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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Gatos escaldados (e agora «calados»)

Se havia página d'A Bola que eu gostava de ler nas raras vezes que o jornal me vem parar às mãos, era a das crónicas dos gatos Ricardo Araújo Pereira e José Diogo Quintela, a torcer pelos seus clubes, SLB e SCP, respectivamente. Mas ao que parece, um destes dias o lápis (literalmente) azul falou mais alto e a última crónica do «gato verde» saiu com certos cortes, sem que o cronista fosse disso avisado. Os cortes recaíram sobre trechos em que Quintela «respondia» a Miguel Sousa Tavares a propósito de uma troca de palavras quanto ao célebre Apito Dourado. Pormenores à parte, é de concluir que, desta vez, até o diário comummente associado ao Benfica se prostou perante os papões do Norte. O resultado? Quintela abandonou a crónica e RAP fez, num gesto solidário para com o colega, o mesmo. Quem fica a perder? Todos. O humor intercalado com momentos de pura lucidez (que tanto escasseia no meio), viesse de quem viesse, tornava o desportivo numa leitura mais sadia. Agora MST pode respirar de alívio: tem o jornal por sua conta e ninguém à sua altura para lhe lembrar que um homem com a sua inteligência não pode fingir acreditar que o Apito Dourado é uma mera ilusão futebolística.

sábado, 17 de abril de 2010

i: fim à vista


O jornal que ainda nem perfez um ano de vida parece ter o fim à vista. Em Maio de 2009 o "jornal i" surpreendeu no seio da imprensa nacional, num formato inovador e bastante apelativo. Goste-se mais, ou menos, dos conteúdos, certo é que foi até considerado o "jornal europeu do ano". Mas se até a imprensa com raízes já fixadas enfrenta a crise e a supremacia da informação em rede, não seria previsível este desfecho? À data da sua comercialização, eu mesma, por aqui havia vaticinado o futuro da publicação. Nem um anos depois, a "fraquissíma capacidade de gerar receitas" conduziu a uma espécie de ultimato ao director Martim Avillez Figueiredo que, por sua vez, se sentiu «defraudado» com as limitações ora impostas e decidiu-se pela demissão. Agora é esperar para ver se o projecto está mesmo condenado à morte ou se há fé que sustente este empecilho do Grupo Lena.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Arriscar em tempo de Crise

Há dias ouvi Luís Filipe Reis, membro do Conselho Geral do Jornal Público, confirmar num programa de rádio que aquele diário ponderou, muito recentemente, pôr fim à sua edição impressa, subsistindo apenas a versão online.

Pois bem, hoje mesmo fiquei a saber que amanhã sai um novo jornal denominado tão só de «i», dirigido à classe alta (?) e a leitores exigentes - como se não os houvesse nos demais estratos sociais... Adiante. O que me faz uma certa confusão é o lançamento de mais um jornal impresso quando a tendência é particularmente negativa para os jornais em papel. Excepção aos gratuitos que proliferam..., a indústria dos jornais já não tem a procura que teve outrora, culpa das tecnologias e da crise económica.

No início do ano a consultora Deloitte dizia já que, a julgar pelas suas contas, "em 2009 cerca de uma em cada dez publicações impressas podem ser obrigadas a reduzir periocidade, terminá-la ou encerrar totalmente". E não tardou muito até que o francês Libération anunciasse um plano de corte de custos, e que o norte americano LA Times e o inglês Financial Times dessem conta de um número relevante de despedimentos.

Longe de mim estar a vaticinar o futuro da nova publicação. Louvo-lhes o arrojo, dado o contexto, mas parece-me que se tivessem concentrado energias e capital num modelo de comunicação mais inovador o sucesso seria mais certo. Ou talvez não.... Esperar para ver.

Louvável foi a medida de Monsieur Sarkozy, em França, onde o Estado concedeu apoios à imprensa escrita e digital através de publicação de publicidade institucional, cientes da necessidade que há em manter viva esta indústria, crucial que é o seu papel na formação da opinião pública nas sociedades democráticas.