sexta-feira, 22 de junho de 2007

O «Portuga» de A a Z

Porque temos que aprender a rir de nós próprios... fica aqui um retrato do verdadeiro "tuga".
Elaborado por alunos da Universidade do Porto, trata-se de uma breve enciclopédia sobre algumas características indissociáveis dos portugueses.
Umas de pouca gravidade, algumas possidónias qb, outras mais reprováveis... mas todas elas a comprovar a autenticidade e peculiaridade do nosso povo.
Está genial, apesar de alguns crassos erros de português - quiçá, a fazer jus a outra característica do português, que é a de escrever incorrectamente a sua língua mãe...
Ainda assim, vale a pena 'desfolhar' este trabalho que transborda de bom-humor e cujo grafismo/apresentação é excelente!
[NOTA: a enciclopédia exige alguma interactividade, pelo que é necessário "dar uso" ao rato nas imagens que vão surgindo]

terça-feira, 19 de junho de 2007

União Europeia "all night long"


Tive o prazer de assistir ontem, in loco, ao programa Prós e Contras, indubitavelmente um dos melhores espaços de debate da televisão portuguesa.

No plateau, Durão Barroso esteve frente-a-frente com Mota Amaral, Jorge Sampaio e Carlos Carvalhas, num programa em que Fátima Campos Ferreira resolveu abandonar o seu papel de simples moderadora para se fazer marcar pela acutilância que não lhe é habitual.

Até à uma e meia da manhã, discutiu-se a União Europeia, os desafios que se lhe adivinham, os rumos que tomará. Conversa (a)fiada, debate pouco acesso mas nem por isso menos interessante, e Durão Barroso concluiu que “Portugal é o único país que discute a UE à uma e tal da manhã. Somos os mais europeístas”. Será…?

Do debate, as minhas modestas ilações:

  • Durão Barroso é um optimista. Vê o futuro da UE com bons olhos, diz não temer uma qualquer crise (justificou com “a Europa já viveu crises de relevante gravidade e sempre conseguiu sobrevivê-las”), acredita que haverá união para a tal Constituição (ou Tratado Constitucional, como lhe queiram chamar…) e está convicto de que o resolver desta questão institucional trará a Eficácia, Transparência e Coerência necessárias à estabilidade e desenvolvimento do Velho Continente.
  • Subscrevo Barroso quando alerta para o facto da “União Europeia ser o bode expiatório de muitos políticos por essa Europa fora, que se gabam do seu trabalho quando as coisas correm bem e quando assim não se passa, a culpa é remetida para Bruxelas”.

  • Mota Amaral é uma figura que, por muito que preze, se revelou estranhamente instável: ora agitado, ora enfastiado com o debate. Defendeu, e bem, com unhas e dentes a necessidade de auscultar os parlamentos nacionais nestas questões da UE, mas provocou-lhe sonolência ouvir os demais.

  • Carlos Carvalhas esteve morno, como lhe é apanágio. Debitou números cuja importância é nula, focou todo o seu discurso do contra para a questão da coesão económico-social, sem que se lhe tenha ocorrido que há muito mais a discutir para além disso.
  • Jorge Sampaio está preocupado com a via de ratificação do Tratado. Barroso sossegou-o, relembrando que seja via referendária, seja via Parlamento, o Tratado, a ser ratificado, não ficará ferido de qualquer legitimidade.
  • Luís Amado revelou-se preparadíssimo para o que aí vem. A Presidência portuguesa da União Europeia será um momento de extrema importância pelos motivos que dispenso anunciar, mas sobretudo pela excelente oportunidade de afirmação da nossa nação no seio da União Europeia. Que os responsáveis portugueses logrem êxito nesta missão, é o desejo de todos aqueles que ainda sentem que a velha Europa ainda tem muito sumo para espremer.

Onde há fumo, há Parlamento

À guisa de declaração de interesses confesso (quase envergonhado, dada a violência das recentes pressões dos fumadores…) que nunca fumei e que me incomoda que o façam perto de mim, designadamente às refeições.

Aborrece-me o odor fétido que se entranha na roupa e no cabelo, nos estabelecimentos de diversão nocturna. Parece que se me tolhe o gosto, à mesa.

Acresce que ainda não li notícia ou estudo que dissesse que fumar não prejudica a saúde. E, dito isto, ocorre-me que o Estado obriga a que os maços de cigarros exibam mensagens alertando para os riscos de cancro, impotência e outras catástrofes do género.

Ou seja, a comunidade científica e o Estado entendem que não há volta a dar-lhe: fumar é mesmo uma forma de prejudicar seriamente o bem-estar de quem fuma e dos que têm que, inapelavelmente, conviver com os suicidas esfumaçantes.

É por isto que me desaponta ler as notícias que relatam o cumprimento da mais recente tendência do nosso Parlamento para a irrelevância legislativa, querendo com isto significar o velho hábito de produzir muito e mal, em matéria de papel com força de lei.

Efectivamente, leio que o melhorzinho que pode aguardar-se em matéria da chamada “lei do tabaco” vem do Bloco Central, visto que PS e PSD propõem alterações à Proposta de Lei (creio que é esta a forma do diploma em debate) do Governo que caminham para que os estabelecimentos com menos de cem metros quadrados possam optar por ser espaços abertos a fumadores (com exaustão) e os maiores possam consagrar uma área fechada para matar o vício, algo (neste último caso) que nem choca...

Do CDS, PCP e BE só se ouvem coisas piores. Da liberdade de opção do proprietário a uma moratória de longos cinco anos e até à distinção entre a restauração e a diversão nocturna, o juízo não impera no “Portugal dos Pequenitos”.

Entendamo-nos: há que, desde logo, saber se o Estado Português, no caso representado pelo Governo e pela Assembleia da República, entende ou não que é negativo fumar.
Se a resposta for dizer que não é nefasto, não se entende porque persiste na fantochada de fazer filmes de terror no invólucro dos maços de tabaco e patrocina campanhas publicitárias para combater aquele hábito.

Porém, se é entendido que o combate é imperioso, dada a evolução permanente da consciência social (veja-se a agitação cívica em torno das questões ambientais, que não existia há poucos anos), então não se percebe por que hão-de os nossos representantes baixar os braços, abandonando os que tiveram a lata de adoptar hábitos saudáveis, pelo menos, neste capítulo.
E nem venham os fumadores, cheios da arrogância que assiste a quem tem comportamentos totalitários, dizer que o que está em causa na permanência dos seus gostos é a liberdade. Isso é, no mínimo, cruel, já que jamais esse valor crucial pode afirmar-se à custa do direito essencial dos demais a erradicar da sua esfera existencial um comportamento que, não sendo essencial a uma vida bem vivida, claramente aumenta os riscos de doença de quem o não nutre.

E mesmo de um ponto de vista económico, não creio que um só fumador deixe, ao menos a médio prazo, de frequentar um pequeno restaurante que aprecie, apenas porque não pode fumar. Já nos casos de estabelecimentos de diversão nocturna pouco amplos admito que os hábitos sejam mais difíceis de contrariar. Mas nem neste último caso adiro à lógica diferenciadora do BE; no limite, entre o lucro dos empresários e o gozo dos fumadores, de um lado, e a saúde de todos estes e dos atrevidos e bandidos não fumadores, creio que deve prevalecer a última parte.

Bem sei que também quem não fuma não deixará de almoçar ou de sair à noite, mas, aqui regressados, recupero o argumento de que uma lei permissiva e destinada a ser ridicularizada (sendo opção, creio que maioria dos empresários não mexerá em “equipa que ganha”) colocará Estado na posição de hipócrita, em face das serôdias ameaças em maços e anúncios. Acresce que com mais restrições todos ganhariam em bem-estar. Com a opção prometida só de males podemos falar, incluindo o sinal de indiferença perante a dependência de muitos dos nossos fumegantes concidadãos.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Dêem-lhe os lápis de cor

Alguém devia explicar a George W. Bush que a política internacional não é nem um atlas para colorir nem o mesmo que jogar “Socom” (basicamente, um jogo em que tropas especiais americanas desempenham missões de intervenção não autorizada em países soberanos), na PlayStation.

Confesso sem problemas que fui dos que acreditou que a intervenção no Iraque fora suficientemente estudada, algo que o pós-guerra veio desmentir fragorosa e dramaticamente. Não que com isto haja aderido ao pacóvio e cínico pacifismo da extrema-esquerda, mas serviu-me, com certeza, para começar a olhar com cautela a actual liderança do “mundo livre”.

Se de confirmação precisasse o meu cepticismo, a deslocação do Presidente dos EUA à Albânia deu-me motivos para me fazer recear mais asneiras, mormente no que às declarações sobre o Kosovo diz respeito.

Bush disse aos albaneses que deviam olhar a província Sérvia de maioria étnica albanesa como independente.

Perguntará: e daí?!

Pois bem, vamos a isso. Em primeiro lugar, sublinho, como já fiz noutra ocasião que falamos de uma terra que os sérvios consideram o berço da sua Nação, com todo o drama que uma eventual secessão pode acarretar para a idiossincrasia do orgulhoso povo sérvio. E ainda que circunstancialmente seja ocupada por uma maioria não sérvia, imaginemos que uma comunidade determinada ganhava maioria na Amadora ou, pior, que um surto de imigração tornava Guimarães numa terra de português “adocicado” ou de sons de Leste. Sem que haja na hipótese ponta de xenofobia (garanto que vejo com bons olhos as comunidades estrangeiras que tanto ajudam a nossa Economia), como lhe tocaria a ideia de aplicar a estas terras o princípio da autodeterminação, sem mais debate?

Por outro lado, cumpre pensar se haveria tanto interesse de Washington, se a defesa da independência do território kosovar não servisse para humilhar um ex-adversário de guerra e um país de inclinação a Leste, que tem nos russos bons amigos. Por que não defende com a mesma veemência uma intervenção no Darfur, em Taipe, no Tibete, em Aceh ou mesmo na Palestina? Pragmatismo e arrogância, digo eu.

Porém, em terceiro lugar, nem sequer creio que, mesmo usando do pragmatismo e do cinismo tão típicos das relações internacionais, Bush esteja certo, já que deveria ter estudado as lições da cruzada no Afeganistão (ridícula mas também eloquentemente ilustrada pelo filme “Rambo III”), na qual os americanos não descansaram enquanto não expulsaram a URSS, assim pondo fim à laicização do território, que é hoje um alfobre de tráfico de droga e de fundamentalismo. Implantar no seio da Europa mais uma bandeira islâmica, na mesma altura em que o número de excluídos da globalização aumenta, pode ser uma “barraca” que cumprirá à União Europeia resolver.

Para os que tenham dúvidas sobre o que pode acontecer, recomendo uma viagem não organizada por uma agência de viagens à Albânia que, recordo, oferece a maioria que habita o Kosovo. Não que não seja boa gente, mas convirá que se “perca” pelo País das Águias e perceba o seu complicado mosaico social (o eufemismo é deliberado).

Por fim, convirá que reconheçamos que os sérvios estão a pagar o preço dos seus excessos nos conflitos que se sucederam ao fim da Jugoslávia, embora com mais juros dos que os que castigam croatas e muçulmanos, sem que haja santos neste “filme”. Mas, mesmo admitindo que a Sérvia possa ter sido a parte mais abusadora, terá o seu povo que perder o seu centro de identidade nacional?

Não tendo remédio imediato para o caso, entendo que comícios de George W. em Tirana não acrescentam nada de positivo. Vale que a inteligência de Putin vai permitindo ganhar tempo até que os americanos elejam alguém que retire àquele os comandos da consola de jogos, pela qual parece ter tomado a política que se faz a partir da Sala Oval.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Em Rabat

Lapsos são de admitir, mas é de supor que eles não ocorrem no Jornal da Tarde, pois a partir daí a percentagem de portugueses disponíveis para saber o que se passa no País e no Mundo extraem a maioria da informação que absorvem (sabe-se que a leitura de jornais, por exemplo, é bem mais reduzida).
Vem isto a propósito de uma notícia sobre comissões pagas em negócios de armamento entre o Reino Unido e a Arábia Saudita, na qual o jornalista que assegurava a locução terminou referindo o que se passava na capital do reino árabe, Rabat.
Ora bem, da última vez que vi Rabat era a capital de Marrocos e Riad a da Arábia Saudita.
Que se segue? Lomé como capital britânica?
Se o erro é de admitir, pense o que diriam os media se um advogado famoso (para criar o paralelo com a divulgação mediática da asneira) se enganasse no nome do cliente ou se um deputado, numa intervenção, atribuísse um projecto de lei ao partido errado...

segunda-feira, 4 de junho de 2007

He is whatching You

Sabes que podes ser demitido em função do conteúdo das tuas mensagens de correio electrónico ?

Já pensaste que a tua empresa pode saber exactamente o local onde te encontras?

Sabias que a tua empresa pode controlar o número de vezes que vais, e o tempo que ficas, na casa de banho ?

Nota: sai post dentro de dias sobre o tema...
Os caros visitantes do “lodo” que não me conhecem de lado nenhum perdoarão o trato intimista…

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Ainda bem

Em homenagem ao recato que pede a minha posição institucional, costumo evitar (e evitarei até fim do mandato) comentários sobre a vida da Académica.

Porém, como amigo e admirador do Pedro Roma, por tudo o que ele guarda da Briosa (muito mais do que as redes), fico contente por ver que chegou a acordo com a Direcção.
Disse.