segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Proíbido a "intelectuais"

Ganha em recursos tecnológicos o que perde no carisma dos actores da velhinha série de televisão, que deliciou os moços da minha idade.

domingo, 29 de agosto de 2010

Muito estrangeiro em Aveiro

Vou seguindo o jogo da Académica com as mensagens dos amigos e o auxílio da Internet... Está 1 a 1, em Aveiro...

A primeira coisa que vem à cabeça, além do desejo de vitória, é o facto da Briosa estar com apenas 4 ou 5 portugueses em campo contra os 8 com que chegou a alinhar na última época!

Nem me venham falar dos outros! A Académica não é "os outros"! Espero eu...

sábado, 28 de agosto de 2010

Uma queda valente

Este texto pode, à primeira vista, parecer versar ainda o delicioso trambolhão do Benfica ante a nossa Briosa. Todavia, festejos distantes e, por isso, mais efusivos à parte, do que quero falar-vos é mesmo de uma queda de água: as Victoria Falls, partilhadas pelo Zimbabué e pela Zâmbia, com a parte de leão a caber ao país de Mugabe.
Por vezes, na Europa, mesmo quando a bolsa permite outras aventuras, tendemos a ignorar as paragens africanas, mormente quando fogem aos destinos óbvios como o Egipto, Marrocos, Tunísia, Zanzibar (Tanzânia) e Quénia.
Pois bem, um bom programa, a duas horas de voo de Joanesburgo, é uma estadia em Victoria Falls, localidade do Zimbabué que adquiriu o nome das cataratas descobertas por David Livingstone, que, por seu turno, viria a dar nome à localidade fronteiriça do lado zambiano.

Aí chegado, não hesite: o Victoria Falls Hotel, construído em 1905 no melhor estilo eduardiano, é o seu destino. Serviço clássico, salões majestosos ornamentados com troféus de caça, bem ao estilo colonial, um High Tea que continua a mostrar as melhorias cerimoniais que os britânicos introduziram no costume de beber chá exportado pela nossa D. Catarina de Bragança (uma delícia e um banquete, asseguro-vos) e uma ocasião de jantar ao som de piano e com talhares de prata no L.ivingstone Room. Enfim, vive-se história, como viveram Agatha Christie e Peter Sellers por lá.

Para os que, por esta altura, já estão a chamar-me burguês ou abastado, aconselho prudência, pois a festa sai bem mais barata que um fim-de-semana no Algarve (à excepção dos parques de campismo e similares, bem entendido).

A fazer: a mais de gozar luxuriantes vistas das cataratas e da centenária ponte que liga os dois países, a partir dos terraços de pequeno-almoço e do chá das cinco, as actividades são mais que muitas e vão das mais radicais(bungee jumping – salto da ponte com elástico amarrado aos pés – e rafting – canoagem a alta velocidade) às que lembram mais o National Geographic.

O vosso cronista foi pelas últimas e pode sugerir um passeio de helicóptero sobre as Falls,


...o óbvio passeio junto das mesmas (o lado do Zimbabué é o essencial e chapéu-de-chuva e capa impermeável são obrigatórios), um cruzeiro, com ou sem jantar, no Zambezi (o quarto maior rio africano e autor da famosa queda), para avistar o pôr-do-sol e alguns animais,



...uma caminhada com leões (assim mesmo, à solta)

...e um safari às costas de um elefante.

Um dia em Livingstone (Zâmbia) também não é mal passado, sobretudo se gostar de arquitectura do início do século XX, visto tratar-se uma “cidade” que, entre 1907 e 1935, foi capital da North-Western Rhodesia (Rodésia do Norte). O museu com haveres do explorador também vale a visita.

A segurança é garantida, o artesanato acessível e a comida boa. Atreva-se!

Obrigatório

Infelizmente, em Portugal creio que já saiu do cartaz. Resta o DVD, que valerá cada cêntimo...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Carta a Marta

Marta:

Antes de mais, não imaginas a alegria de te ver de volta.

Depois, não tens ideia da preocupação que o teu texto causa e aproveito (em nome de todos, creio) para desejar que o teu pai se ponha em forma, rapidamente.

Para pormos as coisas en su sitio, no ano passado, também eu tive um problema de saúde que pediu uma semana de hospital e devo dizer que a minha experiência nos Hospitais da Universidade de Coimbra terá sido oposta à que viveu a tua família. O atendimento, os exames e o permanente cuidado de uma equipa liderada pelo Prof. Pedro Monteiro e assistida pelo Dr. Rui Martins, entre muitos outros médicos, enfermeiros e auxiliares dedicados, pôs-me, para desgosto de alguns (poucos, felizmente), em forma para os próximos anos...

Ou seja, a mais de sorte, há que introduzir mecanismos que premeiem e avaliem a qualidade dos desempenhos, mas sem quotas estúpidas, sem compadrios e assédios imbecis e sem a mediocridade bem portuguesa que leva os de cima a temer a sombra de baixo (passo o paradoxo).

Acredita porém que a solução não é a privatização pura ou, simplesmente, o "quem pode paga". Claro que têm que ser revistos os custos! Eu podia ter pago dez vezes mais aquilo que o Serviço Nacional de Saúde me cobrou! E, para evitar justificar da maneira tradicional os "milhares de assessores" do Ministérios das Finanças, podia até ser simples: três escalões de preços, que os hospitais afeririam por mero acesso a um portal daquele Ministério, onde um filtro impediria o funcionário hospitalar de ver mais do que necessitaria.

Quanto às ideias do PSD... Seriam óptimas (não adiro ao acordo ortográfico e pronto!!!) se não se traduzissem num desinvestimento na Saúde e antes resultassem numa canalização do mesmo bolo para melhorias; isto é, acresceria ao Orçamento do Estado os montantes que os menos carenciados pagassem. Porém, sendo Portugal e tendo a (falta de) classe política que temos, não acredito, antes temendo que se verificasse o mesmo que se passou com as propinas, que passaram a maquilhar o desinvestimento no ensino superior.

Como exemplo, dou-te a África do Sul, onde o sistema público era óptimo, mas onde uma mera mudança de gestão levou a que as pessoas tenham medo de acabar num hospital público e onde quem pode paga colossais seguros de saúde, que mais não seja, para pôr um autocolante no vidro do carro, para os socorristas saberem, em caso de sinistro, que pode ir para uma clínica privada...

Aceita um abraço do teu amigo
GC

Denso e complicado, mas interessante e bem representado

Tem algo de Matrix...

Coitado de quem cai numa cama de hospital...

No seu 2.ºdia de férias, o meu pai sentiu-se mal, no 4.ºdia deu entrada no Hospital de Guimarães (Alto Ave) e começaram as 3semanas mais longas da minha vida.

Capitulo I - Os cirurgiões e a equipa da medicina não estavam de acordo sobre o diagnóstico e o meu pai é sujeito a uma cirurgia de exploração, da qual resultou uma colcistite aguda e apendicite. A equipa da medicina tinha razão.
Apesar de ser um doente cardíaco, tem alta 3dias depois.

Capítulo II - No dia em que recebe a alta, a sutura começa a infectar. 2 dias depois o meu pai vai ao hospital fazer o penso e a sutura continua infectada, apesar do gelo e do antibiótico. Feito o penso, é mandado para casa pálido e febril. Na viagem volta a sentir-se mal, no dia seguinte melhora, dois dias depois volta ao hospital para fazer novo penso. A minha mãe reclama que ele tem febre, que lhe parece muito cansado e depois de muito insistir acedem a fazer-lhe exames e
descobrem que teve um enfarte do miocárdio no dia em que veio de fazer o penso. Fica internado novamente.

Capítulo III - No dia seguinte vai para Vila Nova de Gaia fazer cateterisma, corrigem duas artérias obstruídas a 100% e fica uma obstruída em 99% para fazer noutro dia. Nesse dia não lhe fizeram o penso, no dia seguinte já exausta de tanto reclamar e desesperada com a febre e o mau aspecto da cicatriz, a minha mãe volta a pedir que seja examinada a sutura. Depois de muito reclamar fizeram-lhe a vontade e enviam o meu pai para a ecografia. A técnica diz que existe uma mancha estranha e pede tomografia para clarificar. O cirurgião discorda e diz que a técnica está errada e não existe nada e que vai ter alta no dia seguinte.
Mais uma vez a minha mãe volta a insistir e pede a uma segunda equipa de cirurgia uma segunda opinião. A segunda opinião revela-se acertada: um abcesso resultante da infecção. Levou duas unidades de sangue, porque estava muito debilitado e quando retiraram o abcesso saiu cerca de 60cm3 de lixo que estavam a destruir tudo por dentro. Isto significa apenas que se a minha mãe não fosse uma enfermeira competente o meu pai teria morrido de septicémia!!!

Considerações finais - durante estas semanas no hospital assisti a incompetência, negligência, arrogância e falta de consideração por um doente, quer da parte médica, quer da parte de enfermagem, até das funcionárias da limpeza e da segurança. Sei de facto que o meu pai teve azar, mas alguma sorte no meio deste azar. Sei de facto que a minha mãe lhe salvou a vida porque era a única pessoa que se importava com ele, porque é da área e os conhecimentos que tem lhe permitiram ver mais que um cirurgião e uma equipa inteira de cirurgia.
O que é mais estranho é que o meu pai é médico, trabalhou a vida inteira neste hospital acreditado e no momento em que ficou doente teve um tratamento superior ao de qualquer outra pessoa. Qualquer outra pessoa certamente teria morrido.
É assim o sistema de saúde, poupança a qualquer custo, o que contam são os números de cirurgias que se fazem (mas para isso o doente tem de ter alta rapidamente) e alguns bons profissionais que até esquecemos que existem por tantos negligentes e incompetentes que se cruzam no nosso caminho. Quem está doente não se queixa, porque precisa e porque sabe que se houver um processo todos se encobrem. Felizmente ainda temos liberdade de expressão e Blogs amigos onde manifestar a nossa indignação.
Coitado de quem cai numa cama do Hospital do Alto Ave, acreditado pela sua qualidade...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Liga Orangina


É só de mim ou o nome com que baptizaram a Liga de Honra para a época 2010/2011 é um tanto ou quanto sensaborão?... Liga Vitalis já não impunha muito respeito, mas... Orangina?! Tanta marca de bebidas no mercado com um nome mais viril - Sumol, Lipton, Frutis, Compal, Bongo, Frisumo, sei lá... até Bussaco servia! - e foram logo perder-se pela laranjada.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Os diamantes nem sempre são os melhores amigos...


Como a maioria das celebridades tolas, Naomi Campbell acha que ser estrela lhe confere um estatuto de inimputável. Depois de esgotadas as oportunidades na passerelle, a modelo procurou pisar outros terrenos, bastante mais movediços. A sua proximidade com vultos internacionais é constante, desde a amizade com Hugo Chávez à relação com oligarcas russos e até empresários italianos. Desde sempre envolta em polémica, com um registo criminal recheado de agressões a empregadas, polícias e até amigas..., Campbell tem agora em mãos um caso bem mais sério.

A ex-modelo está a testemunhar no Tribunal Especial de Haia para a Serra Leoa, onde acabou por reconhecer - depois de antes o ter desmentido - que recebeu diamantes brutos de Charles Taylor, ex-presidente da Libéria. A denúncia foi feita pela actriz Mia Farrow, que estaria no mesmo evento em que Campell foi presenteada e teve conhecimento do facto. Campbell alega, contudo, que doou as pedras ao Fundo Nelson Mandela. A Instituição veio negar, mas um seu director acabou por reconhecer que teve em sua posse três diamantes e que já os entregou às autoridades.

Um caso com contormos estranhos que podia ter conduzido Campbell a sete anos de prisão caso se recusasse a testemunhar. A ver vamos se com o seu depoimento a modelo se redime e acrescenta provas para incriminar Taylor, acusado de onze crimes, de entre os quais, assassinato, violações e recrutamento de crianças-soldados, durante a Guerra Civil na Serra Leoa, que resultou em 120 mil mortes.
A este propósito, recomenda-se «Blood Diamond», um filme que mostra bem o que foi a extracção de diamantes em zona de guerra, na Serra Leoa, entre 1991 e 2001.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Assustador

Em mil anos de existência, a nação russa não se recorda de alguma vez ter passado por Inferno igual. A desmesurada onda de calor já resultou em 26 mil fogos que destruiram uma área florestal equivalente ao dobro do território português. Os 160 mil bombeiros vêm deflagrar mais fogos do que aqueles que conseguem apagar. Mas o problema não se fica por aí. O fumo alastrou até à zona urbana e um smog cobriu as cidades, com níveis alarmantes de dióxido de carbono. Moscovo é uma nuvem de cinza e de cinza se cobrem as coloridas cúpulas das catedrais, como se vê na imagem acima.

domingo, 8 de agosto de 2010

Mudar de palco

Wyclef Jean (ex-Fugees), desconhecido para alguns, ícone do hip-hop para muitos, é candidato à presidência do Haiti, que vai a eleições a 28 de Novembro próximo. O país que desmoronou recentemente e que viu então agravada a sua situação económico-social, bem precisa de um novo rumo. Mas estávamos longe de nos lembrar de um músico para desempenhar tão penosa tarefa.

Há quem diga que Wyclef Jean impulsionou várias iniciativas para angariar fundos no pós-catástrofe e isso acabou por empurrá-lo até uma candidatura. Todavia, vozes contrárias também se fazem ouvir. O actor Sean Penn, por exemplo, veio acusar o cantor de oportunismo, alegando que aquele não participou nos esforços feitos para ajudar as vítimas do terramoto e, mais grave, acusou-o de ter desviado donativos na ordem dos 300 mil euros. A questão não é de agora, já que em tempos a organização a que presidia foi acusada de corrupção e o cantor acabou por reconhecer que houve «erros», embora afirme que deles não beneficiou. A isto acresce uma duvidosa situação fiscal de Wyclef junto das autoridades haitianas. Outros relembram que o cantor, embora nascido no Haiti, não vive ali há 30 anos e tampouco fala o idioma local.

Certo é que a candidatura da celebridade ainda vai dar muito que falar. E, mais certo ainda, é que para erguer um país da miséria e mudar-lhe esse rótulo de há muito, não basta música para os ouvidos. A ver vamos no que dá a partitura. Isto é, a candidatura.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Estes país não é para gente séria

E por falar em playstations, parece que não são só os futebolistas que as exigem..! Por estes dias o Estabelecimento Prisional de Sintra vive uma greve de fome, mercê da não satisfação, por parte do estabelecimento, de necessidades «básicas» dos reclusos. É que estes, não contentes por poderem gozar já da utilização de meios de entretenimento como o são as playstations (duas por cada cela de 3!!), agoram exigem o modelo e tudo. É isso que acabam de ler, a PS2, a par de melhorias nas refeições, é o móbil desta greve. Definitivamente, este país não é para gente séria. Nem lúcida.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ressaca

Passados alguns dias sobre o fim do Mundial de 2010, vive-se na África do Sul um misto de orgulho pelo inequívoco sucesso da organização e de ressaca pela falta da euforia, da festa e da ocupação vespertina e nocturna.

Voltemos, no entanto, atrás e vejamos alguns factos curiosos que foi possível apurar a partir da comunicação social sul-africana (com destaque para o Sunday Times): em primeiro lugar, foram vários os caprichos dos argentinos, a começar pelo facto de os dois quartos de banho reservados para Maradona terem sido completamente remodelados, com particular destaque para a instalação de uma sanita de último grito, com jacto de três modos de aspersão incluído. Dir-se-ia que os pés de ouro e a “mão de Deus” (a tal do golo marcado à Inglaterra) se encontraram a meio caminho, dourando o terminus da espinha de “El Pibe”.

Ainda no que à rapaziada das pampas diz respeito, o Centro de Alta Performance de Pretoria teve que mandar pintar os quartos de branco e encomendar seis PlayStations, provavelmente para os craques fazerem o que não saía bem em campo; acredito mesmo que tenham conseguido vencer a Alemanha na consola da Sony.

Fazendo jus à fama de bons garfos, os argentinos não esqueceram a mesa, pelo que houve que providenciar: dez pratos quentes por dia, catorze saladas por refeição, três molhos para massa e três pudins igualmente por reunião gastronómica, um churrasco a cada três dias e gelado disponível vinte e quatro horas.

E enquanto uns cuidavam do corpo, os outros, por sinal rivais, cuidavam da alma: os mexicanos trouxeram o seu próprio padre! Pelos vistos, depois do jogo com os argentinos terá sido útil para a extrema-unção…

E ainda pelas Américas, os nossos irmãos brasileiros quedaram-se pelo café quente e biscoitos e pelo embargo ao chocolate no hotel. Quente era também a piscina, que tinha que estar a 32º e ser coberta.

Com estatuto de campeã, a Itália trouxe equipamento de ginásio e massas transalpinas e pediu fibra óptica para ver os canais do “país da bota”.

Também viradas para o desporto as selecções da Nova Zelândia e da Eslováquia pediram, respectivamente, lições de golfe e duas mesas de ping-pong e um quadro electrónico de dardos.
Voltando à mesa, os rapazes do Leste europeu trouxeram farinha para bolinhos com sabor caseiro, ao passo que os norte-coreanos se ficaram pelo arroz coreano, em todos os momentos de nutrição.

Sobre os portugueses é o que se sabe… Pouco futebol e muito vedetismo na bagagem…

Creio, porém, que são devidos cumprimentos à África do Sul por um Mundial que correu bem e em que as fronteiras do país registaram um milhão de entradas e os seus estádios três milhões e duzentas mil assistências, número só batido pelo campeonato mundial norte-americano.

A economia sentiu, por sua vez, a massagem de doze mil milhões de rands e a TV nacional teve a maior audiência de sempre para um evento desportivo: sete milhões e setecentos mil espectadores no jogo que opôs os locais aos mexicanos.

A incógnita é sobre os dias seguintes. Permanecerão os avanços na segurança? Continuarão a nascer infra-estruturas? Veremos…

Nada acrescenta à versão original

Lento, mas intenso