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quinta-feira, 10 de julho de 2008

Consequências

O amor que depositamos nas crianças nascidas de nós supera toda e qualquer barreira. Ponto.



Embora o referendo ao aborto já tenha passado e muitos de nós continuemos a fazer ouvidos moucos às notícias de duas e três interrupções voluntárias da gravidez (eufemismo brilhante) feitas pelas mesmas mulheres num intervalo de meses, o que é certo é que pactuamos e todos contribuímos para esta realidade. Its democracy, stupid!

É o estatuto jurídico do feto... - defendeu-se há dias uma minha professora. Pois claro, peço desculpa.


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Mais vale prevenir que remediar

Dizemo-lo com frequência, mas com a mesmíssima frequência preterimos a prevenção à emenda. Concretizando: neste país falou-se, durante anos, de Educação Sexual nas escolas, de planeamento familiar acessível, de distribuição gratuita de contraceptivos e de outras tantas medidas que podem evitar as altas taxas de gravidez na adolescência, a proliferação de DST's e o recurso à interrupção voluntária da gravidez.

Não obstante, dos discursos aplaudidos e dos polidos textos à sua concretização na vida real, tem-se percorrido um caminho moroso e sinuoso. Começou-se pela criação de serviços de planeamento familiar um pouco por todo o país, seguiu-se a introdução, paulatina, da educação sexual no meio escolar e, mais recentemente, a legalização da IVG. Alguns passos importantes - é inegável - mas que não contando com outras medidas complementares, de pouco nos servem.

Recordo com frequência - e uma dose de preocupação - o estudo efectuado pela DECO em Junho do ano transacto (publicado na revista Teste Saúde edição nº67), que concluiu que os jovens portugueses não têm o devido acesso a planeamento familiar. Hospitais, centros de saúde e outros espaços vocacionados para o aconselhamento naquela matéria, não só não funcionam como a lei prevê, como ainda há casos em que se recusam a prestar tais consultas.

Se o supracitado já é por de mais preocupante, aditava ainda o artigo que em algumas das consultas prestadas foram 'esquecidos' temas como a importância do uso do preservativo na prevenção das DST. Quanto à disponibilização de contraceptivos, apurou-se que muitas daquelas unidades de saúde não os dispunham para distribuição.

Parece que em boa hora aquela associação de defesa dos consumidores alertou os senhores do Ministério da Saúde. Pelo cenário descrito, tornava-se imperativo a tomada de determinadas medidas, e eis que agora, no âmbito do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva se anunciou a distribuição - gratuita, sem entraves e burocracias - de preservativos e pílula feminina aos utentes do SNS.

Há ainda um longo caminho a percorrer no desenvolvimento de políticas nacionais de saúde sexual - é certo - mas pelo menos um passo crucial foi dado. E se a tarefa lhes parecer hercúlea, usem da cooperação de algumas organizações da sociedade civil, que é para isso mesmo que elas servem.

De uma vez por todas, cabe entender que de pouco nos vale uma legislação liberal sobre a interrupção da gravidez se paralelamente não dispomos de eficaz educação sexual e da existência de aconselhamento profissional acessível e de qualidade, que funcione em regime de gratuitidade e que disponibilize meios contraceptivos.

Diz-se que 'mais importante que remediar, é prevenir'. Mas os profissionais de saúde, os responsáveis pelos espaços já citados, o Ministério da Saúde e os ministros que o vêm tutelando, têm sido - no atinente a esta problemática - inegavelmente irresponsáveis. Principalmente, por não medirem as consequências irreversíveis (gravidezes adolescentes e proliferação das DST) do mau serviço que prestam – quando o prestam…

Curioso, é que aqueles que nesta matéria são frequentemente denominados de irresponsáveis - os jovens - acabam por ser as primeiras vítimas ao não beneficiar de apoio a que têm direito. Ao fim ao cabo, parece que responsabilidade é coisa que não falta tanto aos jovens, mas antes a muitos dos que nos governam.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Questões FraCturantes

"Criticado à esquerda pelas suas políticas económicas e financeiras ortodoxas, restam as questões fracturantes para o Governo e o PS tentarem demarcar-se da direita. Se o PS ganhar de novo as eleições, provavelmente virão o casamento homossexual, a adopção de crianças por gays e lésbicas, etc.
Será bom que, antes da votação, o PS diga claramente o que pretende fazer nestas áreas. É que, para logro, já basta o aborto, em que enganaram os portugueses com uma alegada despenalização, quando afinal veio não só uma liberalização, como uma empenhada promoção do aborto.
Mas os esforços governamentais parecem não estar a atingir os seus objectivos: o número de abortos voluntários nos hospitais públicos encontra-se a pouco mais de metade das previsões oficiais. Uma das mais baixas taxas do mundo, um caso excepcional, segundo o coordenador do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva (Francisco Sarsfield Cabral in Diário de Notícias, 29.11.07)."

"Nos cerca de seis meses em que vigora a lei da discriminalização do aborto até às dez semanas há mulheres que já fizeram duas interrupções voluntárias da gravidez (IVG). A Direcção-Geral da Saúde diz que são casos esporádicos. O coordenador do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva, Jorge Branco, tem conhecimento de repetições de abortos em alguns serviços desde a entrada em vigor da lei. Muitas mulheres faltam às consultas de planeamento familiar que lhes são marcadas (Catarina Gomes in Público, 11.02.08)."

Vamos ao cinema! Está fechado!? Bora lá fazer um aborto.

Há quem tenha votado não por descrédito na responsabilidade civil das (os) portuguesas (os)..


segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Chantagem"zinha"

O nosso Primeiro-Ministro, José Sócrates... ups! isto de fazer campanha tem que ser na qualidade de Secretário-Geral do PS... ...
Recomeçemos, então:
José Sócrates, Secretário Geral do PS, garantiu ontem, numa sessão de esclarecimento levada a cabo pelo seu partido, que "se o 'Não' ganhar, a lei fica como está".
Isto depois de alguns movimentos cívicos e figuras como Marques Mendes terem proposto a descriminalização do Aborto no Parlamento. É certo que, caso o "Não" ganhe, só lhe fica bem respeitar o resultado. Mas soou a chantagemzinha...