quinta-feira, 20 de junho de 2013

O Lado Negro do Comunismo


Mário Nogueira, o eterno líder sindical da FENPROF é um autêntico poeta cuja prosa devia estar nas prateleiras das mais conceituadas bibliotecas mundiais.

Passe a hipérbole, convenhamos, o tipo não se manca.


Falemos então de “formação democrática”. 

Ao contrário do “Camarada Mário”, os “jovenzinhos” nunca precisaram de votações de braço no ar para serem eleitos para o que quer que fosse, ao contrário do próprio, que passeou pela passerelle comunista (vulgo Politburo português, ou Comité Central, como lhe queiram chamar…) através dessa metodologia eleitoral.

Considerará este comunista de Coimbra, candidato a deputado pelo PCP pelo menos umas 3 vezes, felizmente sempre sem sucesso eleitoral… que o voto de braço no ar é o que melhor se coaduna com o espírito de frontalidade que prevalece no PCP! Se assim não fosse, não teria aceite integrar o Politburo Comunista em tempos…

Mas continuemos a falar de liberdade. Esta malta é a favor da limitação de mandatos para os políticos… mas para os sindicalistas não!

Esta malta entende que os políticos devem ter vida para além da política… mas pelo contrário, os sindicalistas não podem ter vida (profissional, entenda-se) para além dos sindicatos.

Depois, como se não bastasse, escondem-se atrás de foices e martelos para dizerem os mais inimagináveis disparates, sem contudo se preocuparem com um conjunto de valores que lhes permite essa maneira livre de olhar o mundo.

Façamos uma pausa… e imaginemos o projeto de liberdade desta gente.

sábado, 15 de junho de 2013

Brasil: das Mulheres de Areia às Mulheres de Aço



O Brasil está a mudar e uma das faces da mudança faz-se no feminino. As mulheres, que compõem mais de metade da população brasileira, logram cada vez mais papéis de destaque no campo empresarial e noutros campos de decisão. A propósito disso, vale a pena ler este artigo (The Economist) que divulga dados muito interessantes sobre essa emancipação profissional.  

Efectivamente, aquela ideia que as telenovelas nos passavam de que as mulheres brasileiras estavam divididas em apenas dois mundos - o das dondocas frívolas por oposição às criadas de serviço e babás - cai por terra numa altura em que a participação das mulheres no mercado de trabalho assume enorme relevância. Terá sido assim noutros tempos, como em 1960, quando apenas 17% das brasileiras trabalhavam fora de casa. Na sociedade patriarcal de então, as mulheres estavam confinadas às quatro paredes e Chico Buarque cantava, em tom de alerta, as «Mulheres de Atenas» - subservientes, passivas e rendidas a uma vivência sem grandes metas pessoais e profissionais.

As mudanças ao longo das últimas décadas são notórias e, além de Dilma Roussef ao comando do país na busca de Ordem e Progresso, há outros exemplos de mulheres em posição de destaque. Como o de Maria Silvia Bastos Marques, que está à frente do Comité de Organização dos próximos Jogos Olímpicos. Ou o da presidente da Petrobras, a única mulher que se conhece à frente de uma empresa petrolífera. 

Porém, o caminho de ascensão ainda é longo. Se é um facto que na sociedade brasileira as mulheres representam mais de metade da população e do eleitorado e são as que possuem mais estudos, não atingem, contudo, mais de 20% no que respeita a cargos de maior grau hierárquico. No entanto, não lhes parece faltar ambição. Segundo um estudo, 80% das brasileiras que completam o seu percurso académico aspiram a cargos de topo. Uma percentagem significativa, se tivermos em conta que apenas 52% das norte-americanas partilham da mesma ambição. Almejar chegar mais longe é já um grande passo. Veremos até onde chegarão.  

* quanto ao título deste texto, cumpre lembrar que «Mulheres de Areia» foi uma produção brasileira de enorme sucesso na década de 90 e que «Mulheres de Aço» é uma recente série do canal GNT que acompanha o trabalho de quatro delegadas da polícia civil do Rio de Janeiro; 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

O País da palhaçada

Vivemos tempos de incertezas e de surpresas em que nem os ditados Portugueses sobrevivem. Todos se recordarão do velho ditado Português “Não há dinheiro não há palhaços”, pois é, mais aqui nosso Burgo, até esta máxima conseguimos destruir, o País não tem dinheiro, as famílias não têm dinheiro, mas há palhaços todos os dias.

Digo isto a propósito da abertura de quase todos os telejornais de há uns meses para cá. É raro não haver abertura em que não apareçam uma vintena de arruaceiros, orquestrados pelas centrais sindicais, pela CDU e pelo BE, com cartazes, com insultos e com os respectivos impropérios, que tão bem caracterizam a postura desta esquerdalha caduca.

Já aqui fiz referência também à baixa qualidade dos nossos jornalistas, não sei se porque os testes de admissão são pouco exigentes como é tudo no nosso País, mas se por uma linha editorial a que eu já chamei de ditadura invisível.

Ontem em directo, um grupo de jornalistas entrevistava António José Seguro à saída de uma reunião com o CDS/PP e pasme-se, todas as questões sem excepção, eram em torno de um suposto piscar de olhos do PS à direita e à esquerda e nem uma e repito, nem uma, relativamente à suposta questão central, medidas de combate ao desemprego e crescimento económico. Já não há pachorra, porque na minha mais pura ingenuidade, sempre achei que o principal papel da comunicação social e dos jornalistas seria o de informar e novamente falharam, resta saber se deliberadamente ou por pura incompetência. Uma certeza eu tenho, a questão não poderia ser colocada, porque António José Seguro não saberia responder, porque tudo isto não passa de uma encenação e de um show-off. E assim se promove um político, na esperança de que ele quando chegar ao poder, esqueça as reformas e mantenha o status quo.

Mas os palhaços não se esgotam aqui, desde ex-Presidentes da Republica com Mário Soares a liderar, acabando nos partidos que compõem o governo, podemos encontrar mais alguns, com uma característica adicional, são palhaços desonestos.

Hoje e porque estou com uma especial disposição, vou aqui dedicar algumas linhas a este novo tipo de palhaços:
Ou eu estou senil ou o País sofre em uníssono de Alzheimer. Então Manuela Ferreira Leite, não foi a tal que afirmou e  que transcrevo para que não haja dúvidas,  «Eu não acredito em reformas, quando se está em democracia...», e continuou com, «Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se» e terminou com, «E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia».

Hoje é uma referência é um ícone Nacional na oposição ao actual governo, vá-se lá saber porquê. É esta característica, a desonestidade, que se tornou quase transversal à sociedade Portuguesa que eu tanto critico, que me dá náuseas e que faz tantos Portugueses desistirem do nosso País, por já não acreditarem em nada nem em ninguém. Mais uma vez, a comunicação social é conivente com esta desonestidade, porque bastariam duas perguntas para calar esta Senhora durante uns meses, “A que reformas se referia ela” e “Se ela defende a ditadura como o melhor dos regimes políticos”. A desonestidade e incoerência desta Senhora é tal, que numa das últimas intervenções defendia que alterar o estatuto dos funcionários públicos só iria gerar mais corrupção. Pergunto eu, mais do que aquela que já existe?

Para compor a mediocridade em que estamos mergulhados, não me poderia esquecer do trotskista disfarçado de democrata, o mais desonesto da quadratura do círculo, Pacheco Pereira.
Não esqueço da purga ao estilo trotskista que fez no PSD sob a batuta de Manuela Ferreira Leite, quando afastou das listas a deputados alguns sociais-democratas, que mais tarde viriam a ganhar em eleições internas e democráticas à liderança do partido. Pois é, a democracia tem destes problemas, as purgas não são eternas, isso é apanágio das ditaduras.

Finalmente, alguém que era uma referência para mim e que nos últimos tempos também virou desilusão, Bagão Félix. Nas suas últimas intervenções, têm-se esforçado por defender o indefensável, manipulando números, recorrendo ao populismo, branqueando situações e períodos da história recente, em que tinha o poder de corrigir injustiças e reformar o estado e não o fez, mas não se coíbe de criticar as reformas em curso, só porque elas o afectarão directamente, refiro-me à reforma que usufrui.

Relativamente a esta matéria, não poderia deixar de fazer referência a duas pessoas que muito estimo pela sua verticalidade e honestidade, Silva Lopes e João César das Neves. Mais uma vez, transcrevo um parágrafo de um entrevista, que ilustra tão bem o incómodo que deverão sentir as 3 personagens que citei anteriormente. «Quando uma geração concede a si própria benesses superiores ao que pôs de parte, não se deve admirar que mais tarde isso seja cortado, por falta de dinheiro. Se alguém pode dizer-se roubado, não são os actuais pensionistas, mas os nossos filhos e netos, que suportarão as enormes dívidas dos últimos 20 anos, e não apenas na segurança social»

Para terminar, algo que hoje não me deixou surpreendido, mas que tenho a certeza não terá a divulgação que merece: Segundo um estudo publicado no jornal I, 55,3% dos Portugueses querem este governo até 2015, mas acrescenta, sem Gaspar.
Será que neste País da palhaçada, o palhaço mor Mário Soares, não ignora este estudo e se cala de uma vez por todas?

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Fim de estação – os chumbos

Para tentar evitar a pasmaceira inerente ao final das ligas sem que haja um torneio europeu ou mundial, e enquanto os jornais desportivos não “desembestam” com milhares de transferências que não vão passar do papel, chegou a altura de debatermos alguns apontamentos relativos à época futebolística ora encerrada.

Desde logo, por motivos diferentes, sublinho três casos de destaque pela negativa: assim, começando a jogar em casa, lamento que Pedro Emanuel não tenha tido mais sucesso. Escrevi-o: entendia que, havia muito, a paleta de recursos tácticos do nosso “mister” estava esgotada. Comandar homens (ou mulheres) exige carisma, mas também sabedoria; ora, o antigo defesa boavisteiro e portista está naquele momento da vida em que pode fazer o esforço humilde de ir estudar mais um pouco com os mestres de referência, ou esperar, simplesmente, que surja um novo contrato e uma época feliz – como a de 2011/12, em que levou a Briosa a um dia de glória no Jamor – algo a que não auguro contornos de carreira brilhante.

Em segundo lugar, Jorge Jesus. Eu que nem sou de querer mal às pessoas, sempre achei que este arremedo de cidadão merecia sair pela porta pequena, mormente depois da grosseria com Édinho, no final da partida com a Académica. Os seus prognósticos saíram gorados, já que a nossa Briosa assegurou o seu lugar na divisão principal, e o inenarrável e histriónico técnico encarnado perdeu tudo o que tinha a perder. Creio, aliás, que um título nacional em quatro anos, olhando à inegável e superior valia dos jogadores que teve à disposição, diz bem do quanto este indivíduo é um verbo-de-encher. Sempre entendi, diga-se, que a sua falta de preceito era uma barreira para que se fizesse respeitar pelos próprios jogadores, já que se é verdade que o balneário tem códigos próprios, jamais um carroceiro impôs respeito nos circuitos hípicos (passo a comparação).

Por fim, uma nota negativa para José Mourinho. Sou dos que vê o treinador sadino como um dos melhores do Mundo e um dos que se compraz com a forma irreverente como eleva bem alto o nome de Portugal. Contudo, a mais de achar que por vezes se excede, entendo que o seu estilo acutilante e até mesmo arrogante só pode manter-se sem censura se os resultados o respalderem; isto é, embora não aprecie quem exiba constantemente as suas medalhas, sou mais tolerante com aqueles que, não obstante a soberba, as têm de facto ao peito.

Podemos, no caso vertente, encontrar explicações de variada sorte: seja por uma alegada conspiração anti-lusa, na capital espanhola, seja porque as vedetas madrilenas não suportam uma autoridade maior na cabine, ou até porque a equipa não jogou como tal na maioria dos desafios. Inelutável é o que rezará a história, e essa mostrará zero títulos para o Special One.

Havemos de voltar ao assunto.