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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Um navio que não deu a(o) Costa

Por muito que se pinte de rosa o que é laranja e azul, só há uma leitura dos resultados eleitorais: PSD e CDS ganharam, e o PS perdeu; a leitura é simples e não é preciso estudar em Coimbra para a fazer. Interessante resultado, depois de medidas tão penalizadoras. Mais do que masoquismo, leio maturidade democrática, quiçá até no apoio condicionado por uma maioria relativa.

De um ponto de vista socialista, eu diria que o maior dilema é o julgamento moral que pode fazer-se em face da degola política de António José Seguro; apear um cidadão que ganha por pouco por outro que o apeia e perde… No entanto, como sabemos, a palavra “moral” é algo de alienígena para os aparelhos partidários, e nem dou por excluído que António Costa possa ser Primeiro-Ministro, no futuro. Note-se, porém, que creio que o não consegue (ou logra um “inconseguimento”, segundo a Dra. Assunção Esteves) se criar instabilidade a um Governo legitimado por uma maioria de votos e de lugares; antes pelo contrário… Fica a obra de ciência política que é perder algo que era seguro (que palavra ambígua!…).

Por fim, reconheço que festejei antecipada e erradamente um desaparecimento do Bloco de Esquerda que aproveitou a moda hispano-grega para continuar na passarela. Continuo a entender que se trata de uma modernidade pouco estimável, mas o facto é que “vende”.

A respeito de “modernices” vale a satisfação de Marinho, Joana e Cª não terem vendido as suas ilusões. Nem o tom grave de um, nem a gravidez de outra lograram transformar em consistente o que é coisa de megafone, assim estilo “Homens da Luta” ainda com menos graça (o que já me parecia impossível).

Já o PCP e o seu atrelado esperam tristemente que a lei da vida leve o grosso da coluna dos seus votantes. Um dia, inevitavelmente, a pauta eleitoral dirá “chega de saudade”.

Resta esperar que uns trabalhem, e que outros deixem trabalhar.

domingo, 27 de setembro de 2015

Carregar (n)a cruz


Ainda (voluntaria e profissionalmente) comedido, importuno o leitor com um pedido datado: a 4 de Outubro, vote!

Creio que poucas vezes a escolha de um caminho (creio que ainda falta a proposta de uma um destino, na política portuguesa) foi tão crucial, mormente a partir dos anos 80.

De facto, com a democracia e outras bases do Portugal contemporâneo consolidadas - designadamente, o “cartão de sócio” da União Europeia (cada dia mais um clube de negócios, e menos uma “casa” de debate) – não é comum poder decidir entre duas propostas eleitorais tão claramente distintas. Note-se, ademais, que falo em duas opções porque, em virtude do que já vai escrito e salvo o devido respeito, também em rara ocasiões valeu tão pouco a pena queimar cartuchos com os festivais de Outono da nossa política (Joanas, Marinhos e companhia), ou sequer com as orquestras do “vira o disco e toca o mesmo” (o nosso respeitável PCP e o seu atrelado esverdeado).

Assim, de um lado, a coligação de PSD e CDS-PP que propõe a manutenção de políticas disciplinadoras e causadoras de alguma contracção no modus vivendi colectivo, com ligeiro perfume a lembrar calvinismo, recuando o Estado e ganhando protagonismo o aspecto individual. Do outro lado, contudo, os resultados positivos e certificados: aumento das exportações, crescimento do PIB, diminuição do desemprego, saída de um programa de assistência draconiano (e em certos aspectos ridículo e acintoso, como a questão dos feriados). Importa perceber a partir de que ponto o aumento de riqueza pode reverter para os cidadãos e para quantos cidadãos, tido por adquirido que se assegurará um patamar mínimo de dignidade social abaixo do qual ninguém deve cair.

Do outro lado um PS, aparentemente sem poder coligativo (a avaliar pela mise-en-scène da extrema-esquerda; a do costume…) que propõe um caminho quase sem pedras, mas, alegadamente, com uma via que não ruirá: recuperação mais veloz de alguns dos privilégios perdidos, manutenção do lado assistencial da República sem cortes e com sustentabilidade, um sector público muito presente e com papel dinâmico. Se as ideias parecem agradáveis, o senão da bela surge com o panorama globalizado do mundo actual que parece contrariar as soluções mais garantísticas.
Seria importante ver ainda os pergaminhos de uns e de outros, mas eis precisamente o terreno minado que a diplomacia desaconselha…

A minha escolha não será para muitos a quarta parte do Segredo de Fátima; contudo, não deixo de repetir uma ideia que ouso converter em apelo: vote. São alguns momentos que vão decidir o modo como vai viver vários anos da sua vida.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

As coisas que eu não entendo

Numa altura em que o Mundo, em geral, e o País, em particular, parecem esvair-se em desgraças e pessimismo, assumo a minha incapacidade cognitiva global e tento, pelo menos, compreender partes do triste fado que nos envolve. Mesmo assim, creio que sou mal sucedido…


Desde logo, fala-se na nossa campanha (algo que gostaria de poder comentar com outro detalhe) de aumento de impostos do IVA ao IMI (o que nos restará, ao fim do mês?!), há algo que nunca entendi: por que é que os gestores das grandes empresas – mormente as de capitais maioritariamente públicos ou onde haja a famigerada golden share – ganham prémios colossais, no fim de cada exercício??? Não é o vencimento a justa compensação pelo seu empenho?!


O argumento mais clássico é: “se não são bem remunerados, vão para o sector privado ou mesmo para o estrangeiro”.


Apetece dizer: boa viagem! As nossas universidade injectam no mercado, anualmente, jovens licenciados e mestres bem mais actualizados e até qualificados do que muitos dos gestores que, há anos, pulam de cadeira em cadeira e de empresa em empresa. Não há homens providenciais!...


Depois, há outra coisa que me tolda a inteligência; não entendo a razão pela qual se fala de perigo para a subsistência de, por exemplo, o Sistema Nacional de Saúde. Ou me deu ataque de lirismo, ou me parou o cérebro, mas diria que muito se conseguiria com uma articulação com o fisco que permitisse escalonar o pagamento nos nossos excelentes hospitais públicos (quem viva fora de Portugal, em muitos países, aprende a tirar o chapéu ao nosso serviço público). É impensável que uma semana de internamento continue a custar sessenta euros para o pobre, o remediado, o desafogado ou o rico.


Por fim, uma interrogação mais filosófica: todos os partidos oscilam entre mais e menos impostos, renegociar ou não renegociar a dívida, mais ou menos Estado e daí por diante... Quase quarenta anos depois da Revolução que o próprio Otelo (esse mesmo, o amnistiado!) admitiu poder renegar, fica por perceber o que queremos ser enquanto pátria e enquanto Nação. A cada acto eleitoral discutimos remendos e desvios de dez ou quinze graus (diferenças mínimas, portanto), mas não aparece uma liderança disposta não apenas a dizer a (sua) verdade, mas também a emocionar, motivar e conduzir o povo português para uma mudança de idiossincrasia, apontando o exemplo de outros povos que não precisaram de poços de petróleo para ter níveis de conforto elevados, e que não estão sempre de mão estendida para o Estado.


Admito que o defeito seja meu…

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Rodapés políticos

Ao voltar de uma breve incursão pela Índia “portuguesa” (Goa, Damão e Diu), ligo a televisão, leio as notícias na Internet, e assaltam-me a ideia algumas considerações dispersas que partilho com os leitores:

1 – O PSD fez uma excelente escolha em Coimbra. José Manuel Canavarro é um excelente cabeça de lista; tem experiência profissional, académica e política e é um homem de inegável craveira política. Não conhecendo o processo, atrevo-me a ver aqui uma vitória do PSD de Coimbra e de Marcelo Nuno, em particular. A manutenção de Pedro Saraiva é também de saudar, sendo mais um político daqueles que “valem a pena”, como também o é a de Paulo Mota Pinto, embora como “emigrante” (algo que também me sucedeu).

2 – Em condições de normalidade política, creio que nem os militantes do PS esperariam sondagens tão equilibradas. O desgaste normal do Governo e a crise que vivemos apontariam para uma valente “cabazada”. Todavia, as sondagens – cada vez mais exactas, tal qual os boletins metereológicos… - mostram um “xis” no totobola destas legislativas. Oxalá me engane, mas temo que o PSD venha a pagar o excesso de “aparelho” e do seu peso nas esferas dominantes.
Saí do Conselho Nacional do partido há já alguns anos, mas lembro-me do contraste entre as primeiras presenças (com pouco mais de 18 anos, pela JSD) e as últimas. Nas primeiras ouvia debates ideológicos entre figuras com pergaminhos; nas derradeiras tinha a sensação de estar numa homilia, ouvindo um coro de “ámen”, já sem algo que justificasse o título de “conselho”.
Creio que será um mal dos partidos portugueses e não antevejo melhoras. Espero bem é que não haja já “cientistas” e grupos da política laranja entretidos a conjecturar sobre um eventual insucesso de Passos Coelho.

3 – Goste-se ou não, José Sócrates é um caso de estudo da nossa política. Em situação que muito diriam complicada, dadas as situações pessoais e políticas com que se foi deparando, eis que aparece a disputar a eleição com uma força anímica e uma capacidade de comunicação que – repito, goste-se ou não – são notáveis.

4 - Enquanto os portugueses se distraem com a Liga Europa e se animam com o facto de os sacrifícios impostos pelo trio EU-FMI-BCE não serem os piores que se temeram, eu é que temo que nada aprendamos, enquanto povo, com esta crise…

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O Ego!

Hoje fiquei estupefacto com o ego do nosso primeiro-ministro ao anunciar o acordo que fez com a Troika. Basicamente o que ele disse foi “depois de 3 semanas de reuniões e análises financeiras, a troika conclui que vamos aplicar o PEC IV”. Claro que esta foi a pior notícia da noite. Depois disso só se ouviram boas noticias:


“Ninguém será despedido. O 13º e o 14º mês são garantidos. Não se mexe na idade da reforma e nada será privatizado!” Enfim, tudo igual…


Para quem conhece José Sócrates já percebeu que o que ele diz hoje é muito provável que seja mentira amanhã (mesmo que seja dito em televisão).
Não percebo onde pára a austeridade. Sócrates sempre disse que com o FMI seria tudo muito pior.


Contas feitas, e na boca do nosso PM a tendência com a Troika é melhorar e sem grande esforço… ou seja, com o esforço previsto pelo governo socialista – o PEC IV!


Se assim é, então porque razão o FMI não entrou em Portugal mais cedo? Não teríamos poupado uns trocos valentes em juros?

NOTA: estou curioso para saber se hoje à noite por volta das 19:55h os testes de posicionamento do PM na sala da conferência de imprensa e das câmaras de televisão, foram feitos com o Teixeira dos Santos. Tenho quase a certeza que não foram, pois não encontro outro motivo para ele não ter testado uma “carita” melhor durante o discurso do seu grande amigo fiel Sócrates… “Oh Luis, desta vez falhaste pá!”


fotografia do site do expresso

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Na mouche!

Nem as empresas de sondagens, ódio de estimação do CDS-PP, estiveram tão perto. O último cartaz do partido do táxi (que agora já enche um Minibus) acertou em cheio. Desde domingo que eles são muito mais. E, atento o cenário, ainda bem que assim é. Não fosse a eficaz campanha de Portas e o trabalho louvável que este pequeno partido fez na última legislatura, teríamos como terceira força política o partido dos bloquistas radicalistas trotskistas anti-capitalistas e outros «istas» que nunca chegaremos a perceber muito bem. Estivemos na iminência de ver concretizada uma coligação PS/BE - coisa que suspeito que levaria muito de nós a emigrar para bem longe deste Portugal - mas o partido de Portas 'resolveu'. Bem vistas as coisas, não foi só o CDS-PP que ficou a ganhar, fomos todos nós...

sábado, 26 de setembro de 2009

Dia de Reflexão (ou não)


No dia em que a legislação eleitoral impõe silêncio às máquinas partidárias e aos meios de comunicação social, a TVI não tem pudor em transgredir a lei logo pela manhã, emitindo a repetição de "A torto e a direito", um programa de Constança Cunha e Sá que conta com três opinion makers de peso - João Pereira Coutinho, Francisco José Viegas e Franscisco Teixeira da Mota.
O programa anda em torno da «actualidade» e, como seria de esperar, na berlinda esteve o acto eleitoral de amanhã, o balanço da campanha e do desempenho dos seus protagonistas. Conteúdo para reflectir, portanto.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Se não os podes vencer, junta-te a eles


Dá-me ideia que dentro de uma semana o PS estará nesta situação. Ou bem que vence inequivocamente as legislativas (feito improvável) ou vence por um triz e resta-lhe estender a mão ao BE. Contudo, e para já, nada de abrir o jogo. Enquanto pode clamar (em vão!) pela maioria absoluta, o Partido Socialista tem passado a ideia de que não precisa de nada, nem ninguém, para governar. (Atento o cenário, antes assim fosse!) Acicatam, por isso, os bloquistas e apelam aos indecisos a concentrar os votos no PS, receosos que estão quanto à prevísivel votação histórica do BE. Mas eis que, a uma semana do dia D, Mário Soares deixa cair a máscara e confessa à comunicação social que não lhe repugna a ideia de o PS vir a coligar com o Bloco. Quando um fundador do PS consente tal solução, não vejo quem se lhe possa opor. Dá vontade de ir a correr votar em massa no PS. É que, a meu ver, mais vale aturar um Sócrates que uma dupla Sócrates-Louçã.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Do Barlavento ao Sotavento algarvio - as campanhas

Um fim de semana no Allgarve deu para confirmar que apesar do sotaque inglês que predomina naquela província (ainda) são os autóctones quem por lá manda. O que mais marca as campanhas a Sul do país é, nem tanto as promessas e ideais, porventura os nomes dos candidatos. Nas legislativas há Elidéricos e Anastácios. Nas autárquicas o leque é mais vasto: há Apolinários, Macários, Abúndios, Serucas, Álbios, Vairinhos e um sem fim de nomes sui generis. E quanto às mulheres, essas não fazem por menos: Piedade Carrasquinho, Jovita Ladeira, Hilarina Sousa, Jamila Madeira, Rosa Cigarra são candidatas a juntas, assembleias municipais e câmaras do sul do país.

Embora sorridente, Jovita Ladeira é mulher de poucas falas.
(Mas recomendo-vos a todos a ler aqui a deliciosa explicação que faz do seu outdoor)

Jose Sócrates convive bem com o vizinho Macário Correia.
À falta de melhor, José Apolinário confirma o que todos nós suspeitavamos: "Faro é Faro!"
O último cartaz é dos "Cidadãos com Faro no Coração" e seu candidato José Vitorino.

Não sei do que gosto mais, se da informalidade da coisa (contigo, tu aí, ó tu!!), se do arrojo do «&», se da qualidade das fotografias.


O clássico fundo azul e uma ou outra tonalidade laranja são sempre uma aposta segura, mesmo quando o nome destoa.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Os Cinco

Com a rentrée, voltamos à apreciação aos cartazes eleitorais que tanta rotunda e cruzamento decoram por este país fora. O da foto acima é o mais recente cartaz do MMS, partido que ousou pegar nos actuais rostos dos cinco principais partidos políticos e mandá-los para a célebre Conchichina*. Repudiam assim aquilo a que chamam a "velha política portuguesa" e falam em "Mudar portugal". Sucede que as aspirações dos MMS'ianos ficar-se-ão pelos cartazes, uma vez que o próximo PM sairá, inevitavelmente, de entre aqueles cinco...

* Podiam ter recorrido ao dicionário, uma vez que se escreve "Cochinchina", não "Conchichina" - confirme-se aqui.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Reforço de um pequeno núcleo

Parece que Manuela Ferreira Leite recusou a indicação da distrital de Vila Real para que Pedro Passos Coelho fosse o cabeça de lista local às legislativas, receando criar cisões no grupo parlamentar laranja. 3 Julho
Hoje, passado um mês, veio rejeitar liminarmente esta possibilidade.

Ângelo Correia já veio lamentar a decisão, questionando onde está a representatividade dos social-democratas que se revêm na linha de PPC. Eu subscrevo e pergunto:

Mais vale manter intocável este núcleo palaciano do que unir todo um partido?
Preferimos ter H. Lopes da Costa e António Preto (da mala) a defender os interesses dos portugueses?

Haverá algo aqui que eu não estou a perceber ou é apenas um sintoma da silly season?

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Como combater a abstenção III

Quando Manuel Alegre veio recentemente defender a possibilidade de candidaturas independentes às legislativas, confesso que foi esta a primeira imagem que se me assomou de um Governo eleito em tais condições. E vai daí, talvez nem fosse assim tão mau. Até porque eles em tempos já experimentaram pisar o campo político e, reconheça-se, é logicamente impossível ser-se mais fedorento que o actual Governo.