quarta-feira, 6 de maio de 2009

Arriscar em tempo de Crise

Há dias ouvi Luís Filipe Reis, membro do Conselho Geral do Jornal Público, confirmar num programa de rádio que aquele diário ponderou, muito recentemente, pôr fim à sua edição impressa, subsistindo apenas a versão online.

Pois bem, hoje mesmo fiquei a saber que amanhã sai um novo jornal denominado tão só de «i», dirigido à classe alta (?) e a leitores exigentes - como se não os houvesse nos demais estratos sociais... Adiante. O que me faz uma certa confusão é o lançamento de mais um jornal impresso quando a tendência é particularmente negativa para os jornais em papel. Excepção aos gratuitos que proliferam..., a indústria dos jornais já não tem a procura que teve outrora, culpa das tecnologias e da crise económica.

No início do ano a consultora Deloitte dizia já que, a julgar pelas suas contas, "em 2009 cerca de uma em cada dez publicações impressas podem ser obrigadas a reduzir periocidade, terminá-la ou encerrar totalmente". E não tardou muito até que o francês Libération anunciasse um plano de corte de custos, e que o norte americano LA Times e o inglês Financial Times dessem conta de um número relevante de despedimentos.

Longe de mim estar a vaticinar o futuro da nova publicação. Louvo-lhes o arrojo, dado o contexto, mas parece-me que se tivessem concentrado energias e capital num modelo de comunicação mais inovador o sucesso seria mais certo. Ou talvez não.... Esperar para ver.

Louvável foi a medida de Monsieur Sarkozy, em França, onde o Estado concedeu apoios à imprensa escrita e digital através de publicação de publicidade institucional, cientes da necessidade que há em manter viva esta indústria, crucial que é o seu papel na formação da opinião pública nas sociedades democráticas.

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