Os indicadores macroeconómicos desta nova China são tão impressionantes que se torna impossível não reparar neles, com uma performance de fazer inveja a qualquer país desenvolvido, com a sua economia a crescer a dois dígitos, valorização da moeda e forte liquidez.
Obviamente que para tudo isto muito contribuíram as inúmeras privatizações em vários sectores onde o Estado era o único player e as reestruturações ao nível do tecido empresarial, empurrando o país para a integração no mercado global.
Uma qualquer primeira análise aos indicadores apresentados, diria que ali moram as melhores oportunidades de investimento estrangeiro, não estivéssemos a falar da China.
Ora, o facto é que falando da China, falamos de enormíssimas barreiras à entrada de players estrangeiros em muitos negócios, aliados a consumidores cada vez mais exigentes (fruto do seu desenvolvimento), concorrentes fortes e divergências culturais acentuadas.
Ao ler o artigo, dei comigo a pensar num conceito introduzido por um dos expoentes máximos no estudo da internacionalização das empresas na vertente comportamentalista, que é a escola de Uppsala, na Suécia.
Colocando de parte os indicadores macroeconómicos, os investigadores de Uppsala introduziram o conceito de distância psíquica/psicológica na decisão de internacionalização das empresas, em que a incerteza quanto aos mercados estrangeiros está relacionada com a distância psíquica, ou seja, quanto maior for a diferença entre o país de origem e o país estrangeiro em termos de desenvolvimento, nível e conteúdo educacional, idioma, cultura, sistema político, entre outros, maior será o grau de incerteza, e que a falta de conhecimento do mercado é um factor que pesa no processo decisório de investir no exterior. No entanto, uma das críticas à referida escola é a de há uma crescente homogeneização das culturas, gostos, instituições e padrões de vida, inerentes ao processo de globalização.
Digo isto porque, se na vertente macroeconómica a China está numa situação de pôr os olhos em bico a qualquer investidor estrangeiro, na vertente comportamentalista ainda há um longo caminho a percorrer.
1 comentário:
Por falar em Oriente.. A Índia é neste momento o maior importador mundial de carvão, aposta em energias alternativas e já ouvi dizer que num futuro não muito longínquo será uma grande potência económica. Só precisa de distribuir mais contraceptivos!
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