quinta-feira, 8 de novembro de 2007

CML de COSTAs voltadas à Juventude

Na ânsia de mostrar trabalho, poupança e transparência, a renovada CML empreendeu uma verdadeira «caça aos avençados».
Desconheço o real estado da CML e compreendo que em nome do plano de saneamento financeiro se leve a cabo determinadas medidas que, mais cedo ou mais tarde seriam inevitáveis.
Mas há que estipular critérios, avaliar caso-a-caso e reflectir sobre as repercussões que essas medidas possam ter.
De outro modo, acaba-se por - ao rescindir serviços de equipas inteirinhas... - condenar à morte projectos de interesse municipal, como é o caso do Portal LX Jovem, que neste momento tem os dias contados, dado que os responsáveis pela sua manutenção estão literalmente na corda-bamba.
'Contenção de despesas' é um argumento forte, mas não plausível quando estão em causa projectos de reconhecida relevância e de extrema utilidade aos munícipes, como é o caso do Lx Jovem.
E quando, por arrasto, se dirá 'adeus' às lojas LXjovem (que disponibilizam gratuitamente orientação profissional, planeamento familiar, etc... ) e iniciativas como a "Futurália", "Semana da Juventude", Festival "Tocabrir", etc.. o caso é grave.
Mais que grave, é sintomático do menosprezo que os senhores do poder têm pelos jovens deste país.

1 comentário:

Filipa Guimarães disse...

Antes de mais falar da CML, actualmente é falar da linha de pensamento, do Governo Socialista!
Considerando a complexa realidade que os jovens portugueses, enfrentam no mercado de trabalho, só posso afirmar que este Governo pretende abortar as dimensões subjectivas e objectivas da relação dos jovens em sociedade. Exemplo disso é a ausência de uma Política de juventude devidamente estruturada.
Como jovem, penso que, podemos fazer política sim, enquanto exercício de cidadania. A política não pode ser encarada como uma relação amigo/inimigo, ou de acordo com Clausewitz "o prolongamento da política por outros meios: a guerra é o fim da política".
Devemos, acima de tudo, ter como grande ambição fazer parte do grupo dos bons políticos, com uma dimensão ética sem limites, com um profundo comprometimento moral, de forma a tornar a política uma actividade nobre, vou utilizar uma expressão de Max Weber: "viver para a política e não da política".
Este Governo ainda não entendeu que, a juventude não é um conceito universal e imutável, com significados equivalentes em todas as culturas e épocas. É antes, uma construção histórica correspondendo a diferentes concepções em distintos momentos de acordo com o contexto político, social, cultural e económico É um processo descontínuo, reversível, incerto, condicionado pela escassa relação entre os estudos e o emprego, pela precariedade laboral dos jovens, pela dificuldade em obter habitação própria, etc.
As Políticas de Juventude devem estar abertas à inovação, e construir-se por processos de aprendizagem social, experimentação e negociação, mais do que por processos de programação tecnocrática e contenção de custos. Por outro lado a transversalidade educativa, que abarca o âmbito escolar ou universitário mas também o território sociocultural, é factor chave para a construção de uma cidadania jovem.
Por estas razões penso inaceitável…o que está a acontecer na CML…
Concluindo, a heterogeneidade da Juventude exige respostas de proximidade como factor decisivo de Políticas de Juventude que assumam o quotidiano e a diversidade dos jovens como valores. No entanto, proximidade não deverá significar “auto-suficiência” de um Governo que fala em contenção orçamental, mas somente no que lhe interessa. A eficácia e eficiência implica a existência de Políticas Nacionais capazes de liderar e dotar de finalidade estratégica ao articular redes de trabalho interinstitucional…. Perante, estes factos, a Lx jovem faz todo o sentido…