sexta-feira, 22 de abril de 2016
"Um Imenso Portugal?" - I
quarta-feira, 23 de março de 2016
Falinhas mansas
quarta-feira, 2 de março de 2016
Vão chamar pai a outro
Impedido de me expressar como Arnaldo Matos (MRPP) o fez recentemente, lamento e registo a ofensa.
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
O dia em que Houdini se afogou
quinta-feira, 8 de outubro de 2015
Um navio que não deu a(o) Costa
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
A verdade nua e... grávida...
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Tirar o chapéu a...

quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Opinião Isenta sobre Portugal
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Pontos de vista
Li na edição on-line do Diário AS BEIRAS (com o qual colaboro há quase 17 anos!!!...) e com atenção o último artigo da Eurodeputada do Bloco de Esquerda, Marisa Matias, cuja inteligência se não contesta.
Porém, as palavras da nossa revolucionária representante no âmago do monstro capitalista de Bruxelas/Estrasburgo são a mais eloquente explicação para a queda estilo montanha russa (para o caso de pertencer à ala marxista-leninista) ou o golpe de picareta (se for do sector trotskista, presumindo e esperando que não lhe chegue o afecto ao maoísmo) que o BE levou nas últimas eleições e sintoma das razões pelas quais a nossa Deputada, que respeito, terá muitas dificuldades em ser reeleita (por erosão partidária anunciada).
Diz a Deputada Marisa Matias que se não pode tolerar o apelo ao consenso que o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, fez aos sindicatos, na Festa do Pontal. As razões, se bem entendi o proletário euro-diktat, são de duas sortes: é contranatural pedir consenso aos sindicatos e é intolerável pedir aos sacrificados que aceitem mais ónus.
Vamos, então, por partes, como também propõe Marisa Matias: para tal, basto-me com a ideia de que a noção do sindicado permanente e necessariamente oposto a tudo o que seja dimanado de um governo é anacrónica e responsável pela ineficiência e desgaste das forças sindicais existentes. Ninguém no PSD defenderá que os sindicatos se calem, mas é legítimo esperar que se pautem por critérios de análise objectiva e parece-me atrevido reclamar que a razoabilidade seja utensílio mental proibido a um activista sindical. Entendo que seria mais coerente dizer que, no dia em que os sindicatos trocarem a cartilha ideológica por uma negociação sensata e com horizontes avistáveis, os partidos extremistas (PCP e BE) ganharão espaço ainda maior na prateleira das curiosidades ideológicas do passado.
O segundo agravo da Eurodeputada para com as palavras do nosso Premier tem a ver, por seu turno e como mencionei, com o facto de, alegadamente, Passos Coelho querer que o condenado aplauda a pena (palavras minhas). Descontando o aroma a Dostoiévski do texto que ora comento, até poderia concordar que os sectores da sociedade (classes, diria Marisa Matias, presumo) mais afectados são os do costume e que a situação de muitos portugueses atinge proporções dramáticas e que só sente realmente que as vive. Contudo, perde o pé quando vê nisso um atentado deliberado contra os trabalhadores; por motivos já discutidos, as medidas impostas são incontornáveis e só um governante louco teria gosto em castigar o seu próprio povo e, no limite, em pôr em causa a sua base eleitoral de apoio.
Marisa Matias é inteligente e, permita-se o silogismo abreviado, sabe que só o monóculo trotskista permite uma visão assim.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
“Quando o feitiço se vira contra o feiticeiro”

Basicamente tudo o que se diz e se faz em politica, para o BE está sempre “mal feito”!!!
Com muita ou pouca argumentação, o BE utiliza sempre a metáfora para criar factos políticos, voando rasteiro sobre o ético e o razoável em debate com os outros partidos!
O “cúmulo” desta forma de fazer política, é a reacção de um deputado do BE quando é alvo dos métodos preferenciais do seu próprio partido… ora vejam aqui!
sábado, 9 de janeiro de 2010
Casamento, igualdade e opções

2. A aprovação do casamento gay foi conveniente para o Governo. Durante as últimas semanas a discussão das matérias económicas (endividamento público, desemprego, problemas sociais, etc.) cederam espaço aos debates relacionados com a proposta aprovada na manhã de ontem. Mas daí não vem grande mal ao mundo. Afinal de contas acontece o mesmo quando joga o Benfica.
3. Foi claro o comportamento do Governo e da Esquerda parlamentar, no sentido de oportunidade que achou encontrar neste início de 2010. Como disse Paulo Mota Pinto «[o senhor primeiro-ministro] não encontrou tempo para vir a esta Assembleia apresentar, por exemplo, o Orçamento de Estado, mas encontrou tempo para vir apresentar a lei que consagra o casamento entre pessoas do mesmo sexo». Contas feitas, depreendemos que o momento encontrado foi aquele que o putativo aumento do número de subscritores do pedido de referendo pôde sugerir.
4. A proposta de referendo (ao qual me oponho) não teve, em muitos casos, uma oposição correcta. Refiro-me àqueles que interpretaram e propagandearam a eventual sondagem como um prenúncio homofóbico «da maioria face à minoria», como se de uma batalha se tratasse, em que os heterossexuais portugueses estariam prontos a mobilizar-se pela negação das prerrogativas implícitas à eventual vitória do 'sim'. Além disso, o argumento que relaciona a lei com a extinção da homofobia (tantas vezes usado pelos militantes do 'sim') seria pateticamente ingénuo, se não fosse tão demagógico – ou não creio o mesmo tratar-se um fenómeno social que, como todos os fenómenos sociais, não se retém com a lei.
6. O PS cometeu um erro, e não foi o ter desconsiderado a opinião do seu fundador. Obstinado em chamar de 'casamento' à união civil de casais gay, foi errado nos princípios, imprudente na agenda e falacioso no produto. Esmiuçando, o PS faltou ao princípio da igualdade, tal como surgiu na Antiguidade, está consagrado no ordenamento jurídico português e do qual se entende a fórmula equilibrada de tratar por igual o que é igual, e por desigual o que é desigual – o casamento é uma instituição cujos primeiros registos remontam à sociedade pré-estamental da Suméria, enraizada na cultura ocidental pelas leis judaico-cristãs e usada para definir a união de um homem com uma mulher (é uma definição milenar da História); imprudente na agenda, porque a nova lei tem a jusante a questão da adopção de crianças por casais homossexuais, cujo debate já iniciou tacitamente, provocando a celeuma de ontem nas bancadas do BE e do PEV; falacioso no produto, porque, no seguimento das linhas anteriores, o Parlamento não deixou ontem de aprovar (por opção própria!) um casamento de segunda, revelando desonestidade para com a comunidade homossexual e instituindo, por outro lado, uma nova desigualdade.
6. Esteve bem o PSD que, como quem procura a convalescença em dias enfermos, foi ao debate apresentar a proposta de criação da união civil registada – de resto, o instituto adoptado na Alemanha, na Aústria, na Suiça, em França, no Reino Unido, e em mais onze países da Europa.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Política barata
No último fim-de-semana ouvi, na rádio, o deputado João Semedo a defender a extensão do subsídio de desemprego a todo aquele, sem excepção, que perca o emprego. Eis uma medida simpática e insustentável; ou seja, demagogia...
Mas por que estou eu surpreendido, perguntarão... Porque a coisa não ficou por aqui. Quando os jornalistas perguntaram ao demagogo de serviço quanto custaria aos cofres públicos tal medida, o Deputado disse que não sabia!...
Os eleitores do BE que "brinquem" aos votos e um dia arrependem-se...
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Na mouche!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Se não os podes vencer, junta-te a eles

terça-feira, 28 de julho de 2009
Não cobiçarás a mulher do próximo

Joana Amaral Dias já se havia aproximado da facção socialista em tempos idos, uma vez mandatária da candidatura presidencial de Mário Soares. Louçã não terá gostado e o certo é que três anos depois afastou-a da direcção do Bloco. E vai daí José Sócrates pensou que era uma óptima oportunidade para galantear a ex-deputada bloquista. Parece que levou um não, mas na lei do bom senso e da sensibilidade partidária a tentativa também é punível.
Já dizia o décimo mandamento do Velho Testamento qualquer coisa como «não cobiçarás a mulher do teu próximo», mas Sócrates parece mais dado às filosofias que à religião e moral. Não obstante, a lição serve para os dois, já que a tentação só se tornou mais irresistível porque Louçã menosprezou uma militante de calibre, tornando-a assim mais cobiçável aos olhos dos outros.
* deixo à V. consideração a inclusão neste epíteto de Miguel Vale de Almeida, defensor LGBT outrora ligado ao Bloco e hoje candidato à AR nas listas do PS ;
domingo, 21 de junho de 2009
O Bloco

A corroborar o sucesso de um discurso populista e, acima de tudo, moralizante (para a usar a definição de Clara Ferreira Alves, há umas semanas, no Eixo do Mal de Nuno Artur Silva) está, desta feita, o sucesso eleitoral do passado dia 7 – três deputados eleitos e a categoria de terceira força política nacional. Com dez anos de história e raízes que são a dos pequenos grupos políticos extremistas do PREC, mergulhados no exemplo de romanescos regimes autoritários e muito longes de obter qualquer expressão eleitoral significativa aquando da fundação da III República Portuguesa, o BE alimenta a curiosidade de muitos. Sobre o seu estilo já têm escrito o João Pedro, a Dulce e o Capitão da casa.
Abanão constante da vida política portuguesa, abdicando muitas vezes de falar de políticas, para falar de pessoas (ainda que Miguel Portas ou Ana Drago façam muitas vezes a alternância), o Bloco, sob a voz inflamada do seu líder, protagoniza acusações violentas, ora directa, ora indirectamente. Ainda ontem, Sábado, na senda das duras críticas que fez ao grupo dos economistas – todos eles de pouca fama, diz Louçã – que promovem o manifesto e o fórum Reavaliar Investimentos Públicos (à Antena 1 Louçã não falou nem de investimento público nem de endividamento externo, certamente por motivos ideológicos), não deixou escapar o comentário de que Cavaco Silva não aprendia com o que as bolsas lhe tinham feito – uma espécie de provocação à imagem de que goza o Chefe de Estado. Nesta soma "verdades" de que se acham donos, os responsáveis pelo BE, retomam, no entanto, propostas velhas e pouco criativas. João Marques de Almeida abordava, a 9 de Março no Económico, a crença inabalável na nacionalização da banca [e do sector energético, acrescente-se] como a melhor solução económica para o País (e a avaliar o discurso do BE, as razões estão na classe dirigente). Almeida previa assim o início do caminho que levaria ao fim da economia de mercado e da liberdade económica. E dá o exemplo da indústria alimentar, ensaiando o argumento ‘não se admite que haja capitalistas a ganharem dinheiro à custa da alimentação’, em que o Estado seria, “ao fim de poucos anos [e comprovam-no os exemplos históricos] incapaz de assegurar a existência de bens alimentares”. Ressalvando-se, claro, a elite tradicional de um Estado oligárquico.
Mas voltando ao estilo, é também importante averiguar ampliação que sofreu a mensagem bloquista. Se por um lado a sedução dos mais desfavorecidos é previsível (tenha-se em conta o desemprego crescente), bem como de uma boa parcela de jovens que, assim como eu, não auguram um futuro pleno de oportunidades, o BE comporta agora novos eleitores, provenientes de outras áreas políticas e com diferentes funções sociais. A classe média descrente na política (quase toda), mais abstencionista que votante, e que o Bloco já apaixona, sente-se como que parte de um discurso turbulento e impiedoso, face à elite económica e até política que, neste Estado da Arte, é assumida como um sector terceiro e dividido de todos nós – intolerável numa Democracia (em teoria o governo do povo pelo povo). A classe média descrente, demitida do seu papel cívico e interventivo, fica como que satisfeita, sentindo que o inefável verbo do Xico fez por si só, o papel de fiscalização que ela própria não faz.
Para concluir faça-se a ressalva - muitos políticos dão de barato (possibilitando) este discurso moralista. Isto é, muito boa gente, alimenta a descrença que se converte em votos no BE. E assim sendo, resta-nos constantar que, de cimento ou não, o Bloco vai durar...