Falemos, a encerrar, do fim da linha: Vladivostoque, que foi uma cidade fechada a visitantes de 1958 até 1992.
A “São Francisco” russa destaca-se, desde logo, pela sua baía
e pelo facto de ainda não estar habituada a turistas (será que algum dia estará?...), algo que se reflecte na rarefacção de sorrisos e pessoas a falar inglês, mesmo se considerarmos que a Rússia não é pródiga em nenhum desses bens de primeira necessidade para os viajantes.
Mais reflexos disso mesmo são os museus. O Museu Regional Arsenev esteve constantemente encerrado ao público, apesar de se verem à distância as salas com as obras e peças e gente a circular.
Foi, todavia, possível visitar a extensão do dito Museu
Por seu turno, o interessantíssimo Museu Antique Automobile – que tem vários carros e motas soviéticos -
para além de ficar nos arredores, junto a uma fábrica que cobre a zona de fumo,
apenas tinha uma funcionária que nem sequer trabalhava na bilheteira. Felizmente, com o pouco de russo que domino, lá deu para perceber que o museu não abriria brevemente e que alguns rublos fariam milagres; ou seja, fecharam-nos sozinhos nas salas, com a diversão de nos competir abrir e fechar luzes e o bónus de podermos fotografar tudo e mais umas botas…
A aventura continuaria, todavia, no Museu de Arte Primosrski, que tinha toda a cablagem esventrada estando – que surpresa!!! – encerrado. Mais uma vez, cem rublos permitiram ver grande parte da colecção. Já a extensão do museu – que expõe rotativamente pintores soviéticos – estava aberta e povoada por funcionários simpáticos (algo que pode causar problemas cardíacos aos mais incautos…).
No que toca à Grande Guerra Patriótica (por cá, II Guerra Mundial) as coisas mudam de figura, pois os militares continuam a assegurar que pode visitar a Fortaleza de Vladivostoque e seu museu (ambos interessantes)
e a ilha Russky, que apenas foi aberta ao público no novo milénio. Tomado o ferry e feita a hora de caminho (gelada, se for no Inverno),
a ilha oferece esconderijos, exibições museológicas, canhões e, la pièce de résistance, a bateria Voroshilov com o seu complexo de túneis e munições de meia tonelada.
Igualmente a funcionar bem pode encontrar o Museu da Frota do Pacífico com evocações e recordações que começam em Pedro, O Grande e que vêm até aos dias de hoje,
bem como o Submarino S-56, que é, também ele, um museu (metade em estado original e a restante parte esventrada para exposição de vários objectos e documentos).
A encerrar, um passeio na Praça Bortsov Revolyutsii,
no Arco do Triunfo,pela Catedral,
e uma subida à colina, via funicular, para ver a cidade e os navios de guerra russos atracados.
Em jeito de balanço, o Transiberiano representa uma montanha de recordações (não esquecer a velha locomotiva
e o marco do quilómetro 9289,
que evocam a epopeia, na estação local), mormente se fizer a viagem no Inverno.
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