quarta-feira, 28 de abril de 2010

A pouco e pouco

Acabo de ver a declaração conjunta de José Sócrates e de Pedro Passos Coelho, em São Bento, a propósito da crise provocada pela descida do rating de Portugal, efectuada por uma dessas absurdas e vampiras empresas de notação financeira (a Standard and Poor's) - como se não fossem estes palhaços os responsáveis pelos belíssimos ratings que tinham algumas das empresas que estiveram na génese da crise mundial que ainda vivemos...

Voltando ao tema, se do primeiro digo que acredito estar a fazer o melhor que sabe, ao segundo louvo a responsabilidade, a serenidade, o sentido de Estado e a seguríssima caminhada para o cargo de Primeiro-Ministro (como Durão Barroso outrora, poderá dizer que "só não sabe é quando"). Esta ida a São Bento poderá ter sido também uma daquelas visitas das imobiliárias, para tirar as medidas ao "apartamento".

Fica por perceber é se vão ou não tomar-se as medidas drásticas de que carecemos; e não falo de cortes no décimo terceiro mês (como já ouvi), mas sim de algumas obras que, não deixando de ser necessárias, terão que esperar.

Oxalá Passos Coelho consiga persuadir Sócrates a faze-lo, mas para isso terá que dar-lhe margem para recuar com honra.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

O vestido de Gama

[ainda a propósito da novela Inês de Medeiros]

«Inês de Medeiros foi eleita para o Parlamento pelo círculo de Lisboa. Mas com a família a viver em Paris, surgiu a questão sacramental: quem paga as viagens semanais da deputada?

A resposta evidente seria: a própria. Inês discordou. E Jaime Gama, munido com um apropriado parecer 'jurídico', concorda. Os portugueses que paguem, disse Gama. Mas avisou: o caso não abre precedentes. O despacho presidencial é como certos vestidos de alfaiate: peça única para uma cliente só. Se amanhã um deputado eleito por Lisboa instalar a família nas Caraíbas, não há borlas para ninguém. Injusto.

Resta acrescentar que o Conselho de Administração da Assembleia aprovou o despacho com votos favoráveis do PS e contra do PSD e do Bloco. O PCP não apareceu (há burgueses e burgueses). E o CDS ficou-se pelo grotesco: absteve-se. E Inês? Inês devia aproveitar o seu estatuto singular para dar a volta ao mundo, saltitando de capital em capital. E com os portugueses alegremente a pagar. O país pode caminhar para o abismo, mas é importante que, no meio da desgraça, haja alguém que se divirta.»

por João Pereira Coutinho, aqui

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Depois admirem-se...

Há um tema que me prende às malhas da dúvida, de algum tempo a esta parte.

Tudo começa com a leitura dos jornais do fim-de-semana e com a recuperação de um assunto que me é caro: o perigo de se desgastar o já puído prestígio da classe política. Noticiava um semanário que o Primeiro-Ministro, José Sócrates fora ilibado pela investigação do caso Freeport. Até aqui, nada mais do que a verificação da sapiência ínsita no princípio da inocência das pessoas até ao trânsito em julgado de sentença condenatória…

Contudo, fica por discernir qual a compensação que poderá obter o principal visado, tendo em conta que a imagem pública é um dos maiores trunfos de qualquer político contemporâneo, e que a de Sócrates foi o bombo da festa, durante todo este processo (no qual se preferiu sorver avidamente o voyeurismo informativo da TVI)? E o mesmo se diga em relação ao caso dos submarinos, que ainda agora está nos seus alvores.

Ao mesmo tempo que saúdo a decisão de Pedro Passos Coelho de não explorar o lado “barraqueiro” da política, preocupa-me, indiferentemente dos visados, o ataque a referências de conduta social (sim, os políticos…), por muito que os próprios actores se “ponham a jeito” para estes problemas que a cupidez dos media não perdoa, explorando os factos com a venda de exemplares ou a conquista de audiências (e, logo, de publicidade) como alvo.

Embora num plano diferente, é o mesmo estilo de navegação social anárquica que se induz ao abrir portas como as do “divórcio na hora” (denominação nossa) ou a da consagração festiva do casamento homossexual. Ao esbater o cariz fundacional da família enquanto pilar de referências da sociedade, o que se consegue é o desamparo e a vulnerabilidade do indivíduo em si mesmo, somando a isso a queda “em dominó” de tudo o que, hoje, temos por razoável.

Senão, vejamos: quem há umas décadas falasse em casamento homossexual seria tido por louco ou agitador. Hoje é tido por moderno e sofisticado. Até aqui, tudo bem, já que apenas me aborrece a teimosia taxonómica ou onomástica.

Porém, só por ingenuidade pode entender-se que as coisas ficam por aqui e que se não reivindicará com igual pundonor a adopção. E nem aqui eu coloco uma marca apocalíptica… O que pergunto é de coisas que, hoje, ainda temos por reserva de ética viremos a abdicar, sob a capa da modernidade… O que será “natural”, daqui a uns anos?

Tudo isto tem a ver com a perda de referências, com a contestação mediaticamente estimulada à noção de autoridade e com a perda dos conceitos de certo e de errado… Depois admirem-se…

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Espelho meu, espelho meu...

... haverá alguém mais bem paga para passear que eu?

Uma viagem por semana e ajudas de custo, à custa do contribuinte. É no que dá a snobeira da deputada Inês de Medeiros. A novela em que é personagem principal chega hoje ao fim, com a aprovação, pelo Conselho de Administração da Assembleia da República, de um parecer favorável ao subsídio das viagens semanais. Atentas as lacunas no regimento da AR, é certo que não havia outra saída. Mas não deixa de ser condenável que alguém se candidate pelo círculo eleitoral de Lisboa, declare residir em Lisboa (freguesia de Stª Catarina) e, para os demais efeitos, se dê como residente na Cidade Luz. Para que raio serve então o círculo da Europa?Adicionar vídeo

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Os doze passos de Coelho - parte II

Volto ao tema dos doze passos/trabalhos de Pedro Passos Coelho, já depois do congresso da sua consagração, que, a meu ver, mostrou já sinais bem positivos, designadamente naqueles que baptizei como 5º e 6º passos: o novo líder laranja soube constituir uma equipa equilibrada e rejuvenescida e foi conciliatório.

No meu modesto modo de ver, falta ainda:

7º Definir claramente prioridades políticas que passem por tornar a nação portuguesa instruída, culta e, logo, qualificada. Tal consegue-se com uma afinação de prioridades na Educação, com o fim da sub-orçamentação do ensino superior, com um investimento permanente na Ciência e, sobretudo, com uma aposta muito mais relevante na Cultura e na definição da sua essencialidade para a completa formação dos seres humanos.

8º - Programar com cuidado a aplicação do modelo de Estado defendido. Se é certo que o Estado Providência, que a tudo e a todos procura acudir, está relativamente esgotado, a mudança brusca para um paradigma liberal pode ser desastrosa. Digo-o não apenas por entender que é preciso um relevante lapso de tempo para vencer o costume assistencialista de cuja obrigatoriedade se convenceram as pessoas singulares e colectivas, mas também porque falta ao povo português a cultura cívica que é sine qua non para essa mudança.

9º - Cumpre, de uma vez por todas, estudar o sistema político e tomar decisões. Por exemplo: é ou não conveniente um sistema eleitoral que combine as vertentes maioritárias com as proporcionais (círculos uninominais com uma lista nacional, por outras palavras)? É que se, por um lado, a representatividade era o fito do pós-25 de Abril, por outro lado, a governabilidade (típica dos sistemas maioritários) já foi alcançada por três vezes, sem alterar o sistema. Acrescem os perigos de se entronizarem campeões do populismo, ainda que a possibilidade de responsabilizar os eleitos seja atractiva em teoria.

10º - Passos Coelho deve procurar recuperar a ideia de políticos que dêem exemplos de boas práticas. Prestigiar a política é essencial para desenvolver o País com o envolvimento de todos. O conselho de escrutínio de nomeações que propôs em sede de futura revisão constitucional parece uma boa ideia.

11º - Se as eleições presidenciais parecem ganhas, estancar o recuo autárquico do PSD é urgente, pois esse sempre foi o tabuleiro que proporcionou ao partido a sua mais fidedigna forma de contacto com os eleitores.

12º - Creio, por fim, que Passos Coelho deve almejar a maioria absoluta, não apenas em face do desgaste do Governo actual, mas sobretudo porque as mudanças que propõe dificilmente terão vencimento se o PSD, com ou sem o CDS, não tiver maioria. Ademais, esse é o remédio para a crónica instabilidade política e mediática de Portugal.

domingo, 18 de abril de 2010

Vê-se bem

Expliquem lá isso melhor...

Recebi esta semana na minha caixa de correio postal uma carta do Diário de Coimbra no mínimo invulgar, para não dizer outra coisa.

Para fazer o devido enquadramento, abaixo transcrevo os dois primeiros parágrafos:

“ O Diário de Coimbra tem vindo, de algum tempo a esta parte, a oferecer-lhe, sem qualquer custo, para si, a edição diária do nosso jornal.

Infelizmente, devido ao aumento das matérias-primas e à diminuição da comparticipação estatal em termos de porte-pago, é-nos de todo impossível continuar com esta oferta por mais tempo.”

Permitam-me que realce a minha estupefacção sobre a simpática missiva! É que não faço ideia do que é que para ali escreveram e gostaria que me informassem quais as edições com que me presentearam?

Sinceramente, receio ter cometido uma indelicadeza. Pois como nunca as recebi, também nunca pude agradecer a oferta.

sábado, 17 de abril de 2010

i: fim à vista


O jornal que ainda nem perfez um ano de vida parece ter o fim à vista. Em Maio de 2009 o "jornal i" surpreendeu no seio da imprensa nacional, num formato inovador e bastante apelativo. Goste-se mais, ou menos, dos conteúdos, certo é que foi até considerado o "jornal europeu do ano". Mas se até a imprensa com raízes já fixadas enfrenta a crise e a supremacia da informação em rede, não seria previsível este desfecho? À data da sua comercialização, eu mesma, por aqui havia vaticinado o futuro da publicação. Nem um anos depois, a "fraquissíma capacidade de gerar receitas" conduziu a uma espécie de ultimato ao director Martim Avillez Figueiredo que, por sua vez, se sentiu «defraudado» com as limitações ora impostas e decidiu-se pela demissão. Agora é esperar para ver se o projecto está mesmo condenado à morte ou se há fé que sustente este empecilho do Grupo Lena.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A infância está em vias de extinção


Não dá para acreditar, mas uma famosa cadeia irlandesa, a Primark, lembrou-se de lançar uma linha de bikinis com enchimento na zona do peito, dirigida a... crianças de 7 anos! Felizmente houve gente sensata que deu por isso e denunciou às autoridades, o que acabou por determinar a suspensão da comercialização de tais peças.

Mas se é de exigir o sentido de responsabilidade das empresas quanto a estas matérias, que dizer da responsabilidade dos pais? A pequena da foto acima, de seu nome, Suri, filha de Katie Holmes e Tom Cruise, apresenta-se frequentemente nestes trajes. Tem 3 anos e orgulha-se de ter um guarda roupa avaliado em dois milhões de euros. Não só é ridículo como, dada a fama dos progenitores, dá um péssimo exemplo de uma vivência prematura, extemporânea e artificial de uma miúda que é suposto viver como uma criança e não um como um adulto. Eu cá, muito temo os efeitos que estes comportamentos possam vir a ter nas crianças, hoje já votadas a prescindir da infância.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Embuste à escala global, by George W.


No fim do filme perguntamos como foi possível o Mundo ter ido atrás da mentira de Bush, com a suposta existência de armas de destruição maciça no Iraque?
Fica o consolo de sabermos que, mesmo com os erros inerentes, uma democracia é sempre melhor que uma ditadura ou qualquer movimento terrorista. Além de que a abstenção não honra a nossa história.
Convém também não esquecer que ali vivia (e ainda permanece) o horror do terrorismo e o cinismo do radicalismo islâmico.

By the way, o filme é muito bom.

"Quem és tu Francisco?"

Afinal que tipo de político é Francisco Louçã?
No jornal da noite de domingo ouvi Louçã a discursar sobre o novo programa do PSD (pelo menos foi assim que o jornalista apresentou a peça). Primeiro, ainda pensei que fosse brincadeira. Mas não. Era mesmo verdade. Louçã dizia que o PSD se preparava para sugerir a redução dos salários dos funcionários públicos e das reformas para combater a crise.
Naturalmente que não se estava a referir ao programa do eleito PPC, que é quem naturalmente neste momento dá voz às intenções do PSD. Estava sim a referir-se a um deputado que tinha apresentado essa ideia ao congresso (académica e lógica do ponto de vista económico e financeiro), mas que na realidade a sua execução conduziria a consequências graves na confiança das pessoas e no dia-a-dia dos portugueses…
De certeza que Louçã sabia disto. Mesmo assim, toca a lançar a confusão!!!
Afinal que tipo de pessoa (do ponto de vista político, claro) é o Francisco Louçã?
Pois bem, num exercício, de igual forma académico, vou imaginar que sou uma Dona de Casa. Arrumo a minha casa como sei. Faço-o com carinho, pois quero servir da melhor forma as pessoas que partilham comigo o mesmo tecto.
De repente a minha visita bate à porta para me pedir “sal”. De repente olha para mim de uma forma altiva e ameaçadora e diz: “é assim que arrumas a casa?...”. Fica um silencia assustador e ela continua: “As cortinas têm de ser engomadas da esquerda para a direita. O chão não pode ser barrido mas sim passado com um pano húmido… e o pó não pode ser limpo com esse produto…”
Já com muita vergonha, pergunto à minha vizinha: “é assim que fazer na tua casa?”
Ela responde: “não. Eu tenho empregada… nem sei bem como se faz pois nunca fiz, mas tu fazes mal…”
O Francisco Louçã é como esta vizinha. Nunca irá governar. Nem quer. Mas está sempre prontinho para criticar…
Talvez um dia as donas de casa deste país percebam que existe um Francisco Louçã na casa ao lado e afinal de contas até nem gostam lá muito dele!!!

Freudiano - Para apreciadores


sábado, 10 de abril de 2010

"Mudar"... também por cá...


Pedro Passos Coelho dá um sinal interno de como se deve fazer política após actos eleitorais. O convite a Rangel e Aguiar Branco, cai bem aos portugueses. Embora possam existir militantes defraudados nas suas expectativas em progredir politicamente com a nova direcção apenas pelo simples facto de que apoiaram o “cavalo certo”, a realidade é que assim é que deve de ser… “ruptura interna” nunca será o melhor caminho!

Agora falta apenas que nos núcleos, secções, distritais do PSD adoptem esta prática. O convite de opositores internos derrotados para colaborar em gabinetes de estudos e grupos de trabalho, pode ser uma via extremamente importante para a estabilidade futura interna do PSD.

É assim que se prepara um grupo para governar.


NOTA: Parabéns ao Manuel R. e bom trabalho…
* Fotografia retirada do JN online

Lodo, S.A.D. aumenta a sua "cadeia de valor"

Ajuda a MUDAR, Manuel Rodrigues.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Gajo de Gabarito VII

Que se trata de um cavalheiro pudera já constatar pessoalmente numa audição parlamentar, na qual usei da palavra em nome do PSD.

Que é um empresário de mão cheia afere-se pelo seu sucesso.

Porém, faltava uma declaração de tomo. Ora, chega-nos a dita, hoje, pela comunicação social.

Diz Miguel Pais do Amaral que José Eduardo Moniz tinha como agenda derrubar Santana Lopes e o seu Góverno; pena é, aliás, que não tenha reconhecido outra evidência (talvez por ter ocorrido depois ter vendido a Media Capital à Prisa), que é o facto de a raiva predadora se ter mantido com José Sócrates.

O que estava em jogo era, a meu ver e para desgraça da democracia, uma cada vez mais comum tentativa de afirmação dos órgãos de comunicação social e dos jornalistas como contra-poder, algo que me parece deontologicamente errado e politicamente sinistro.

Mais diz Pais do Amaral que Manuela Moura Guedes tinha que ser substituída para que a TVI passasse a ter informação séria e de referência.

Veio tarde, mas é sempre bem-vindo.

Respire "ar fresco" com as palavras do 2º Conde de Alferrarede, citadas pelo Público *:
  • "A TVI funcionou como plataforma para derrube do Governo".
  • "Houve um período de tempo em que a TVI tomou um conjunto de decisões que se desviaram de uma linha de isenção e de credibilidade durante o Governo de Santana Lopes".
  • (Dito a José Eduardo Moniz) "Uma televisão não existe para derrubar governos mas para informar o público".
  • (Sobre Manuela Moura Guedes) "Era um excelente intérprete do estilo tablóide, mas não se podia reconverter. Havia que mudar o pivot para mudar o estilo de informação".
  • "Uma TV líder com informação séria vale muito mais que uma TV com informação tablóide".

* A pontuação nas citações é da responsabilidade da subscritora da notícia e de quem lha publicou. A fotografia foi "emprestada" por A Bola.

Oportuno

É de aplaudir, esta iniciativa de um senador norte-americano que montou uma campanha na tentativa de melhorar a apresentação e preceito dos jovens americanos, que nos últimos tempos adoptaram o sagging (em bom português, «calças arriadas»!). Por cá a moda também pegou e à falta de cartazes, eu diria que um bom puxão de orelhas à antiga surte bons resultados. Pais, toca a experimentar!

Contudo, a "causa" não é de agora. Nos estados do Louisianna e Georgia já haviam sido aprovadas leis a proibir a exposição do traseiro que, contudo, acabariam por cair por terra. A esse propósito até Barack Obama, antes de ser eleito, já se havia pronunciado: “(...) brothers should pull up their pants. You are walking by your mother, your grandmother, your underwear is showing. What’s wrong with that? Come on. Some people might not want to see your underwear. I’m one of them.”

terça-feira, 6 de abril de 2010

Vão e não voltem!

Considero-me um democrata e creio que a liberdade de expressão é crucial para "o pior de todos os regimes com excepção de todos os outros", como diria Churchill.

Creio, todavia, que, por muita razão e ira que os cidadãos de Valença possam ter em virtude do encerramento do serviço nocturno do centro de saúde local, nada justifica o hastear de bandeiras espanholas, no centro da localidade, mesmo perante o auxílio médico disponibilizado pelo alcaide de Tuy.

É obsceno, é um insulto à memória dos que, em várias épocas, deram a vida pela nossa Pátria e é, indirectamente, o enxovalho do mais "sagrado" dos símbolos da nossa soberania: a nossa bandeira.

Nenhum político ou decisão, por mais medíocres que sejam, autorizam o hastear de uma bandeira estrangeira e muito menos da espanhola, dados os cuidados que até o direito diplomático mantém, ainda que devamos cultivar relações amistosas com o povo espanhol.

Vai e não voltes!


"Alegre valoriza mais cátedra com o seu nome que a possibilidade de ser eleito Presidente"

Título do jornal (pág. 7) "Público", hoje


Confesso que sempre me exasperou a arrogância do poeta de Águeda, mas este desrespeito pela mais alta magistratura da Nação (preferindo a cátedra na Universidade de Pádua) é demasiado para qualquer português que se preze.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Os doze passos de Coelho

Depois da sua categórica vitória e usando a deixa de Asterix, creio que Pedro Passos Coelho tem que encontrar a sua poção para tornar o PSD numa alternativa credível e em que também o imenso eleitorado flutuante possa rever-se. Por simpatia de arrumação lógica, eis os seus doze trabalhos ou passos:

1.º - Persuadir o eleitorado de que, agora sim, alguém tem um projecto que resolve (e não remedeia apenas) os problemas de Portugal. É uma sensação que já não percorre os eleitores desde a primeira eleição de José Sócrates, em 2005. A diferença cifra-se em conquistar o poder e a disponibilidade da sociedade para a mudança ou esperar que o PS perca as eleições, recebendo o poder por “K.O. técnico” do adversário, sem entusiasmo do eleitorado.

2.º - Definir um modelo ideológico e, logo, um ideal social. Temos que explicar às pessoas o que queremos fazer com o seu voto, antes de lho pedirmos; esta foi uma máxima que escutei a Passos Coelho, em 1991, e que creio fazer todo o sentido, mormente quando a falta de clarificação ideológica do PSD tem dado margem de crescimento a um CDS que, não descurando alguns traços conservadores, se assenhoreou do espaço liberal clássico.

3.º - Para isso, entendo que deve repensar o Instituto Sá Carneiro, convertendo-o num gabinete de estudos que, mais do que ser chique e mediático, elabore doutrina e planos de acção para o partido, mas sem se metamorfosear num feudo de jovens “cientologistas” (uso o termo deliberadamente) da política, que o transformem numa célula de propaganda e de emprego para os amigos ou num Cavalo de Tróia, onde se acoitam reservistas para um domínio perpétuo do PSD. Deve tratar-se de uma estrutura com método, mas aberta ao caos próprio do pensamento criador, e aberta a todos sem excepção (quem avisa… ).

4.º - Olhar criteriosamente para os estatutos do partido, clarificando sem margem para dúvida quais as suas opções em matérias cruciais como a eleição directa do presidente e a disciplina, entre outras.

5.º Constituir uma equipa dirigente que faça o equilíbrio entre os capatazes e os arquitectos; ou seja, premiando quem arregimentou votos, mas não desprezando os que gostam de pensar a política sem que tenham, por razões variadas, militantes a toque de caixa (vale a pena fingir que os não há?!).

6.º Concomitantemente, terá Passos Coelho que domar os ímpetos pós-revolucionários. Quero eu dizer que não será fácil conter alguns generais e coronéis do seu exército, que terão vontade de fazer rolar cabeças. Há gente importante para o PSD e para Portugal no terço de militantes que não votou novo premier laranja, havendo que resistir à medíocre tentação do tiro à elite, que alguma rapaziada distrital (não, que saiba e felizmente, em Coimbra) nutre. O tempo é de conciliar, mesmo que, no mandato anterior, os ditos barões (também em Coimbra) tenham visto o PSD como uma coutada pessoal.

Para a semana, terminaremos a saga.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O último erro do SCP!

Eu acredito que ele vai ser campeão em breve… mas infelizmente, não no SCP...