Há dias ouvi Luís Filipe Reis, membro do Conselho Geral do Jornal Público, confirmar num programa de rádio que aquele diário ponderou, muito recentemente, pôr fim à sua edição impressa, subsistindo apenas a versão online.
Pois bem, hoje mesmo fiquei a saber que amanhã sai um novo jornal denominado tão só de «i», dirigido à classe alta (?) e a leitores exigentes - como se não os houvesse nos demais estratos sociais... Adiante. O que me faz uma certa confusão é o lançamento de mais um jornal impresso quando a tendência é particularmente negativa para os jornais em papel. Excepção aos gratuitos que proliferam..., a indústria dos jornais já não tem a procura que teve outrora, culpa das tecnologias e da crise económica.
No início do ano a consultora Deloitte dizia já que, a julgar pelas suas contas, "em 2009 cerca de uma em cada dez publicações impressas podem ser obrigadas a reduzir periocidade, terminá-la ou encerrar totalmente". E não tardou muito até que o francês Libération anunciasse um plano de corte de custos, e que o norte americano LA Times e o inglês Financial Times dessem conta de um número relevante de despedimentos.
Longe de mim estar a vaticinar o futuro da nova publicação. Louvo-lhes o arrojo, dado o contexto, mas parece-me que se tivessem concentrado energias e capital num modelo de comunicação mais inovador o sucesso seria mais certo. Ou talvez não.... Esperar para ver.
Louvável foi a medida de Monsieur Sarkozy, em França, onde o Estado concedeu apoios à imprensa escrita e digital através de publicação de publicidade institucional, cientes da necessidade que há em manter viva esta indústria, crucial que é o seu papel na formação da opinião pública nas sociedades democráticas.
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