sábado, 30 de maio de 2009
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Globalização ma non troppo
Vem isto, desde logo, a propósito da própria democracia, enquanto regime político. É exportável? Subsistiria um país com a dimensão e cultura da China a uma ocidentalização política? Em sentido contrário parece abonar a história contemporânea da Rússia, que depois do desmando da era Ieltsin – que retirou o Partido Comunista da sua posição de trave-mestra do sistema político – veio o período actual em que a “rédea curta” de Putin parece representar a tentativa de controlo do sistema político e do mercado russos e o combate a eventuais tendências centrífugas. Claro que em favor da bandeira democrática existe sempre a vibrante democracia indiana, mas um novo balde de água fria podia vir da “varanda do lado”, já que o Paquistão testa a “oportunidade” da escolha popular e dos direitos cívicos a cada atentado sofrido e em cada bala disparada contra os taliban.
Normalmente, uma resposta baseada meramente nos princípios seria afirmativa a este propósito. Todavia e como sabemos, muitas vezes são os próprios candidatos a “importador” que rejeitam “aventuras” democráticas, já que os interesses dos dominadores, não raras vezes, convivem mal com veleidades opinativas.
Surgem depois dois conceitos de ainda mais delicada filigrana: o conceito de ingerência humanitária, algo que a NATO invocou no Kosovo (mesmo ao arrepio da soberania sérvia), e a legítima defesa preventiva, que escorou a desastrada intervenção ordenada por George W. Bush no Iraque (e que chegou a convencer muita gente, de Durão Barroso e Aznar a este vosso criado…).
Nos dias que correm, há vozes que nos interpelam, dizendo que o Iraque, apesar dos grosseiros atropelos aos direitos humanos (sim, porque de democracia nem se falava) perpetrados por Saddam Hussein, estava mais estável e, com isso, mais calma estava a região… Um homem de princípios – como Blair – terá que responder que, em todo o caso e com o passar do tempo, as pessoas podem escolher e têm liberdade para determinar a sua vida e o rumo do país, sendo isso um ganho que justifica os sacrifícios relativos à intervenção militar e os custos presentes e inerentes à estabilização.
A principal pergunta sem resposta, isso sim, é a razão pela qual tudo isso acontece em alguns pontos do Globo e não noutros, como o Sudão e o Zimbabué. A mesma pergunta, aliás, que deve ter ocorrido aos timorenses, durante mais de vinte anos…
Coisas de independentes...
quinta-feira, 28 de maio de 2009
O Mundo aqui tão perto
Contrariando alguns rótulos que procuraram colar acriticamente à classe política, o Presidente da Câmara Municipal de Cascais, António Capucho, e o seu Vice-Presidente, Carlos Carreiras, não só pretenderam, ao lançar o projecto em colaboração com o Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais, afirmar em Portugal um pólo de reflexão de excelência que, a médio prazo, se torne uma referência internacional, como interiorizaram o essencial da preservação das diversas identidades ante o turbilhão padronizador da globalização, ao aprovarem como tema da primeira edição “Desafios Globais, Respostas Locais”.
Acresce a isto a percepção do espaço que se abre a quem, num mundo sem perspectiva (quando muito podemos desejar algo, num raciocínio prospectivo), busque um modelo pós-Fórum Económico Mundial (vulgo, Davos), que a situação actual interpela impiedosamente nos seus contornos tecnocráticos e economicistas (sempre entendi que andávamos a tratar as pessoas como números, tendo mesmo afirmado essa ideia, por exemplo, em congressos do PSD); isto, claro está, se aceitarmos que o Fórum Económico e Social (vulgo, Porto Alegre) jamais passou de uma carta reivindicativa de inspiração libertária. Por tudo isto me parece ainda de aplaudir a abordagem conceptual de colocar o Estoril entre Davos e Porto Alegre em termos não apenas geográficos (algo que é evidente e inexorável…), mas também em matéria de concepção ideológica, de ideal social…
Durante 3 dias, num momento que creio relevante para a auto-estima dos cascalenses, em particular, e dos portugueses, em geral, personalidades dos mais diversos quadrantes ideológicos, religiosos e geográficos (destaco Tony Blair, Fernando Henrique Cardoso, Mary Robinson, José Maria Aznar, Joseph Stiglitz, Yegor Gaidar, entre muitos outros, sem esquecer a actriz Daryl Hannah que, sendo uma activista do desenvolvimento sustentável – quiçá por inspiração dos seus tempos de sereia, no filme “Splash” – foi desafiada a explicar o papel que Hollywood pode ter nesse combate) confrontaram ideias e permitiram afinar raciocínios sobre um mundo que desejamos multilateral, mas que é multipolar ao mesmo tempo; sobre a maneira como as empresas transnacionais colocam a sua autoridade económica acima de muitos centros de decisão política; sobre o modo como exaurimos os recursos do Planeta e como colocamos em xeque o futuro e sobre o futuro das identidades e dos valores, num Mundo globalizado.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Com boas intenções, mas reprovados a Línguas
domingo, 24 de maio de 2009
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Se é a sério, não parece

À primeira vista dir-se-ia que é propaganda a uma qualquer igreja alternativa, chamemos-lhe assim. O jovem socialista aconselhou-se mal na pose para a foto (que raio faz ali aquela mão à P.Abrunhosa??!) e pior ainda quanto ao grafismo da coisa... Depois, teve o azar de ter tido uma mãezinha que escolheu um nome próprio que também remete para a religião - recorde-se São Marcos e veja-se a quantidade de pastores que foram brindados com este nome. Consta que vem do latim e significa "grande orador". Até pode ser que o candidato à autarquia de Oeiras seja um mestre da retórica, mas não creio que seja isso que lhe fará derrotar o Mestre Isaltino Morais...
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Até Depois João Bénard da Costa

É dificil encontrar palavras para homenagear alguém que fez tanto pela nossa cultura e especialmente pelo cinema português.
«É a pronúncia do Norte, corre um Rio...

... para o mar». Diz a música. Eu cá digo que Rio (con)corre para ganhar. Com os dois pés no Porto, eis o exemplo de uma campanha inteligente. Quando já mais ninguém podia ver Elisa Ferreira à frente - a senhora tem cartazes de campanha em tudo quanto é Porto! -, finalmente surge a campanha do actual edil, Rui Rio, a matar dois coelhos de uma só cajadada. As previsões indicam que a ambiciosa candidata do PS que tem um pé no Porto e outro na Europa, não vai longe... por muito que corra.
sábado, 9 de maio de 2009
Lodo, SAD nas Conferências do Estoril II
[Diogo, João Morgado e Prof. Aranda da Silva]
Uma Nota sobre Manuel Aranda da Silva
Manuel Aranda da Silva é um homem com um percurso notável que por si só justificaria a minha admiração. Depois ter desempenhado funções como ministro do comércio no governo de Moçambique (nos anos 80), ingressou numa carreira nas Nações Unidas onde leva já um longo percurso associado à coordenação da ajuda humanitária em Angola, na Somália e no Sudão e ao Programa Alimentar Mundial. Ainda assim, teve uma atitude para comigo que dificilmente esquecerei e que me faz nutrir por ele uma admiração ainda maior.Aznar numa [ou duas!] frases

sexta-feira, 8 de maio de 2009
Tony Blair numa [ou duas!] frase[s]

«O séc. XX foi o século das ideologias, dos rótulos "direita e esquerda". O século XXI oscila entre a abertura e a clausura de espiríto.»
João Morgado: «Problemas globais requerem soluções e alianças globais.»
«Os vencedores não são aqueles que comentam, são aqueles que fazem.»
Diogo Gaspar: «As várias religiões seguidas no Mundo não devem ser motivo de divergência, mas sim de convergência»
«As alianças políticas devem ser feitas com aqueles com quem partilhamos valores: apoiar ou fazer alianças políticas com ditaduras [para obter supremacia] é imprudente»
Tânia Morais: «For how long do you think I´m in politics? Of course I´m not gonna answer your question...» (quando questionado sobre se haveria diferenças na forma como geriu a Grã-Bretanha se durante o seu mandato o Presidente dos EUA fosse Barack Obama e não G. W. Bush)
A conferência mais esperada do dia
Iniciar-se-á daqui a momentos a conferência com Tony Blair, o rosto do partido trabalhista britânico da última década (1997/2007) e o culminar de uma das melhores estratégias de reconstrução partidária e comunicação política que os trabalhistas orquestraram já desde a década de 70.Apresentado por Nuno Rogeiro, estamos perante um dos homens mais influentes do Mundo, reconhecido como estrela Pop - lembre-se a interpretação de Hugh Grant em Love Actually - europeísta convicto e um optimista.
Diz que é um dos melhores oradores do Mundo, aguardemos as suas palavras.
Críticas com Pimenta*
Do cajú
No âmbito das Conferências do Estoril, foi ontem entregue o Prémio Bolsa de Investigação '09, cabendo o primeiro lugar ao autor do projecto «Segurança alimentar e comércio mundial - o caso da monocultura de cajú na Guiné-Bissau». As Conferências do Estoril e o elogio das expressões compridas
Leopoldo Guimarães: [...] relativamente aos Países em Desevolvimento (PED)...eu digo PED, mas nem concordo muito com este termo...em gosto de chamar-lhes países culturalmente mais ricos que o Ocidente, mas economicamente mais deprimidos!
Judite de Sousa: Essa expressão não é nada televisiva!
LD: Pois não, mas fica a ideia...
Stiglitz: Prognósticos só no fim do jogo

É verdade, temos concorrência...

Lodo, SAD nas Conferências do Estoril I
Globalização também é isto

Tendências
A julgar pelos pescoços dos conferencistas e oradores, a gravata lilás (as mesmas que o tio de José Sócrates usa, veja-se aqui) estão na moda. Ontem foi o nosso colaborador João Pedro e uns tantos conferencistas, hoje foi António Carrapatoso e Carlos Zorrinho que coincidiram na cor. Bonito... Omnipres(id)ente
Não tem voz nestas Conferências, nem está fisicamente presente, mas é o personagem político que tem acompanhado todos os painéis ao longo destes dois dias. Todos falam em Barack Obama, uns com mais esperança e paixão que outros, mas todos com a certeza de que o Presidente dos EUA muito pode (e tem) a fazer na construção de uma aldeia global mais equilibrada e sustentável. Exclusivo LODO: Soares tem apoiantes nas Conferências do Estoril
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Fernando Henrique Cardoso numa [ou duas!] frases

João Morgado: "A economia resolve-se na política, não por si só."
O LODO nas Conferências do Estoril

Começam hoje mesmo e o Lodo vai lá estar. A par da presença obrigatória e com certeza ofegante de dois seus colaboradores que nos últimos dois anos se dedicaram de corpo e alma à iniciativa - o Gonçalo e o Manuel -, a marca do LODO prossegue com um nortenho que propositadamente desce até à Costa do Estoril - o Senhor Enginheiro João Pedro -, com um futuro Stiglitz ainda por descobrir - o João Morgado - e dois precoces especialistas em Relações Internacionais e Ciência Política - a Tânia e o Diogo. Três dias de painéis de luxo para ouvir e reflectir, com direito a relato no Lodo tecido a cinco mãos!
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Arriscar em tempo de Crise
Há dias ouvi Luís Filipe Reis, membro do Conselho Geral do Jornal Público, confirmar num programa de rádio que aquele diário ponderou, muito recentemente, pôr fim à sua edição impressa, subsistindo apenas a versão online. Pois bem, hoje mesmo fiquei a saber que amanhã sai um novo jornal denominado tão só de «i», dirigido à classe alta (?) e a leitores exigentes - como se não os houvesse nos demais estratos sociais... Adiante. O que me faz uma certa confusão é o lançamento de mais um jornal impresso quando a tendência é particularmente negativa para os jornais em papel. Excepção aos gratuitos que proliferam..., a indústria dos jornais já não tem a procura que teve outrora, culpa das tecnologias e da crise económica.
Louvável foi a medida de Monsieur Sarkozy, em França, onde o Estado concedeu apoios à imprensa escrita e digital através de publicação de publicidade institucional, cientes da necessidade que há em manter viva esta indústria, crucial que é o seu papel na formação da opinião pública nas sociedades democráticas.
terça-feira, 5 de maio de 2009
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Palminhas!
A mulher do Chefe de Governo já veio a público dizer que apoia esta greve."
Queria expressar a minha solidariedade com o Chefe de Estado queniano e com os demais cidadãos daquela potência africana que se vêem confrontados com esta súbita impotência.
Creio que esta greve pode sair cara às agitadoras que agoram sonegam um bem essencial:
- Como flutuará a facturação das "casas da especialidade"?
- Que salubridade passarão a ter certas dependências das casas?
- Qual o grau de consumo eléctrico por sobreaquecimento dos aparelhos de DVD?
- E os gastos em calicida?
Enfim, um pouco de bodybuilding nunca fez mal...
















