quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O lado negativo da Fenprof

Sempre defendi, no que toca à avaliação dos docentes, que a Ministra da Educação devia olhar à contestação que os professores lhe movem (a dos alunos, com franqueza, parece-me um pouco descabelada, quando não mesmo tola...).

Todavia, este método de cedências progressivas feitas nas garras do impagável Mário Nogueira (Fenprof) é um logro! O sujeito em causa é um marxista-narcisista (que isso do leninismo já era...) que só se contentará com o "correr de sangue".

Dito de outro modo, a negociação não é séria por parte da Fenprof (como raras vezes o foi por parte da própria CGTP, na concertação social); agora que a Ministra cedeu em vários pontos (aulas assistidas, formação dos avaliadores, etc...), o impagável Mário Nogueira diz que só aceita uma mera auto-avaliação, este ano.

Mais valia dizer que não quer que os professores sejam avaliados, o que, acredito, não terá muito a ver com o real desejo daqueles em nome de quem diz falar.

Seria bom que os professores (gente séria, na esmagadora maioria) se revoltassem contra sujeitos como este que, em vez de os defenderem com ética negocial, vampirizam tempo de antena!

Porque me preocupo convosco, com a Casa Pia e com o Oliveira e Costa

www.be2.pt

É só paranóia, mania da perseguição...

Usurpo para título esta passagem da "Valsa dos Detectives" dos GNR para deixar uma cogitação: será o caso "BPN" a retribuição de um suposto galhardete chamado "Casa Pia"?...

Devo ser eu que já sonho com fantasmas...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Ora bolas...!

O II Congresso do Lodo teve lugar um ano depois da nossa primeira vez (desta feita num refúgio encantador ali para os lados de Aveiro) e, ao que parece, provocou danos profundos na sanidade de alguns dos colaboradores que marcaram presença... Para os que não puderam estar presentes e para os leitores do Lodo - e enquanto a nossa repórter (leia-se: SARA!) não nos traz o relato oficial - aqui fica um cheirinho daquilo que foi a nossa tarde de sábado passado:

Coelhos, canela, casamento... CONGRESSO!!!

Prefácio:

Apesar das reclamações manifestamente infundadas, pois o incumprimento do estabelecido deu-se por terceiros, e nunca por causas que me sejam imputáveis e porque TRABALHO A SÉRIO (não há cá papers nem photos) aqui fica o tão esperado relato!!!


Aos 22 dias do mês de Novembro de 2008, por hora indeterminada - mas a rondar a hora de almoço - reuniu a Assembleia do Lodo, SAD (SAD: Sociedade anónima desportiva, e não SAD = triste em inglês... no PhD here, please!!!!), na Pá-teira de Fermentelos, local escolhido pela COC (Comissão Organizadora do Congresso) pela facilidade de acessos. Não tem nada que saber: A1, saída Aveiro Sul, esquerda, esquerda e já está... é só procurar o local do casamento!!! Sendo que, da lista de presentes constavam, o Capitão, a Doce Gata das Botas, o Casperzinho, o Morgadinho do Canavial, a Rómizinha, a Drª Sarinha, e o Engº Coelhinho JP - TUDO MALTA ILETRADA, MAS MUITO POLIDA (ninguém regurgitou no final da refeição)!!!

Apesar da ordem de trabalhos não ter sido igual para todos os congressistas, até porque os trabalhos iniciaram-se em locais - carros - distintos, terminando do mesmo modo, mas com todas as moções aprovadas, o gathering deu-se à hora do maior trabalho: o REPASTO (almoço para alguns, evento prandial para outros...)!

Com uma vista para uma paisagem de sonho, houve quem ingerisse um bacalhau com natas ou uma vitela à Lafões - adivinhem quem comeu o quê, para nos divertirmos!!! - e "buburicasse" um Dão, que não foi dado, mas que inspirou o resto da tarde. Ao fim e ao cabo, quisemos ter um papel de críticos gastronómicos e estivemos a provar e aprovar o catering do casamento.

E o que é o casamento senão a consumação abençoada de um desejo carnal inusitado!?!? NADA! Por isso a noiva veste de verde, normalmente nesta ocasião, na esperança que o noivo diga mesmo "SIM", e que não se canse dela num mês ou 2... E se se cansar?!?!? No ponto terceiro da ordem de trabalhos, o Capitão (já estou de pé) ensinou aos nossos juniores todos os termos relacionados com o acto de auto-satisfação do macho... Foi um momento inolvidável... Nunca mais olharemos para um palhaço ou um pessegueiro da mesma maneira!

Há, contudo, quem já estando casado e não tendo a chama da paixão no seu matrimónio, enfie o barrete - neste caso, chapéu, porque a ocasião o merece - sim, já passava das 15h quando se deu o enlace, e havia gente de chapéu... Mas nós preterimos o protocolo para tomarmos as dores dessa senhora e dos restantes convivas que comeram os restos do nosso bacalhau e da vitelinha!
Mas... o que acontece quando a rotina se instala na vida das pessoas!?!?!? Ora, o diário Jornal de Notícias, essa referência da imprensa escrita nacional, tem a resposta para esta e outras questões, dedicando-lhe diariamente página e meia de Crónicas para os leitores conjugalmente entediados... Compulsada a publicação, ficamos a saber que a crise também se instalara nos meandros das profissionais anti-rotina que, imagine-se, já só pedem 20 beijinhos em troca de conselhos matrimoniais experientes (pois algumas delas eram casadas e carentes!!!) e O... completos, até ao fim!!!

Certo é que, só com muita broa de canela se consegue digerir a falta de cultura e perspicácia das aquisições juniores do plantel... Ouvimos coisas de arrepiar. COMO É QUE ALGUÉM PENSA QUE O SENHOR PROFESSOR É O MARCELO REBELO DE SOUSA OU O VITAL MOREIRA?!?!?!?!? Senhor, perdoai-lhes que não sabem o que dizem... E soubera eu, nesse momento, que a Doce estava gata das botas, que tinha metido lá os "piquenos" e agitado vigorosamente... Andam todos baralhados! E até conseguiram empedrenir o saudoso Xico Sá (Carneiro... dah...), que com tanta falta de cultura ficou escuro de raiva e especado de tão incrédulo.

Mais valia emigrarem, e passarem a estátua!


É que nem uma bola de Berlim nos faz esquecer este tipo de sapos que engolimos "once in a while"!

E que boas que estavam... Fofinhas, com açúcar e canela, um creme divinal... Daquelas bolas de berlim que não encontramos em mais lado nenhum senão no Natário em Viana do Castelo - ou, em alternativa, no carro do JP, se lhe pedirem muito... E NÃO HÁ CÁ COMPARAÇÕES... Eu cá não sou de intrigas... MAS AINDA HOUVE QUEM INSINUASSE QUE HAVIA BOLAS DE BERLIM MELHORES DO QUE AQUELAS QUE UM ILUSTRE LODO LHE OFERTARA!!! - ponham alguém a escrever um paper sobre etiqueta e boas maneiras, por favor!!!

E com umas belas fotos, terminou o encontro, qual cimeira da Pá-teira, com a boa vontade de um local a ser directamente proporcional à sua falta de jeito para a foto... Amigo, alista-te nos psi!!!





(1.Os preliminares e pósliminares das viagens não foram redigidos para não ferir susceptibilidades e afins...
2. A foto das bolas está em posição intencional: é para nos dar a volta à cabeça!!!!)

Eu elitista me confesso


A mais de a cavalo dado não se olhar o dente, o ballet que vem da Rússia é sempre de qualidade superior.

Todavia, depois de ter visto o mesmo "Lago dos Cisnes", numa noite de fim de ano, no Teatro Nacional de Zagreb e de ter assistido, também em noite de reveillon, ao "Quebra Nozes" do mesmo Piotr Ilitch Tchaikovsky, no Bolshoi, confesso que a sala do Coliseu dos Recreios sabe a pouco... E, ainda por cima, não traziam orquestra.

É um pouco o mesmo "saber a pouco" que experimentei quando vi ópera no Coliseu, depois de o ter feito no São Carlos...

Sei que isto soa a elitismo, repito que o espectáculo foi agradável, mas falta-me algo... E não é Ferrero Rocher...

Mentir por gosto não cansa (interessante)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

E vão 3...

Em Guimarães, no passado dia 15, teve lugar a terceira actuação conjunta dos GNR (Grupo Novo Rock) com a Banda Sinfónica da GNR (Guarda Nacional Republicana) e, surpresa das surpresas, eu vi os 3 espectáculos!!!

Comparando, diria que foi, de longe, aquele que teve melhor acústica, ouvindo-se distintamente a orquestra, algo que nem sempre se conseguira fazer com qualidade em Lisboa e em Coimbra.

De todo o modo, o mesmo alinhamento, maestro diferente, numa noite bem passada no berço da Nação.

Sem comentários


"Aqui fazem-se milagres no metal - Serralharia do Convento" - Coimbra, junto ao Mosteiro de Santa Clara-a-Velha...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Suspender a parvoíce por 6 anos

Já aqui escrevi sobre o que eu, no lugar da Dra. Manuela Ferreira Leite, não teria dito.

Surge agora outra declaração da líder do meu PSD que, no mínimo, é polémica. Leio no site da RTP que a Dra. Manuela terá dito que “Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se. E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia. Mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia”...


Vamos por partes, pois o caso tem pontas soltas:

  1. As afirmações foram proferidas numa ocasião (um almoço organizado da Câmara de Comércio Luso-Americana) em que a Premier laranja atacava a governação de José Sócrates, sublinhando que não podem fazer-se reformas que contendam com interesses de determinados grupos profissionais, virando a opinião pública contra os mesmos, no intuito de os fragilizar. No caso, acho que falava do sistema judicial.

  2. Era uma ironia dirigida ao modus operandi socialista tão fácil de entender que, vendo o video, se escutam com facilidade os risos da assistência.

  3. Alberto Martins (líder parlamentar do PS) sabe-o e foi oportunista; Luís Filipe Meneses queixou-se deste tipo de ataques e, agora, usa-os.

  4. Ninguém de bom senso acha que a Dra. Manuela defende, realmente, a suspensão da democracia.

  5. Toda a gente já pensou nisto, dada a sociedade corrupta e sem civismo em que vivemos. Pense-se até que, em contextos diversos, os Generais Garcia Leandro e Loureiro dos Santos já alertaram para o limite em que os nossos péssimos políticos (falo da média) estão a colocar o regime democrático.

  6. Concordo que uma pessoa com o traquejo político da nº1 social-democrata não pode "pôr-se a jeito" desta forma, mormente quando não tem vocação para dizer graças (a este nível só mesmo o insucesso de Durão Barroso, quando, no congresso de Viseu, comparou Santana Lopes a um misto de "Zandinga e de Gabriel Alves").

Feita a análise política, sublinho que o empolamento que os media estão a dar ao caso só pode trazer maus resultados para os próprios, a médio prazo, já que, ao acossarem uma política de elevado padrão ético e muita densidade política, estão erodir o resto da classe política que ainda preza a política com substância e que ainda estima a pluralidade de opiniões. E o problema ainda se agrava mais se pensarmos nos "consumidores de política" (leia-se, potenciais eleitores) que aí vêm, dada a ignorância mínima garantida que está a sair das nossas escolas...

Valia a pena era todos suspenderem a parvoíce, e não era por 6 meses...

Palavras, actos e omissões

"Involuntário" ("De Ofrivilliga", no sueco original) de Ruben Östlund foi o filme em competição que escolhi do cartaz de ontem do Estoril Film Festival.

Com agrado (ma non troppo) vêmos cinco histórias, de forma alternada, a decorrerem diante dos nossos olhos: a de uma família com as suas acções e a interacção de feitios, a de um grupo de jovens adultos (homens) e os excessos grupais que daí decorrem, a das adolescentes que tiram fotografias ousadas de si mesmo e bebem sem moderação, tornando-se vulneráveis a estranhos, a de uma escola em que uma professora corre o risco de ser ostracizada por não encobrir erros de colegas e a de uma viagem de autocarro em que uma criança é persuadida pelo pai a assumir um pequeno dano que não causara, ante o silêncio complacente da real culpada.

Ou seja, excessos e erros vulgares em vidas comuns, a proporcionarem visionamente único, num dia em que outro entretenimento lhe não seja oferecido ou em que o tempo convide a sofá e lareira.

Lê-se

O "dia do PSD"

O que se passou ontem mostra que Sócrates está bem encaminhado para ganhar as próximas eleições. De facto, ontem era (em teoria) um dia maravilhoso para o PSD. O Banco de Portugal fizera as maiores críticas que este Governo alguma vez ouviu da instituição: 1- o regime de apoio ao desemprego desincentiva a procura de trabalho (daí o aumento da duração média do desemprego!); 2- a consolidação orçamental terminou em 2007 (o défice de 2008 só cai graças a receitas extraordinárias). Mas o pior, mesmo, foi o diagnóstico em relação à crise económica: nem tudo é responsabilidade da crise financeira internacional. Ou seja, parte da culpa do crescimento miserável que temos tido radica nos problemas estruturais da economia portuguesa. Algo que nos deve deixar muito preocupados. Porque se o diagnóstico for correcto (e é), quando a crise passar vamos continuar a ter crescimentos medíocres e a afastar-nos da média europeia. Como se disse acima, o dia de ontem tinha tudo para ser o dia do PSD . Mas não foi. Porque a líder do partido conseguiu desviar a atenção da Imprensa ao tornar um discurso de circunstância no maior erro da sua vida política (ainda que todos saibamos que Manuela não pactua com ditaduras). Com deslizes destes, e os das últimas semanas, está-se a ver por que os eleitores olham para Sócrates (que deve estar a rir-se à gargalhada) como uma referência. Apesar da crise...

Camilo Lourenço in "Jornal de Negócios", edição de hoje

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Balada da Despedida

Fui sempre, sou e morrerei como sendo alguém de Coimbra.

Adoro a cidade onde nasci e morei, ininterrupta e diariamente, até aos meus 30 anos e onde ainda passo os fins de semana (excepto os bocados dos ditos em que sigo a Briosa) e os dias de semana ou as férias que posso.

Aliás, este meio lamento passa a lamento inteiro em relação às estratégias que sucessivos executivos centrais e camarários não tiveram para que a Cidade fosse não só um pólo de saber (mérito quase exclusivo da Universidade e das nossas excelentes escolas do ensino básico e secundário), mas também um dínamo empresarial que gerasse emprego para fixar os seus e captar criatividade de outras paragens. Quase nada se fez nesta área e até a Universidade, asfixiada pela avareza do ministério e pelo conservadorismo da instituição, foi empalidecendo no contexto universitário geral, embora não perdendo a liderança qualitativa de que sempre desfrutou e que é reconhecida internacionalmente.

No fim-de-semana passado resolvi passear por alguns dos locais que fazem parte da minha idiossincrasia coimbrã… Todavia, fiquei com a ideia de que, também nos detalhes, a Coimbra que adoro anda tristonha.

A começar pelo altar gastronómico onde voltei a pôr as papilas gustativas em ascese que, fruto da emergência das cadeias de fast-food, de propostas visualmente mais modernas e da crise económica, não tem já o esplendor de outrora, apesar do serviço esmerado e do alvo de deglutição bem demarcado.

Saído do comedouro, passeio pelo que sempre chamei de Parque da Cidade (Parque Doutor Manuel Braga) e vejo folhas sem conta a pedirem cama mais confortável do que o inevitável enleio com os pés dos transeuntes.

Depois, anima-se-me o espírito ao pensar que vou estrear-me na travessia pedonal do Mondego (décadas depois da última vez que o fio de água do nosso Basófias – falo do original; ou seja, o rio – o permitiu pelo leito), pela Ponte Pedro e Inês. Aí chegado, dói-me a alma ao ver vidro estalado, lâmpadas em falta e outras sem revestimento. Sei que a culpa é dos selvagens que vandalizam a nossa querida Lusa Atenas, mas também estou bem cônscio de que há que repor imediatamente, pois o desleixo convida a mais vandalismo.

Na outra margem, aplaude-se a estética da vedação a jusante (a que fica do lado da Ponte de Santa Clara) da Praça da Canção ou queimódromo, como lhe chamam na gíria académica, mas abomina-se aquela que fica a montante (para o lado da Ponte Rainha Santa Isabel), feita de uma chapa horrível que estraga o bem conseguido arranjo arquitectónico da área envolvente.

À volta, embora possa compreender-se a opção pelos materiais sintéticos, desgosto-me com o mau estado de conservação do enorme urso que faz as delícias de miúdos e graúdos…

Falta um pouco de maquilhagem à nossa velha e querida Coimbra…

Adorei

Ontem, no Estoril Film Festival, tive uma agradável ao ver "Pranzo di Ferragosta", em que Gianni di Gregorio assume o papel de autor do guião, realizador e actor principal e Matteo Garrone (o realizador de Gomorra) o de produtor.

Com base em eventos que sucederam, ao menos em parte, a Di Gregorio, o filme olha com ternura a velhice, com conformidade e criatividade latinas a resolução de um dos mais comuns problemas quotidianos (falta de dinheiro para pagar contas, facto que leva o personagem principal a tomar conta de três senhoras de idade, para além da sua mãe, que já estava ao seu cuidado) e com fino humor (ao melhor estilo italiano) as relações e ralações humanas.

Acresce que, no fim, o realizador/actor, sem vedetismo, teve uma simpática sessão de convívio com os presentes (fotografias e autógrafos incluídos) ao invés do que, à noite, faria Paul Auster.

É a pessão dos nevos...

Supondo eu que era em português que o estabelecimento do centro comercial dos lados da Luz queria escrever, mandava a coerência que além da explícita "bebida de peSSão", houvesse "massa de fango"...

Trombudo

Sou fã de Paul Auster. Adoro a sua escrita citadina, a forma como a cidade nos interpela e a confrontação de cada personagem consigo mesma e com muito do que, regra geral, todos nós já sentimos, num ou outro momento.

Ontem fui à sessão, integrada no Estoril Film Festival, em que o autor apresentou o seu novo livro (prestes a sair por cá), "O homem na escuridão". Confesso que eu e um colega levámos os livros que tinhamos (só eu tenho onze) na esperança de ver quantos autógrafos caçávamos (adoro Dostoiévski e Tchékhov, mas sempre me pareceu mais difícil cravar-lhes autógrafos a eles...).
Pois bem, guardado estava o bocado!!! Auster leu meia dúzia de passagens da nova obra, saíu do palco, deu dois ou três autógrafos sem dedicatória aos que, por estarem nas primeiras filas, dele primeiro se abeiraram e abandonou o auditório, apesar de ver uma razoável fila que dele pretendia uma mísera assinatura e que, em larga medida, faz dele o que é hoje.

São muito de esquerda, muito adeptos do Partido Democrata e, vai-se a ver, temos o velho elitismo do Partido Republicano.
Vou continuar a ler, pois a escrita não é elitista como o homem que empunha a pena!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A cumer é cagente sintende

É no Estoril o original fornecedor de repastos que nos proporciona a experiência única de provar uma "jardinHeira"!!!

Aguarda-se com expectativa a "feijonhada", o "cruzido à portulesa" e o "frando de surrasco"...

O Primeiro...



Hoje o nosso amigo de longa data Mickey faz 80 anos!!!

Não só para o felicitar, escrevo este post para recordar o primeiro congresso do LODO ;)


Vamos lá ver o que nos espera no segundo...

NOTA: dedico a imagem do Mickey ao Joãozinho de 2 aninhos que não se deixa enganar pelos novos ídolos infantis e dedica, todos os dias, toda a sua alegria quando observa um poster similar a este!!!

Talento para Dahl e vender

Prosseguindo a soberba programação, sob a batuta do meu amigo Rui Morais e com o beneplácito do eclético edil Gonçalves Sapinho, o Cine-Teatro de Alcobaça brindou-me com uma novidade muito interessante: o espectáculo de Lisa Ekdahl.

A dita Lisa, sueca de nascimento, com uma voz que mistura o angelical com o pueril, combina toques de jazz, blues e pop de forma agradável e que aguça o apetite para mais audições, mormente agora que decidiu cantar de maneira que a malta entende (leia-se, em inglês).

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Sacrilégio calórico

Já sabia que se abatem árvores para tudo e mais umas botas, mas juro que desconhecia que algumas servem para publicar a "Bíblia do Churrasco"...
Receio que possamos vir a testemunhar a chegada do "Kama Sutra das Sobremesas"...

Insulto ou depravação?

Esperei todo este tempo e não resolvi o dilema que era posto no WC do Multiusos de Guimarães, por altura do Congresso do PSD...
Anunciar a "Feira da Pequenada" quando os cavalheiros estão a verter líquidos?! Alusão à dimensão ou incentivo criminal?!...
Prefiro nem saber...

O fim da História

Se há coisa de que sempre me gabei foi de ser da cidade onde se fala português de primeira água. Todavia, já desde os meus tempos iniciais na política que perguntava (em conjunto com o Nuno Freitas) por que é que, já que decidira ser uma cidade de serviços, Coimbra não se apostava na excelência dos mesmo, quase como um ex-líbris transversal.
Pois bem, o meu receio ancestral chegou ao zénite quando, numa loja da cidade, perguntaram a quem me ladeava: "Alves leva acento onde"?...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O que é ser um "socialista"?

Sobre o discurso dos sindicatos dos professores, a JS escreve em comunicado:

"Não compreendemos que alguns socialistas se deixem capturar por este discurso. Não percebemos a sua radicalização e a sua incapacidade de ver algo de positivo nas políticas implementadas. Não nos parece democrático, nem tão pouco socialista"

Assinado pelo Secretariado Nacional da JS...

Já agora pergunto, como é que a JS classificará o ex-candidato à presidência da república dr. Manuel Alegre?

O perigo de ser jovem

Sendo um filme de acção com tudo o que de bom e de mau há nisso, serve bem para mostrar os perigos que espreitam uma juventude cada vez mais independente e para perceber muito do que vem da Albânia e que, pelos vistos, escapou ao PS e ao PSD, quando apoiaram a independência do Kosovo (futura parte do "País das Águias", querem apostar?)...

O dia em que o Mundo se enganou

Indo eu em sentido contrário, espantam-se-me os olhos com a fila contínua de autocarros que avisto na auto-estrada… É sábado e há manifestação de professores…

Era, evidentemente, o prenúncio de uma manifestação que, na prática, deve ter deixado em casa apenas os professores doentes, idosos, os que acham que não adianta protestar e as docentes grávidas, já que, a avaliar pelo barómetro familiar, foram a esta manifestação professores que jamais haviam estado num protesto de massas e outros que até são activistas e eleitores do PS.

Dizem os nossos docentes que o processo que conduz à sua própria avaliação e, logo, à eventual progressão na carreira é burocrático, não deixa tempo para preparar aulas e ensinar e obriga mesmo a escolhas, quando se trata de ter tempo útil de vida familiar ou particular, em geral.

Insinua a Ministra da Educação que o que esta classe profissional não quer é ser avaliada e que quer progressão automática na carreira, como havia até agora.

No meio de tudo isto a incoerência do Governo torna-se escandalosa, já que o Secretário de Estado Adjunto, Jorge Pedreira, diz que os professores que boicotarem o processo não serão alvo de processo disciplinar. O que quero dizer é que, na sequência da inflexibilidade da Ministra que admite limar arestas, mas não suspender o processo, entendo que até o mais contestatário dos lentes esperaria ver cair a guilhotina da 5 de Outubro; temos um Ministério de meias-tintas: não cede, mas também não tem coragem para impor o rumo.

E, se calhar, é melhor assim, mesmo que a equipa governativa dê um ar frouxo… É que, para disparate já basta o que está. Foram precisos anos para eu concordar com a Professora Ana Benavente, ex-Secretária de Estado, mas a realidade é que se combina o ridículo facilitismo da avaliação dos alunos (feita para enganar os números de Bruxelas) com uma burocracia, no caso da avaliação dos professores, que faria chorar de saudade os que ainda lamentam, em Moscovo, o fim da União Soviética.

Sejamos claros, todavia: eu (e creio que a maioria dos professores me acompanhará) acho que os docentes têm que ser avaliados, através de um sistema que premeie o mérito e faça progredir os que ensinem melhor e formem melhores cidadãos. Sei também que os sindicatos acham sempre que têm toda a razão (ainda para mais quando se intromete o impagável Mário Nogueira, agora em altas funções de protesto profissionalizado), mas duas certezas conservo: por um lado, os professores que ainda têm motivação e bases para isso devem, prestando contas pelo seu desempenho, poder ensinar, o que é, no fundo, o cerne da sua actividade.

A segundo ideia que tenho por verdadeira é a de que dificilmente três ou quatro governantes estão totalmente certos, quando têm cento e vinte mil eleitores a contestá-los… Como diria o Eng. Guterres: “é fazer as contas”…


Fotografia "emprestada" pelo IOL

Só mesmo com o voto Dele...

"Sarah Palin confia em Deus para lhe mostrar o caminho para a Casa Branca" (em 2012)
in "Público", 11.11.08

A sorte da Abelha Maia...

"Odeio que me digam que faço de Calimero"
Pedro Santana Lopes in "Pública" (revista), 09.11.08

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Quanto mais me bates...

Sem moralismos e para diversificarmos a oferta cultural do blogue, eis uma sugestão registada nas ruas lisboetas.

Se for, mande o seu comentário e não se esqueça de observar (vide o aviso) o dress code...

Não sei se é prenúncio sobre as autárquicas, mas alguém vai levar...

Moças, carros e acção e... mais do mesmo...

Actual, radical e real

Quando a Câmara vos manda para o ...

Leio que a Câmara Municipal das Caldas da Rainha, honrando o artesanato fálico da terra, vai organizar a "Falo Parade"...
Sendo verdade que quem manda "fá-lo" como quiser, a verdade é que "Parade" pode ser um mau presságio...

Nós já fomos!

Confesso que não sou muito fiel a marcas de bens consumíveis. Gosto de uma marca ou outra de roupa, mas porque ou resiste ao meu "jeito desajeitado" ou porque me serve (o que, com a minha altura, quer, regra geral, dizer mangas ou pernas...).

Há, como em quase tudo, excepções. Uma delas é a cadeia de "cafés" (chamemos-lhe assim) Starbucks, em que me delicio ao abrir a pestana ou à hora do lanche (ou mesmo no fim de um jogo do Galatasaray , como fiz em Istambul), quando em viagem.

Pois bem, o meu vício já existe em Alfragide... Aquele cheesecake com frutos silvestres... Aquele bolo de doce de leite... Os frappuccinos e os cappuccinos... As poltronas e a música ambiente...

É caro, mas eu gosto!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Só o Jacinto lançou foguetes!

Fossem as coisas como as da pintura e os turcos tinham sido sovados, na Luz.

Porém, depois de uma exibição sem talento (como reconheceu o mister Flores), o infernal Galatasaray (que já tivera ocasião de ver jogar no inferno em que se converte o seu estádio e, na ocasião, trucidar o seu adversário por 4-0, com quatro golos do mesmo Umit Karan que, ontem, marcou o segundo golo dos rapazes de Istambul) ganhou ao Benfica por 2 a 0, com mérito.

Salvou-se o tradicional bife pós-jogo, na companhia do Marinheiro Russo (aka Vitor Fernandes) e da Dulce Alves (também conhecida por Dulce Alves...) e, antes disso, os sempre pitorescos episódios do "ir-à-bola", de que destaco o de Jacinto e seus amigos que, na fila da frente e por algum crime de restauração sem culpado conhecido, íam odorizando um jogo que, efectivamente, começava a cheirar mal. E nem a constipada política de Alcobaça (a tal Dulce Alves) escapou a algo que, estou certo, está proíbido pela ONU, numa qualquer convenção contra a guerra química!... Com franqueza! Bem sei que os benfiquistas são bons chefes de família, mas passarei a rezar pela salubridade dos almoços das famílias de Jacinto e seus pares.

O outro episódio é mais sério; um jovem de gravata (segundo a nossa repórter feminina e antes de ter sido açoitada, "bem parecido) passou o jogo, sempre que um turco ou um benfiquista decidiam provar o sabor da relva lisboeta, gritando: "levanta-te, ca..lho"! Aqui, o assunto levanta, ele próprio, várias questões:
Naquela idade, já com esses problemas?!
Sucede-lhe o mesmo drama com senhoras?!
Pareceu-lhe que o Estádio da Luz era uma clínica de andrologia?!
Tem necessidade de que algo se erga, quando diante de homens de calções?!

De facto, há noites para esquecer... Esperemos que a Briosa se porte melhor, no Domingo!...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Heróis cor-de-laranja?... Não, obrigado..!

No final deste mês decorre em Penafiel o XX Congresso da JSD e, num ano em que é impossível ignorar que a crise bateu à porta, terá ocorrido a alguém da organização aproveitar esta reunião bienal de centenas de jovens para reunir esforços em torno de uma causa: a pobreza que prolifera pelo país fora.

A ideia é (ou era...) pedir aos congressistas e observadores que levem um pequeno contributo, o qual pode chegar - segundo as estimativas - às duas toneladas de alimentos. Pois bem, encetaram-se contactos com o Banco Alimentar contra a Fome, distinta Instituição que opera nesta área, a qual se deu ao luxo de recusar - sim, RECUSAR! - a ajuda, recorrendo a um argumento tão primitivo quanto descabido.

Isabel Jonet, Presidente do BA, rejeitou a ajuda vinda dos jovens social democratas invocando tratar-se de uma instituição apartidária. Alguém explica à senhora que ninguém põe isso em causa?! Alguém que lhe lembre que o que está em causa é ajudar quem mais precisa e que quem mais precisa não olha a cores partidárias quando a fome ataca? Melhor, alguém que lhe lembre todos os portugueses que o têm feito ao longo dos anos provavelmente também terão uma inclinação partidária, factor que em tempo algum se ouviu dizer que prejudicava as pessoas que recebem ajuda?!...
E por que não perguntar-lhe sobre a sua posição se a Casa do Benfica de Freixo de Espada-à-Cinta fizer o mesmo?! Será que vai negar à ajuda, receosa da sensibilidade dos adeptos portistas?... ... Por favor, alguém que lhe explique que os alimentos com que os militantes da JSD possam contribuir também matam a fome...

Em suma, num Portugal em que existem mais de dois milhões de pobres e face a uma realidade que se teima em ignorar - os "novos pobres" - o Banco Alimentar dá-se ao luxo de rejeitar ajudas, dada a militância partidária dos ajudantes. Não é dificil de perceber que a acção, a mais de consciencializar os jovens para um problema grave que grassa no nosso país, pretende aproveitar a logística de um evento onde se reúnem mais de um milhar de pessoas para fazer um contributo que seria impensável se 'obrigasse' os militantes a deslocarem-se ao armazém do BA em Lisboa para o fazer...

E mesmo que alguns aqui vejam populismo ou aproveitamento político, é bom lembrar que nestas coisas "valores mais altos se alevantam" e que a maledicência face às juventudes partidárias já enjoa. Se fazemos é porque fazemos, se não fazemos é porque não fazemos... Decidam-se!

Se gostar do género, é doentiamente recomendado!

Palpites IV - Yes, we did it!

Os leitores que quiseram participar na nossa sondagem (30) pronunciavam-se assim sobre o duelo Obama vs. McCain, do ponto de vista português:
  • Obama - 87% (26)
  • McCain- 13% (4)

Se virmos, todo o mundo andou nesta casa de preferências o que, a meu ver, traduz o desejo de uma América forte, mas multilateral e desenvolvida, mas ecológica.

Barak Obama tem agora que provar aquilo de que é feito sem confirmar alguns dos receios que se atribuiam ao que era, até ontem, a sua eventual eleição. Mais concretamente, creio que terá que provar que não é um mero produto mediático (estilo Collor de Melo), que não vai agravar excessivamente a carga fiscal e que não vai estabelecer como contraponto aos excessos anteriores (Iraque e afins) um encerramento dos EUA em si mesmo, quer na política quer na economia.

Para já, a lufada de ar fresco fez bem ao Mundo...

A 11 metros do alvo

Diz-se que, no momento de cobrar uma grande penalidade, o avançado vê a baliza mais pequena, apesar de distar dela os onze metros de sempre... Ora, temo que tenha sido esse sindroma que, aparente e (desejo eu) temporariamente, afectou a Dra. Manuela Ferreira Leite: a baliza socialista parece mais “piquena” e o Eng. Sócrates parece enorme, “entre os postes”…

Digo-o pegando em dois exemplos concretos: o primeiro tem a ver com o aumento do salário mínimo nacional para 450€, em 2009. Pode até dizer-se que o Primeiro-Ministro deveria fazer bem as contas, que os empregadores estão sem folga para grandes banquetes salariais ou até que as coisas podem piorar, ao nível internacional. Todavia, não cabe à líder da oposição levar a sua seriedade ao ponto de ser trouxa, salvo o devido respeito.

Dito de outro modo, não duvido da seriedade e da inteligência da Dra. Manuela e tenho-lhe um enorme respeito e um imenso reconhecimento, mas entendo que, tendo o aumento faseado do SMN sido acordado, ainda por cima, em sede de concertação social, estando os portugueses com “a corda ao pescoço”, tratando-se, como dizia um amigo meu do CDS, de gente de parcos recursos que decidiu continuar a trabalhar com baixos salários, em vez de nos esmifrar o rendimento mínimo (ou rendimento de inserção social), e sendo que noventa contos de réis são um mero remendo, visto tudo isto, dizia, creio que o que qualquer líder do PSD deveria dizer era que estava muito bem, por muito que recomendasse, como tem sido feito, cortes noutras áreas.
O segundo exemplo tem, aliás, a ver com os cortes pedidos nos investimentos públicos e, mais concretamente com as declarações da Dra. Manuel Ferreira Leite sobre a geração de emprego pelas grandes obras públicas.

Ao que li, a Presidente do PSD, questionada sobre a matéria, terá respondido que “(Ao) desemprego de Cabo Verde, desemprego da Ucrânia, isso ajudam. Ao desemprego de Portugal, duvido”.

Ora bem… Até pode ser que o desemprego de mão-de-obra portuguesa não tenha muito a ver com o sector da construção – se bem que acho que há sempre gente à procura de trabalho, mormente no estado em que a economia está – mas o que a challenger do Engenheiro Sócrates não pode é dizer algo que é profundamente descortês para com duas nações amigas (uma das quais lusófona) e que, mal interpretado, roça (não a “irresponsabilidade”, como disse a Premier laranja sobre o camarada Primeiro-Ministro) a xenofobia, designadamente em relação à Ucrânia que, herdeira da União Soviética, tem hoje na sua mão de obra qualificada e nos seus níveis de literacia (superiores aos nossos, com toda a certeza) a chave do seu ressurgimento progressivo.

Em suma, creio que há que pensar que alternativa ao silêncio inicial não é o tiro à queima-roupa. Cumpre afinar o tiro, no PSD…

Ontem fez-se história por 3 razões:

O primeiro afro-americano é eleito presidente do USA*...

O Sporting está nos oitavos de final da liga dos Campeões
Nos telejornais não houve qualquer notícia relacionada com o Sócrates e o Magalhães…


(*) – vou deixar o desenvolvimento desta notícia para a malta do LODO mais especializada na política internacional…

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Mais 2.500,00 € para o TGV

Ando há diaspara escrever sobre mais uma das muitas provas da indigência cultural dos nossos governantes.

Falo de um episódio que mostra bem os complexos ideológicos que 34 anos depois ainda afectam a nossa esquerda.

De facto, o Estado Português decidiu não exercer o seu direito de preferência sobre um lote de cartas manuscritas pelo Professor Marcello Caetano, ex-Presidente do Conselho de Ministros e último governante do Estado Novo, já no exílio à data.

O Estado estava representado pela Biblioteca Nacional e pelo Arquivo Nacional da Torre do Tombo, mas deveria ter havido um decisor político que, mesmo não se tratando dos escritos mais relevantes para a compreensão daquele regime e para a reconstituição do percurso biográfico do Professor, percebesse que não só devemos lidar com a nossa História de forma descomplexada e pedagógica, como em cada linha se pode perceber um traço da emoção de uma figura que para ela tenha entrado.
Só quem tenha vistas curtas acha melhor que tenhas sido um respeitável empreiteiro (mais respeitável do que o Ministro da Cultura) a arrematar o lote, por... 2500,00€. Deve dar para um parafuso do TGV!...