quinta-feira, 12 de abril de 2007

Sai Azar (VI) - O Espelho e o Espalho da Nação (Epílogo)

E chegamos ao fim da saga (“finalmente”, dirão alguns) sobre a vitória do Doutor Salazar em “Os Grandes Portugueses”, aproveitando eu para pedir desculpa aos colaboradores e leitores do "lodo" por ter ocupado tanto espaço. Confesso que, a propósito do concurso, não resisti a fazer o ponto de situação do meu pensamento sobre o Portugal de hoje (a culpa, porém, também foi de quem me desafiou).
Pegando na deixa do último texto, entendo que a mediocridade de muitos dos nossos políticos (algo que motivou um voto de protesto em Salazar) reproduz apenas, em edição revista e aumentada, a mesquinhez da nossa vivência enquanto povo.

Começando, comme il faut, pelo início, atribuo a vários excessos pós-revolucionários alguns dos males de que padecemos, embora não o faça de forma exclusiva. Diz-se que, ao tempo de Salazar, éramos um povo sem qualificações académicas e atrasado nos hábitos de sociais, mormente pela clausura a que o País se encontrava sujeito. Creio que é verdade.

Todavia, não deixo de afirmar que o 25 de Abril, com os excessos próprios dos períodos que se seguem a qualquer revolução, trouxe o erro de liquidar as elites, procurando, pela lamentável inspiração marxista que dominou muitos dos arautos dos novos tempos, instituir uma ordem em que fossemos todos iguais, no pior sentido do termo. Se é bom que o sejamos no plano dos direitos, liberdades e garantias, a verdade é que só por estupidez nos acharemos igualmente capacitados a desempenhar o mesmo papel na vida; nem num grupo de amigos, quanto mais num país…

Era a época dos saneamentos, das passagens administrativas nas universidades (estão tão caladinhos, muitos dos que se entretêm com a Universidade Independente…) e do Estado estilo “vaca leiteira” que, ainda hoje, dá de comer a muita gente, num paradigma que terá o seu corolário máximo na “tigela de ferro chinesa” (um emprego que vale para a vida e que sustenta uma família), sendo que mesmo essa já começou a “enferrujar”.

De caminho, com a perseguição às elites (as humilhações que sofreram, por exemplo, alguns professores da Universidade de Coimbra, se calhar, às mãos de muitos que, entretanto, se aburguesaram), destruíram-se referenciais de valores. Podemos discordar da pauta ética da vida cívica do Estado Novo, mas ainda havia gente com trato social elevado, inclusive entre as pessoas de baixa instrução e de magras posses. Ao invés, a lógica do “é proibido proibir” (a versão high tech desta atitude anarca é o Bloco de Esquerda) favoreceu o laxismo e a libertinagem, não sendo de espantar que se degradem até os mais banais padrões de cortesia e o próprio requinte na afectividade.

Contudo, baralhando e voltando a dar, há muitas explicações que devem buscar-se em tempos anteriores. Começo por algo que já li e com cuja essência concordo: gostamos muito de ser tutelados. Se, a um tempo, queremos ser livres para tudo e mais alguma coisa, não nos importamos de ter um “paizinho” que olhe por nós. Dito de outro modo, queremos que as coisas se vão fazendo, sem que tenhamos a maçada de fazermos a nossa parte na construção de uma sociedade melhor e mais próspera (assim, com empenho de cada um se explica, a meu ver, a vibrante vida cívica, entre outras nações, dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha).

De um modo empírico, e num cenário indubitavelmente democrático, encontro paralelos nas maiorias absolutas de Cavaco Silva (1987 e 1991) e de José Sócrates (2005). Com as devidas distâncias entre eles, falamos de personalidades fortes e, concorde-se ou não com o rumo, de homens de reformas que preferem quebrar do que torcer, correndo, quando necessário, sozinhos e contra o vento. Sendo que os dois contrariaram a tendência do método de Hondt (que favorece mais a representatividade do que a governabilidade), parece-me que, nesses três momentos de aclamação sufragada, nos reencontrámos com a nossa idiossincrasia. Passámos procuração a cidadãos ilustres para que, mesmo a custo de alguma qualidade de vida (veja-se o caso actual), fizessem o que havia e há para fazer, sem que nos maçassem ou macem excessivamente com consultas frequentes.

A culpa é dos dois? Não.

Governaram mal? Até 1993, sei que não, no primeiro caso. Esperemos para ver, no segundo.

Vem mal ao mundo deste nosso gosto pelo “pau e cenoura”? Sim, pois poderíamos eleger os mesmos cidadãos, sendo mais informados e mais participativos.

No fundo creio que combinamos o pior do liberalismo continental europeu (a ideia de que somos mais espertos do que a Lei e de que a Ordem existe para se moldar) com a essência latina, que nos leva a esquecer a “conta da mercearia” sempre que há Sol, festa ou futebol…

Cumprimos com medo da punição! Se há mais receitas fiscais, tal não se deve a uma noção mais apurada do bem comum, mas sim à maior agressividade da administração fiscal. Se diminui a sinistralidade rodoviária, não podemos saudar o maior civismo dos condutores, mas sim aplaudir o endurecimento das contra-ordenações e penas. Se há menos mordomias associadas a certos lugares públicos, não podemos congratular o ascetismo dos titulares, mas sim felicitar a maior vigilância mediática (embora entenda que estejamos a cair no extremo oposto: o miserabilismo populista).

E sejamos francos, embora todos gostemos de ser portugueses e não tenhamos dúvidas (eu, pelo menos, não tenho) de que Portugal é melhor pátria que se pode ter, sabemos que, em conjunto, temos uma tentação para sermos mandriões, invejosos e corruptos.
Que longe estamos da cultura do mérito... Seja para uma consulta médica, para publicar um livro ou para obter um emprego, mesmo na iniciativa privada, conhece algum país desenvolvido onde dê mais jeito do cá “conhecer alguém”, no pior sentido da expressão?

Voltando a um dos textos anteriores, creio que a Educação e Cultura poderiam curar-nos dos nossos males, mas, com a sua degradação acentuada, não sei se estamos ainda em condições de começar por formar os curandeiros…

O pior é que, nestes domínios, temos pouco tempo, já que ninguém tem saudades do que nunca conheceu. Já noutros, a vitória de Salazar deixou-me a pensar…

domingo, 8 de abril de 2007

Sai Azar (V) - A (falta de) classe política

O problema em torno da eleição de Salazar não cessa, contudo, de aumentar…
Li, há poucos dias, que mais um conceituado sociólogo do Instituto de Ciências Sociais (escola de prestígio) veio desmerecer o juízo feito após o concurso por e sobre os políticos, e fiquei com a sensação de estar a observar uma cadeia alimentar intelectual: a seguir à vitória de Salazar, os políticos desvalorizaram a escolha popular e os politólogos desacreditaram a opinião dos eleitos, sem contudo se deixarem enlamear pelo plebeísmo de dar razão às massas; no fundo, excepção feita aos participantes na votação da RTP, todos procuraram – vício bem português, diga-se – justificar o seu lugar pela diferença, como se dar razão a outro seja um crime de lesa ordenado…

Precatando-me contra analistas, políticos e espécies naturais afins, sublinho que esta série de textos nada mais representa do que a minha opinião. É com essa base “orgulhosamente só” que entro na causa mais ilustrativa do voto maioritária no Professor: um misto de mesquinhez popular com um juízo francamente negativo sobre a classe política dominante, sobretudo desde meados da década de 90 (a altura em que se apagaram os últimos nomes grandes da nossa jovem democracia).

Guardo o juízo sobre a “ontologia” portuguesa para o último texto, retendo-me na avaliação dos vários matizes da mediocridade que afecta boa porção da nossa nomenklatura política.

Desde logo, parece-me que há fenómenos de notório ancilosamento e senilidade do nosso sistema partidário, mormente no que toca à ala esquerda do PS e, prima facie, ao PCP. Falamos, como já recordei, no mesmo partido que, ainda em 1991, apoiava (quase isolado no panorama dos partidos comunistas europeus) o golpe de Estado de Ianaev contra Gorbatchev e, pior ainda, o mais reaccionário dos partidos lusos no que toca a reformas na Educação e a democratização da Cultura.

É, no mínimo, hipócrita que as cabeças alegadamente pensantes da esquerda passem anos a encolher-se como Drácula defronte do crucifixo quando se propunha ensinar, na História de Portugal, uma visão desapaixonada das II e III Repúblicas e, agora, corem de pudor ao verem a consagração do Presidente do Conselho, em parte, pela deificação exclusiva das características benévolas, parte das quais romanceadas, do seu consulado.

Recupero exemplos como o do Museu Militar de Viena, o campo de concentração de Auschwitz e o Museu de Chernobyl (em Kiev) para lembrar como outros povos lideraram corajosamente com dramas bem mais sérios do que o Estado Novo. Por cá, provincianamente, continuamos a pensar se fazemos um museu em Santa Comba Dão (por mim devia fazer-se inclusive com documentos cedidos pela Torre do Tombo) e deixamos que a sede da PIDE se converta em condomínio de luxo, num acto impar de burrice autárquica.

Depois, há um outro juízo que, a meu ver, os portugueses fizeram de forma implícita: a rejeição da actual classe política. Bem sei que, chegados a este ponto, brilham os sociólogos dizendo que se trata de empirismo não cientifico, mas também podemos pensar que não faria mal aos nossos cientistas ouvirem os portugueses nos cafés e nos transportes públicos, sem lhes apontarem um lápis ou um gravador à cabeça, algo que pode tirar alguma espontaneidade às respostas de muitos estudos. Procedendo assim veriam que, nos dias que se seguiram ao triunfo de Salazar, o que a vox populi mais verberava era mesmo a mediocridade dos eleitos, por muito que haja alguma injustiça neste veredicto.

Creio que, de facto, vivemos um período nebuloso em matéria de “sumo” político, já que o nosso sistema partidário se encontra quase exclusivamente nas mãos de uma geração – que andará, mais ou menos, entre os quarenta e poucos e os cinquenta e cinco anos de idade – que floresceu no pós 25 de Abril, predominante mas não exclusivamente, por via das juventudes partidárias e que aproveitou a miríade de oportunidades de participação política que o período pós revolucionário abriu. Era a época em que se respirava política e na qual os partidos e o Estado eram fartos em sinecuras políticas, que nem sequer eram tratadas com o desfavor com que, hoje e de forma algo fundamentalista, se olha toda e qualquer nomeação.

Resultado prático: falamos de algumas pessoas (não todas, claro) que não tiveram, realmente, uma profissão (por muito que escrevam qualquer coisa do género nos currículos oficiais) e que, desse modo, “matam” para permanecer nos cargos partidários e públicos, chegando ao ridículo de conseguir apoiar sucessivamente lideranças partidárias absolutamente incompatíveis, sem sequer fazerem um período de nojo recomendável; é como se fosse natural acordar a dizer que é preto algo que se jurara ser azul, ainda na véspera.

O caso pode agravar-se mais se à “carreira” política somarmos negócios que, não sendo necessariamente ilegais, jamais seriam encetados ou mantidos sem que se ocupasse determinado cargo que potencia influências, traficadas ou não. Não caindo na leviandade de acusar sem provas, convido antes a um exercício: acha que todos os políticos que vivem a dolce vita conseguem explicar tudo o que têm à luz do seu ordenado ou de heranças?

E mais: permanecendo, por vezes, há cerca de vinte anos nos lugares, gera-se uma espécie de endogamia em pessoas que só vêem os seus pares e cujo mundo, para usar uma expressão de Rui Reininho, “termina às Portas de Benfica”. Faz ideia, por exemplo, de quantos deputados não vão a um teatro, a um concerto, a uma exposição ou a um cinema? Passa-lhe pela cabeça o número de entre eles que já não sabe como se compra um bilhete de autocarro ou que não lê um livro? Sim, há gente que, aparentemente, tem no assinar do livro de ponto o mais esforçado exercício cultural, e juro que o sentimento com que escrevo é o de preocupação e não despeito por já não integrar o “plantel”.

Mas a pergunta impõe-se: qual o problema de haver uma geração de jovens turcos sem Ataturk que se perpétua? Muito simplesmente o facto de não haver renovação (turnover, como dizem os manuais de ciência política) que é tanto mais necessária quanto o mundo actual muda a uma velocidade nunca antes vista. Ou seja, começa a faltar quem interprete os tempos que correm com uma linguagem adequada para comunicar com eleitores já submersos pela cultura televisiva, o que obriga a uma mensagem estruturada em termos mais emotivos e mais longe das tiradas palavrosas e hieroglificas que os nossos políticos ainda apreciam.

O problema parece-me, aliás, longe de uma solução, se virmos que as lideranças, mormente as que conheço melhor, optam por purgas parciais e por critérios de favor na elaboração de listas que mais parecem distribuição de comendas. Em vez de se pensar nos elencos que temos de ter à chegada, privilegiam-se as palmadinhas nas costas à partida.

Mas, como disse antes, há algo de injusto no ar, se ficarmos por estas linhas. A verdade é que os cidadãos não podem esquecer-se de que os nossos políticos são assim porque são um mero espelho do povo a partir do qual emergem.

Os defeitos da classe política apenas são uma ampliação dos traços dos representados, sendo que a sua vaidade só existe porque há aduladores e a eventual corrupção só grassa porque alguém se deixa comprar… A isso iremos a título de epílogo…

Descubra as diferenças


O PNR resolveu surgir em cena e colocou em pleno centro de Lisboa um outdoor a criticar a actual política de Imigração do país. As "deixas" são claras: "Basta de imigração" e "Façam boa viagem", a roçar o tom xenófobo... reconheça-se.
Um dia depois, quatro jovens que estão mais habituados a estas luzes da ribalta que os senhores nacionalistas, satirizam o citado outdoor pedindo "Mais imigração" e desejando as "boas-vindas" aos estrangeiros.
Tendo o Marquês de Pombal como palco, esta novela muito tem dado que falar. E ainda agora começou...
Primeiro foi o choque do conteúdo do cartaz para uns, depois a ilegalidade da resposta dos "gatos". Agora, as ameaças que estes últimos tem sofrido acicatam a questão que já tomou contornos desagradáveis.
A liberdade de expressão (e portanto, a diversidade de opiniões) parece-me que pode justificar esta missiva do PNR, alertando para uma política de Imigração que poderá não ser a mais adequada para o país. Com efeito, concorde-se ou não com o conteúdo do outdoor (a meu ver, um pouco insensato...) a verdade é que um partido tem o direito de expressar-se sobre um determinado tema. Mesmo que a sua opinião desagrade alguns. E mesmo que usem expressões disparatadas como a do "façam boa viagem"...
Mas esta mesma liberdade de expressão deve servir igualmente para os quatro humoristas. De uma forma genial e acutilante, como já nos habituaram, os "gatos" têm exactamente o mesmo direito de usar a sua sátira como arma política. Eles não fazem política, mas sabem que podem desencadear um sem número de reacções políticas quando fazem (bom) humor.
A ver vamos é por quanto tempo mais, uma vez que sempre que resolvem pôr o dedo na ferida, aparece alguém a querer pôr à prova as suas sete vidas...

terça-feira, 3 de abril de 2007

Sai Azar (IV) - O Porquê da Coisa

E, não ignorando o dito fenómeno, tento buscar algumas das suas causas, começando pelas mais genéricas.

Antes, porém, confesso que acho alguma graça a quem o faz, desvalorizando a grandeza da amostra ao dizer que foram apenas 50.000 pessoas (números redondos) a votar no ditador, esquecendo-se de mencionar que as muy rigorosas sondagens convencionais têm amostragens, por vezes, cerca de 50 vezes menores (várias não chegam às mil entrevistas), com a agravante já mencionada de, sendo directas, a pergunta poder intimidar; é dos manuais, para quem estude sondagens, seja a pergunta sobre Salazar, aborto ou qualquer outro tema polémico e abrangido pelo “politicamente correcto”…

Voltando ao tema, entendo que não se trata de um surto de salazarismo. O corporativismo de Estado é um fenómeno datado e Salazar mais o é, por razões óbvias. Não me passa pela cabeça que 99,9% dos que votaram no cavalheiro de Santa Comba Dão pensem realmente que o podem trazer de volta ou sequer que saibam o mínimo olímpico sobre os ditames das políticas levadas a cabo no período histórico que vai de 1926 a 1974.

A contrario, diria que não vale a pena censurar os putativos apoiantes do Doutor Salazar, dizendo que muitos “só falam assim, porque não viveram naquele tempo”. Creio que não é preciso ter andado pelas estepes com Átila ou ter ido à escola com Mussolini para saber o que fizeram de mal; isto é, quem apoiou Salazar, independentemente das suas recônditas motivações, fê-lo, por certo, sabendo que, no Estado Novo, houve atropelos aos direitos humanos a par de realizações benéficas, por muito que não consiga detalhar qualquer um deles.

Destaco, em particular, uma estudante de Coimbra (ironia do destino, a Escola que formou Salazar e este vosso criado, salvas as devidas distâncias), cujo depoimento, que escutei num programa radiofónico do dia seguinte, era explícito: concordava com o resultado do concurso, entendia que o estudo da Eurosondagem visava branquear o mesmo, além de lamentar que Portugal fosse, hoje, gerido pela corrupção e pela cunha, que se fizessem fortunas na política e que se roubasse de uma forma que Salazar nunca permitiu, no seu tempo. Mais acrescentou que o problema não é do povo, já que o mesmo povo academicamente desqualificado projectou o Luxemburgo para altos padrões sociais, uma vez que a classe política local sabe dirigir; ou seja, queria a jovem coimbrã (pelo menos dos bancos da faculdade é-o) dizer que os políticos actuais não prestam.

Mas nem a política internacional lhe escapou, pois rematou com uma ilação sobre a hodierna subserviência a George W. Bush, por contraponto à recusa de António de Oliveira Salazar em vergar-se aos americanos.

Ora bem, retomando o fôlego, digo-vos que me vou escusar de comentar os pontos mais panfletários, concluindo que a nossa estudante está meia certa e meia errada. Fico-me pela primeira metade, concluindo-se sobre a outra pelo silêncio.

Entendo, desde logo, que diagnostica bem, embora não prescreva a terapêutica adequada, o mal do nosso povo: débil Educação e fraca Cultura.

Quanto à Educação, começamos a entrar num beco sem saída: à medida que se retiram os que ainda sabem ensinar, emerge uma nova geração de docentes (com excepções pela qualidade, claro) que já foi vítima da massificação selvagem do nosso ensino superior e da degenerescência ética do pós 25 de Abril, em que procurou contrariar-se o espartilho censório do regime deposto com uma lógica de “é proibido proibir” que, em muitos casos, transformou liberdade em libertinagem.

Culpas?! Se adiantar apurá-las, são do PSD e do PS que, em 30 anos, ainda não conseguiram impor uma metodologia de ensino exigente e de qualidade. No caso do PS, por preconceito ideológico da sua ala esquerda, a tendência é, bem ao invés, no sentido de um calamitoso facilitismo para não “traumatizar os meninos” e, algo que é comum ao PSD, para conseguir níveis de sucesso escolar que enganem os rankings da União Europeia (digo “enganem”, porque cada vez se sabe menos sobre tudo e mais alguma coisa…).

Já na Cultura o panorama não é melhor, aqui com menos culpas do PSD do que do PS e da esquerda, em geral, já que o primeiro partido, com o CDS, procurou, pelo menos, democratizar o acesso aos bens culturais.

O problema é que o nosso Orçamento de Estado, no capítulo cultural, é terceiro-mundista, nunca chegando a 1% (sim, disse bem: um por cento!) do total. E mais me preocupo quando, como sucedeu no último conselho nacional do PSD, um afamado deputado e conhecido santanista (ainda os há, é verdade…) disse, na sequência de uma intervenção do presidente do partido, que a Cultura não era um tema relevante. Ora, perante tamanha mostra de atavismo político, resta-me sublinhar que, no século XXI, em países como Portugal, só com uma fortíssima aposta na cultura poderemos preservar a nossa soberania.

Senão vejamos: as Forças Armadas e Policiais já não nos defendem em Vilar Formoso; hoje podemos ter militares e polícias a morrer pela nossa bandeira em Timor, no Afeganistão ou nos Balcãs. Acresce que a defesa da soberania é, para nós, integrada, já que não somos auto-suficientes (Espanha levaria horas a invadir-nos, se fosse o caso).

E mesmo o nosso tecido económico, como sabemos, está muito tomado por multinacionais estrangeiras, nem sendo preciso ir a qualquer parque industrial, já que qualquer centro comercial fala por si.

O que pode distinguir-nos, então, enquanto país pequeno e sem grandes recursos naturais, com excepção do mar? A mais da nossa idiossincrasia aventureira e criativa, recursos humanos muito qualificados e uma forte aposta no reforço da nossa identidade própria, que se consegue estimulando a conservação e invenção de cultura portuguesa.

E todo este sermão para quê? Para pedir que não se espantem, quando, à falta de tudo isto, os portugueses que, em 2007, se deram ao trabalho e ao encargo de participar no concurso votam em Salazar ora porque não estarão suficientemente formados e informados, ora porque entendem que estão mal servidos de políticos (algo que me parece certo, mas a que iremos mais adiante).

Para já, fico-me pela primeira parte da equação para sublinhar que acho delicioso que seja a esquerda a aspergir bílis sobre a ignorância dos que escolheram o político de Santa Comba Dão, quando é precisamente a esquerda – maxime a CGTP – o sector social mais reaccionário no que toca a mudanças na Educação. Seja o tema propinas, concursos de professores, disciplina dos alunos ou revisão curricular, o que se ouve do braço sindical do PCP é conservadorismo e nem uma só ideia nova.

E na Cultura, desgraçadamente, o cenário não é mais animador: responsabilidades assumidas no que concerne à direita, devo dizer-vos que a esquerda resume-se a propor aumentos acríticos, privilegiando o elitismo, já que pretende financiar peças com mais gente em palco do que na plateia e filmes para o realizador ver com amigos, em vez de procurar ver até que ponto é que as criações culturais pagas por todos estão realmente a aumentar o nível intelectual dos portugueses, em geral.

Resumindo e concluindo: se houvesse qualidade na Educação e na Cultura, provavelmente outro seria o “Grande Português”.

sexta-feira, 30 de março de 2007

Sai Azar (III) - Salazar fashion

Deve sublinhar-se, a meu ver, que não foi o concurso que trouxe Salazar de volta ao nosso imaginário colectivo.

A mais da tradicional lamúria de povo pobre e mandrião – ao estilo “o que nós precisávamos era de outro Salazar” – a verdadeira moda em torno da evocação da sua memória está, de há muito a esta parte, bem patente em capas de revista, na profusão de livros sobre ou em torno da sua personagem (sendo que até as memórias de Marcello Caetano sobre o seu antecessor voltaram a aparecer nos escaparates) e até em debates públicos como o que se tem gerado em torno da eventual reposição da sua estátua, em Santa Comba Dão (mais concretamente, no Vimieiro) ou da criação de um museu alusivo á sua vida, na mesma localidade (este último assunto, diga-se, tem sido mal tratado pelo Edil local, que já possibilitou à cinzenta Ministra da Cultura fazer um brilharete na esquerda empedernida, dada a inconsistência do processo que lhe foi submetido).

Bem vistas as coisas que ocorreram no pós concurso, vejo-me forçado a concluir, todavia, que o grande impulso para o ressurgimento da figura maior do Estado Novo também vem das reacções histéricas de alguns sectores sócio-políticos.

Comportamentos histriónicos como o de Odete Santos não só criam rejeição pelo anti-salazarismo, como obnubilam o sofrimento daqueles, e sabemos que existiram, que, efectivamente, viram o lado nefasto da II República.

O mesmo pode dizer-se de gente que se acha dona da verdade e da liberdade (não, desta vez não falo de Louçã…), como Vasco Lourenço. O facto de ter contribuído activamente para o 25 de Abril não apaga a especulação sobre a nova Albânia que seríamos se o tivessem deixar levar a dele avante (salvo-seja, quando ao avante…), nem lhe dá o direito de pautar a melodia da vida social do século XXI. O seu tom troglodita ficou bem patente em declarações ao “Público” de 27 de Março, onde pode ler-se que o nosso Coronel entende que os alegados fascistas nunca deixaram de existir (ou seja, reconhece que o apreço por Salazar não é efeito do concurso) e, vendo bem, “nunca de cá saíram. Têm é estado debaixo das secretárias e pensam que neste momento têm condições para pôr as orelhas em pé”. Orelhas em pé?! E não é que o nosso Presidente da Associação 25 de Abril se habilita a conseguir o efeito contrário?!...

Mas entremos numa hipótese menos despeitada: seria bom se Cunhal tivesse governado (isto para pegar no segundo grande português, embora a 22% do primeiro classificado)?

No programa da Antena 1, que já mencionei, escutei um ouvinte dizer que Álvaro Cunhal lutara pela liberdade de expressão. Para não desatar a rir, visto que o Dr. Cunhal me merece respeito intelectual, resta-me concluir que deveremos estar a pensar em Álvaros diferentes, já que é mais provável que isso pudesse ter acontecido com o senhor Álvaro das farturas, que tinha, vai para muito tempo, uma barraquinha em Armação de Pêra, do que com Álvaro Cunhal que, se tivesse sido mandatado para tal, ter-nos-ia convertido num satélite da URSS, o regime que mais gente matou, a par do nacional-socialismo, no século XX. Já lembrei, noutra sede, o exemplo do PCP, que foi dos raros partidos comunistas do mundo que, em 1991, apoiou o golpe de Ianaev que depôs Gorbatchev.

Mesmo o actual PCP é de um anacronismo tamanho que me vem à memória o espanto dos deputados dos parlamentos de Estónia, Letónia e Lituânia que, há menos de 5 anos, durante uma visita oficial, se espantavam por Portugal ainda ter comunistas no Parlamento (apesar do representante do PCP ser um cidadão adorável e um democrata, atesto-o), eles que conheceram bem a força trituradora de Moscovo…

E mais se deve olhar com humildade a evocação pública do Ditador, se pensarmos que os “seus” 41% não se apoiam numa estrutura partidária organizada como se apoiaram os 19% “de” Cunhal, já que não há dúvida de que o Partido Comunista se mobilizou seriamente.

Em suma: estou em crer que não foram “Os Grandes Portugueses” que “acordaram” Salazar, da mesma maneira que acredito que a agressividade caceteira da nossa extrema-esquerda apenas serve para acirrar ressentimentos e não para esclarecer as pessoas sobre o tempo que não volta mais.

Como disse, penso ainda que ignorar o fenómeno torna pior a emenda do que o soneto…

quinta-feira, 29 de março de 2007

Sai Azar (II) - O Concurso e o Método

É opinião quase unânime que a eleição de Salazar como o maior dos "Grandes Portugueses" se tratou de um programa de entretenimento, sem preocupação de fornecer uma amostragem rigorosa. Era, contudo e concomitantemente, um acto de participação volitiva, pelo que não deve ser desprezado, como me parece que aconteceu por parte de conceituados sociólogos consultados pelo “Público”.

Entendo ainda que é capcioso procurar desautorizar o valor que possa haver em “Os Grandes Portugueses” com base, por exemplo, no estudo da opinião da Eurosondagem, que colocava Oliveira Salazar em sétimo lugar . A verdade é que, pelo que ouvi da ficha técnica (na Antena 1), as entrevistas foram pessoais e directas, não valendo a pena escamotear o facto de haver, dada a carga de cavalaria do politicamente correcto made in 25 de Abril, algum pudor em assumir qualquer espécie de apreço por qualquer reminiscência do Estado Novo, algo que mais se sentirá se falarmos do seu mentor.

Dito de outro modo, qualquer pessoa com preocupação de objectividade reconhecerá que não é com facilidade que se admite, mesmo que o entrevistador garanta confidencialidade, que se nutre simpatia pela figura de um ditador. Como exemplo prosaico posso contar uma experiência pessoal em torno da aquisição da magnífica fotobiografia do Professor, organizada por Fernando Dacosta, um homem insuspeito de ser salazarista, mas que nem por isso deixou de investigar com qualidade e rigor. A dita história conta-se a dois tempos: o primeiro prende-se com a aquisição da obra, na Feira do Livro de Lisboa, durante a qual, já nem sei a que propósito, a senhora que me vendeu o livro, sendo ainda jovem, não perdeu o ensejo para sublinhar a falta que, em seu entender, fazia alguém como Salazar, para nos governar.

O segundo andamento tem a ver com o comentário de um amigo e colega deputado (na altura eu também o era) que reconhecia com alguma inveja que também pensara em adquirir o livro, mas que o não fizera por ter vergonha. Ou seja, quando gente esclarecida (e não excessivamente conhecida, já que não era dos mais expostos aos holofotes) ainda nutre receios deste jaez, que esperar do cidadão que se vê apelidado de fascista quando, mesmo conservando as opiniões no seu íntimo, ouve a esquerda portuguesa, com destaque para o sítio arqueológico comunista e o circo bloquista, produzir, diariamente, o diktat do politicamente correcto?! É óbvio que Salazar já mais ganhará, nos tempos mais próximos, uma consulta pessoal e directa. Para o perceber não é preciso estudar em Coimbra…

Depois, há que enfrentar outra consideração metodológica: o resultado, segundo algumas opiniões, não merece crédito, porquanto existiu a possibilidade de a mesma pessoa votar várias vezes, bastando que usasse um telefone diferente.

Pois bem, eis algo bem dito. O problema é que o mesmo dogma vale para a votação de Cunhal, Afonso Henriques, Pessoa, e por aí fora…

Sabemos que este género de consultas televisivas se presta a resultados inauditos e a perguntas surrealistas, caindo mal pudores tardios. Durante as minhas investigações académicas deparei, aliás, com exemplos que o atestam, quase que folcloricamente: é o caso, designadamente, da consulta que o programa Saturday Night Live da cadeia norte-americana ABC promoveu, a 11 de Abril de 1982, no sentido de saber se a personagem ficcionada Larry, "The Lobster" devia sobreviver ou morrer. Veja-se, portanto, o assunto que, naquela ocasião, atraiu 240.215 tele-votantes…

Por sua vez, a mesma cadeia televisiva promoveria, dois anos volvidos, uma consulta para conhecer as preferências dos telespectadores para a nomeação do candidato democrata à Casa Branca. Em cerca de 90 minutos de programa, mais de 250.000 almas votaram, conferindo, durante grande parte do tempo, uma liderança ao Reverendo Jess Jackson, o que, à data, nem surpreendia. O problema é que o Reverendo foi ultrapassado por um contendor de última hora: o grupo rock ZZ Top!...

Aqui chegados, um pedido: resistam à tentação de achar que a década de oitenta foi particularmente psicadélica ou que os americanos são especialmente estúpidos. Nem uma nem outra são verdadeiras, a meu ver.

Ou seja, e em suma, havendo que dar a “Os Grandes Portugueses” a importância própria de um concurso televisivo, penso que é tão errado endeusar o resultado do mesmo como desvalorizá-lo por arrogância, ignorância ou ditadura de opinião (aquela que faz as delícias, nomeadamente, do PCP e do BE).

Sai Azar - Preâmbulo

Entrando na análise ao lugar cimeiro que o Presidente do Conselho obteve no pódio do mais falado concurso da RTP, com certeza por arrogância minha, entendo que pouca coisa acertada tem sido dita.

Todavia, e em jeito de prolegómenos, devo sublinhar que o que me anima não é qualquer apologia de António de Oliveira Salazar, mas sim a busca de algum distanciamento que penso faltar na análise da História Contemporânea de Portugal. Mais de trinta anos volvidos sobre o 25 de Abril, já tínhamos idade para ter juízo...

Penso, assim, que há que reconhecer que – e tenho escrito nesse sentido , em diversas ocasiões – há factos positivos na II República, como há consequências nefastas do 25 de Abril. Não tem sido essa a visão das sumidades que os media portugueses gostam de ouvir e que os portugueses se habituaram a eleger para cargos públicos. Olha-se para o rol de opiniões, estudos e soundbytes e parece que o Doutor Salazar é primo direito de Drácula, ao passo que a gente que saqueou e saneou a seguir à Revolução dos Cravos merece um lugar na varanda de um qualquer Kremlin celestial.

Entre falta de qualidade e parcialidade intelectual, poucos foram os analistas que, sob o meu modesto prisma, procuraram descortinar um veredicto ponderado sobre “Os Grandes Portugueses. Sem predicados próprios para textos de referência, cá deixo, em capítulos (este e mais cinco), a minha ideia sobre o assunto…

terça-feira, 27 de março de 2007

Gostei


Não gostei


Então é assim, Dulce

Dulce:

Em resposta ao teu repto, eis que começo a explicar pelo lado cómico (desdramatizemos...), mas nem por isso menos verdadeiro. A extrema-esquerda, com as palhaçadas que organiza, explica muito do ressurgimento dos compinchas de sinal contrário.

Fotografia conservadoramente furtada ao Paulo Pinto Mascarenhas, no 31 da Armada, onde, by the way, detenho uma modestíssima mas honrosa colaboração.

segunda-feira, 26 de março de 2007

domingo, 25 de março de 2007

50 anos de União Europeia


Sob o lema "Unidade na Diversidade" nasceu há precisamente meio século a Comunidade Económica Europeia, hoje designada simplesmente de União Europeia.

Porque é disso que se trata - de uma união voluntária dos povos europeus que tem a missão de superar os conflitos do passado e pensar conjuntamente o futuro do Velho Continente.
Após meio século, a pergunta que se impõe é se esta missão está a ser cumprida.
Afinal, que feitos se podem atribuir a esta UE de várias facetas?

No plano político e social, assegurou o mais importante: a PAZ.
Depois, ao nível económico, o mercado comum e a moeda única são palavras-chave do desenvolvimento e crescimento desta Europa.
Outro valor europeu conquistado que há que salientar é a LIBERDADE - de circulação de pessoas, de serviços, de mercadorias e de capitais.
Podia relevar um sem número de feitos cuja responsabilidade se deve a esta confederação...
A lista é exaustiva.
Mas um passo extremamente importante na integração europeia que quero aqui destacar foi o "programa Erasmus" (que assinala agora 20 anos) , responsável pela mobilidade de estudantes e que veio aproximar diferentes culturas, saberes e quotidianos.

Enfim, ninguém questiona que a UE teve um papel preponderante na prosperidade e sustentabilidade do nosso continente, pese embora algumas falhas ou até megalomanias.
Contudo, a verdade é que passo a passo a UE foi-se consolidando e até os mais cépticos reconhecem que os sucessos desta união são mais que muitos - vale a pena confirmar aqui.

Agora, volvidos 50 anos, que caminho deve trilhar esta Europa que hoje já conta com 27 membros?
Deve ressuscitar a malograda questão da Constituição Europeia? Que alternativas?

Neste sentido, poder-se-á falar numa crise institucional?

E que desafios encontra a futura presidência portuguesa, já no segundo semestre deste ano?
São mais as dúvidas que as certezas, bem sei.
E não se adivinham fáceis os tempos que aí vêm...
Já muito foi conquistado com esta Europa 'cinquentona' e há que preservar essas conquistas, mas os desafios do futuro obrigam-nos, inevitavelmente, a repensar esta União...

quarta-feira, 21 de março de 2007

Há tipos que nem cornos merecem ter...

Estupefacto, leio no Record de hoje que "Stijn Stijnen, deu uma entrevista ao jornal 'Gazeta de Antuérpia', onde disse qualquer coisa como isto, quando lhe perguntaram sobre as preocupações com Cristiano Ronaldo para o jogo de Alvalade: 'Depois de dois minutos, normalmente já o teremos massacrado tanto, que ele já terá sido retirado do relvado. O que precisamos de fazer mais? Portugal tem maior qualidade, e por isso temos de fazer as coisas à nossa maneira. Se tentarmos jogar como eles, vamos perder de certeza'. ".

Stijnen é guarda-redes do Brugge e da selecção belga que, no sábado, defronta a congénere portuguesa.
Numa altura em que a FIFA e a UEFA andam tão afoitas (e bem) contra o racismo, a violência e a falta de fair-play, não se apropriaria um processo a este cabeça de porco? Lá é maneira de de preconizar a prática de um desporto visto por milhões de pessoas?!
Veremos se a justiça desportiva é mesmo cega (ou seja, geral) ou apenas ceguinha...

Pretensioso

Se quiser mesmo ver, tente pesquisar a obra de Diane Airbus, primeiro. De outro modo, Dali e Kandinsky serão sempre melhores...

terça-feira, 20 de março de 2007

O CDS é para meninos

Afinal, o campeonato de luta livre organizado pelos conselheiros nacionais do CDS é sessão de massagens, quando comparado com a refrega que vai ocorrendo na Universidade Independente, onde, depois de deposto à força pelo Reitor Luís Arouca, o Vice-Reitor, Rui Verde depôs, hoje, o primeiro.

Pelo meio, seguranças, polícia e sabe Deus que mais.
Se não fosse um retrato do estado miserável da vida pública do nosso País e causa de dano certo para os alunos, até tinha piada...

segunda-feira, 19 de março de 2007

sexta-feira, 16 de março de 2007

Porque amanhã é sábado e depois é domingo

Mereceu a estatueta. Se há facínoras com piada (acho que não), Amin era um deles...



Para quem goste do género Marvel, é catita...
Porém a minha maior aposta continua a ser esta! Não perca!


quarta-feira, 14 de março de 2007

Ícones da sociedade de consumo imediato

A esmagadora maioria dos membros do "lodo" (aliás, aposto que todos menos eu) já não se lembrará de valentes zurrapas que se bebiam sob a designação de refrigerantes, e muito menos de como elas ficavam associadas a momentos e lugares.
Por exemplo a "Bem Boa" (sim, a das caricas que diziam "BB"), que bebia quando ía ao Jardim Zoológico (quase todos os dias, quando me obrigavam a gramar férias em Lisboa)...

Ou a "Novi Cola" e o "Frutol"... E a "Laranjina C", com a garrafa antiga?!

Ou o regresso do "Pirolito" (não sou dos tempos do original, mas assisti, na minha infãncia, a uma tentativa de regresso, com berlinde e tudo!)...

Hoje deixo-vos com a imagem de uma das últimas laranjadas verdadeiramente artificiais! Daquelas que sempre disseram que faziam mal, mas que a malta adorava.

Se quiserem marcar encontro com ela - sim, com a "Bussaco" (já em nova roupagem) - posso sugerir essa catedral da incineração avícola que dá pelo nome de "Pompeu", vulgo "Pompeu dos Frangos", na Malaposta. É já no distrito de Aveiro, mas não se pode ter tudo, quando já se pode ser de Coimbra (desculpa, Rosa, mas não resisti)...

Café da manhã II - angústias filosóficas

No seguimento do texto anterior, por que razão é que quando o jornalista de serviço no "Bom Dia, Portugal" (RTP 1) faz a ligação ao "Jornal de Negócios" diz "bom dia" e são raras as vezes em que a/o jornalista que está em directo do dito jornal tem a educação de responder?
Já agora, será que podiam dar a informação financeira sem estarem de "trombil" (é quase sempre...)?

Café da manhã

Sou dos que vê as notícias pela manhã, com a certeza de que, não raras vezes, estou com mais atenção do que nos serviços noticiosos da hora de jantar.
Não estando em causa o meritório trabalho da nossa excelente Polícia Judiciária, no caso do rapto da menina de Penafiel coube a um Director Nacional Adjunto falar aos portugueses.
Não entrando no tema da conferência de imprensa, será que alguém poderia ter a gentileza de pedir ao alto quadro da nossa polícia de investigação que, numa próxima ocasião para iluminar os portugueses, substitua o seu garboso "checar/checkar" (não percebi se o sotaque era do Brasil ou dos EUA) por conferir, verificar, cruzar informação ou até por "chiça", mas sempre por algo que seja cá da malta?!
Temos uma lingua tão rica e uma cultura que é o maior garante da nossa independência...
Checkar, mail, sms, outsourcing, post-it, post, link e linkar, fax, governance, downsizing, copy/paste, download... Escolha e esqueça...

segunda-feira, 12 de março de 2007

Santo trambolhão...

Sobre a manifestação que, há mais ou menos uma semana, teve lugar em Santa Comba Dão, apetece-me dizer que revela bem o grau de atavismo que ainda tem a nossa vida social e política.

De um lado, uns jovens palermas de braço em riste, homenageando ideologias que já não voltam, e gente com idade para ter juízo, gritando o nome do prof. Salazar, como se ele fosse candidato ao que quer que seja, tirando uma distinção televisiva.

Sobre o tema de base já escrevi em vários fora, propugnando que se percam os estúpidos complexos da esquerda “abrilista” no que à abordagem da nossa História contemporânea diz respeito. Assim como quem não viveu o 25 de Abril deve aceitar as coisas boas que dele resultaram (a começar, por exemplo, na liberdade de escrever o artigo que agora se publica) e os desvarios pós-revolucionários que, entre outras parvoíces, delapidaram as finanças públicas e humilharam gente de bem (que o digam alguns professores da Universidade de Coimbra), todos devemos viver com o que de mau e de bom (e não foi pouco, até ao final da II Guerra Mundial) o Estado Novo teve em si.

Repito, a propósito, um dos exemplos que mais me impressionou: o Museu Militar austríaco, em Viena, dedica uma secção muito bem organizada ao holocausto causado pelos nazis. Hitler, rezam as crónicas, era austríaco e deambulou por Viena, pelo que impressiona a forma como por lá se lida com um monstro que não pode dar azo sequer à menor comparação com Salazar, sem que isso torne este num santo homem.

Num plano diverso, quem vá a Kiev pode visitar o Museu de Chernobyl (embora o dito não seja fácil de encontrar, mesmo para os taxistas…) e ficar impressionado não só com a dimensão da tragédia, mas também com a forma assumida e pedagógica como os ucranianos lidam com aquilo que, já não há dúvidas, foi um erro de concepção de uma central nuclear soviética que, desde logo, não previa todos os mecanismos de segurança possíveis, por razões economicistas.

O mesmo, digo eu, pode e deve fazer-se em relação ao Estado Novo e à memória do Professor de Santa Comba: organizar um museu pedagógico (pelo que, para não ser uma coisa incipiente, devem celebra-se protocolos, por exemplo com a Universidade de Coimbra e com a Torre do Tombo) que fale do que de certo e de errado se fez naqueles tempos.

Já passaram mais de 30 anos sobre o 25 de Abril, sendo altura de vencer os complexos e a propaganda de uma esquerda incapaz de renovar as suas bandeiras, e isto sem que deva esquecer-se a memória dos que foram vitimados pelo Regime. Eu acho, bem ao contrário dos manifestantes “anti-fascistas” (já escrevi também que o que houve em Portugal só generalizando ou por ignorância pode designar-se por fascismo), que o dito museu pode, preservando património relevante, servir para relembrar os erros e as vítimas dos mesmos, a par dos sucessos e dos que julgaram servir a Pátria (acredito que, por vias erradas, tenha sido esse o desiderato do prof. Salazar, entre muitos outros dignitários da II República).

O que já me parece a raiar a palhaçada, como disse no início desta prosa, é o comportamento de parte dos manifestantes que saíram à rua, no penúltimo fim-de-semana.
Por um lado, a iniciativa não pode servir para glorificar António de Oliveira Salazar, sem discutir ambos os lados da sua actuação. Fazê-lo recorda-me da ocasião em que visitei Gori, na Geórgia. Trata-se, nem mais nem menos, da terra natal de Estaline, onde a avenida principal ainda tem o seu nome, uma praça central ostenta uma enorme estátua do cruel governante soviético (cfr. fotografia) e o museu que lhe é dedicado se limita a mostrar recordações do ditador, como as casas que habitou na infância (transladadas) e a carruagem de comboio que o levou a Potsdam. Creio que é nesta falta de espírito crítico que não podemos incorrer, em Santa Comba Dão, sem que, mais uma vez, veja a menor possibilidade de comparar Salazar, neste caso, a Estaline.

Pelo lado dos manifestantes que desfilaram de cravo em punho, descontada a provocação descarada às gentes locais (que, aliás, entendo que só funcionou contra os primeiros, se a ideia era que se não fizesse o museu) e eventuais casos de sofrimento pessoal ou familiar, parece-me que a tentativa de branquear a História recente denota, ela sim, tiques de estalinismo serôdio e saudosismo do sonho pós-Abril de instaurar uma ditadura marxista-leninista em Portugal, que o PCP alimentou (antes de começarem com as aleivosias contra o que digo, recordo apenas aos mais fanáticos que, já em 1991, os comunistas portugueses foram dos poucos que se solidarizaram com o golpe que visava depor Gorbatchev, e que foi encabeçado por Ghennadi Ianaev, com a oposição bem sucedida de Ieltsin).Nisto como noutros assuntos sensiveis, há que defender a objectividade e o rigor cientifico, vogando para o futuro, em vez de regressar ao passado...

sexta-feira, 9 de março de 2007

Um ano de cooperação estratégica

Cavaco Silva celebra hoje um ano como Presidente da República.
A prestação é claramente positiva, tendo sido criado um clima de confiança em torno do Presidente da República, que é a figura máxima do Estado.
As decisões estratégicas, regra geral, não devem ser analisadas no curto prazo.
Não se pense que foi um ano fácil, com a lei das finanças locais e regionais, IVG, e com a demissão de Alberto João Jardim.
No entanto, Cavaco Silva continua no auge, com uma performance que corresponde claramente às expectativas por si criadas.


MARQUES MENDES

«Faço um balanço positivo do primeiro ano de mandato presidencial. Acho que o Presidente da República tem sido factor de estabilidade, de esperança e de coesão nacional. Tem sabido agir de acordo com os compromissos que assumiu com os eleitores e em consonância com as exigências e expectativas dos Portugueses. E isso é muito importante para a credibilidade da vida nacional.»

FRANCISCO LOUÇÃ

«Só posso fazer uma breve avaliação porque o primeiro ano é o mais incaracterístico. Foi um ano de grande cooperação com o Governo: na lei das finanças locais e regionais, na agenda social. A direita, de que Cavaco é líder histórico, tem dois dogmas culturais: um é a liberalização e o outro a visão conservadora sobre os direitos das mulheres. E por isso é que só em 2007 é que se conseguiu resolver a questão da criminalização do aborto e a da Lei da Paridade. Considero natural que o eleitorado socialista que se identifica com o Governo apoie o Presidente da República».

JERÓNIMO DE SOUSA

«Este primeiro ano de exercício tem sido marcado pela flagrante contradição entre a 'cooperação estratégica' com o Governo, apoiando e estimulando políticas de direita que geram exclusões e injustiças, e a manifestação de preocupações sociais com a promoção de roteiros de inclusão, no País da União Europeia com menos justiça social e menos justiça na repartição do rendimento! No entanto, sabendo-se do seu pensamento neoliberal e daqueles que o rodeiam, era importante a clarificação do seu entendimento quanto às reformas na economia, nos direitos sociais e laborais ou relativas à configuração do Estado.»

MANUEL ALEGRE

«Como estamos numa situação de crise económica, o País entendeu que era preciso em PR que percebesse de Finanças. O que eu acho é que, independentemente disso, a nossa maior força são os valores históricos e culturais. Essa dimensão é necessária na Presidência. Um PR tem de ter uma visão estratégica do País e tem de perceber que a afirmação desses valores é importante, até para a Economia. E para a auto-estima.»

terça-feira, 6 de março de 2007

Atenção ao cachopo


Cá para mim, boa pop...

Avestruz banida do Chile

A notícia tem, mais ou menos, um mês, mas é de referir, agora que parece que o aborto é coisa do passado, com as águas apenas agitadas pelo processo legislativo e pela questão de saber se a consulta de dissuasão será ou não compulsiva.

Sempre disse e repito que, sendo favorável à despenalização, sê-lo-ia como plano de contingência, havendo que apostar massivamente na prevenção da gravidez indesejada, designadamente na adolescência, em que os nossos números (a par dos das teenagers de Sua Majestade) puxam para o terceiro-mundismo...
Ora bem a notícia de que falo tem a ver com a decisão política da Presidente do Chile, Michelle Bachelet, de, mesmo contrariando o Tribunal Constitucional, permitir às adolescentes a partir dos 14 anos aceder à contracepção de emergência (leia-se, pílula do dia seguinte), sem autorização dos pais. O requisito a cumprir, quando o pedido é feito nos serviços públicos, é aceitar uma consulta de aconselhamento, o que me parece equilibrado e adequado.
Não vale a pena fingir: a sexualidade começa bem mais cedo do que há 20 anos atrás, cá como na América Latina!
Com um plano estruturado, há que enfrentar o problema, da mesma maneira como deve pensar-se a globalização de comportamentos, em geral; mais do que resistir serodiamente devemos aproveitar as boas oportunidades das novas formas humanas e tecnológicas de comunicar.

E para os conservadores mais autistas limito-me a sublinhar que se trata de UMA presidente, não se tratando de uma visão libertária de infrenes machos latinos. Em Santiago já não se enfia a a cabeça na areia.

domingo, 4 de março de 2007

O sonho do oriente

A “Just Leader” deste mês dá um destaque de duas páginas, lá para meio da revista, ao gigantesco crescimento da China.

Os indicadores macroeconómicos desta nova China são tão impressionantes que se torna impossível não reparar neles, com uma performance de fazer inveja a qualquer país desenvolvido, com a sua economia a crescer a dois dígitos, valorização da moeda e forte liquidez.

Obviamente que para tudo isto muito contribuíram as inúmeras privatizações em vários sectores onde o Estado era o único player e as reestruturações ao nível do tecido empresarial, empurrando o país para a integração no mercado global.
Uma qualquer primeira análise aos indicadores apresentados, diria que ali moram as melhores oportunidades de investimento estrangeiro, não estivéssemos a falar da China.

Ora, o facto é que falando da China, falamos de enormíssimas barreiras à entrada de players estrangeiros em muitos negócios, aliados a consumidores cada vez mais exigentes (fruto do seu desenvolvimento), concorrentes fortes e divergências culturais acentuadas.
Ao ler o artigo, dei comigo a pensar num conceito introduzido por um dos expoentes máximos no estudo da internacionalização das empresas na vertente comportamentalista, que é a escola de Uppsala, na Suécia.

Colocando de parte os indicadores macroeconómicos, os investigadores de Uppsala introduziram o conceito de distância psíquica/psicológica na decisão de internacionalização das empresas, em que a incerteza quanto aos mercados estrangeiros está relacionada com a distância psíquica, ou seja, quanto maior for a diferença entre o país de origem e o país estrangeiro em termos de desenvolvimento, nível e conteúdo educacional, idioma, cultura, sistema político, entre outros, maior será o grau de incerteza, e que a falta de conhecimento do mercado é um factor que pesa no processo decisório de investir no exterior. No entanto, uma das críticas à referida escola é a de há uma crescente homogeneização das culturas, gostos, instituições e padrões de vida, inerentes ao processo de globalização.

Digo isto porque, se na vertente macroeconómica a China está numa situação de pôr os olhos em bico a qualquer investidor estrangeiro, na vertente comportamentalista ainda há um longo caminho a percorrer.

sábado, 3 de março de 2007

O intento estratégico de Portas

Não sendo eu um analista político nem tendo aspirações a tal, visto que já não “brindo” o “lodo” com umas linhas há já algum tempo, porque não voltar à carga e logo com um tema actual e susceptível das mais variadas interpretações?

Sendo consensual a mais valia intelectual e política de Paulo Portas, não me parece, por muito amor que tenha à causa, que o actual estado do CDS por si só justifique o seu regresso, ainda para mais com o “positivo” passado recente.

A verdade é que Paulo Portas vê aqui uma oportunidade única de crescimento significativo do seu partido e que não há ninguém melhor do que ele para estar na linha da frente.

Muitos analistas falaram da viragem do governo socialista para o centro direita e entrada deste no eleitorado social-democrata, criando aqui um nicho de mercado a aproveitar pelo CDS que, em contraponto com uma “eventual” descida do PSD, se tornaria no único partido de direita a subir nas intenções de voto e eventualmente, com aspirações de se tornar no principal partido de oposição.

Não me parece que a visão seja assim tão linear, no entanto, importa ao PSD reflectir sobre o intento estratégico de Portas, a que infelizmente não me parece alheio.

E por aqui me fico…

sexta-feira, 2 de março de 2007

A defesa impossível

Anda a política a tons de laranja tão desinteressante que mais vale mesmo passarmos o tempo entre a arte, o desporto e os assunto sociais...
Dito isto, acrescento que não ficaria bem comigo se não deixasse uma palavra de admiração para aquele que considero o melhor e mais espectacular (desporto, para mim, também é feito disto) guarda-redes português, agora desaparecido.
Sou, sem hesitação ou dúvida, 200% da Briosa, mas não me custa confessar uma forte simpatia secundária pelo Benfica.
Andava eu na escola primária (que me desculpem os tipos que, ano após ano, desgraçam a Educação, queria dizar "primeiro ciclo do ensino básico". As palermices que se inventam para dizer que há reformas...), e jogava na luz a equipa do SLB que contava com Bento, Veloso, Bastos Lopes, Humberto Coelho, João Alves e Nené, entre outros (a que se juntariam Diamantino, Álvaro, Carlos Manuel, etc...). Os meus preferidos eram o nº1 (Bento) e o nº7 (Nené).

Lembro e guardo a edição especial da revista francesa de futebol "Onze", que foi dedicada ao Benfica e na qual aparece uma fotografia a página inteira de Bento com a legenda "o guardião espectáculo".
Mesmo quando falhava, parece que o fazia com um carisma que levava os adeptos a perdoar instantãneamente. Ele era o 1-4 frente ao Liverpool e a "joga" do outro mundo frente à França, no Euro 84, onde só um deus defenderia mais e melhor... E o contentamento que, numa entrevista recente, Bento mostrou quando, alegadamente e numa converda a dois, Manuel Fernandes lhe reconheceu que encenara o aparato da queda que levou à expulsão do keeper encarnado, num célebre jogo frente ao Sporting...
Grande figura... Grandes momentos...
Esta semana, Bento não conseguiu defender. Perdemos todos...

quinta-feira, 1 de março de 2007

Estou velho...

O que eu pensei antes de escrever este texto...
Porém, eis a primeira confissão: a coberto do relativo anonimato da sessão da meia-noite, lá fui ver o sexto filme e epílogo da saga do Italian Stallion, Rocky Balboa (iniciada em 1976).
E as memórias que são recuperadas da adolescência, altura em que, entre outras coisas, me empolgava com coisas destas... Primeira ilação: tudo tem o seu tempo certo, querendo eu crer que não entrei numa espécie de andropausa cinematográfica, mas antes tive um momento de nostalgia...
O primeiro filme da saga que vi no grande ecrã - o do desaparecido Teatro Avenida (daqueles com plateia, 1º e 2º balcão e camarotes, lembram-se do género?...), em Coimbra - foi o Rocky IV (1985), talvez a sequela que oferece um case study mais interessante.
Basicamente, a história roda à volta da decisão de Rocky Balboa (Sylvester Stallone) de, na sequência da morte no ringue do seu amigo e ex-adversário Apollo Creed (Carl Weathers), aceitar o que antes recusara: enfrentar o capitão (não eu, sublinho, posto o que o resultado seria diferente) do exército soviético Ivan Drago (Dolph Lundgren), em Moscovo, se me não falha a memória, na véspera de Natal.
Para os amantes da ciência política, embora serôdio, este exercício de propaganda não deixa de ter o seu lugar na História (relembro que viviamos os últimos anos da guerra fria), não podendo deixar de esboçar um sorriso quando lembro o palco (o coração do inimigo), o dia (basta pensar que a religião era o ópio do povo e que, mesmo que assim não fosse, o Natal russo comemora-se em Janeiro e não a 24 e 25 de Dezembro) e as condições de treino (Rocky corre nas montanhas russas e trabalha num estábulo, enquanto Drago corre em pista coberta, tem máquinas sofisiticadas, é electronicamente monitorizado e, criação do "homem novo" oblige, convenientemente injectado com esteróides).
Não obstante, guardado estava o bocado para o dia do combate, no qual as forças do bem (entenda-se, E.U.A.) vencem o império do mal (com o devido respeito pela memória do dr. Cunhal, leia-se, U.R.S.S.), já que Rocky derruba o colosso soviético, com direito a um discurso estilo catequese, no fim da refrega, no qual, entre outras pérolas, o campeão americano fala do fim do ódio e da possibilidade de mudança interior que cada individuo teria em si (liberalismo vs. socialismo, versão kitsch), com direito a aplauso da multidão, que o recebera com apupos, e do próprio politburo!!! E ainda há gente que recorre a alucinogénios...
Tudo isto orquestrado com sons épicos como Eye of the tiger (Rocky III e IV) e Burning heart dos Survivor, Living in America de James Brown e os instrumentais, para exemplificar.

Baixa qualidade?! É provável...

Propaganda descarada e "barata"?! Quase de certeza...

Marco de uma época em qua ainda se aplaudiam as vitórias dos "bons" nos cinemas e em que não tinhamos que gramar o rilhar das pipocas e a luz dos telemóveis?! Sem dúvida.

Um sorriso final de simpatia e nostalgia :)

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Abrenúncio!

Sem qualquer espécie de comentário ou sublinhado, deixo na íntegra (título, autor e tudo o mais) o texto publicado na edição de 2ª feira do Diário de Notícias que diz que...



"Comprimento médio do pénis português é de 15,82 centímetros
Sandra Moutinho*

O pénis anda a dar dores de cabeça a muitos homens portugueses, insatisfeitos com o tamanho do seu órgão sexual. Mas nem sempre por este ser demasiado pequeno: também há quem se queixe de o ter grande de mais.


O falo, principalmente o português, é a personagem principal do livro do sexólogo Nuno Monteiro Pereira O Pénis - da Masculinidade ao Órgão Masculino, acabado de lançar pela editora Lidel, com o qual o leitor fica a conhecer vários estudos sobre a identidade, o culto e as características deste órgão.

Trata-se de investigações que revelam, por exemplo, como andam insatisfeitos alguns homens portugueses com o tamanho do seu órgão sexual, mesmo que em algumas situações não existam razões (ou seja, tamanhos) que o justifiquem. Outras há que as legitimam e exigem mesmo intervenções, do foro médico e psicológico. Nuno Monteiro Pereira sintetiza nesta obra a investigação realizada sobre a dimensão peniana do homem português, concluindo que o comprimento médio do pénis português é de 9,85 centímetros, quando flácido, e de 15,82 centímetros, em estado erecto.Na sua pesquisa, Nuno Monteiro Pereira confirmou o mito popular que atribui um pénis maior aos homens de raça negra, já que estes possuem, em média, um falo com 11,90 centímetros, em flacidez, e 17,64 centímetros em estiramento (alongado).

Pelo contrário, o especialista deitou por terra "o mito popular de que os homens mais baixos possuiriam um pénis maior", pois os mais baixos contam com menos centímetros (também no falo) do que os altos, da mesma forma que os mais gordos "possuem uma dimensão peniana inferior aos homens mais magros".

Os pénis têm, contudo, muitos mais tamanhos e feitios. Há o micropénis (6,2 centímetros flácido e 10,9 centímetros em estiramento), o pénis pequeno (entre 6,3 e oito centímetros em flacidez e 11 e 13 cm em estiramento), o pénis normal (entre 8,1 e 11,7 cm em flacidez e 13,1 e 17,2 cm em estiramento), o pénis grande (entre 11,8 e 13,5 cm flácido e 17,3 e 19,4 cm em estiramento) e o mega-pénis, com mais do que 13,6 cm flácido e mais do que 19,5 cm em estiramento.

Existem pénis em Portugal com todos estes tamanhos. Contudo, apenas um por cento da população (cerca de 50 mil portugueses) possui um megapénis, e muitos gostariam de o não ter. Já pénis exagerados (cujo perímetro em flacidez ultrapassa os 11,6 centímetros) encontram-se em 4,8 por cento da população masculina (240 mil portugueses). Nuno Monteiro Pereira esclarece que "o excesso de dimensão peniana tem alguns inconvenientes". "O coito entre uma mulher com vagina curta ou estreita e um homem com o pénis volumoso pode ser difícil e bastante doloroso, especialmente para a mulher", afirma.

Em alguns casos, existe uma relação directa entre o grande volume peniano e a disfunção eréctil e é nestes casos que os homens com megapénis recorrem ao médico com vista à correcção da anomalia. É, contudo, muito mais comum o recurso à medicina pelo motivo oposto: um pénis pequeno de mais. Para os médicos, no entanto, só o micropénis e o pénis pequeno é que tem morfologia anómala e devem, por isso, receber intervenção clínica.

Em Portugal, existem 180 mil homens com micropénis (3,6% da população), enquanto 18,3% (915 mil) têm o pénis pequeno.Nuno Monteiro Pereira deixa ainda neste livro outro número curioso: mais de um quarto dos homens adultos portugueses já mediu o pénis erecto.
*Jornalista da Agência Lusa"

Estou ansioso por eventuais comentários à notícia...

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Não há "mas" nem "talvez"!...

Já visitei a exposição que evoca os 150 anos passados sobre o nascimento de Columbano Bordalo Pinheiro, patente no Museu do Chiado/Museu Nacional de Arte Contemporânea, até 27 de Maio.
São 78 obras evocativas do primeiro troço da vida artística (1874-1900) daquele que, precisamente nesse período, foi considerado um modernista radical, merecendo críticas de tom sortido, por exemplo, de Ramalho Ortigão.
A segunda parte da obra (1900-1929) de um dos mais ilustres pintores portugueses será exibida em 2010, por ocasião do centenário da República.
Mesmo não sendo um dos seus favoritos (assim acontece comigo, confesso), é, porém, obrigatório que contemple marcos da cultura portuguesa, numa exposição muito bem organizada (os quadros são "explicados" individualmente, havendo apenas a lamentar o atraso na publicação do catálogo da exposição) e da qual se sai culturalmente enriquecido.

É da idade...

Pois é, desde o dia 24 que o "lodo" leva 2 anos. Nada de especial, mas dá gozo...
Depois de um ano a trabalhar a solo, pelo segundo há que agradecer ao resto do "conselho de administração"!
Vamos ao hat-trick, malta do "lodo"!

"And the Oscar goes to..."

A escassos minutos do início da 79ª edição dos Óscares, apetece-me roubar essa pérola que um afamado futebolista um dia proferiu:
“Prognósticos, só depois do jogo”.
Uma adaptação livre seria… “Prognósticos, só no final da gala”, que tem lugar esta noite nesse antro de glamour que é o Kodak Theatre.

A edição deste ano prima por diversidade, diz-se.
Mas de facto, as escolhas são eclécticas nas 24 categorias.
Da loucura de um ditador do Uganda à frieza da rainha de Inglaterra, da perturbação de uma ama mexicana ao estoicismo de um militar japonês, da solidão de uma rapariga espanhola à voracidade de um traficante sul- africano, as longas-metragens candidatas, além da categoria de Melhor Filme Estrangeiro, misturam emoções que ignoram fronteiras.

Destaque, a meu ver, para os filmes de forte componente ideológica (Babel, Cartas de Iwo Jima, etc.). E claro, este é inquestionavelmente o ano dos mexicanos - dez nomeações. Desta “nouvelle vague mexicana” Iñarritu e Guillermo del Toro verão, seguramente, o seu trabalho sair reconhecido.
"Babel", pese embora as críticas de muitos, parece que resistirá e levará a estatueta dourada para casa...
Os favoritos passam ainda, na categoria de melhor actriz, por Helen Mirren, pelo seu desempenho em "A Rainha". Quanto ao melhor actor, Forest Whitaker (O Último Rei da Escócia) é apontado como potencial vencedor.

Almodovar parece ser o ausente. O recente "Volver" não marca grande presença, exceptuando a sua musa (Penélope Cruz) nomeada para melhor actriz.
Por fim, na categoria de melhor realizador, Martin Scorsese poderá finalmente ser distinguido, numa cerimónia que já o descartou cinco vezes .
Btw, como é sabido, há muito quem questione as escolhas da Academia. E até quem diga que os Óscares às vezes premeiam a estupidez.
Talvez por isso, a par de Scorsese, Kirk Douglas, Orson Welles, Stanley Kubrick, Hitchcock ou Burton nunca ganharam a famosa estatueta.
Esperar para ver.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Carta a "Bella"

Dulce:

Quando li o teu último post pensei em comentar. Porém a lista de ideias começou a avolumar-se e optei por manter o diálogo aqui, no salão nobre do "lodo".

Sendo um assunto da ordem do dia, não me surpreendi com o que li na edição de ontem do The Daily Telegraph que me ofereceram no avião. Escrevia-se por lá, a propósito do relatório da ONU que inclui as crianças dos países desenvolvidos entre as mais infelizes, que a precoce "sexualização" das crianças (sobretudo das meninas) é uma das causas dessa infelicidade, sobretudo se pensarmos que temos meninas de 5 anos em frente à MTV equacionando se têm ou não um visual sexy...

Segundo a American Psychological Association, citada pelo jornal, esta introdução de padrões sexuais tão precocemente é fonte de problemas de saúde mental variados, de distúrbios alimentares (eis o cerne do teu texto) e de depressão.

E bem sabemos a força da indústria publicitária, sobretudo no que toca às crianças. Um dos casos mais polémicos é a Bratz Doll que torna a Barbie num exemplo de virtudes, dada a pouca mas ousada roupa com que é possível tapar algo do seu corpo.

Mais acrescenta o jornal britânico que a Asda foi alvo de polémica por comercializar lingerie de renda preta para meninas de 9 anos, incluindo uma espécie de wonder-bra, destinado a aumentar a volumetria do peito das infantas... Já a Next optou por vender t-shirts com a frase "So many boys, so little time" ("Tantos rapazes, tão pouco tempo") a menores de 6 anos...

E como se não bastasse a festa, citam-se ainda dois exemplos de revistas juvenis: a Sugar que tinha artigos sobre a "maquilhagem mais sexy" e "adolescentes que vendem o corpo pelo estrelato", e a CosmoGirl que respondia a uma carta de Alexis (14 anos de idade), dando-lhe conselhos sobre masturbação (neste caso a autora do artigo sublinha que o saco de gomas Haribo que vem como brinde desmente eventuais alegações de que a revista se destina a adolescentes mais velhas).

Aqui chegados, que dizer "Bella"?!...

Desde logo, que as novas tecnologias, em si, não são boas nem más, dependendo do uso que se lhes dê (continuo na minha, como vês). No caso da anorexia, que salientaste, foram os media que lançaram o alarme e que, com a sua força, estão a conseguir a "contra-revolução" pelos estilistas, organizadores de eventos e opinião pública.

Em segundo lugar, que vale a pena pensar o lugar que o dinheiro e o mito do sucesso profissional tomaram nas nossas vidas. Deixou de privilegiar-se o tempo para educar pessoalmente os mais novos, para acompanhar os seus gostos e emitir opinião sobre eles. A meu ver isso é essencial, mais do que resisitir de forma autista à introdução de novos meios de comunicação e novas necessidades de consumo.

Creio, como deixas entender a propósito do dia dos namorados, no teu blog pessoal, que mesmo as relações de afecto estão, hoje em dia, materializadas.

Direitos de propriedade sobre sujeitos, é o que estamos a criar, "Bella"... E dá-me tanta pena ver um partido como o PSD, que se gaba de ser humanista, não reflectir sobre isto com os militantes, chegando ao ponto de encomendar uma proposta de revisão do seu programa numa espécie de outsourcing intelectual....

Anorexia, liberalismo selvagem, falta de afecto, tu escolhes o nome que mais se adeque, em teu entender, ao lado escuro do tempo que corre...
Um abraço forte,

G

Quando estrear por cá, veja!


domingo, 18 de fevereiro de 2007

Magreza, a quanto obrigas

A recente morte de uma manequim uruguaia cuja irmã também faleceu recentemente enquanto desfilava, veio acicatar esta questão dos tempos modernos que se prende com a obsessão pelo corpo e pela estética, relembrando os riscos que se correm nesta tentativa de encontrar a suposta perfeição fisíca.
Trata-se da oitava manequim vítima de anorexia nos últimos tempos, o que de alguma forma tem suscitado a atenção de todos para esta doença moderna que começa a atingir contornos preocupantes.
Não é para mais. Na sociedade actual o culto dos corpos 86-60-86 (ou mais recentemente “corpos Danone”) é promocionado pelos meios de comunicação, pela publicidade, internet ( é incrível o número de páginas que incitam à anorexia/bulimia e ainda mais nacreditável o seu conteúdo...) – e até por celebridades e ídolos contemporâneos.
O resultado previsivel é que muitos, sobretudo adolescentes, tentem aceder a estes desmedidos estereótipos de beleza, sem olhar a meios para atingir o seu objectivo. Uma vez que não é coisa fácil atingir este padrão de beleza imposto, os distúrbios alimentares são frequentes e quando doenças de foro psiquiátrico como o são a a anorexia e a bulimia começam a ser causa de morte, há que parar, observar atentamente o que se passa à nossa volta e... tomar medidas.
Deste modo, as manequins e modelos têm estado no centro das atenções nos últimos tempos porque a sua imagem de magreza encoraja claramente a estes distúrbios alimentares, principalmente junto da camada mais jovem. Aqui por Espanha uma das medidas que muito deu que falar foi a exclusão das modelos com um indice de massa corporal demasiado baixo, da famosa “Passerelle Cibeles”.
Outra medida que me parece igualmente louvável e que também ocorreu por terras de nuestros hermanos foi a adopção de tamanhos uniformes na confecção de roupa. Deste modo, marcas como Mango, Zara e El Corte Inglés comprometem-se a “homogeneizar” os tamanhos de roupa para que os consumidores não oscilem tanto de número, facto que os poderá levar a crer que estão mais gordos. Outra exigência é que se substitua os manequins das lojas por outros que tenham pelo menos o número 38.
A mim parece-me um excelente ponto de partida, mas há levar a cabo campanhas de sensibilização e de informação que criem nos jovens uma consciência social e uma perspectiva crítica quanto aos distúrbios alimentares e quanto aos padrões de beleza que a sociedade impõe. Os elementos que intervêm na educação desses mesmo jovens (pais, professores, etc) também têm o dever de estar atentos e alertar os mesmos dos perigos que correm, ajudando-os a combater o bombardeio social de que são vítimas.
Claro está que este é um processo complexo e gradual, mas não deixa de ser uma tentativa de combater estas doenças que podem ser facilmente evitáveis.
Ainda que, verdade seja dita, enquanto vivermos numa sociedade em que o físico, a beleza e a magreza são ditos como sinónimos de sucesso e riqueza, a missão parece impossível...

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Foi feitiço?!

Já conhece o sinuoso mundo da música há dez anos, mas o devido reconhecimento parece que só chegou em finais de 2006.

Ocupou o primeiro lugar dos top's de venda nacionais durante um largo período, foi destronado pelo "Rei Tony" e pelos quatro moçoilos da novela interminável do quarto canal (4Taste), mas voltou ao número um nos últimos dias.
"Acústico", gravado no Teatro Académico Gil Vicente, na sua cidade natal, Coimbra, já arrecadou a sétima platina.
Hoje não há ninguém que não saiba cantar de trás para a frente hinos como "Foi feitiço" e isso ficou provado na noite de sábado e na de ontem, nos esgotados Coliseus (Porto e Lisboa, respectivamente), onde o cantor concretizou o seu sonho.

Fenómeno estranho, este que ocorreu com André Sardet.
Dez anos a viver para a música, alguns êxitos inolvidáveis ("O azul do céu" e o "Frágil" de Jorge Palma na sua serena voz) e muitos dias amargos depois, o cantor é brindado com este êxito tardio. Diz o ditado popular que "antes tarde, que nunca".
Mas o percurso humilde e de extrema dedicação que foi o de André Sardet poderia ter tido um «final» menos "platinado". O cantor confessou que chegou a pensar em desistir, mas resistiu a este complicado mundo da música portuguesa, agravado pela falta de ajuda de uma rádio cada vez mais sectorizada e competitiva.

Feitiço ou não, num país onde os fenómenos musicais estão restritos a carinhas larocas e vozes de duvidosa qualidade - gente lançada quase que "a pontapé" da ficção para a realidade - André Sardet veio dar um novo alento à boa música portuguesa. E que venham mais dez!

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Chantagem"zinha"

O nosso Primeiro-Ministro, José Sócrates... ups! isto de fazer campanha tem que ser na qualidade de Secretário-Geral do PS... ...
Recomeçemos, então:
José Sócrates, Secretário Geral do PS, garantiu ontem, numa sessão de esclarecimento levada a cabo pelo seu partido, que "se o 'Não' ganhar, a lei fica como está".
Isto depois de alguns movimentos cívicos e figuras como Marques Mendes terem proposto a descriminalização do Aborto no Parlamento. É certo que, caso o "Não" ganhe, só lhe fica bem respeitar o resultado. Mas soou a chantagemzinha...

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Alguém que os ilumine, por favor...

O termo "apagão" parece estar na moda.
Já não bastava o famoso e escandaloso «Apagão do Brasil», ou aquele em 2000 provocado por cegonhas (!!) que deixou meio Portugal à luz de velas.

Hoje o "apagão" é outro. E, imagine-se, convocado.
Como forma de alertar para as graves consequências das alterações climáticas, a organização francesa "Aliança pelo Planeta" apela a um apagão geral pelas 18h55 de hoje.
França e Espanha são dois dos países que prometem aderir em peso a este apagar de luzes durante cinco minutos.
Por cá, o Ministério do Ambiente não aderiu à proposta. Haja alguém com bom senso...

Com isto, não julguem que não tenho sensibilidade quanto ao tema. Bem pelo contrário, é tema que me preocupa bastante.
Compreendo o simbolismo desta acção, mas tenho sérias dúvidas que, e apesar da sua intensa mediatização, possa ter reflexos positivos na mentalidade ecológica dos cidadãos.
Ao invés de pedir aos cidadãos uma coisa tão simples quanto inútil como apagar as luzes durante cinco minutos numa qualquer quinta feira de fevereiro, os governos, associações e demais, deviam de levar a cabo campanhas de sensibilização eficazes, que se traduzissem na inversão do comportamento despesista e inconsequente da maioria dos cidadãos de hoje.
Estes gestos simbólicos ficam sempre bem, mas na realidade estão longe de ter qualquer eficácia... Neste preciso caso, até parece é que vão trazer alguns problemas, uma vez que a alteração repentina de consumo de energia corre o sério risco de provocar problemas na rede eléctrica.

sábado, 27 de janeiro de 2007

Eh pá, a casa de morada de família não!!!

Li no "Fugas" (in "Público) de hoje que o Castelo de Bran, no município de Brasov (Roménia), pode estar em vias de se tornar propriedade de acesso vedado.
Actualmente, é propriedade dos Habsburgos-Lorenas e permanece visitável (eu tive o gostinho em 2003), mas parece que Roman Abramovich terá feito uma oferta pelo "apartamento", com aquele poder de sedução que têm os seus tostões.
Ora bem, até aqui nada de novo, não fora o dito Castelo a residência ocasional de Vlad, "O Empalador", nada mais, nada menos do que o inspirador de "Drácula" de Bram Stocker, tal a gentileza e a candura que o caracterizavam.
Parece impossível que vedem este santuário de tolerância e bom governo...