sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Nem Sá Carneiro escapa


Em tempos de crise só os ladrões parecem não ter falta de trabalho, já que a onda de assaltos que assola o país cresce a cada dia que passa. O furto de bustos em bronze tem sido, infelizmente, uma realidade por todo o país. Ora Fermentelos não foi excepção e nem o emblemático busto de Sá Carneiro escapou ileso. Este busto marcava presença na margem da Pateira desde 27 de Agosto de 1987. 24 anos depois houve alguém (de seu nome gatuno) que sem qualquer respeito pelo que representa Sá Carneiro para nós Fermentelenses e para muitos Portugueses, se apoderou do busto sem dó nem piedade (provavelmente já estará derretido).

A nós unidos pelo Lodo, resta-nos a fotografia que se segue para memória futura. Quanto ao monumento ao Emigrante lá se vai aguentando, sendo demasiado grande para roubar. Esperemos que os larápios não se lembrem de voltar para levar a placa que recorda uma interessante frase de Sá Carneiro de Julho de 1974:

"Os Períodos de grandeza de Portugal, são aqueles em que o país está aberto ao mundo."



quarta-feira, 26 de outubro de 2011

GONE WITH THE WIND

Cerca de 60% do aumento do abismo que separa as rendas entre os ricos e os pobres entre 1998 e 2010 provém dos lucros realizados pelos serviços financeiros, segundo um relatório da Escola de Economia de Londres.

Pessoalmente nunca votei por esses organismos financeiros que ocupam as primeiras paginas dos jornais do mundo inteiro: Banco Mundial, Banco Central Europeu, FMI e todos os outros que têm uma tão grande influência na minha vida e na de todos os povos do mundo.

Mas são eles que dirigem o mundo. Os media só falam de mercado. Nos nossos ecrãs de televisão vêm-se indivíduos que têm os olhos fixos sobre os ecrãs e que apoiam sobre as teclas . Como se estivessem a tocar piano, cada vez que eles afloram as teclas , estes pianistas dos tempos modernos, dispõem da vida de milhões de seres humanos . Inteiramente à sua mercê.

Como é que lá chegamos? Que espécie de sistema criamos que lhes dá assim tanto poder? Eles a quem confiamos o nosso dinheiro, que engolem com avidez, o dinheiro daqueles que trabalham por vezes por muito pouco, tão duramente ganho?
Onde estavam aqueles que elegemos para se ocuparem de nos quando esta forma de capitalismo corrompido se propagou? Eram incompetentes ou acabaram por se integrar numa oligarquia que os enriqueceu ao mesmo tempo que os especuladores?
Como é possível que uma operação habitualmente tão simples como fornecer dinheiro aos criadores de riqueza, os da economia real, seja agora assim tão complexa?

Claro que conhecemos muito bem a resposta: esta complexidade é o método que foi utilizado para cegar deliberadamente as populações e permitir “aos senhores do dinheiro” de sugar todo o dinheiro do trabalho para o jogar no casino. Onde uns acabaram por perder em proveito de outros mais espertos.

Aqueles que tinham por missão de utilizar o dinheiro da gente ordinária para alimentar a máquina económica, fugiram com ele e o sistema gripou.

Freitas Pereira

Lost in translation


É no que dá não se ficarem pela tradução do livro e quererem traduzir o nome do autor. O escritor Mia Couto não merecia tamanha afronta, mas vai ter que se habituar ao seu nome em sérvio...  

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Se estivesse no Parlamento e fosse de esquerda chamaria a esta publicação "palhaçada"

Deputado do PSD distribui post-it na AR

Era discutida lei-quadro da competitividade e empreendedorismo. Pedro Saraiva distribuiu post-it pelos assentos parlamentares para recolher ideias, e utilizou os projectores da AR para partilhar a máxima da fábula de La Fontaine "A cigarra e a formiga".

A esquerda não gostou e apelidou de "palhaçada" a iniciativa.

Ora, vamos por partes:

O debate era sobre empreendedorismo. O que faz um empreendedor?
À partida, diria que surge no mercado com uma ideia inovadora e lança uma start-up. Mas em Portugal, para não ser apelidado de idiota ou outras coisas chatas, é bom que se fique por abrir um café;

Ainda que seja um café. Para se manter no mercado de forma competitiva, deve ter um factor diferenciador.
Requer um exercício de brainstorming. Se o grupo é composto por 230 pessoas e não há um software integrado de partilha de informações, o post-it parece-me uma boa solução;

Supondo que o grupo até precisa de inspiração, dado que metade não foi capaz de apresentar qualquer solução para os destinos do café nos últimos 5 meses, e até tens um projector catita para todos receberem in-puts.
Utilizá-lo para partilhar a tua ideia pode ser porreiro. Numa empresa, costumamos chamar a isto estratégia motivacional.

Sobre a fábula, disse Catarina Martins do BE que tinha sido utilizada pela propaganda em 1933, sendo um absurdo apresentá-la em 2011. Referia-se claramente aos movimentos fascistas portugueses. Podemos depreender que quem se revê na "Cigarra e a Formiga" é fascista? Ou podemos depreender que quem concorda que no trabalhar é que está o ganho é fascista? Ou quem não é reaccionário é fascista?

Espera, mas é a direita que deveria ser reaccionária. (calma, eu vou perceber isto)


sábado, 22 de outubro de 2011

Educação

Partilho este vídeo que reflecte em muito a minha opinião sobre Educação.

Como sociedade, somos (ou devemos ser) sensíveis a esta temática, quer pelo seu papel crítico na formação das novas gerações, quer nas implicações directas que tem no desenvolvimento e futuro da nação.

Em boa verdade, várias gerações de decisores políticos que passaram pelo poder nas últimas décadas não souberam cumprir a sua missão nesta área pelo que deixo agora algumas reflexões sobre qual considero que deveria ser o rumo das políticas de educação no nosso País.

Historicamente, nomeadamente desde a era da industrialização, a educação seguiu os princípios ideológicos do chamado socialismo, massificando o ensino, tratando tudo e todos por igual. Passados mais de 100 anos, continuamos exactamente com o mesmo sistema, como que ignorando as evoluções e necessidades vigentes da nova era digital e de informação que hoje vivemos. Parece que a globalização e suas consequências enquanto difusora livre e democrática de conhecimentos não existem na realidade paralela em que se vive nas escolas e universidades portuguesas. A nossa visão tem que ser diametralmente oposta, devendo estar assente num espírito de abertura para o mundo; temos que acreditar no valor da individualização e que o ser humano deve estar sempre no centro de toda a acção política.

Primeiro, e antes de mais, devemos ser os primeiros a assumir que chegou a hora de acabar de vez com o jogo das culpas. Nesse jogo, os pais culpam os professores, os professores culpam os pais, estes culpam os conselhos directivos, as universidades culpam os liceus, que por sua vez culpam as escolas básicas e, por fim, todos acabam por culpar os políticos. Chegou a hora de dizer basta! Chegou a hora de parar com este jogo e de deixarmos de continuar a aceitar o fracasso do sistema como uma fatalidade ou destino – enquanto assim não for, nada se resolverá.

Por isso, vamo-nos concentrar todos, em equipa, em encontrar as soluções que nos permitam entrar numa nova era para a Educação em Portugal. Honra seja feita, neste aspecto, o nosso Ministro Nuno Crato tem feito um trabalho excepcional tendo definido de forma clara a sua visão de exigência em que podemos e seremos melhores. Para entrarmos nessa nova era, é obrigatório começar por encarar cada criança como um ser individual: com características, virtudes e defeitos próprios – cada criança tem um ou mais talentos e é nosso dever criar um sistema educativo que encontre e explore essas potencialidades! Não podemos continuar a fomentar um sistema que utopicamente exige que todos os alunos sejam bons em tudo… Se nenhum adulto consegue alcançar esta proeza, como serão as crianças capazes?

O nosso maior erro tem sido o de tratar todos por igual… é nossa missão assegurar que cada criança seja bem sucedida nas áreas em que apresenta maiores capacidades, sobretudo sabendo que esse sucesso na infância irá ditar muitos dos sucessos que poderá vir a ter na sua vida adulta.

Sejamos francos: a escola não vale pelos conhecimentos enciclopédicos que nos impõe mas sim pelas ferramentas que nos faculta para enfrentar as dificuldades e problemas do dia-a-dia. Em vez de ensinarmos a “marrar”, que tal ensinarmos a “pensar”?

No entanto, para que um sistema educativo seja capaz de ter esta abordagem individualizada, é necessário assumir duas coisas: Primeiro – que nenhuma criança tem dificuldades de aprendizagem, mas sim têm exigências diferentes de aprendizagem; e segundo –que as crianças processam informação de modo diferente umas das outras, exigindo uma adaptação personalizada do método de ensino. Outra questão que se coloca é o das reformas dos sistemas educativos. Nas últimas décadas, várias foram as reformas oriundas do Ministério da Educação. Curiosamente, essas reformas focalizaram-se quase sempre no ensino secundário…

Parece que o que é evidente deixou de o ser e, Ministro após Ministro, ninguém foi capaz de assumir que o problema é que os alunos chegam ao secundário e às universidades mal preparados, com maus hábitos e com falta de valências que lhes permitam ser bem sucedidos. Os problemas estão na base, bem no inicio, e não no final da vida académica pré-graduada. Chegou a hora de nos consciencializarmos sobre a importância do ensino pré-primário e primário e sobre a urgência de as transformar profundamente. As evidências da caducidade do actual sistema estão também patentes no aumento que se verifica nos níveis de racismo, xenofobia e criminalidade entre indivíduos que não completaram sequer a escolaridade obrigatória. Não só o sistema não cumpre os seus objectivos de formar cidadãos solidários e capazes de ajudar ao desenvolvimento do país, como nem sequer cativa a participação dos próprios alunos.

Portanto, para iniciarmos esta reforma por um inovador sistema de ensino, devemos assumir que a educação não começa nem acaba nas escolas. Hoje é irrefutável a importância do papel das famílias e das comunidades em que estão inseridas na formação de qualquer criança ou jovem… então porque é que ignoramos a sua existência e não fomentamos a sua participação? Tem de ser dada a importância devida às associações de pais e às reuniões entre pais e professores – porque é que o professor não pode ir à casa dos alunos de modo a começar a quebrar a barreira entre a escola e a casa? Os Professores têm que assimilar que eles têm uma missão única e histórica e a sociedade tem que lhes reconhecer esta grandeza.

Também as comunidades devem ser incentivadas a colaborar com as escolas e deve ser fomentado um espírito de missão entre os membros de determinada comunidade de modo a que sintam orgulho e vontade de melhorar a sua escola. Mas este tipo de espírito só poderá ser alcançado a longo prazo se as crianças de hoje tiverem direito a uma verdadeira educação para a cidadania – que lhes incuta um espírito empreendedor, mas solidário – de modo a que as crianças de hoje, adultos de amanhã, não sejam indiferentes às dificuldades e problemas que os possam rodear. Quando toca à nossa comunidade e ao nosso País, temos o dever de ter sentido de missão… e de transmitir esse sentido de missão às novas gerações.

Evidentemente, neste novo sistema, a educação para a cidadania tem de ser acompanhada por uma educação para a saúde, de modo que cada indivíduo se possa conhecer e respeitar a si próprio, no sentido de assim se formarem cidadãos justos, solidários, empreendedores e, sobretudo, mais responsáveis e conscientes do seu papel em sociedade.

Os nossos estabelecimentos de ensino devem ser templos dirigidos à beleza do conhecimento, à tolerância, à cidadania e à solidariedade.

Tem que se reconhecer que cada aluno é especial e único, mas também é determinante que cada aluno perceba que pertence a uma sociedade a um mundo Maior, que extravasa as paredes da sua escola. 

Tal como afirmou Albert Einstein: “A Educação é tudo que nos resta, depois de esquecermos tudo que aprendemos na escola”.

Está na hora de darmos às crianças de Portugal a Educação que elas merecem.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Para Consumo Interno

Uma das inequívocas vantagens em sair do país durante uma vasta temporada é que no regresso temos tendência a ver as coisas com um olhar mais clínico. Mas nem foi preciso um olhar muito cuidado para, chegada a solo lusitano, dar conta de uma notória e imensa diferença nas cidades por onde passei: o comércio tradicional diminuiu drasticamente e muitas são as lojas de rua agora votadas a montras e prateleiras em branco, grades em baixo e avisos «fúnebres».

Pelo Oeste, o meu berço lusitano, o cenário é algo preocupante nalgumas das suas cidades. Em Alcobaça, uma passagem pelo percurso pedonal que conduz ao centro histórico leva-nos a concluir que são poucos os lojistas que subsistem ao contexto económico, sendo que nem os turistas lhes valem. Não muito longe, na cidade das Caldas da Rainha, outrora uma cidade orgulhosamente afamada pelo bom comércio tradicional – do famoso mercado diário na praça central à movimentada «Rua da Lojas» - o movimento em ambas já não é o que era. E disso é sintomático o encerramento de um emblemático estabelecimento local – a Livraria 107 – que infelizmente não resistiu às «fnacs» deste mundo.

Porém, o pequeno comércio não pode recorrer eternamente à concorrência das grandes catedrais de consumo como bode expiatório dos seus males. Veja-se o caso de Leiria, onde os centros comerciais coexistem pacificamente com o comércio de rua e, noticiava o Região de Leiria em Julho passado, é nas grandes superfícies – no caso, LeiriaShopping – que as vendas caíram a pique. A verdade é que o comércio local tem também que reconhecer mea culpa, já que muitas vezes resistiu a acompanhar os tempos e os novos consumos, refugiou-se em horários confortáveis e nem sempre soube agilizar os procedimentos com a clientela. 

Outra realidade que não vale a pena ignorar é a imbatível oferta das ditas ‘lojas dos chineses’. É legítima - esclareça-se desde já-, mas há que reconhecer que sufoca o comércio em seu redor, pois a oferta é vasta e os preços são tentadores nos tempos que correm. E se durante anos se convencionou que os benefícios do comércio com a China superavam os custos, um estudo recente levado a cabo por investigadores (alguns deles do MIT) concluiu que a velocidade a que a China cresceu como exportadora e a concorrência dos seus produtos estão a provocar danos na economia americana, verificando-se quebras generalizadas de emprego (industrial, mas não só) nos condados mais expostos às importações chinesas. Certo é que, no caso português e a este ritmo, não tardará muito para que se encontrem as ditas lojas «porta sim porta sim», o que, convenhamos, descaracteriza o nosso comércio. A propósito, não sei a razão, mas despertou-me curiosidade o facto de uma outra cidade do Oeste - Óbidos – não contabilizar uma única loja destas no seu centro histórico, mantendo o seu comércio pitoresco e com carimbo local.

Nos últimos anos são muitas as iniciativas de promoção do nosso comércio, mas isso não parece ser suficiente. Fazer renascer o comércio dito tradicional é de extrema importância, pois não só serve de motor de desenvolvimento das nossas cidades, como potencia o consumo de produtos locais, gerando emprego e riqueza. Pequenos passos que se reflectem na «economia cá de casa».

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Gaddafi


Podemos falar dos insultos aos DH, da péssima relação com França que se veio a desenvolver no reinado Sarko, do interesse estratégico ou das excentricidades do senhor Kadafi mas ninguém me tira isto da cabeça.

O Destino Trágico de Stefan Zweig

Recordo de ter lido o meu primeiro livro de Stefan Zweig, era eu ainda muito jovem, à sombra do “meu” velho castelo de Guimarães! Aliás, nasci ali muito perto : a minha casa tinha as costas voltadas para o castelo.

Foi aí também que ouvi, num dia de sol, em 1940, sobre os ombros do meu Pai, um velho senhor dizer “Portugal pode ser se nós quisermos, uma grande e próspera Nação” !

Esse senhor tinha um aspecto muito respeitável e para o miúdo que eu era parecia-me muito inteligente.

Mais tarde, apercebi-me que o senhor que discursou junto ao “meu” Castelo, parecia-se muito com Stefan Zweig!

Mas se havia uma semelhança entre eles, não havia , porém, nenhuma afinidade.

Quando os Nazis queimaram num verdadeiro “auto da fé”, os seus livros em 1933 em Berlim, Zweig é o autor mais lido no mundo, o mais traduzido, mais ainda que Thomas Mann, que também li ,e aprecio, que ele considerava como o seu modelo inultrapassável.

Na altura em que li Stefan Zweig,dizia-se no meu círculo de amigos, que era tão perigoso ler esse autor, como ler Máximo Gorki! “Big Brother” já existia nesse tempo!

Por isso o liamos às escondidas! Debaixo do capote!

Vários intelectuais e criadores judeus alemães suicidaram-se momentos antes da GESTAPO bater à porta.

Zweig suicidou-se no Brasil, com a segunda esposa. Esta imensa inteligência, esta consciência universal, levou tempo a compreender a vontade assassina e implacável do nazismo.

Infelizmente, ele tinha-se assimilado tanto a esse mundo de Viena, essa burguesia cultivada, esses artistas e homens de cultura brilhantes, esses Judeus plenamente “germanizados”, numa palavra a defunta Mittel Europa, que, ao destruir tudo isso, os nazis tinham-no destruído também.

Esta sociedade na qual Zweig evoluiu , desmoronou-se quando a liberdade foi estrangulada pela ideologia nazi. Nessa época, poucos foram os intelectuais que se levantaram contra essa serpente venenosa. E quando alguns se aperceberam já era tarde demais. Como Zweig.

A opinião publica não existia ainda, ou pelos menos não estava estruturada. E o medo imperava.

Hoje, a opinião publica é um dos meios de defesa contra a tentação de totalitarismo dos regimes políticos, quaisquer que eles sejam.

O exemplo dos países árabes, onde Facebook e Tweeter, perfeitamente utilizados pela juventude instruída, levou à queda dos ditadores, obriga à reflexão.

Por isso, uma informação recente chamou a minha atenção: Os Estados Unidos vão consagrar perto de 3 milhões de dólares para desenvolver programas que lhes permitirão manipular centenas de contas falsas dedicadas à luta contra as ideologias radicais e à difusão de propaganda anti-americana nos círculos sociais, como Tweeter e Facebok.

Assim, o exército americano terá um programa que lhe permitirá criar 500 falsos perfis, geridos por 50 pessoas (espiões) a partir de servidores localizados fora do território americano.

Felizmente, os USA não são as ditaduras árabes, mas outros podem estar interessados.

Freitas Pereira

sábado, 15 de outubro de 2011

patologia

é não saber se os carros que passam à porta de casa estão na tradicional buzinadela do casamento ou a manifestarem-se.

Uni-vos,

ainda a manif não começou e já as peças estão prontas nas redacções.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Uma chegada e um regresso

Freitas Pereira é um ilustre e qualificadíssimo português, há muito, residente em França, onde construiu uma carreira brilhante.
Além disso, também há alguns anos, começou a honrar-nos com os seus comentários, tantas vezes melhores do que os nossos textos (falo por mim, pelo menos).
Não somos da mesma geração. Raramente partilhamos o mesmo trilho ideológico. Porém, no LODO somos mesmo assim: quando vemos alguém tão ou mais inteligente do que nós não tentamos eliminá-lo ou subjugá-lo ao grupo/bando; antes o convidamos a juntar-se a nós e a enriquecer-nos com o seu saber.
Assim fizémos com o nosso novo colaborador e estamos orgulhosos de o ter connosco.

Já no nosso Doc. Milk (Ricardo Leite) decidiu voltar a abrilhantar o blogue com a sua prosa fresca e avisada. Tratando-se de um jovem e promissor Deputado, são palavras a ler com atenção e expectativa sobre as seguintes.

Reflexão pessoal sobre a Situação de Emergência Nacional

Sinto-me defraudado enquanto jovem cidadão Português.

A minha geração está a pagar pelos erros daqueles que irresponsavelmente governaram o nosso país e que violaram o princípio de não comprometer as gerações futuras. Vivemos hoje, por causa disso, uma situação apenas comparável à de um país em estado de guerra.

Mas contas feitas, há um pensamento que me assombra. É certo que houve, e há, no funcionamento do Estado, má gestão, desperdício e muitas ineficiências que contribuíram para a situação de catástrofe económico-financeira em que nos encontramos. Mas é também por demais evidente que a situação só poderá ter atingido esta dimensão dantesca como resultado de gestão ruinosa, tráfico de influências, corrupção e roubo.

Subscrevo, por isso, a proposta da Juventude Social Democrata. O Procurador Geral da República tem que, de uma vez por todas, cumprir o seu papel e assegurar a investigação e condenação expedita dos responsáveis por esta situação.

Mas vou mais além. Todos os responsáveis têm que ser condenados. Sejam eles de que partido forem, sejam eles independentes, sejam eles antigos ou actuais governantes ou antigos ou actuais membros dos órgãos de Soberania, sejam eles antigos ou actuais gestores da coisa pública, sejam eles actuais ou antigos gestores privados com ligações directas ao Estado, sejam eles cidadãos que lucraram através do abuso e fraude consciente do Estado, quer no âmbito da segurança social quer no âmbito fiscal.

Mas não basta investigar e condenar. Todos os bens desses responsáveis, devidamente condenados em tribunais deste nosso Estado de Direito, devem ser confiscados e devolvidos directamente para o Estado, que afinal somos todos nós contribuintes.

Isto não resolve o nosso problema. Eu sei.

Mas garanto-vos que, no futuro, se cumprirmos com estas premissas, situações como aquelas que levaram à condição que hoje vivemos, não voltarão a acontecer.

Nós, jovens deste país não podemos desistir. E acredito mesmo que seremos capazes de dar a volta e repor Portugal na rota do crescimento. Acredito muito na força, visão e determinação do nosso Primeiro-Ministro e tudo farei para ajudar neste estado de emergência nacional. Faço-o porque tenho orgulho no meu país e porque a força da nossa história, enquanto Nação, a isso nos obriga.

Eu acredito que juntos iremos conseguir. Acreditem também… e que Deus nos ajude.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

SOU EUROPEU

Quando o tempo o permite, contemplo da minha casa o alvo manto de neve do teto da Europa, o Monte Branco, com os seus 4810 metros, recentemente certificados.
Se a brancura imaculada do símbolo europeu aparece resplandecente, tal não se pode dizer do facto europeu, que é mais um facto geográfico que um facto político ou económico.
As nuvens negras que se acumulam, cobrem largamente o espaço europeu e não sei,francamente ,se um vento salvador acabará por levantar-se para as varrer do horizonte.

Se as questões sociais e económicas são de preocupar, as problemáticas das mentalidades e por conseguinte dos valores que se estimam dever ser os de um cidadão europeu também são importantes. Interessa saber o que eles significam para o cidadão, interiormente e exteriormente, através do duplo prisma da sua vida e do espaço no qual ele evolui.
 Sobre o primeiro, é impossível poder pronunciar-se, mas em contrapartida, no que respeita o segundo, não se pode ignorar que a Europa está confrontada hoje a desafios cruciais.

A sua posição dominante e a sua capacidade de brilhar no resto do mundo, tanto cultural que sistémica, já não são o que eram. E é o que me preocupa quando constato a maneira como os seus pilotos negociam as viragens da historia.
De facto, os dois principais motores económicos da Europa mostram sinais de fatiga e têm, pelo menos, um funcionamento errático.
Quando tudo indica que é preciso acelerar a economia, investindo na produção, para reduzir o desemprego, eles preferem travar às quatro rodas, retirando mesmo algum carburante através das baixas de salários , dos impostos e taxas de toda a espécie , dirigindo a economia para a recessão. Como se cidadãos mais pobres pudessem comparticipar melhor à salvação da economia através de mais miséria.
 Na origem desta situação encontra-se a crise e a debandada do político, do Estado,   frente ao poder da finança desabrida. .
Sem duvida, a crise é um desastre estrondoso para o capitalismo e para a economia de mercado. O liberalismo desenfreado foi imposto a marchas forçadas.
Até aqui, o essencial das políticas europeias consistiu na promoção do libre échange e o seu corolário, a concorrência livre, em detrimento da solidariedade e dos serviços públicos.
Quanto ao programa social, continua a ser protelado.
Mais grave, o alargamento da União a 27 membros, sem nenhuma precaução, favorece mais ainda o dumping social ou fiscal (salários de miséria, impostos quase nulos para as sociedades, etc.), num panorama terrível de deslocações e de chantagem ao emprego.

A globalização deixa atrás dela um rasto de ruínas industriais, em todos os países ocidentais.
A destruição, ciente, das industrias tradicionais de base dos países sub industrializados, para abrir o “grande mercado”, levou à miséria milhões de cidadãos.
A assinatura do tratado de Lisboa e a sua ratificação pela via parlamentar na maioria dos Estados, contra a opinião das populações, elaborado em segredo e totalmente ilegível, tudo isso desencoraja mesmo os mais acérrimos partidários da ideia europeia.
Frau Merkel e Monsieur Sarkozy vão propor, segundo parece,  no próximo  G20 de Cannes,  as modificações que se impõem aos tratados europeus.
Esperemos que o campo livre que se viu oferecer o capitalismo, transformado no jogo da globalização galopante e do casino sem lei, seja varrido para sempre.

Freitas Pereira.  
TESTE : " 
Não te separes nunca das tuas ilusões. Quando elas desaparecem, tu continuas talvez a existir mas cessastes de viver.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Ladra, mas não morde


Não acho normal que tenhamos um Bastonário da Ordem dos Advogados a comentar casos de justiça em programas de televisão matinais assim como quem vai ao café da esquina e acaba a trocar bitaites sobre as gordas do Correio da Manhã. O estado da Justiça portuguesa merece reflexão (e actuação), é certo, mas de uma forma séria e nos palcos apropriados. Não é lá muito deontológico, nem parece ser da sua competência, que o Bastonário da OA vá até aos estúdios de Queluz lançar alarvidades como - "há juízes que se calhar ainda são virgens mas estão a decidir sobre casos de família" ou "se você fosse internado gostaria de ser operado por um cirurgião estagiário?". A querer falar sobre a falta de maturidade de alguns magistrados, a abordagem está longe de ser a mais adequada. Porém, Marinho Pinto não se ficou por aqui.  Disse, de viva voz - e passo a citar - "que em Portugal há duas Justiças, uma clemente e obsequiosa que se aplica aos poderosos, outra impiedosa, cruel e rápidas que se aplica aos pobres". E logo a seguir comentou as recentes reviravoltas do caso Isaltino Morais, entretanto deu uma 'dentada' na suspeição que recai sobre Duarte Lima e terminou a debruçar-se sobre um homem que esteve preso cinco meses e que afinal está inocente - voilá, alguns casos que ajudam a corroborar aquela alegada dualidade de actuações da Justiça. Ela até pode existir, mas não é com este populismo, esta frontalidade que tantos lhe gabam, que o Sr. Bastonário ajuda a operar as mudanças necessárias. É fácil dizer, como disse no referido programa, que a culpa é da cobardia dos políticos. Mas apontar o dedo parece-me um fraco contributo para a melhoria do sistema judicial português. E é por estas e por outras que Marinho Pinto vai ficar na história da OA como um bastonário ávido de holofotes e microfones, que muito ladra... mas não morde.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Cultura [a quanto obrigas]

Se há área sacrificada em tempos de crise, é a Cultura. Porque temos essa tendência de achar que, do mal o menos, sem Cultura até podemos (sobre)viver. Esquecemo-nos que cultura traz desenvolvimento e que com ele se torna mais fácil escaparmos ao manto de crise. Com a nova governação sob orientação troikiana, confesso que a extinção do Ministério causou-me alguns arrepios, mas reconheço que não havia grande alternativa. E, afinal, nada impede que uma Secretaria de Estado possa fazer um bom trabalho na área, mesmo sem grandes recursos. Porém, a julgar pelas políticas culturais recentemente anunciadas por Francisco José Viegas, o trabalho passa essencialmente por extinguir organismos e acabar com a gratuitidade dos produtos e serviços culturais. É certo que não havendo dinheiro há que rever a gestão cultural e reduzi-la ao essencial. Mas quanto ao fim dos domingos com acesso gratuito aos museus, parece-me que o efeito económico da medida é irrisório quando comparado com o impacto que vai ter na (falta de) predisposição dos portugueses para o consumo cultural. Ou seja, se já não era muita, menos vai ser. A gratuitidade dos museus um dia por semana é, aliás, uma questão de princípio: afinal pagamos impostos também para custear os gastos públicos com a Cultura  e a contrapartida justa é poder usufruir dos espaços culturais com carácter gratuito pelo menos no descanso dominical. Dificilmente os museus em Portugal são auto-sustentáveis, mas não me parece que o caminho seja por aí e que medidas destas salvem a Nação. E assim somos levados a concluir que em solo luso a Cultura é, cada vez mais, um bem de luxo, o que não faz sentido. Negligenciar a Cultura é projectar-nos para o grau zero do desenvolvimento - do pessoal ao sócio-económico.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Sindicatos de todo o mundo,

Depois deste Sábado, alinham-se as espingardas para mais uma manifestação à portuguesa, desta vez com inspiração internacional. Dia 15 lá estarão sindicatos, movimentos, clientelas e uns poucos que associam o seu desencanto pela vida nacional e quiçá pessoal à responsabilidade política.

Sobre estas iniciativas, quero deixar apenas algumas notas:

  • O direito à manifestação pacífica, consagrado constitucionalmente, não significa que seja viável sairmos de casa para gritar umas palavras de ordem contra não sei bem o quê (saberão as excelências?) a cada quinze dias;
  • A sustentabilidade do sindicato, do movimento ou da organização ou comité seja ele qual for, é também colocada em causa dado que consequentemente e manif após manif vai perdendo boas oportunidades para fundamentar quaisquer que sejam as suas reivindicações;
  • De qualquer modo, os cartazes estão giros;
  • No que respeita a Portugal, o governo PSD/CDS-PP foi eleito há pouco mais de 100 dias, com apoio expresso da maioria dos portugueses;
  • O mesmo governo reforça a sua legitimidade, conforme podem suas excelências confirmar;
  • As medidas tomadas desde então estão consagradas no compromisso europeu para garantir o equilíbrio das contas públicas;
  • O memorando da troika foi conhecido antes de o povo (este mesmo povo que muitos dos que vão na Grande Marcha referem como a sua maior preocupação) ter colocado o voto nas urnas;
  • O apelo aos "camaradas do SIS" no anúncio publicado no Arrastão faz-me lembrar uma vez mais a mania da apropriação que muitos sentem quando as forças de Estado mostram algum descontentamento face à sua situação corporativa.
Contrariamente a muitos iluminados da nobilíssima esquerda portuguesa, habituados a assumirem-se como patriarcas da única verdade, estas opiniões não são consequência de uma atitude demonstrante de uma vontade castradora à expressão mas sim um aviso à navegação e um pedido:

A bem da saúde da nossa democracia, haja sensatez.

Transiberiano IX – Epílogo (Vladivostoque)

Falemos, a encerrar, do fim da linha: Vladivostoque, que foi uma cidade fechada a visitantes de 1958 até 1992.

A “São Francisco” russa destaca-se, desde logo, pela sua baía



e pelo facto de ainda não estar habituada a turistas (será que algum dia estará?...), algo que se reflecte na rarefacção de sorrisos e pessoas a falar inglês, mesmo se considerarmos que a Rússia não é pródiga em nenhum desses bens de primeira necessidade para os viajantes.

Mais reflexos disso mesmo são os museus. O Museu Regional Arsenev esteve constantemente encerrado ao público, apesar de se verem à distância as salas com as obras e peças e gente a circular.


Foi, todavia, possível visitar a extensão do dito Museu



Por seu turno, o interessantíssimo Museu Antique Automobile – que tem vários carros e motas soviéticos -


para além de ficar nos arredores, junto a uma fábrica que cobre a zona de fumo,


apenas tinha uma funcionária que nem sequer trabalhava na bilheteira. Felizmente, com o pouco de russo que domino, lá deu para perceber que o museu não abriria brevemente e que alguns rublos fariam milagres; ou seja, fecharam-nos sozinhos nas salas, com a diversão de nos competir abrir e fechar luzes e o bónus de podermos fotografar tudo e mais umas botas…





A aventura continuaria, todavia, no Museu de Arte Primosrski, que tinha toda a cablagem esventrada estando – que surpresa!!! – encerrado. Mais uma vez, cem rublos permitiram ver grande parte da colecção. Já a extensão do museu – que expõe rotativamente pintores soviéticos – estava aberta e povoada por funcionários simpáticos (algo que pode causar problemas cardíacos aos mais incautos…).



No que toca à Grande Guerra Patriótica (por cá, II Guerra Mundial) as coisas mudam de figura, pois os militares continuam a assegurar que pode visitar a Fortaleza de Vladivostoque e seu museu (ambos interessantes)




e a ilha Russky, que apenas foi aberta ao público no novo milénio. Tomado o ferry e feita a hora de caminho (gelada, se for no Inverno),



a ilha oferece esconderijos, exibições museológicas, canhões e, la pièce de résistance, a bateria Voroshilov com o seu complexo de túneis e munições de meia tonelada.

Igualmente a funcionar bem pode encontrar o Museu da Frota do Pacífico com evocações e recordações que começam em Pedro, O Grande e que vêm até aos dias de hoje,


bem como o Submarino S-56, que é, também ele, um museu (metade em estado original e a restante parte esventrada para exposição de vários objectos e documentos).




A encerrar, um passeio na Praça Bortsov Revolyutsii,



no Arco do Triunfo,


pela Catedral,


e uma subida à colina, via funicular, para ver a cidade e os navios de guerra russos atracados.




Em jeito de balanço, o Transiberiano representa uma montanha de recordações (não esquecer a velha locomotiva


e o marco do quilómetro 9289,

que evocam a epopeia, na estação local), mormente se fizer a viagem no Inverno.

sábado, 1 de outubro de 2011

Reforma Administrativa do Poder Local

Lendo o Documento Verde que o Governo apresentou para a Reforma da Administração Local deparamo-nos com uma violência reformista que, apesar da minha relativa juventude, não encontro precedentes na nossa história democrática.

E para que o debate que aí vem convém desde já desmistificar a ideia que se trata “apenas” do incentivo à fusão de municípios; diminuição/corte nas juntas de freguesia; nos políticos e dirigentes autárquicos e nas empresas do Sector Empresarial Local.

Não. Isso já seria muito. Mas é mais, muito mais. E para o corroborar bastará ver o enquadramento legal que será alvo de revisão.

Os tempos são propícios ao ímpeto reformista e o Parecer (quase) generalizada junto dos nossos opinion makers é que o Documento está bem feito e é bem-vindo. Aliás, se virmos bem, a maioria das propostas vai ao encontro daquilo que há muito se defende na sociedade civil e no debate político: actualização do mapa administrativo; racionalização e “controlo” do Sector Empresarial Local (SEL); maior eficiência e eficácia ao nível da gestão municipal e intermunicipal; e a revisão das competências, composição e formação dos órgãos autárquicos.

Se a orientação estratégica está aprovada, agora importa explicar que esta Reforma deve ser vista como uma alavanca à competitividade e não apenas como uma medida de redução de despesa, algo que, aliás, duvido que aconteça, porque não será fácil promover ganhos em termos de eficiência e eficácia gastando menos, mesmo que concordemos todos que muitos dos problemas da nossa Administração Local seja a sua desorganização.

Voltaremos mais tarde ao tema no seu todo mas, para já, queria escrever-vos sobre um ponto que tem passado despercebido e que é de enorme importância, a Revisão do regime de financiamento das autarquias locais (alínea e) página 27 do Documento).

Aguardando-se ainda por saber o que pensa o Governo sobre esta matéria, desde já vos deixo aqui o meu modesto contributo sobre dois pontos:

1) O primeiro, e já aqui vos escrevi sobre isso, é a necessidade de alterar o modelo fiscal face à elevada dependência das receitas por parte da construção e do imobiliário. Creio que seria preferível passar, por exemplo, parte da Derrama e do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis), e mesmo algumas taxas e competências urbanísticas (ajudando assim a acabar com algumas dúvidas de honorabilidade sobre A ou B) para a Administração Central e, em contrapartida, aumentar a participação das Câmaras no IRS (que actualmente tem um tecto de 5%) e/ou aumentar o valor das transferências em sede de OE.

2) Depois, acabar com a pouca vergonha que são os empréstimos excepcionados aos limites de endividamento. O que se tem verificado nos últimos anos são municípios completamente endividados e que ainda assim dispõem de capacidade para se endividarem ainda mais.

Por exemplo, os estádios para o Euro2004 que à mercê uma Lei de 2002 e do OE/2003 fazem com que os empréstimos que foram contraídos não impliquem qualquer agravamento à capacidade de endividamento municipal.

Temos ainda o exemplo de muitas obras financiadas através com Fundos Comunitários que são excepcionadas aos limites de endividamento, cuja parte destinada à participação pública (ou seja, não co-financiada) foi suportada através de empréstimos bancários onde se aplicou o tal princípio da equidade inter-geracional que desgraçou as nossas contas públicas e endividou as gerações futuras.

Em suma. A solução não podia ser mais simples. Como são todos para pagar, todos devem constar para os limites de endividamento.