segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005

Rei Ninho

Faz hoje 50 anos um cantor a quem me parece nunca ter sido feita a devida justiça: Rui Reininho.
Reininho e os GNR podem ser vistos pelo lado meramente pop das músicas ou pelo lado de intervenção cultural. Letras como as de "Julieta Su & Sida", "Cais", "Pós Modernos", "Tirana" e "6ª feira (Um Seu Criado)" mostram que, a mais de melodias, o Grupo Novo Rock consegue passar excelentes mensagens sobre a SIDA, sobre as relações humanas e a história do cinema (é da música cais que tirei a ideia para título deste blog), a sociedade de consumo, o cinismo das relações internacionais e mesmo sobre o estado actual da democracia.
A vantagem é que os GNR conseguem comunicar com as massas em linguagem actual; à atenção de muitos políticos, digo eu...

domingo, 27 de fevereiro de 2005

Força, Rapazes


Ser da Briosa é uma coisa que nos prepara para quase tudo na vida.
Não há dúvida de que falamos de um emblema carismático, mas valia a pena que, já que tanto se perdeu da tradição académica, podia perder também uma certa postura boémia, em campo.
Ainda hoje, contra o Setubal este a ganhar 2-0, consentiu o empate a duas bolas, passou para a frente (um "golão" de Dário), para terminar consetindo o 3-3.
Romantismo aguento, masoquismo é que não...
"Força, rapazes", como diz a Mancha Negra.

Directas, (mas não) já

Sou convictamente favorável ao caminho para a democracia directa, facto que se porá, inelutavelmente, por via das novas tecnologias da comunicação. A internet, os telemóveis e a tv interactiva são já formas conhecidas de muitos cidadãos.
Daí que não defenda coisa contrária no PSD. Todavia, em altura de disputa interna, foi avisada a decisão do conselho nacional a decisão de fazer esse debate com tranquilidade.
Directo não é necessariamente instantâneo...

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

Professor Bush

Veio o Presidente Bush dar lições sobre a democracia na Rússia, logo "amaciadas", em Bratislava, por imperativos da realpolitik.
A mais de entender que George W. não é o mais indicado professor de ciência política, teremos de convir que pretender impôr os paradigmas políticos ocidentais a países como a Rússia e a China é, na melhor das hipóteses, uma prova de ignorância.
Há tradições por criar (designadamente a da democracia), há extensões geográficas e diversidades étnicas muito marcadas e, no caso russo, uma oligarquia acarinhada por Ieltsin que importa vencer.
Putin tem, conseguindo até alguns compromissos sociais (mesmo nos domínios simbólicos como o hino e a bandeira), construido a "Rússia possível", em minha opinião.
Um blog implica brevidade e simplificação, é pena que, por vezes, o raciocínio da administração norte-americana também o faça...

"Do svidanja"
ou adeus, disseram os russos do CSKA aos portugueses, em geral, e aos benfiquistas, em particular. Se é verdade é que o SLB não teve toda a classe necessária, não é menos certo que nunca vi uma equipa jogar melhor ou um treinador treinar melhor em face de um coro de assobios.
Os portuguese têm de se convencer que civismo e alguma racionalidade nunca fizeram mal a ninguém. Vale a pena observar os exemplos de muitos adeptos britânicos ou, entre nós, da claque da Académica de Coimbra, que já via apoiar a equipa num jogo em que perdia por 7 (sete) golos, em Chaves.
Porém, mais importante é repensarmos os exemplos que não damos a uma sociedade com fracos indicadores cívicos e, consequentemente, fraco desenvolvimento. O futebol foi pretexto e pode ser sintoma.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005

Gestão dos sonhos e sonhos de gestão

Agora que se discute a sucessão no PSD, o mais premente é ver se os candidatos têm um sonho para Portugal. A mera gestão de circunstâncias pode cumprir as "ordens" de Bruxelas, mas não define culturalmente o rumo da Nação.
A actual classe política tem que recuperar a noção de sonho, pois, de outro modo, seremos mais um limite territorial do que um País com História.
O défice é importante, a relação com o CDS também, mas nada disso nos diz que País seremos daqui a uma, duas ou dez gerações.
A utopia, se entendida como tal (o erro soviético foi transformar os ideais, já de si questionáveis, em decretos), pode estimular a democracia.
Aguardam-se cenas dos próximos capítulos...