Todavia, ao ler a "Visão", de hoje, acabo por perceber que, bem vistas as coisas, eu sou um "querido" para o Premier do meu partido.
Efectivamente, a revista decidiu ouvir vários psicólogos e psiquiatras sobre as figuras de proa da nossa política. Sem comentários meus, eis excertos do que se diz sobre Luís Marques Mendes, a começar pelo título: "Marques Mendes - A necessidade de afirmação; O líder laranja revela-se 'pouco firme'".
Mais adiante: "Coimbra de Matos diz que Marques Mendes lhe parece 'um boneco dos matraquilhos'.'A ideia que dá é que se deixa manipular ora por uns ora por outros. Não parece muito firme na sua liderança', justifica. João Cabral Fernandes tem uma opinião semelhante. Vê-o como um 'saguim que vai trepando a todos os galhos que escolhe ou que lhe indicam' ".´
A coisa piora, se lermos a opinião de José Carlos Coelho Rosa: " '(...) Está cego por uma doutrina e cego, sobretudo, pelo ódio e pela raiva. Mas é inconsequente, roda a espada no ar, em vez de a usar para lutar', acrescenta".
Com a advertência de que, provavelmente, haverá sanções disciplinares para quem leve uma bola ou amendoins para o conselho nacional, espero, do fundo do coração, que a superficialidade destas análises as leve a provarem-se erradas.
16 comentários:
"The hardest freedom to maintain is the freedom of making mistakes" Morris West
"The problem is when the mistakes don't seem to have an end".
Gonçalo Capitão ;)
A liberdade mitigada, nem sempre é prejudicial não é?
Ou seja, liberdade e ordem devem conjugar-se...
Liberdade e ordem são antagónicos, em principio.Quando a ordem prima sobre a liberdade, há que definir de qual ordem se trata. Galileo, foi obrigado a negar uma lei fundamental para respeitar a ordem estabelecida . Modigliani, Picasso, Cézanne, Miro, e tantos outros artistas de génio nunca teriam feito evoluir a arte se tivessem sido obrigados a respeitar a ordem clássica.
O próprio Cristo agindo em nome da liberdade dos homens agiu contra a ordem religiosa estabelecida.
Em suma, a ordem é necessária quando aplicada na liberdade e que esta é bem ensinada.
Como sempre, sábias palavras, Monsieur Freitas Pereira.
Permito-me apenas dizer que, não esquecendo a ontologia (algo que passou ao lado de Marx, a meu ver), a ordem é, desde logo, condição da liberdade alheia.
Galileo negou a ciência à ordem mas não deixou de trespassar o fundamental no tempo, deixando o fundamental no tempo, deixando a dúvida pairar que, houvesse liberdade, e estaria certo.
Não vejo trespasse algum de réstia de dúvida de que é esta a doutrina que queremos implementada. Nem estão os ausentes e o cepticismo cresce nos presentes.
No ponto em que estamos gostava de ver a liberdade, e não querendo como já aqui se referiu ferir a liberdade alheia, de ver a liberdade impor-se à ordem...
Seria muito presunçoso da minha parte definir o conceito de liberdade nalgumas linhas, tal como o penso.Com ou sem palavras sábias, porque a minha bagagem não o permite.
O que me levou sempre a reagir quando leio a palavra “ordem” versus “liberdade” é que ignoro em que limites a minha liberdade deve ser contida para não usurpar a liberdade de outrém. Quem deve definir estes limites? A sociedade dos homens? Quais homens?Aqueles que condenaram Socrates? (Nao o PM !)
Claro que a liberdade não consiste na faculdade gratuita de fazer não importa quê. E não reivindico a liberdade teológica que o facto de ter sido concebido à semelhança de Deus concede e na qual a liberdade é um “fiat” que se assemelha mais a um determinismo que à liberdade real.
Prefiro admitir que o atributo da liberdade não me foi dado pelo Criador uma vez para sempre, mas que na realidade sou eu mesmo que devo perseverar para me libertar. E livre aquele que é capaz de se libertar.
Por isso estou convencido que o destino da nossa liberdade está ligado à acção. Uma liberdade não reivindicada e não utilizada é uma liberdade que desaparece. E sobretudo, D.Marta, nunca uma liberdade mitigada foi a liberdade.Vi muitas sociedades autoritàrias e mesmo piores, fundadas sobre as ruinas da liberdade.
Aliás, lendo o interessante Isaiah Berlin podemos mesmo encontrar os célebres "dois conceitos de liberdade", sendo que a liberdade negativa redunda na ausência de coacção e a positiva na autodeterminação do sujeito. Ou seja, liberdade e ordem, queira-se ou não, acabam por conviver.
Dito de outro modo, no limite, a liberdade é sempre mitigada, mas apenas pela igual capacidade de fruição pelo "outro".
Pena é que parte da esquerda confunda libertinagem com liberdade. Sei que, apesar das divergências, o meu ilustre e querido amigo Freitas Pereira não me desautorizará.
Já repararam que, no meio disto, a importância da liderança do PSD (tema do texto) passou para segundo plano. Sintomático, se me permitem...
Caro Amigo Gonçalo
Honestamente , também pensei que nos afastamos do tema do seu post. Mas que importa: o campo da política é o campo de exercício por excelência da liberdade dos homens.
E se para mim o problema do mau uso da liberdade na nossa sociedade não é o apanágio da esquerda ou da direita, porque em ambos os campos existem extremos de sensibilidade libertária, formados na escola existencialista de Sartre, o que me parece importante é a educação da liberdade na sociedade.Como aliàs frisei no ultimo parágrafo do post precedente.
E se divergências existem entre nos , elas enriquecem a percepção do nosso presente.
E como alguém disse:
"Je ne suis pas d'accord avec ce que vous dites mais je défendrai jusqu'à la mort votre droit à le dire ".
J. Freitas Pereira
Sintomático Gonçalo? Eu diria que calculado... ;)
Caros amigos Gonçalo,Marta e Freitas Pereira.
A Sara Brito não conheço mas esteve ao nivel.
Os mais sinceros parabéns pela vossa interessante "polémica" á volta da liberdade.
Quem diria que com o dr Mendes como pano de fundo seria possivel um debate tão rico...
Ele há cada surpresa !
P.S. Desde o dia 25 de Maio que estou privado do acesso ao meu blog devido a uma "artistice" do Google.
Eu e muitos outros utilizadores do gmail que subitamente viram as suas contas de mail desactivadas.
Confesso que depois disso começo a dar mais razão ao amigo Freitas Pereira na sua conceptualização do que é hoje o império americano...
Imagine o que seria se se chamasse Freitas como eu, hoje, nos USA , depois da descoberta do complot terrorista contra Kennedy Airport !
Estava "fReito" :)
Eu não sei se o nosso Amigo Luís Cirilo vai ter a curiosidade de voltar ao « Lodo » enquanto está banido do “Google”. Para o consolar: Estive há dias em Mónaco a assistir ao Grand Prix, porque gosto de ver aqueles bólidos, e resido não muito longe, e conversando com os dois vizinhos Americanos que estavam ao lado, nas bancadas não longe do sitio onde Ascari caiu ao mar há muitos anos, ouvi-os lamentar-se do facto que talvez devido ao nome um “pouco” Árabe, tinham o cartão de crédito bloqueado pelas autoridades Americanas , “despite the efforts made by American Express to clear the situation” ! Bom, isto acontece frequentemente desde o famoso 9/11 !
Big Brother is getting very nervous!
Adorei... ainda me doem os maxilares!!
Até pq conheço o Dr. Cabral Fernandes... o q torna a análise ainda mais interessante!
Continua a postar... parece-me que a inercia ta a dar cabo de ti, a avaliar pela data do post!!
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