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segunda-feira, 26 de março de 2012

Fox News ou como ter fama (de mau jornalismo) sem proveito


Esta imagem que de há dias para cá circula pela internet deixou muitos quase em estado de choque e propiciou a muita troça. Razões paracem não faltar: Toolooz será Toulouse? E fica mesmo em França ou ali para os lados da Roménia, como parece indicar o mapa? Quanto ao sujeito que levou a cabo os homicídios no sul de França, era budista ou muçulmano? E o que dizer de Claude Gueant: é Presidente ou... Ministro do Interior?! E lamentou o sucedido junto da comunidade asiática ou judaica?!!!

Enfim, o  rigor da informação da Fox sempre deixou a desejar, mas isto é um claro exagero. Alguém se lembrou de parodiar com o canal televisivo e a brincadeira espalhou-se por todo o lado, fazendo muitos acreditar que a Fox News seria capaz de tais atrocidades. A explicação encontram-na aqui.

Mais uma vez, convém ter noção de que nem toda a informação que  veicula por estas paragens é credível e, portanto, não será má ideia escavar um bocadinho antes de tirarmos as nossas (muitas vezes precipitadas) conclusões. 

quarta-feira, 30 de março de 2011

A Ciber-Linguagem

Parece que a linguagem das redes sociais já chegou aos dicionários mais conceituados: as palavras LOL (iniciais de laughing out loud), OMG (iniciais de oh my God) e até o famoso coração digital - ♥ - constam já do Oxford English Dictionary. A origem destas palavras e símbolos prende-se com a necessidade de uma escrita rápida, já que a dimensão temporal do ciber-universo é outra...

Por cá ainda não se lembraram de fazer constar certas palavras no dicionário - a título de desabafo, já bem nos basta o hediondo Acordo Ortográfico... - mas ao ritmo das coisas, não me admira que dentro de uns tempos por lá conste o verbo «mensajar», «blogar» ou «twitar». Levanta-se a questão: o facto de um vocábulo ser muito usual na linguagem quotidiana é suficiente para entronizá-lo na Língua Portuguesa? A julgar pelo que aconteceu - ainda que com alguma polémica - em 2001, com a palavra «bué», que acabou por ser registada no Dicionário da Academia de Ciências, não restam dúvidas que mais cedo ou mais tarde vamos ter novas palavras consagradas nos dicionários de Língua Portuguesa...

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Fugas e Rupturas

Penso que ninguém no seu perfeito juízo questionará, no mundo democrático, as liberdades de informação e de expressão.

Acresce que ambas sempre foram servidas por processos tradicionais, mas também por investigações ocultas, violações de privacidade e outros meios mais “alternativos” (cujo limite da tolerância reside em alguns programas de TV, jornais e blogues que apenas servem para a coscuvilhice, a intriga e o postergar da reputação das pessoas). Mesmo assim, a democracia sempre acomodou eventuais excessos em homenagem ao bem maior: saber a verdade.

É por isso que alguns jornalistas de investigação receberam prémios internacionais (com destaque para o Pulitzer) e que sucessivos “piratas” da Internet (vulgo hackers) foram sendo olhados com condescendência – desde 1983, por exemplo, ano em que as salas de cinema enchiam para ver “War Games”, filme em que o protagonista, embora com fins lúdicos, invadia um computador militar, quase desencadeando uma guerra nuclear.

Aliás, compreendendo o ganho de ter cidadãos informados, já muito antes, Thomas Jefferson, Presidente dos EUA, declarara preferir imprensa sem governo a governo sem imprensa, se a questão se pusesse.

Vem este arrazoado a propósito do sensacional burburinho causado pelo sítio dedicado à publicação de fugas de informação, WikiLeaks. De facto, os governos ocidentais, mormente o norte-americano, têm vindo a procurar reagir a divulgações de informações confidenciais, que dizem pôr em perigo a segurança nacional e a dos seus aliados.

A meu ver, é bem possível que os governos tenham razão. Qualquer liberdade sem dever é libertinagem. Neste caso, será de pensar se não há um ponto em que a liberdade de informar deva ceder ante necessidades de segurança colectiva.

Muito mais importante: admitindo que ainda não chegámos ao paraíso dos Louçãs deste mundo (entenda-se, a anarquia), quem deve julgar os limites? Jornais, televisões e blogues ou instituições constitucionalmente consagradas e democraticamente e também judicialmente sindicáveis?

Importa, depois, olhar a natureza daquilo que se revela: uma coisa é maledicência ouvida na política ou escândalos sexuais (pode meter nojo, mas não mata), outra é informação sensível sobre instalações vitais em vários países (algo que o WikiLeaks revelou).

Mas não sejamos ingénuos: o que está em jogo não é a luta dos “maus” americanos & aliados contra os pobres cruzados da verdade do WikiLeaks, nem tampouco uma genuína luta pelo tal “saber a verdade”! Estamos perante libertários (libertinos, diria eu) que acham que apoucar a civilização ocidental os torna intelectuais, como prova a decisão do Bloco de Esquerda de alojar aquele sítio virtual. Como se viessem a ter liberdade para tamanha estupidez em qualquer outro regime, acaso destruíssem este… É Natal; perdoemos-lhes a ingenuidade…

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A Finlândia na crista da onda

A Constituição da Finlândia acabou de consagrar o acesso à banda larga como direito essencial dos seus cidadãos. O país compromete-se a conectar todos os finlandeses a uma velocidade mínima de 1 MB por segundo e, até 2015, de 100 MB por segundo. Fasquias que só fazem sentido num país que já saciou todas as suas necessidades básicas, desde saúde a educação e igualdade social.

Posto isso, as metas são outras e, por que não, sonhar alcançar uma sociedade plenamente informatizada, estipulando o acesso à informação como um direito basilar. A Finlândia faz assim história, obrigando todas as empresas do país a oferecer o serviço a preço simbólico, para que todos tenham acesso à informação. Para já, embora acabadinha de promulgar, a medida já abrange 96% da população. Notável.

terça-feira, 14 de julho de 2009

A tinta que uma morte faz correr

No passado dia 25 a morte de Michael Jackson interrompeu as emissões das televisões de todo o mundo e, sem que alguém o esperasse, viveu-se de perto o desaparecimento do cantor. Nunca a morte de uma celebridade teve tamanha cobertura mediática. Nesse plano, pode até cair-se na tentação de compará-la à da princesa Diana de Gales, mas essa ocorreu há mais de uma década e aí as tecnologias ainda estavam a milhas de chegar onde chegam hoje.

Não se estranhe por isso que o súbito desaparecimento do Rei da Pop tenha tido a maior cobertura da história da internet e um impacto por todo o mundo que não é fácil de estimar. Por cá, sabe-se que Michael Jackson foi a personalidade não fictícia mais pesquisada pelos portugueses no primeiro semestre de 2009, com 84 mil cibernautas a digitar o nome do músico nos motores de busca.

Na tv, os noticiosos de todo o mundo seguiram até à exaustão as reacções de Hollywood, dos fãs e de um sem fim de personalidades - como o Presidente Obama ou até Nelson Mandela - que se pronunciaram com emoção sobre a morte do músico. Recuperaram-se do baú entrevistas com Michael Jackson que vieram ocupar horários nobre usualmente dedicados à ficção. Os canais de música dedicaram horas e horas de videoclips dos tempos áureos do cantor e as vendas dos seus discos dispararam: no Reino Unido seis deles ocupam o Top 10 de vendas e em Portugal o cenário não diverge muito, com três discos nos seis primeiros.

Sucede que, no entretanto, vem-se caindo no exagero e corre-se até o risco de ridicularizar o desaparecimento do músico com tanta notícia supérflua. As polémicas começam logo com as especulações em torno das razões da sua morte, deixadas em branco na respectiva certidão de óbito, sendo que até que a autópsia seja conclusiva, tudo se dirá. Valha-lhes a imaginação.

Inevitável foi também o tema do testamento, um mistério desvendado para desgraça de seu pai, que se viu excluído da herança. E vai daí parece que se lembrou de acautelar a vida, anunciando que vai reunir os netos e formar uma nova banda à semelhança dos Jackson 5. E claro, já cá faltavam as ex-mulheres, essas que vêm à tona sempre que uma celebridade tem um fim trágico. E lá veio uma delas revelar que o pobre Michael não era o pai de Prince e Paris. E a imprensa, sempre atenta, a dar-lhes voz.

A mesma imprensa que, incansável, deu-se ainda ao trabalho de nos revelar que a mãe do Rei da Pop foi ao cabeleireiro antes do funeral do filho, imagine-se! No entretanto disputavam-se entradas para a cerimónia fúnebre e os fãs sorteados lá abanavam os ingressos na mão com um sorriso nos lábios. O showneral, mais festa que outra coisa, teve direito a cantorias e muitos óculos escuros, um espectáculo que as nossas prezadas tv's transmitiram em directo. Tudo muito bonito. Só Mariah Carey veio pedir desculpas pela sua performance, que disse ter sido medíocre. Estávamos todos ainda a pensar nisso, darling... Do que ninguém se lembrou foi dos milhões que custou a cerimónia, milhões esses que sairão do bolso do contribuinte. Parece que a procissão ainda vai no adro...

Mas se julga que não há mais tema de conversa em torno de cantor, atente ao que se segue: numa reportagem feita pela CNN em Neverland, para o programa Larry King Live, há quem diga que pelos corredores da casa andava o fantasma do cantor. Já o "The Sun" publicou uma fotografia de um carro onde o seu dono afirma ver reflectida a imagem de Jackson. E no Brasil, circula uma foto de um tabuleiro de carne assada cujos restos formaram o seu rosto. Sim, isso mesmo, um tabuleiro de carne assada!

Enfim, parece que vale tudo. Benditos os media deste século XXI que nos trazem a informação a uma velocidade que nunca antes se pensara. O problema é que o mediatismo da coisa conduz ao exagero, ao ridículo e até à desinformação. A imprensa bebe tudo quanto jorra sobre a vida e a morte do cantor, sem pingo de critério. Falta um filtro, falta sensibilidade e falta bom senso. E assim se transforma a morte de uma estrela num folhetim sem fim à vista. Muita tinta já correu e muita tinta irá correr.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Coisas que não consigo compreender


Por que é que anda tudo embevecido com este pássaro azul de seu nome Twitter (chilro, em português), que até é - reconheça-se - amoroso? Já não bastava o big brother em que vivemos, onde com a ajuda das novas tecnologias tudo se sabe sobre nós e sobre os passos que damos, e agora a vontade de expor a privacidade parte dos próprios.

O repto deste serviço é "What are you doing?" e os usuários, do indivíduo comum à celebridade, não se acanham nas respostas. Em 140 caracteres podem revelar ao mundo que estão a assoar o nariz enquanto o semáforo não cai para verde, no escritório a mandar o chefe a um determinado sítio, a lavar os dentes na casa de banho da vizinha do 3º Dt ou coisas de semelhante relevância.

E não vale a pena vir com o argumento do "até é útil na partilha de informação e na discussão de temas de interesse" porque não vejo que conteúdo possa ser debatido nuns míseros 140 caracteres.

O mais curioso é que grande parte dos twitter addicts são pessoas famosas, as mesmas que passam a vidinha a queixar-se de intromissões na sua vida privada e abusos dos paparazzi. No fundo, parece-me que não resistiram a mais um veículo condutor de dramas pessoais, paixões, emoções e sentimentos vários que sabem despertar e acicatar a curiosidade e interesse daqueles que os admiram.

Afinal de contas, todos nos queixamos da invasão que por vezes ocorre no nosso espacinho e todos suspiramos num tom saudosista pelo recato "do antigamente", mas não resistimos a dar uso a um instrumento que não tem outro propósito senão apregoar aos sete ventos aquilo que estamos a fazer a cada momento. Vá-se lá perceber...

Eu, como não compreendo, contento-me com o velhinho blogger, onde partilho com moderação aquilo que considero ser partilhável com outros (conhecidos ou nem tanto...) e onde discuto sem limites de caracteres aquilo que bem me aprouver.

domingo, 27 de julho de 2008

Blogosfera - a Ágora do séc. XXI?

"Tenho mais poder no Abrupto do que se for secretário de Estado de qualquer coisa". Quem o disse foi Pacheco Pereira, numa entrevista publicada na edição de hoje do Diário de Notícias. A frase do autor do blog Abrupto, pioneiro nos blogues de índole política por terras lusas, dá que pensar em matéria de comunicação política.
A blogosfera assumiu-se desde sempre como um espaço de livre opinião e, pese embora tenha tido um nascimento marcado essencialmente pelos blogues intimistas, está hoje cada vez mais politizada. Basta atentar ao número de blogues que se debruçam sobre Actualidade e que espelham opinião sem olhar ao 'politicamente correcto'. Pacheco Pereira é exemplo disso e com o seu blog capta a atenção de cinco mil leitores por dia. Números que, per si, quase confirmam a sua frase de hoje...
Será a blogosfera um instrumento da política moderna que influencia cada vez mais a opinião pública e que tende a sobrepôr-se aos meios tradicionais de comunicação política?
O certo é que já ninguém ousa substimar esta Ágora dos novos tempos, que é diária e atentamente lida pela classe política, intelectuais, jornalistas e outros actores sociais. Não é por acaso que hoje as rádios e os jornais lhe dedicam um espaço diário - o caso do Público no caderno P2, por exemplo. Nem é por acaso que tem vindo a crescer o número de protagonistas políticos a ter um lugar ao sol por estes lados...

terça-feira, 13 de maio de 2008

Como isto vai... II


Se clicar sobre a imagem acima e visualizá-la em tamanho aumentado vai poder perceber o quão estimada é a nossa Língua Portuguesa pelos sites de informação. Não sei o que se passa com a nossa classe jornalística, mas que é coisa grave, lá isso é. Há dois ou três dias era a SIC Notícias que escrevia «sensura» quando falava da moção apresentada na AR pelo PCP. Se isto continuar assim - a juntar ao maldito acordo ortográfico - vamos longe.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Como isto vai...


Não era a RTP que tinha um programa denominado "Bom português" ou coisa do género?! Talvez não fosse nada má ideia recomendar aos trabalhadores da estação pública que o vissem com regularidade, que isto não é uma simples gaffe... é mesmo um erro ortográfico inadmissível a um trabalhador de um órgão de comunicação. Já para não dizer... a qualquer português que tenha mais que a 4ª classe...

A rainha das tecnologias

Tão inteligente quanto bonita, a rainha Rania da Jordânia resolveu dar um outro uso às novas tecnologias e recorreu-se do Youtube para mostrar a realidade do mundo árabe "sem emendas, sem rasuras, sem filtros" e eliminar os estereótipos e preconceitos relacionados com essa cultura.

Com efeito, a carismática palestina de reconhecido trabalho enquanto activista social, lançou aqui um desafio tão interessante quanto inovador. Pretendendo desmistificar a realidade do Médio Oriente - tarefa que se prevê árdua, especialmente quando todos os dias nos são dadas a conhecer tiranias como esta - mostra-se ali receptiva às questões que os cibernautas de todo o Mundo queiram deixar e até meados de Novembro responderá àquelas pela mesma via.

O desafio foi bem aceite, sendo que os acessos ao vídeo aumentam de dia para dia e as perguntas são mais que muitas. E Rania já lançou o primeiro vídeo de resposta.

Eis a prova de que a Internet – e o Youtube em particular – não serve só para a difusão de violência. Pode, e deve ser cada vez mais, uma excelente plataforma para fomentar o diálogo, para desmantelar preconceitos e para o consequente entendimento global.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Do lápis azul ao rato azul

Li hoje uma notícia que dava o nosso país como um dos que mais importância atribui às novas tecnologias de informação e comunicação. O indicador em causa mede o grau de preparação, participação e de desenvolvimento de um país no aproveitamento que faz dos benefícios daquelas tecnologias. Ao constatar que nos encontramos bem posicionados neste ranking, ocorreram-me dois episódios recentes que se prendem com a principal expressão de tais tecnologias - a Internet. Dois casos que claramente contrariam a tendência (positiva) apurada pelo supracitado estudo e que relançam a questão das novas tecnologias e dos direitos a elas associados, mormente, direito de informação, liberdade de expressão, livre desenvolvimento, etc. Espera-se que sejam isoladas excepções à regra...

Numa autarquia, e sem qualquer prévio esclarecimento, foi interditado o uso da Internet a todos os funcionários, presumindo-se que haja excepção quanto à presidência e vereação... Pois bem, corre o ano de 2008 e ainda há quem teime em viver no século passado. São notórias as vantagens - quer para as empresas quer para os trabalhadores – que há na utilização da Internet. Proibir e bloquear o acesso àquela ferramenta de trabalho é impedir os trabalhadores de ter acesso a informação. É torná-los menos qualificados e menos preparados. Pelo que uma medida destas é do mais contraproducente e ilógico que há.

É inegável que a Internet potencia o desenvolvimento da capacidade de investigação, autonomia e iniciativa do trabalhador, aspectos que podem ser capitalizados em prol da entidade empregadora. Aliás, se devidamente utilizada, reduz custos, acelera a produção, introduz novas formas de organização, facilita e intensifica a comunicação institucional e potencia o desenvolvimento social. É claro que há sempre quem a use de forma desmesurada e afecte a sua produtividade com isso – mas aqui não tem que "pagar o justo pelo pecador" - ou pior, quem a use no local de trabalho para fins censuráveis. Daí que se compreenda o bloqueio a determinados sites (pornografia, violência, jogo, pirataria e outros conteúdos abusivos). No entanto, não foi isso que sucedeu. O bloqueio à Internet e correio electrónico foi total, com excepção de 30 minutos por dia (curiosamente, à hora de almoço..).

O outro episódio de que tive conhecimento passou-se numa Universidade que se arrogou ao direito de exercer censura. Em causa, um mero blog cujo autor é assistente daquele estabelecimento de ensino. Consta que o director não aprecia a opinião expressa por aquele docente, e vai daí, declarou desprestigiantes os conteúdos do blog e impeliu o seu autor a terminar com a coisa. Duas notas importantes: o blog versava sobre temas sociais tão vastos como política, desporto e religião; o seu autor é assistente contratado a prazo, que é o mesmo que dizer, sem base material para fazer valer os seus direitos ante os seus superiores...

terça-feira, 18 de março de 2008

Divórcio Simplex

Entre 4 a 20 minutos é quanto pode demorar um processo de divórcio nos dias de hoje.
Na onda do "Simplex", surgiu um novo serviço na internet que permite obter o divórcio por mútuo acordo - a casais sem filhos e sem bens em comum - através de procedimentos simples e céleres.
O "Divórcio na Hora" não tem nem uma semana e já anda na boca do mundo. Mas opiniões não têm sido unânimes quanto aos aspectos deontológicos daquele serviço.
Há quem se congratule pela simplificação da burocracia inerente a este tipo de processos, visando a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Mas também há os que consideram que este "avanço tecnológico" põe em causa o contrato de casamento, que pela sua importância quer no seio familiar, quer na esfera social, não deve ser rescindido por mero "impulso".
E ainda quem acrescente mesmo que o serviço consubstancia uma espécie de "promoção" e facilitismo do divórcio, com o objectivo de angariação de clientes.
A verdade é que do Ministério da Justiça ao Instituto de Registos e Notariado, da Agência para a Modernização Administrativa até à Câmara dos Solicitadores, todos dizem demarcar-se deste inovador (e controverso) serviço. Ademais, a Associação Famílias veio acusar os responsáveis daquele por "acentuarem a derrocada da nossa cultura, da nossa civilização que assenta na família"... Quid Juris?

segunda-feira, 3 de março de 2008

Internet - o Mundo na mão ou... nas mãos do Mundo?


A propósito de controlo da informação e precisamente uma semana depois do governo do Paquistão ter vedado o acesso ao Youtube alegando razões ideológicas – leia-se: os cartoons de Maomé.... - tomei conhecimento (via The Economist) de um estudo levado a cabo pelo OpenNet Initiative sobre o controlo que os países exercem sobre os conteúdos acessíveis na Internet.

Segundo aquele centro de investigação, o número de países que limitam o acesso à Internet tem aumentado nos último anos e os argumentos são mais que muitos: protecção de direitos humanos e protecção dos direitos de propriedade, razões de segurança nacional, preservação de valores culturais e religiosos, etc.

Conclusão: o que se vê (bem como o que não se pode ver) na Internet é decisão que está nas mãos do senhores do Poder. Se isto até pode fazer sentido quando falamos, por exemplo, de pornografia infantil ou sites de organizações terroristas, que dizer de restrições descabidas, como o aludido caso do Paquistão que – por capricho fundamentalista - originou o bloqueio global do maior portal de partilha de vídeos?

A Internet pode ser um terreno lodoso, é certo. Mas até que ponto devem os governos interferir na liberdade de informação e de expressão quando o argumento é de índole político-social ou religiosa? E até que ponto não se poderá falar em info-exclusão ao negar-se a um cidadão num determinado ponto do Globo o acesso ou a publicação de conteúdos que são do seu interesse?

clickar sobre a imagem para aumentar
O caso da China tem sido dos mais mediatizados, mormente desde que vigora um regulamento cheiínho de restrições no acesso à Internet, o qual prevê que os fóruns de discussão sejam constantemente examinados por comissões específicas e onde a palavra “democracia” não pode ser publicada.

Não é por puro acaso que os países mais visados nos mapas traçados pelo aludido estudo são os correspondentes ao Norte África, Médio-Oriente e Ásia. Mas não se caia na veleidade de achar que o controlo ideológico só ocorre em países terceiro-mundistas, cujos sistemas políticos estão longe de poder ser denominados de 'democracia'.

Até porque nesta aldeia global, são muitas as ‘casas’ com telhados de vidro...Veja-se o flagrante caso dos EUA, quando o Pentágono resolveu impor a proibição aos soldados americanos em missão no Iraque de criarem blogs.

Por conseguinte, vale bem a pena analisar minuciosamente os mapas e debruçarmo-nos sobre as pertinentes conclusões aqui. Antes que seja tarde de mais, que é como quem diz, antes que alguém nos negue o acesso a tal informação....

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Ah, e tal, a Juventude...

Tal como aqui previ, os cobres que o Sr. Costa tanto deseja amealhar nos cofres da malograda CML, falaram mais alto que o interesse e o serviço público.
Com efeito, o fim do ano transacto significou também o fim do portal LX Jovem e dos demais organismos àquele associados – as lojas LX Jovem, os gabinetes de planeamento familiar e de aconselhamento e orientação profissional, bem como a plataforma de cooperação e dinamização de um sem fim de eventos por essa Lisboa fora.
A juventude era o móbil de uma pequena equipa que foi gigante no esforço e na dedicação aos jovens alfacinhas e a todos aqueles que por cá (sobre)vivem.
Acresce que ademais de se tratar de um equipa constituída por seis (!!) pessoas, houve um contínuo empenho daqueles em obter apoios financeiros que sustentassem o projecto.
Ainda assim, foi-lhes decretado o fim.
Dá vontade de perguntar ao Sr. Costa e demais vereadores, quantos são os assessores e administrativos inertes que passeiam pelos paços do concelho..?!
Dá vontade de perguntar aos mesmos senhores, se já lhes ocorreu a importância da juventude nesta cidade cada vez mais envelhecida.
Os tais senhores que declamam sem a menor pontinha de remorso:
“Ah, e tal, a juventude... sim, sim, é muito bonita..! Mas é quando está bem quietinha...”
Dá vontade de ripostar:
Perdoai-os Senhor, que eles não sabem o que fazem, nem tampouco o que dizem!”
(E a mim, perdoem-me a insolência... , mas não resisti.)

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Youtube - mina de novos talentos?

O Youtube não é só o maior portal de partilha de vídeos. Actualmente, a par do Myspace e de outros espaços de partilha nesse imensurável universo cibernético, o Youtube é um espaço que serve de rampa de lançamento para novos talentos na área da Música.
Arctic Monkey’s e Mika são os dois exemplos mais flagrantes. Exemplos de que música nunca antes editada pode ser cantarolada por meio mundo num curto espaço de tempo. Os primeiros viram a sua popularidade crescer instantaneamente através da partilha de música na net e lograram tal êxito que hoje são já uma referência incontornável no universo rock.
O segundo, arrojado qb, foi rejeitado por várias editoras até que resolveu partilhar com os internautas a sua música. Depressa chegou ao número 1 do Top 40 Britânico de vendas, apenas através de download...! Depois do fenómeno, lança "Life in a Cartoon Motion" e o resultado está à vista – atinge e lidera muitos do top’s de vendas mundiais e não há por aí ninguém que não tenha já cantado e dançado um dos seus temas.

Mas a nova sensação no Youtube é a luso descendente Mia Rose, que com apenas 19 anos resolveu dar uso à sua webcam. Aliás, bom uso, já que graças ao à-vontade com que encara a câmara e à frescura com que canta, tem hoje milhares de fãs espalhados pelos quatro cantos do Mundo. (Atente-se ao número de visitas e de subscritores do seu channel...)

E assim vai nascendo uma nova geração de músicos. Uma geração que não se vê confinada à garagem. Uma geração que não tem que se sujeitar a concursos televisivos ou reality-shows para poder provar que tem valor. Uma geração que tem na mão o poder de partilhar com o Mundo aquilo que cria, sujeitar-se ao seu escrutínio, ter um feedback quase imediato e inclusive arranjar editora sem ter que sair de entre quatro paredes.

Foi exactamente isso que sucedeu com os Arctic Monkey´s, com o libanês Mika e com Mia Rose. Esta última, de comum adolescente caminha a passos largos para o estatuto de celebridade, estando já a gravar um CD. Tudo, porque cedo percebeu que não podemos ficar sentados à espera que o sucesso venha ao nosso encontro. Tudo, porque soube aproveitar de uma forma profícua (coisa rara nos adolescentes, sublinhe-se...) as potencialidades da Internet.

Se o Youtube já era um precioso tesouro pela imensa partilha de vídeos e música na internet, agora, pode vir a tornar-se um motor de (r)evolução musical, pelo menos, enquanto novo instrumento de caça talentos...

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Não, não é ficção brasileira...(antes fosse!)

Do outro lado do Atlântico chegam-nos todos os dias notícias surreais, histórias mais ou menos macabras, misérias dificeis de compreender em pleno séc.XXI, polémicas cuja futilidade nos deixa incrédulos, etc etc. A notícia que hoje faz manchete na imprensa mundial não é excepção, reúne um pouco de tudo isso e é, a meu ver, francamente inacreditável...

No "país irmão" uma decisão judicial levou ao bloquear do site Youtube em território brasileiro enquanto este portal não remover completamente um polémico vídeo protagonizado por Daniela Cicarelli - a manequim de segunda categoria que após o "casamento-flash" com Ronaldo se tornou numa modelo requisitada e também apresentadora da MTV... - e o seu namorado.

Desde hoje que as operadoras de telecomunicações do país estão a interditar o acesso ao maior portal de partilha de vídeo. Tudo porque nele foi colocado um vídeo em que Daniela Cicarelli e o seu actual namorado protagonizam cenas escaldantes.
Tal decisão pareceria menos insensata se o dito vídeo fosse fruto de uma violação de privacidade, de coacção ou qualquer coisa do género. Mas desenganem-se os mais ingénuos, porque o conteúdo do vídeo é, nada mais nada menos que Daniela e o seu namorado a praticar sexo à luz do dia em plena praia... (e não, não era uma romântica praia deserta... mas sim uma praia de Cádiz, cheia de turistas!!)

Resultado: o vídeo, que foi exibido num talk show de duvidosa qualidade na espanhola Tele5, depressa chegou ao Youtube e aí atingiu recordes de visitas. Perante isto, os dois "visados" recorreram à "justiça" (não, aqui as aspas não estão a mais...) brasileira.
Com efeito, o Tribunal ordenou hoje a interdição ao portal Youtube, tornando compreensível que os internautas brasileiros vejam agora em Cicarelli o "inimigo público número um"... Claro que em menos de nada gerou-se uma onda de ódio à modelo, que conta já com centenas de sites, blogues e comunidades virtuais. A título de exemplo, a enciclopédia livre "Wikipédia" teve de bloquear a edição relativa à modelo uma vez que os usuários editaram-na com ofensas e informações falsas.

Sob o meu (sempre modesto) ponto de vista, a decisão proferida hoje pelo Tribunal, além de absurda, roça a "censura". A justiça brasileira censura um site cuja relevância mundial é inquestionável para supostamente "proteger" a "privacidade" de dois pseudo-famosos...
Não leva em conta que os dois agiram de livre vontade num lugar público e que são pessoas dotadas de capacidade racional para entenderem as consequências de tal exposição. Bem vistas as coisas, os ditos passaram a vítimas, qual passe de magia. E ao invés de serem acusados de atentado ao pudor, acto osbsceno ou qualquer coisa do género vêm exigir, a par de chorudas indemnizações, o bloqueio do portal de vídeos mais famoso do Mundo.

Não restam dúvidas de que esta decisão excede os limites do razoável e ofende o princípio da proporcionalidade. A liberdade de informação é posta em causa porque dois inconsequentes não têm noção do que é a privacidade para as suas práticas sexuais!... Além disso é, claramente, uma medida ineficaz porque o dito vídeo foi retirado do Youtube mas circula por toda a internet (eu própria fiz uma simples pesquisa e em 30 segundos pude aceder e visionar o tal vídeo numa página independente do Youtube.... )

Lamentável este episódio da Justiça brasileira...
Num país em que grassa a criminalidade e outras problemáticas sociais cuja gravidade é inquestionável... a Justiça dá-se ao luxo de julgar questões rídiculas como esta (e pior que isso, de proferir sentenças absurdas... ...) em vez de se ocupar com quem - e com o que - deve.