terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Abrenúncio!

Sem qualquer espécie de comentário ou sublinhado, deixo na íntegra (título, autor e tudo o mais) o texto publicado na edição de 2ª feira do Diário de Notícias que diz que...



"Comprimento médio do pénis português é de 15,82 centímetros
Sandra Moutinho*

O pénis anda a dar dores de cabeça a muitos homens portugueses, insatisfeitos com o tamanho do seu órgão sexual. Mas nem sempre por este ser demasiado pequeno: também há quem se queixe de o ter grande de mais.


O falo, principalmente o português, é a personagem principal do livro do sexólogo Nuno Monteiro Pereira O Pénis - da Masculinidade ao Órgão Masculino, acabado de lançar pela editora Lidel, com o qual o leitor fica a conhecer vários estudos sobre a identidade, o culto e as características deste órgão.

Trata-se de investigações que revelam, por exemplo, como andam insatisfeitos alguns homens portugueses com o tamanho do seu órgão sexual, mesmo que em algumas situações não existam razões (ou seja, tamanhos) que o justifiquem. Outras há que as legitimam e exigem mesmo intervenções, do foro médico e psicológico. Nuno Monteiro Pereira sintetiza nesta obra a investigação realizada sobre a dimensão peniana do homem português, concluindo que o comprimento médio do pénis português é de 9,85 centímetros, quando flácido, e de 15,82 centímetros, em estado erecto.Na sua pesquisa, Nuno Monteiro Pereira confirmou o mito popular que atribui um pénis maior aos homens de raça negra, já que estes possuem, em média, um falo com 11,90 centímetros, em flacidez, e 17,64 centímetros em estiramento (alongado).

Pelo contrário, o especialista deitou por terra "o mito popular de que os homens mais baixos possuiriam um pénis maior", pois os mais baixos contam com menos centímetros (também no falo) do que os altos, da mesma forma que os mais gordos "possuem uma dimensão peniana inferior aos homens mais magros".

Os pénis têm, contudo, muitos mais tamanhos e feitios. Há o micropénis (6,2 centímetros flácido e 10,9 centímetros em estiramento), o pénis pequeno (entre 6,3 e oito centímetros em flacidez e 11 e 13 cm em estiramento), o pénis normal (entre 8,1 e 11,7 cm em flacidez e 13,1 e 17,2 cm em estiramento), o pénis grande (entre 11,8 e 13,5 cm flácido e 17,3 e 19,4 cm em estiramento) e o mega-pénis, com mais do que 13,6 cm flácido e mais do que 19,5 cm em estiramento.

Existem pénis em Portugal com todos estes tamanhos. Contudo, apenas um por cento da população (cerca de 50 mil portugueses) possui um megapénis, e muitos gostariam de o não ter. Já pénis exagerados (cujo perímetro em flacidez ultrapassa os 11,6 centímetros) encontram-se em 4,8 por cento da população masculina (240 mil portugueses). Nuno Monteiro Pereira esclarece que "o excesso de dimensão peniana tem alguns inconvenientes". "O coito entre uma mulher com vagina curta ou estreita e um homem com o pénis volumoso pode ser difícil e bastante doloroso, especialmente para a mulher", afirma.

Em alguns casos, existe uma relação directa entre o grande volume peniano e a disfunção eréctil e é nestes casos que os homens com megapénis recorrem ao médico com vista à correcção da anomalia. É, contudo, muito mais comum o recurso à medicina pelo motivo oposto: um pénis pequeno de mais. Para os médicos, no entanto, só o micropénis e o pénis pequeno é que tem morfologia anómala e devem, por isso, receber intervenção clínica.

Em Portugal, existem 180 mil homens com micropénis (3,6% da população), enquanto 18,3% (915 mil) têm o pénis pequeno.Nuno Monteiro Pereira deixa ainda neste livro outro número curioso: mais de um quarto dos homens adultos portugueses já mediu o pénis erecto.
*Jornalista da Agência Lusa"

Estou ansioso por eventuais comentários à notícia...

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Não há "mas" nem "talvez"!...

Já visitei a exposição que evoca os 150 anos passados sobre o nascimento de Columbano Bordalo Pinheiro, patente no Museu do Chiado/Museu Nacional de Arte Contemporânea, até 27 de Maio.
São 78 obras evocativas do primeiro troço da vida artística (1874-1900) daquele que, precisamente nesse período, foi considerado um modernista radical, merecendo críticas de tom sortido, por exemplo, de Ramalho Ortigão.
A segunda parte da obra (1900-1929) de um dos mais ilustres pintores portugueses será exibida em 2010, por ocasião do centenário da República.
Mesmo não sendo um dos seus favoritos (assim acontece comigo, confesso), é, porém, obrigatório que contemple marcos da cultura portuguesa, numa exposição muito bem organizada (os quadros são "explicados" individualmente, havendo apenas a lamentar o atraso na publicação do catálogo da exposição) e da qual se sai culturalmente enriquecido.

É da idade...

Pois é, desde o dia 24 que o "lodo" leva 2 anos. Nada de especial, mas dá gozo...
Depois de um ano a trabalhar a solo, pelo segundo há que agradecer ao resto do "conselho de administração"!
Vamos ao hat-trick, malta do "lodo"!

"And the Oscar goes to..."

A escassos minutos do início da 79ª edição dos Óscares, apetece-me roubar essa pérola que um afamado futebolista um dia proferiu:
“Prognósticos, só depois do jogo”.
Uma adaptação livre seria… “Prognósticos, só no final da gala”, que tem lugar esta noite nesse antro de glamour que é o Kodak Theatre.

A edição deste ano prima por diversidade, diz-se.
Mas de facto, as escolhas são eclécticas nas 24 categorias.
Da loucura de um ditador do Uganda à frieza da rainha de Inglaterra, da perturbação de uma ama mexicana ao estoicismo de um militar japonês, da solidão de uma rapariga espanhola à voracidade de um traficante sul- africano, as longas-metragens candidatas, além da categoria de Melhor Filme Estrangeiro, misturam emoções que ignoram fronteiras.

Destaque, a meu ver, para os filmes de forte componente ideológica (Babel, Cartas de Iwo Jima, etc.). E claro, este é inquestionavelmente o ano dos mexicanos - dez nomeações. Desta “nouvelle vague mexicana” Iñarritu e Guillermo del Toro verão, seguramente, o seu trabalho sair reconhecido.
"Babel", pese embora as críticas de muitos, parece que resistirá e levará a estatueta dourada para casa...
Os favoritos passam ainda, na categoria de melhor actriz, por Helen Mirren, pelo seu desempenho em "A Rainha". Quanto ao melhor actor, Forest Whitaker (O Último Rei da Escócia) é apontado como potencial vencedor.

Almodovar parece ser o ausente. O recente "Volver" não marca grande presença, exceptuando a sua musa (Penélope Cruz) nomeada para melhor actriz.
Por fim, na categoria de melhor realizador, Martin Scorsese poderá finalmente ser distinguido, numa cerimónia que já o descartou cinco vezes .
Btw, como é sabido, há muito quem questione as escolhas da Academia. E até quem diga que os Óscares às vezes premeiam a estupidez.
Talvez por isso, a par de Scorsese, Kirk Douglas, Orson Welles, Stanley Kubrick, Hitchcock ou Burton nunca ganharam a famosa estatueta.
Esperar para ver.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Carta a "Bella"

Dulce:

Quando li o teu último post pensei em comentar. Porém a lista de ideias começou a avolumar-se e optei por manter o diálogo aqui, no salão nobre do "lodo".

Sendo um assunto da ordem do dia, não me surpreendi com o que li na edição de ontem do The Daily Telegraph que me ofereceram no avião. Escrevia-se por lá, a propósito do relatório da ONU que inclui as crianças dos países desenvolvidos entre as mais infelizes, que a precoce "sexualização" das crianças (sobretudo das meninas) é uma das causas dessa infelicidade, sobretudo se pensarmos que temos meninas de 5 anos em frente à MTV equacionando se têm ou não um visual sexy...

Segundo a American Psychological Association, citada pelo jornal, esta introdução de padrões sexuais tão precocemente é fonte de problemas de saúde mental variados, de distúrbios alimentares (eis o cerne do teu texto) e de depressão.

E bem sabemos a força da indústria publicitária, sobretudo no que toca às crianças. Um dos casos mais polémicos é a Bratz Doll que torna a Barbie num exemplo de virtudes, dada a pouca mas ousada roupa com que é possível tapar algo do seu corpo.

Mais acrescenta o jornal britânico que a Asda foi alvo de polémica por comercializar lingerie de renda preta para meninas de 9 anos, incluindo uma espécie de wonder-bra, destinado a aumentar a volumetria do peito das infantas... Já a Next optou por vender t-shirts com a frase "So many boys, so little time" ("Tantos rapazes, tão pouco tempo") a menores de 6 anos...

E como se não bastasse a festa, citam-se ainda dois exemplos de revistas juvenis: a Sugar que tinha artigos sobre a "maquilhagem mais sexy" e "adolescentes que vendem o corpo pelo estrelato", e a CosmoGirl que respondia a uma carta de Alexis (14 anos de idade), dando-lhe conselhos sobre masturbação (neste caso a autora do artigo sublinha que o saco de gomas Haribo que vem como brinde desmente eventuais alegações de que a revista se destina a adolescentes mais velhas).

Aqui chegados, que dizer "Bella"?!...

Desde logo, que as novas tecnologias, em si, não são boas nem más, dependendo do uso que se lhes dê (continuo na minha, como vês). No caso da anorexia, que salientaste, foram os media que lançaram o alarme e que, com a sua força, estão a conseguir a "contra-revolução" pelos estilistas, organizadores de eventos e opinião pública.

Em segundo lugar, que vale a pena pensar o lugar que o dinheiro e o mito do sucesso profissional tomaram nas nossas vidas. Deixou de privilegiar-se o tempo para educar pessoalmente os mais novos, para acompanhar os seus gostos e emitir opinião sobre eles. A meu ver isso é essencial, mais do que resisitir de forma autista à introdução de novos meios de comunicação e novas necessidades de consumo.

Creio, como deixas entender a propósito do dia dos namorados, no teu blog pessoal, que mesmo as relações de afecto estão, hoje em dia, materializadas.

Direitos de propriedade sobre sujeitos, é o que estamos a criar, "Bella"... E dá-me tanta pena ver um partido como o PSD, que se gaba de ser humanista, não reflectir sobre isto com os militantes, chegando ao ponto de encomendar uma proposta de revisão do seu programa numa espécie de outsourcing intelectual....

Anorexia, liberalismo selvagem, falta de afecto, tu escolhes o nome que mais se adeque, em teu entender, ao lado escuro do tempo que corre...
Um abraço forte,

G

Quando estrear por cá, veja!


domingo, 18 de fevereiro de 2007

Magreza, a quanto obrigas

A recente morte de uma manequim uruguaia cuja irmã também faleceu recentemente enquanto desfilava, veio acicatar esta questão dos tempos modernos que se prende com a obsessão pelo corpo e pela estética, relembrando os riscos que se correm nesta tentativa de encontrar a suposta perfeição fisíca.
Trata-se da oitava manequim vítima de anorexia nos últimos tempos, o que de alguma forma tem suscitado a atenção de todos para esta doença moderna que começa a atingir contornos preocupantes.
Não é para mais. Na sociedade actual o culto dos corpos 86-60-86 (ou mais recentemente “corpos Danone”) é promocionado pelos meios de comunicação, pela publicidade, internet ( é incrível o número de páginas que incitam à anorexia/bulimia e ainda mais nacreditável o seu conteúdo...) – e até por celebridades e ídolos contemporâneos.
O resultado previsivel é que muitos, sobretudo adolescentes, tentem aceder a estes desmedidos estereótipos de beleza, sem olhar a meios para atingir o seu objectivo. Uma vez que não é coisa fácil atingir este padrão de beleza imposto, os distúrbios alimentares são frequentes e quando doenças de foro psiquiátrico como o são a a anorexia e a bulimia começam a ser causa de morte, há que parar, observar atentamente o que se passa à nossa volta e... tomar medidas.
Deste modo, as manequins e modelos têm estado no centro das atenções nos últimos tempos porque a sua imagem de magreza encoraja claramente a estes distúrbios alimentares, principalmente junto da camada mais jovem. Aqui por Espanha uma das medidas que muito deu que falar foi a exclusão das modelos com um indice de massa corporal demasiado baixo, da famosa “Passerelle Cibeles”.
Outra medida que me parece igualmente louvável e que também ocorreu por terras de nuestros hermanos foi a adopção de tamanhos uniformes na confecção de roupa. Deste modo, marcas como Mango, Zara e El Corte Inglés comprometem-se a “homogeneizar” os tamanhos de roupa para que os consumidores não oscilem tanto de número, facto que os poderá levar a crer que estão mais gordos. Outra exigência é que se substitua os manequins das lojas por outros que tenham pelo menos o número 38.
A mim parece-me um excelente ponto de partida, mas há levar a cabo campanhas de sensibilização e de informação que criem nos jovens uma consciência social e uma perspectiva crítica quanto aos distúrbios alimentares e quanto aos padrões de beleza que a sociedade impõe. Os elementos que intervêm na educação desses mesmo jovens (pais, professores, etc) também têm o dever de estar atentos e alertar os mesmos dos perigos que correm, ajudando-os a combater o bombardeio social de que são vítimas.
Claro está que este é um processo complexo e gradual, mas não deixa de ser uma tentativa de combater estas doenças que podem ser facilmente evitáveis.
Ainda que, verdade seja dita, enquanto vivermos numa sociedade em que o físico, a beleza e a magreza são ditos como sinónimos de sucesso e riqueza, a missão parece impossível...

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Foi feitiço?!

Já conhece o sinuoso mundo da música há dez anos, mas o devido reconhecimento parece que só chegou em finais de 2006.

Ocupou o primeiro lugar dos top's de venda nacionais durante um largo período, foi destronado pelo "Rei Tony" e pelos quatro moçoilos da novela interminável do quarto canal (4Taste), mas voltou ao número um nos últimos dias.
"Acústico", gravado no Teatro Académico Gil Vicente, na sua cidade natal, Coimbra, já arrecadou a sétima platina.
Hoje não há ninguém que não saiba cantar de trás para a frente hinos como "Foi feitiço" e isso ficou provado na noite de sábado e na de ontem, nos esgotados Coliseus (Porto e Lisboa, respectivamente), onde o cantor concretizou o seu sonho.

Fenómeno estranho, este que ocorreu com André Sardet.
Dez anos a viver para a música, alguns êxitos inolvidáveis ("O azul do céu" e o "Frágil" de Jorge Palma na sua serena voz) e muitos dias amargos depois, o cantor é brindado com este êxito tardio. Diz o ditado popular que "antes tarde, que nunca".
Mas o percurso humilde e de extrema dedicação que foi o de André Sardet poderia ter tido um «final» menos "platinado". O cantor confessou que chegou a pensar em desistir, mas resistiu a este complicado mundo da música portuguesa, agravado pela falta de ajuda de uma rádio cada vez mais sectorizada e competitiva.

Feitiço ou não, num país onde os fenómenos musicais estão restritos a carinhas larocas e vozes de duvidosa qualidade - gente lançada quase que "a pontapé" da ficção para a realidade - André Sardet veio dar um novo alento à boa música portuguesa. E que venham mais dez!

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Chantagem"zinha"

O nosso Primeiro-Ministro, José Sócrates... ups! isto de fazer campanha tem que ser na qualidade de Secretário-Geral do PS... ...
Recomeçemos, então:
José Sócrates, Secretário Geral do PS, garantiu ontem, numa sessão de esclarecimento levada a cabo pelo seu partido, que "se o 'Não' ganhar, a lei fica como está".
Isto depois de alguns movimentos cívicos e figuras como Marques Mendes terem proposto a descriminalização do Aborto no Parlamento. É certo que, caso o "Não" ganhe, só lhe fica bem respeitar o resultado. Mas soou a chantagemzinha...

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Alguém que os ilumine, por favor...

O termo "apagão" parece estar na moda.
Já não bastava o famoso e escandaloso «Apagão do Brasil», ou aquele em 2000 provocado por cegonhas (!!) que deixou meio Portugal à luz de velas.

Hoje o "apagão" é outro. E, imagine-se, convocado.
Como forma de alertar para as graves consequências das alterações climáticas, a organização francesa "Aliança pelo Planeta" apela a um apagão geral pelas 18h55 de hoje.
França e Espanha são dois dos países que prometem aderir em peso a este apagar de luzes durante cinco minutos.
Por cá, o Ministério do Ambiente não aderiu à proposta. Haja alguém com bom senso...

Com isto, não julguem que não tenho sensibilidade quanto ao tema. Bem pelo contrário, é tema que me preocupa bastante.
Compreendo o simbolismo desta acção, mas tenho sérias dúvidas que, e apesar da sua intensa mediatização, possa ter reflexos positivos na mentalidade ecológica dos cidadãos.
Ao invés de pedir aos cidadãos uma coisa tão simples quanto inútil como apagar as luzes durante cinco minutos numa qualquer quinta feira de fevereiro, os governos, associações e demais, deviam de levar a cabo campanhas de sensibilização eficazes, que se traduzissem na inversão do comportamento despesista e inconsequente da maioria dos cidadãos de hoje.
Estes gestos simbólicos ficam sempre bem, mas na realidade estão longe de ter qualquer eficácia... Neste preciso caso, até parece é que vão trazer alguns problemas, uma vez que a alteração repentina de consumo de energia corre o sério risco de provocar problemas na rede eléctrica.