho o corpo de uma mulher fraca e frágil; mas tenho também o coração e o estômago de um rei - e de um rei de Inglaterra!"

Quanto ao filme, magnífica interpretação de Cate Blanchett.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Elizabeth_I_de_Inglaterra

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

CML de COSTAs voltadas à Juventude

Na ânsia de mostrar trabalho, poupança e transparência, a renovada CML empreendeu uma verdadeira «caça aos avençados».
Desconheço o real estado da CML e compreendo que em nome do plano de saneamento financeiro se leve a cabo determinadas medidas que, mais cedo ou mais tarde seriam inevitáveis.
Mas há que estipular critérios, avaliar caso-a-caso e reflectir sobre as repercussões que essas medidas possam ter.
De outro modo, acaba-se por - ao rescindir serviços de equipas inteirinhas... - condenar à morte projectos de interesse municipal, como é o caso do Portal LX Jovem, que neste momento tem os dias contados, dado que os responsáveis pela sua manutenção estão literalmente na corda-bamba.
'Contenção de despesas' é um argumento forte, mas não plausível quando estão em causa projectos de reconhecida relevância e de extrema utilidade aos munícipes, como é o caso do Lx Jovem.
E quando, por arrasto, se dirá 'adeus' às lojas LXjovem (que disponibilizam gratuitamente orientação profissional, planeamento familiar, etc... ) e iniciativas como a "Futurália", "Semana da Juventude", Festival "Tocabrir", etc.. o caso é grave.
Mais que grave, é sintomático do menosprezo que os senhores do poder têm pelos jovens deste país.

Foleiro


quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Sábias Palavras


ou

Que não tem conseguido inspirar a equipa dos encarnados, já nós percebemos.
Mas bem podia poupar-nos às suas 'inspiradas' declarações...

terça-feira, 6 de novembro de 2007

0-1

Gostava de dizer-vos que acho que Santana Lopes venceu José Sócrates, no debate do Orçamento de Estado para 2008, mas não consigo...

José Sócrates falou de um país maravilhoso que nem Lewis Carrol conseguiu imaginar com "Alice no País das Maravilhas".
Ora as "Alices" que nos governam dizem que caiu a despesa pública, que se reduziu a dívida pública, que saímos do défice excessivo sem receitas extraordinárias, que cresceram as exportações, etc, etc, etc...
E pergunto eu: por que é que os portugueses não sentem um aumento da sua qualidade de vida? Por que vivem as famílias afogadas em prestações (sem pedagogia política)? Por que aumenta o fosso entre ricos e pobres (Portugal tem números negros na Europa a 27)?

E, já agora, por que não perguntou Santana Lopes sobre isto?
Ou então, à semelhança de Paulo Portas, por que razão não atacou o Orçamento propriamente dito, nas suas medidas?
A minha opinião é que Pedro Santana Lopes caiu na mais previsível das armadilhas, quando respondeu ao truque de ilusionismo vulgar do Primeiro-Ministro, que o responsabilizou pelo passado para, com a sua arte e na resposta áquele, lhe lembrar que os portugueses o julgaram fragorosamente - com tempo ainda para satirizar a culpabilização que Santana faz dos inimigos do PSD, da oposição e do Presidente da República (à data, Jorge Sampaio). Como dizia, errou o ex-lider do PSD ao gastar grande parte do seu tempo a auto-justificar-se...
Sócrates teve ainda tempo, como previra noutro texto, para fazer intriga, explorando alegadas divergências entre Luís Filipe Menezes (questões concretas feitas ontem, via media) e o seu lider parlamentar que, segundo o Premier, não fez as perguntas sugeridas pelo presidente do PSD.
Sendo que, tirando uma ou outra boa medida, o discurso de Sócrates podia ser transformado em queijo suiço, fiquei com um grande melão...

Nota: foto DN

Momento de filosofia

Numa pastelaria do Estoril, pode constatar-se o seguinte, em matéria de "chupas": já quase não há do Benfica, comeram-se um ou dois do Sporting e nada se vendeu do Porto.

Embarcando na sociologia amadora, pergunto-me o que será verdade:
  1. O F.C.Porto é mesmo, como dizia esse homem isento que era Vale e Azevedo, um "clube regional".
  2. O Benfica tem mais sucesso.
  3. Os benfiquistas adoram chupar.
  4. Os portistas não sabem chupar.
  5. Os sportinguistas não são carne nem peixe.
  6. Bem faz a Académica que não se mete nestas parvoíces.

Escolha a sua explicação, cole num envelope e ganhe um "chupa" do clube que preferir (a ser atribuído na Grande Gala do Lodo).

Lê-se

“(...) O novo tratado deveria ser referendado no mesmo dia em todos os 27 países da União. Uma tal opção teria, a meu ver, três grandes vantagens: a de impedir a contaminação da consulta popular europeia por temas nacionais. A de atenuar o défice democrático cada vez mais fortemente sentido e denunciado pelos cidadãos europeus. E a de contribuir para a instituição política do "povo europeu".

(Manuel Maria Carrilho in DN – edição de hoje)

De uma forma objectiva e sucinta, Manuel Maria Carrilho trouxe aquele “bocadinho assim” que faltava para convencer-me que, numa Europa que apregoa democracia, a via referendária deveria ser consentida pelos seus líderes. Nos parâmetros indicados por Carrilho – referendo simultâneo em todos os 27- são claras, pelo menos, três vantagens. Tudo leva a crer que, não sendo aquele o desfecho provável, seria, sem dúvida, o mais desejável a esta Europa do séc. XXI.

domingo, 4 de novembro de 2007

Viva a burocracia

Há dias li um texto da Dulce sobre o SNS que, como verão, é incompleto.
Digo-o porque apenas fala da culpa dos políticos, esquecendo que, por muito que os políticos façam (nas autarquias, no Governo ou nas instâncias internacionais), nada resultará se o aparelho administrativo não sentir o bem-estar geral como uma missão de todos e de cada um.
Para ilustrar, uma história pessoal: na sequência de uma ida ao serviço de urgência dos Hospitais da Universidade de Coimbra, foi marcada uma consulta de especialidade.
Assim que recebi a marcação, concluí que o dia em causa coincidia com uma viagem de trabalho ao estrangeiro e, naquilo que julgava ser uma atitude cívica e com quase 20 dias de antecedência, passei cerca de 2 dias para que alguém me atendesse o telefone.
Tendo encontrado alguém que fizesse o obséquio de me atender, expliquei o meu problema, pedindo que me alterassem a data, assim libertando uma vaga para alguém que estivesse à espera (ao que sei e por experiência própria, há uma espera prolongada para quem, como eu, aguarde o curso normal dos acontecimentos).

Epílogo?! Fui informado de que nada se passa desta forma. A ideia é faltar à consulta e ligar depois para pedir uma nova consulta... Perco eu mais tempo à espera e folgam os profissionais, pelo menos por uma hora.
Não há ministério que aguente...

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Afinal, quem manda?!?!?!

As guerras entre Jerónimo de Sousa e Luísa Mesquita , no PCP, estão, para mal dos “pecados” do primeiro, a tornar-se impiedosas para um partido que fala do povo e da liberdade, mas que, aparentemente, impõe regras demasiado rigorosas aos seus deputados.

O resultado das permanentes discórdias está à vista de todos:
com alteração do estatuto de Luísa Mesquita para “deputada não inscrita”, o grupo parlamentar que integra o PCP passará de 3ª para 4ª força politica mais representativa na AR.

Sem querer detalhar, até porque não sou conhecedor da vida interna do PCP (julgo que ninguém o é), este acontecimento suscita alguns problemas éticos sobre a vida parlamentar de todos os partidos políticos:

Os deputados, sendo militantes ou independentes, são eleitos em listas dos partidos políticos. O mínimo que se pode esperar é que algumas regras de gestão parlamentar lhes sejam impostas à partida pelas direcções desses mesmos partidos político. Só assim faz sentido a palavra “organização” e se pode construir uma alternativa ao governo, ou no caso actual do partido socialista, apoiar o governo.

Por outro lado, as listas são organizadas por distritos, regiões autónomas etc.. Quem vota nas listas, vota, em alguns casos, nas pessoas que as integram. Este facto dá, de certa forma, autonomia aos eleitos para defender os interesses de quem os elege, esquecendo deste modo que têm de “prestar serviço” à força politica “proprietária” da lista que integram…

Aqui é que está o verdadeiro problema do sistema político: afinal quem “manda” em quem???

Quando os interesses dos partidos colidem com os da região que elege, quem é que o deputado deve render?

Lembram-se do “deputado do queijo Limiano ”?
Além deste episódio, são vários os temas polémicos: portagens, maternidades, escolas, regionalização (boa dica Tânia) e tantos outros que certamente cada um de nós tem presente.

Na minha opinião (sem experiência parlamentar), para o sistema politico funcionar, o deputado deve dar (sempre) “voz” a quem o elege… só assim se pode considerar uma assembleia representativa.

Este é um assunto de pura ética politica, no entanto quer o analisemos de uma forma ou outra, temos sempre boas razões para apoiar qualquer um dos lados…