Esta crónica de Henrique Raposo, no Expresso. Uma excelente súmula "sobre a atmosfera esquerdista que se respira em Portugal. Aqui, a esquerda pode tudo, logo, quando a direita ganha, é preciso inventar desculpas para retirar legitimidade à dita direita. Ou seja, mesmo que ganhe na legalidade democrática, a direita nunca tem legitimidade moral para governar."
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sábado, 29 de janeiro de 2011
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Alegremente encavacados
Podemos, porém e tentando escapar ao comentário mais (de)batido, tentar rever a matéria dada, com cunho pessoal.
Assim e desde logo, parecem de mau perdedor as linhas que se escreveram e leram dizendo que Cavaco Silva ganhara bem, mas aquém das expectativas. Olvidam os “palpitadores” profissionais o facto de esta não ser a primeira, mas sim a segunda vez consecutiva que Cavaco ganha eleições presidenciais à primeira volta e, já agora, a segunda derrota que Manuel Alegre soma de igual forma.
Pode sempre dizer-se que, mesmo com um bom resultado, haveria melhores formas de discursar, no momento da consagração. Aqui chegados, divide-se-me a alma: por um lado, entendo que o Presidente reeleito deveria ter sido magnânimo e conciliador, mas, por outro lado, entendo bem a saturação com os enxovalhos e insinuações de que foi alvo (só quem passou por isso – eu senti na pele, em menor escala, o que é ter o trabalho sabotado pela própria equipa e enfrentar uma campanha difamatória quando, finda a tarefa, se bate com a porta – sabe o que custa).
Quanto ao Poeta de Águeda, eu bem avisei… O ataque violento e o discurso do “resistente”, do “antifascista” e do “republicano” cheiram a mofo e têm cada vez menos a ver com a política contemporânea, em que novas e velhas gerações não têm medo de fantasmas políticos que já não voltam, vivendo bem com a História de Portugal. Além disso, os ataques sucessivos ao seu (???) PS, haveriam de ter consequências…
Já quanto a ganhadores, sou dos que pensa que o Sr. Coelho ganhou na justa proporção em que perdeu a dignidade (se ainda a havia) da nossa política. A sua candidatura faz sorrir, mas é própria do Parque Mayer e não de um palco onde deveriam desfilar as mais nobres questões da nossa democracia constitucional. Bem mais inteligente e interessante é o aparecimento regular de Manuel João Vieira que, todavia, tem o bom senso de não passar de momentos de contracultura, quando facilmente arranjaria as assinaturas necessárias à formalização da candidatura.
Quem me parece que, secretamente, também deve ter cantado vitória é José Sócrates… Senão, vejamos: no primeiro mês em que os funcionários públicos vêem os salários e pensões reduzidos, quem paga a factura é um dos seus maiores incómodos dentro do PS que, ademais, fica definitivamente debilitado, pois sofre segunda “goleada” seguida e nem sequer tem o palco parlamentar para se perpetuar, como fez durante anos. Para além disso, creio que o nosso Premier terá na mente que Cavaco Silva apenas o demitirá se a sua permanência começar a prejudicar a imagem presidencial. Cavaco Silva nunca fez favores ao PSD (Fernando Nogueira sabe-o o bem) e sentiria menor margem de intervenção se o Governo adquirisse matizes alaranjados.
Pedro Passos Coelho, esse, passou com distinção mais um teste, não ficando a dever o que quer que seja a Cavaco Silva, como, suspeito, não quererá ficar a dever a quase certa chegada a São Bento.
De saída, registar que Mário Soares voltou a ficar em terceiro lugar. Ou ainda é daqueles que acredita que a candidatura de Fernando Nobre foi espontânea?!...
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Desejos de Natal e certezas de Ano Novo
É comum, nesta altura, as revistas e os jornais trazerem reportagens de Natal e desejos e previsões de Ano Novo. Globalizado que estou, não fugirei à regra, no mês em que passam dezasseis anos desde que o Beiras cometeu o erro de publicar um artigo meu pela primeira vez…
Sem distinção entre desejos e verdades, cá vai disto: desde logo, nem preciso de copo de cristal (quanto mais da bola…) para antever uma vitória de Cavaco Silva à primeira volta (se calhar até bastava meia volta). Não só se reconhece o perfil de estadista, como se recomenda o economista para visar as ideias luminosas do Primeiro-Ministro (seja ele Sócrates ou Passos Coelho, ou mesmo qualquer outro). Acresce que Alegre tem feito uma campanha triste… Triste pelo tom agressivo, triste pela colagem ao Bloco de Esquerda, triste pelo desânimo das hostes. Resta a expectativa de ver os bodes expiatórios que o Poeta de Águeda arranjará na noite de 23 de Janeiro.
Outra coisa que é certinha é que 2011 será a doer e nem PS nem PSD (caso avance a moção de censura) terão grande margem para repor o que perderão os funcionários públicos. Tenho para mim, como é (bom e mau) hábito dos portugueses, que lá nos acomodaremos com a ideia de vivermos pior e de sermos, cada vez mais, os últimos da Europa (mesmo atrás de países que viveram décadas de ditadura comunista). Se assim não fosse, já haveria distúrbios públicos como há sempre que chega a mostarda ao nariz dos franceses, ingleses ou alemães. Por vezes, fico sem saber se somos cívicos ou mansos…
Na “Terrinha” (a minha Coimbra), fica para ver se o PS ainda existe. Com a saída de Carlos Encarnação e a entrada de Barbosa de Melo, independentemente dos méritos deste último, abre-se uma janela de oportunidade para os socialistas lançarem um candidato carismático para a presidência da Câmara Municipal. É sabido que sai uma personalidade forte e conhecida e que entra alguém com um perfil público menos exuberante e com menor reconhecimento por parte do eleitorado (louva-se a inteligência e a generosidade de Encarnação ao sair agora, por esta mesma razão), mas também não se ignora que maior divisão do que a que existe no PS de Coimbra só mesmo a que separa as duas Coreias.
Ainda por Coimbra, vamos ver no que dá a insólita situação em que se viu a nossa Académica. Depois de um início imperial, “dois vezes cinco são dez” e ficámos sem o Jorge Costa. Sendo os motivos pessoais, nada a dizer; caso contrário seria, a meu ver, um erro de palmatória, pois a Briosa vinha fazendo bons jogos e mesmo em Braga viu-se força e harmonia ofensivas, até que a coisa se tornou desastrosa. Resta esperar que a escolha dos dirigentes em funções seja inspirada pelos bons motivos e não por alguma voz que veja a Académica como qualquer outro clube (infelizmente, embora quase inexistentes, sempre há uma ou outra voz que pensa mais em lucros do que em identidade e resultados). A esse respeito o academismo do Presidente é uma garantia a que dou valor, mormente agora que o caminho para o Jamor (ou, pelo menos, para as meias-finais da Taça) parece bem possível.
Resta-me desejar a todos festas felizes e um 2011 com a coragem necessária para as agruras vindouras, já que este vosso amigo só voltará em finais de Janeiro, depois de enfrentar o Inverno siberiano (o original…).
Sem distinção entre desejos e verdades, cá vai disto: desde logo, nem preciso de copo de cristal (quanto mais da bola…) para antever uma vitória de Cavaco Silva à primeira volta (se calhar até bastava meia volta). Não só se reconhece o perfil de estadista, como se recomenda o economista para visar as ideias luminosas do Primeiro-Ministro (seja ele Sócrates ou Passos Coelho, ou mesmo qualquer outro). Acresce que Alegre tem feito uma campanha triste… Triste pelo tom agressivo, triste pela colagem ao Bloco de Esquerda, triste pelo desânimo das hostes. Resta a expectativa de ver os bodes expiatórios que o Poeta de Águeda arranjará na noite de 23 de Janeiro.
Outra coisa que é certinha é que 2011 será a doer e nem PS nem PSD (caso avance a moção de censura) terão grande margem para repor o que perderão os funcionários públicos. Tenho para mim, como é (bom e mau) hábito dos portugueses, que lá nos acomodaremos com a ideia de vivermos pior e de sermos, cada vez mais, os últimos da Europa (mesmo atrás de países que viveram décadas de ditadura comunista). Se assim não fosse, já haveria distúrbios públicos como há sempre que chega a mostarda ao nariz dos franceses, ingleses ou alemães. Por vezes, fico sem saber se somos cívicos ou mansos…
Na “Terrinha” (a minha Coimbra), fica para ver se o PS ainda existe. Com a saída de Carlos Encarnação e a entrada de Barbosa de Melo, independentemente dos méritos deste último, abre-se uma janela de oportunidade para os socialistas lançarem um candidato carismático para a presidência da Câmara Municipal. É sabido que sai uma personalidade forte e conhecida e que entra alguém com um perfil público menos exuberante e com menor reconhecimento por parte do eleitorado (louva-se a inteligência e a generosidade de Encarnação ao sair agora, por esta mesma razão), mas também não se ignora que maior divisão do que a que existe no PS de Coimbra só mesmo a que separa as duas Coreias.
Ainda por Coimbra, vamos ver no que dá a insólita situação em que se viu a nossa Académica. Depois de um início imperial, “dois vezes cinco são dez” e ficámos sem o Jorge Costa. Sendo os motivos pessoais, nada a dizer; caso contrário seria, a meu ver, um erro de palmatória, pois a Briosa vinha fazendo bons jogos e mesmo em Braga viu-se força e harmonia ofensivas, até que a coisa se tornou desastrosa. Resta esperar que a escolha dos dirigentes em funções seja inspirada pelos bons motivos e não por alguma voz que veja a Académica como qualquer outro clube (infelizmente, embora quase inexistentes, sempre há uma ou outra voz que pensa mais em lucros do que em identidade e resultados). A esse respeito o academismo do Presidente é uma garantia a que dou valor, mormente agora que o caminho para o Jamor (ou, pelo menos, para as meias-finais da Taça) parece bem possível.
Resta-me desejar a todos festas felizes e um 2011 com a coragem necessária para as agruras vindouras, já que este vosso amigo só voltará em finais de Janeiro, depois de enfrentar o Inverno siberiano (o original…).
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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Alegrias e alergias

Ora, a estação televisiva que emitiu estas declarações (não me lembro de qual dos três canais noticiosos se tratava) imediatamente associou o remoque a Cavaco Silva. Duas coisas tenho por certas, todavia: por um lado, sei que o recandidato não enveredará por linguajar soez.
Por outro lado, creio que a declaração, a ser correcta a interpretação que dela fizeram os jornalistas, é desprestigiante para classe política, desqualificando quem a profere (no caso, o Poeta de Águeda). Imaginemos, por um instante, que um dos outros candidatos verbalizava insinuações sobre Manuel Alegre baseadas nas dezenas de mensagens de correio electrónico que ligam o mesmo a condutas alegadamente censuráveis (recebi algumas relativas ao período colonial); seria digno, quando não se junta prova? Contribuiria para o esclarecimento dos eleitores? Não! Aliás, devo dizer que apago de imediato essas mensagens, não as reencaminhando. Sou coerente e creio que as mesmas – repito, porque não provadas – revelam baixeza e cobardia.
Aliás, o candidato do distrito de Aveiro, ao afirmar-se pela ética republicana, está, a meu ver, a depreciar a qualidade da vida democrática e da própria República, quando deixa fantasmas não corporizados a pairar sobre o debate. Isto, mais uma vez o digo, se a emissora contextualizou adequadamente o que disse.
A segunda intervenção que não apreciei, teve a ver com o facto de, na opinião do candidato socialista-bloquista, Cavaco Silva ter sido complacente com a crise. Ora bem, basta lembrar que não foi o actual Presidente que foi deputado socialista durante anos, inclusive durante o primeiro mandato de José Sócrates. É que, na minha opinião, não basta quebrar a solidariedade de forma tribunícia (atitude de “gosto” político discutível, aliás); quando se conserva o lugar e se adere a um programa, parece estranho que, nem dois anos volvidos (o programa actual do PS continua o anterior), se possa demarcar de tudo, atribuindo a quem garantiu a estabilidade democrática (Cavaco) conivência na crise.
Prefiro pensar que este jeito inhenho de fazer política – lançar atoardas sobre o “camisola amarela” – não tem a ver com as franciscanas sondagens que são de modo a deixar Alegre triste… Fico-me por dizer que é um modo que me causa alergia, sabendo-se de antemão quem ficará alegre, já no dia 23 de Janeiro…
terça-feira, 6 de abril de 2010
Vai e não voltes!
"Alegre valoriza mais cátedra com o seu nome que a possibilidade de ser eleito Presidente"
Título do jornal (pág. 7) "Público", hoje
Confesso que sempre me exasperou a arrogância do poeta de Águeda, mas este desrespeito pela mais alta magistratura da Nação (preferindo a cátedra na Universidade de Pádua) é demasiado para qualquer português que se preze.
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