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terça-feira, 10 de novembro de 2015

António Costa, eu nunca me vou esquecer de ti…

Lembras-te do colega de escola que se sentava sempre ao lado do professor para lhe dar graxa? Todas as pessoas sabiam que ele “não era grande espingarda” na matemática mas graças à lata que tinha e à argumentação que utilizava lá conseguia ter sempre um 3 + + para chegar ao 4 no final do ano letivo…
Lembras-te do colega de trabalho que se senta nas reuniões ao lado do chefe? Aquele que normalmente “não faz puto” mas lá consegue dar sempre a volta ao texto para justificar a sua incapacidade de trabalho e passar por entre as gotas da chuva sem se molhar…
Lembras-te do colega de brincadeira que só jogava futebol porque era o dono da bola? Não tinha jeito para a bola, mas era o que tinha o mote da brincadeira e por isso era uma obrigação acolhe-lo para que todos conseguisses jogar. Isto quando assim era, pois corríamos o risco de ele não querer jogar à bola o que significava que também não a partilhava com ninguém…
Pois, lembras-te não lembras???
Na vida política democrática de Portugal, por tudo isto, nunca te irás esquecer do António Costa!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

O País da palhaçada

Vivemos tempos de incertezas e de surpresas em que nem os ditados Portugueses sobrevivem. Todos se recordarão do velho ditado Português “Não há dinheiro não há palhaços”, pois é, mais aqui nosso Burgo, até esta máxima conseguimos destruir, o País não tem dinheiro, as famílias não têm dinheiro, mas há palhaços todos os dias.

Digo isto a propósito da abertura de quase todos os telejornais de há uns meses para cá. É raro não haver abertura em que não apareçam uma vintena de arruaceiros, orquestrados pelas centrais sindicais, pela CDU e pelo BE, com cartazes, com insultos e com os respectivos impropérios, que tão bem caracterizam a postura desta esquerdalha caduca.

Já aqui fiz referência também à baixa qualidade dos nossos jornalistas, não sei se porque os testes de admissão são pouco exigentes como é tudo no nosso País, mas se por uma linha editorial a que eu já chamei de ditadura invisível.

Ontem em directo, um grupo de jornalistas entrevistava António José Seguro à saída de uma reunião com o CDS/PP e pasme-se, todas as questões sem excepção, eram em torno de um suposto piscar de olhos do PS à direita e à esquerda e nem uma e repito, nem uma, relativamente à suposta questão central, medidas de combate ao desemprego e crescimento económico. Já não há pachorra, porque na minha mais pura ingenuidade, sempre achei que o principal papel da comunicação social e dos jornalistas seria o de informar e novamente falharam, resta saber se deliberadamente ou por pura incompetência. Uma certeza eu tenho, a questão não poderia ser colocada, porque António José Seguro não saberia responder, porque tudo isto não passa de uma encenação e de um show-off. E assim se promove um político, na esperança de que ele quando chegar ao poder, esqueça as reformas e mantenha o status quo.

Mas os palhaços não se esgotam aqui, desde ex-Presidentes da Republica com Mário Soares a liderar, acabando nos partidos que compõem o governo, podemos encontrar mais alguns, com uma característica adicional, são palhaços desonestos.

Hoje e porque estou com uma especial disposição, vou aqui dedicar algumas linhas a este novo tipo de palhaços:
Ou eu estou senil ou o País sofre em uníssono de Alzheimer. Então Manuela Ferreira Leite, não foi a tal que afirmou e  que transcrevo para que não haja dúvidas,  «Eu não acredito em reformas, quando se está em democracia...», e continuou com, «Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se» e terminou com, «E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia».

Hoje é uma referência é um ícone Nacional na oposição ao actual governo, vá-se lá saber porquê. É esta característica, a desonestidade, que se tornou quase transversal à sociedade Portuguesa que eu tanto critico, que me dá náuseas e que faz tantos Portugueses desistirem do nosso País, por já não acreditarem em nada nem em ninguém. Mais uma vez, a comunicação social é conivente com esta desonestidade, porque bastariam duas perguntas para calar esta Senhora durante uns meses, “A que reformas se referia ela” e “Se ela defende a ditadura como o melhor dos regimes políticos”. A desonestidade e incoerência desta Senhora é tal, que numa das últimas intervenções defendia que alterar o estatuto dos funcionários públicos só iria gerar mais corrupção. Pergunto eu, mais do que aquela que já existe?

Para compor a mediocridade em que estamos mergulhados, não me poderia esquecer do trotskista disfarçado de democrata, o mais desonesto da quadratura do círculo, Pacheco Pereira.
Não esqueço da purga ao estilo trotskista que fez no PSD sob a batuta de Manuela Ferreira Leite, quando afastou das listas a deputados alguns sociais-democratas, que mais tarde viriam a ganhar em eleições internas e democráticas à liderança do partido. Pois é, a democracia tem destes problemas, as purgas não são eternas, isso é apanágio das ditaduras.

Finalmente, alguém que era uma referência para mim e que nos últimos tempos também virou desilusão, Bagão Félix. Nas suas últimas intervenções, têm-se esforçado por defender o indefensável, manipulando números, recorrendo ao populismo, branqueando situações e períodos da história recente, em que tinha o poder de corrigir injustiças e reformar o estado e não o fez, mas não se coíbe de criticar as reformas em curso, só porque elas o afectarão directamente, refiro-me à reforma que usufrui.

Relativamente a esta matéria, não poderia deixar de fazer referência a duas pessoas que muito estimo pela sua verticalidade e honestidade, Silva Lopes e João César das Neves. Mais uma vez, transcrevo um parágrafo de um entrevista, que ilustra tão bem o incómodo que deverão sentir as 3 personagens que citei anteriormente. «Quando uma geração concede a si própria benesses superiores ao que pôs de parte, não se deve admirar que mais tarde isso seja cortado, por falta de dinheiro. Se alguém pode dizer-se roubado, não são os actuais pensionistas, mas os nossos filhos e netos, que suportarão as enormes dívidas dos últimos 20 anos, e não apenas na segurança social»

Para terminar, algo que hoje não me deixou surpreendido, mas que tenho a certeza não terá a divulgação que merece: Segundo um estudo publicado no jornal I, 55,3% dos Portugueses querem este governo até 2015, mas acrescenta, sem Gaspar.
Será que neste País da palhaçada, o palhaço mor Mário Soares, não ignora este estudo e se cala de uma vez por todas?

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Um problema de timings


A vida é mesmo assim, e quando este problema surge nas nossas vidas pessoais, com  austúcia, com imaginação ou até com algum poder de persuasão conseguimos os nossos objectivos.

Pois é, e volto aqui ao meu tema preferido, o que vai fazer o líder do principal partido da oposição, António José Seguro perante os mais recentes factos.

De um lado temos um governo reciclado, regenerado e com novos objectivos e do outro um partido no verdadeiro sentido da palavra, que se tenta também reinventar, reciclar e regenerar, os próximos tempos vão ser interessantes, vamos ver ganha este novo desafio.

Do ponto de vista político, Pedro Passos Coelho livrou-se de um peso morto, retirando assim espaço de manobra aos adversários, na medida em que Relvas deixou de ser arma de arremesso. Remodelou inteligentemente, pois como se diz na gíria Portuguesa, conseguiu fazer o dois em um, ao substituir Relvas por alguém com peso político, Marques Guedes e por outro lado reforçar a equipa governativa, com alguém insuspeito, competente e conhecedor dos dossiers Europeus, Poiares Maduro.

Contudo nem tudo correu bem, estas remodelações a conta-gotas dos secretários de Estado, ameaçam minar um pouco este processo, não só pelas razões que estiveram na sua base, mas essencialmente porque ainda não sabemos qual a factura a pagar por erros passados destes Senhores. Não quero ser mais papista que o Papa, mas esta factura será paga novamente pelos contribuintes Portugueses, resta saber quanto…

Do ponto de vista económico, tudo indica que melhores tempos virão. Segundo os últimos dados, a execução orçamental está no bom caminho, tanto do lado das receitas como do lado das despesas, a negociação sobre as maturidades dos empréstimos foram bem sucedidas, e finalmente, temos uma estratégia para o crescimento. Desenganem-se os vendedores de ilusões, quando afirmam que já vem tarde e que escusávamos de ter sofrido tanto. Quem anda nestas lides e for sério, sabe perfeitamente que qualquer estratégia tem sempre várias fases e tratando-se de um monstro como é a máquina do Estado, mais lento é o processo. Contrariar em dois anos uma cultura de despesismo instalada e promovida durante dez, é obra.

Analisemos agora o que se passa no principal partido da oposição.
António José Seguro ainda não se conseguiu afirmar como líder da oposição, não só porque não tem envergadura para isso, mas essencialmente, porque sofre de um síndroma cada vez mais em voga no nosso burgo e que afecta os partidos do arco do poder, "O síndroma do líder efémero". Se até agora havia um inimigo comum que os unia aparentemente, que passava  pela renegociação do memorando, nas metas do défice e no reembolso do empréstimos e na ausência de uma estratégia de crescimento, agora as coisas estão mais difíceis.

A acrescer a isto, José Socrates está de volta, Jorge Coelho regressou à vida política e António Costa que tarda em mostrar qualidades de Presidente de Câmara, acha que chegou a sua altura. Como se isto não bastasse, surgiu agora um documento promovido pelo ex-secretário de estado da presidência de José Sócrates, a solicitar que o futuro líder do PS seja eleito também pelos simpatizantes e não só pelos militantes.

De uma coisa AJS está seguro, só um deles quererá disputar a liderança do PS, António Costa, porque os outros dois, têm uma agenda muito mais pessoal e mais economicista, não só porque já deram para esse peditório, mas essencialmente porque preferem continuar a viver bem e de preferência à custa do orçamento de estado.

Como tudo isto já não bastasse, Pedro Passos Coelho ensaiou mais uma jogada de mestre, convidando AJS para reunião. Ao dar-lhe a mão nesta fase difícil, faz agora o três em um, dá-lhe o protagonismo de que ele tanto precisa, segura um líder da oposição fraco, oco e sem ideias e finalmente porque coloca o PS entre a espada e a parede. Agora AJS ou é parte da solução ou é um problema e isto porquê? Porque depois de quase todas as reivindicações terem sido atendidas, a saber, uma estratégia para o crescimento económico, renegociação do memorando nas metas, prazos e maturidades, fica a faltar muito pouco.
Os próximos tempos vão ser interessantes.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Remodelação um acto de boa gestão


Tal como na economia em que as medidas de crescimento se devem tomar em períodos de recessão, também uma remodelação governamental, deve ser empreendida quando menos se espera e menos se fala dela.
Pois bem, mas a primeira pergunta é: Faz sentido uma remodelação nesta altura?
E as primeiras dúvidas surgem, será que não devia ser depois do veredicto do tribunal constitucional, mas vamos por partes.

Tenho a certeza de que seja ela qual for, refiro-me à decisão do tribunal constitucional, o governo tem alternativas já estudadas e prontas a implementar, pelo menos é o que nós esperamos, portanto, este não é de certeza um obstáculo.
Do outro lado, temos argumentos muito mais sólidos, tais como, uma execução orçamental que poderá ficar aquém do esperado, estamos a meio do mandato, portanto é normal alguns ajustes ao nível político, digo Ministerial. Parece-me consensual, que agora está na altura de medidas mais do lado do crescimento e emprego do que do lado da austeridade, porque o profundo combate ao desperdício ainda não foi bem-sucedido e por fim, porque António José Seguro e o PS andam à deriva, como se de um náufrago se tratasse.

É costume dizer, “que aquilo que nos trouxe até aqui, não nos levará mais longe”, mesmo em períodos de normal funcionamento das instituições democráticas, as rupturas também podem acontecer, como se de ciclos se tratassem, mesmo sem cairmos no desvario já antes ensaiado, de que os tempos difíceis já passaram.
Esqueçamos por momentos o plano de reduzir o défice do Estado em 4.000 milhões de euros e focalizemos-mos na economia real. A economia é acima de tudo uma gestão de expectativas e tendo em conta as últimas projecções pouco animadoras, duvido que haja alguém de bom senso que desate a investir e a criar emprego e é por isso, que tanto uma remodelação como alguma inflexão na trajectória são aconselháveis.

Não me atrevo a indicar quais seriam os Ministros remodeláveis, não só, porque ao contrário de alguns comentadores que falam sobre o que sabem e o que não sabem, esta remodelação deveria ter por base critérios muito objectivos para dar resposta a desafios muito concretos.
Eventualmente alguns dos Ministros remodeláveis até desempenharam o cargo de uma forma aceitável ou até exemplar, mas porque tinham uma missão quando tomaram posse, que hoje já não é a mesma e por isso deverão ser os visados. Repito, quando defenso uma inflexão no rumo, não quero dizer que os tempos difíceis já passaram, que o compromisso com a troika é para ser esquecido, ou até, que a consolidação orçamental está concluída, digo sim, que temos que tomar medidas para impulsionar a actividade económica, para dotar o mercado de alguma confiança a médio prazo, no fim para dar uma nova esperança aos Portugueses.

Que critérios deveriam então, estar na base da remodelação?
Atrevo-me assim a enumerar alguns:
- Ministros/Ministérios com rendimento aquém do esperado
- Ministros polémicos, não por terem tomado medidas impopulares e necessárias, mas porque carregam consigo uma carga negativa que contagia o governo todo
- Porque já cumpriram a missão que lhes foi pedida, dão sinais de cansaço e poucas soluções para o futuro
- Finalmente, porque têm que acreditar verdadeiramente que a solução passa por um novo rumo

Próximo passo, perfil dos escolhidos:
Credível, intocável, com peso político para tomar decisões difíceis, tenha ideias e se sinta identificado com a nova estratégia, com um novo rumo.

É escusado dizer, que aqueles que mais contribuíram para o descrédito do governo, não deverão ter qualquer influência na escolha dos novos responsáveis políticos, ou então teremos perdido mais uma oportunidade. Idealmente, a banca, a maçonaria, a opus-dei e outros grupos de interesse, não deverão também interferir nas escolhas, mas talvez ouvisse sigilosamente, o líder da UGT, da CIP, no fundo os principais players da concertação social. Agora sem Cândida Almeida, talvez seja possível começar a ter diálogos sigilosos.
Finalmente, como se comportaria a oposição… tal como tenho vindo a fazer, apenas abordarei a questão PS e António José Seguro porque o resto não me merece qualquer comentário.
AJS vive tempos difíceis, não só porque foi obrigado a reabilitar toda a tralha Socratista, mas porque da câmara Municipal de Lisboa chegou a principal oposição, António Costa. As reacções têm sido diversas, mas todas elas com um denominador comum, inócuas e básicas do ponto de vista do marketing político.

Sabemos à partida, que num cenário de remodelação, AJS dirá com certeza que o 1º Ministro é que devia ser o remodelado, que o Presidente Cavaco Silva devia convocar eleições antecipadas, bla, bla, bla…, a conversa do costume e que ontem João César das Neves tão bem descreveu quando se referiu a quem se opõe ao rumo seguido até agora. Dizia ele, que apesar dos enormes sacrifícios que tocam directamente muitas famílias Portuguesas, que o desbaratar dos recursos dos contribuintes foi de tal dimensão e durante tanto tempo, que está admirado como é que a factura não é muito mais elevada. Dizia também, que até hoje não viu, não leu e não ouviu nenhuma proposta alternativa credível, eu também não, apenas ouvi afirmações do tipo, "todos os caminhos menos este", ora isto é uma mão cheia de nada.
A liderança de AJS é por isso instável, a ausência de ideais credíveis e exequíveis são uma constante e a pressão interna condiciona a racionalidade do Secretário-Geral, levando-o a cometer disparates constantemente. Contudo e como é costume no nosso futebolês, quando uma equipa joga mal, não faltam treinadores de bancada a sugerir alterações de jogadores e de táctica, algumas, verdadeiras aberrações e outras com algum sentido mas pouco sólidas.

Há que reconhecer que nem tudo tem funcionado bem no governo e tal como nas empresas quando se cai num ciclo vicioso, há que tomar medidas, que normalmente passam por mudanças ao nível dos decisores. Neste caso, a remodelação para além de um acto de boa gestão, representaria a mudança para um novo ciclo, uma nova esperança para muitos Portugueses e quiçá o sinal que muitos empreendedores e investidores aguardam há tanto tempo.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Passado, Presente e Futuro

Esta coligação está ferida desde o primeiro dia quando aceitou coligar-se com o CDS sem a presença do PS. O CDS é predominantemente um partido populista, tal como o BE ou o PCP, se bem que em campos opostos e defendendo políticas diametralmente opostas, mas sua base de apoio é muito frágil e volátil e por isso muita adverso a medidas impopulares.
 
Com este ponto de partida, o governo até começou bem, apresentando um plano de reformas ambicioso, um caminho para ultrapassar as dificuldades existentes, um compromisso forte relativamente ao cumprimento do memorando da Troika e uma estratégia para reganhar a credibilidade externa, o que o fez, com muito sucesso.
 
Com mais ou menos percalços, o governo foi cumprindo, não seria o facto das primeiras reformas serem da responsabilidade de um Ministro com telhados de vidro, refiro-me a Miguel Relvas e a reformas como o fim dos Governos civis, a fusão/extinção de municipios e freguesias e a reestruturação do sector público de comunicação social, com especial destaque para a “vaca sagrada RTP”.
 
Este para mim foi o segundo erro do governo, a opção Miguel Relvas. Com dossiers tão importantes, esta pasta pedia alguém como Paulo Macedo, intocável, com créditos firmados, e com uma estratégia clara como temos visto na pasta da Saúde.
 
No verão do ano passado, num artigo que escrevi para este blog e a propósito deste tema, terminava a desejar que o período de férias fosse bom conselheiro e que na rentrée, Miguel Relvas já não fizesse parte do governo. Mais um vez o governo confundiu, autoridade, perseverança e linha de rumo, com fragilidade. Demitir Miguel Relvas nunca seria entendido como um sinal de fraqueza , mas sim uma correcção de trajectória, o reforço da autoridade e da coesão do governo e finalmente um sinal importante para Portugueses, mostrando uma forma diferente de fazer política.
 
Como sabemos não foi nada disto que aconteceu, a grande reforma autárquica ficou-se pelo elo mais fraco, as freguesias e no caso da RTP, tudo indica que a montanha pariu um rato.
 
Terceiro erro ou inabilidade, a comunicação. Sabíamos à partida, que a tarefa seria difícil, que a corrida contra o tempo seria um dos factores chave e que qualquer reforma contra-cíclica seria ostracizada e destruída pelos interesses instalados, pelas corporações e finalmente pelas lógicas partidárias.
 
Para o sucesso do programa de ajustamento e consequente reforma das funções do Estado, teria sido importante contar com um PS forte, seguro e cooperante. Convém neste caso, perceber porque é que o PS e António José Seguro, aparentemente fizeram tudo ao contrário. Recordemo-nos, que quando António José Seguro ganha as eleições internas, encontra um partido completamente fragmentado, Soaristas, Alegres, Socratistas e finalmente alguns Seguristas que na falta de uma alternativa melhor, lhe deram a vitória. Ora, é sabido também, que António José Seguro e Pedro Passos Coelho para além de serem da mesma geração, partilham convicções idênticas, tinham um boa relação pessoal e por isso tudo indicava que um ciclo de cooperação entre os dois mais importantes partidos da democracia Portuguesa pudesse ter sido uma realidade.
 
O que é que aconteceu então? Nada fora do habitual, apenas a velha forma de fazer política e porquê?
 
Desta vez a culpa não foi de Pedro Passos Coelho nem do PSD, foi da lógica partidária, que mais uma vez imperou sobre o interesse Nacional. Recordemo-nos que AJS ganhou as eleições não porque fosse o líder desejado, mas porque foi o único que se mostrou disponível e dadas as circunstâncias de partida, qual poderia ser a estratégia para unir o PS e afirmar a liderança ? Vem nos livros, encontrar um denominador comum, um inimigo contra quem todos se identifiquem, elaborar um discurso e uma retórica de ataque por forma a branquear o passado, reciclando assim, muitos dos responsáveis que levaram o País à bancarrota.
 
Perante esta estratégia irresponsável do ponto de vista do interesse Nacional, mas lógica do ponto de vista partidário, quem poderia substituir o PS nesta cooperação tão desejada? Apenas o Presidente da República, mas como também já escrevi, de Cavaco Silva pouco ou nada podemos esperar, pois a interpretação que faz dos poderes que na realidade tem, é minimalista, pequena e confinada à magistratura de influência. O silêncio tem sido o “modus operandis” e a verdadeira função, que era a de obrigar os partidos do arco da governação a um entendimento e à consensualização de um documento estratégico Nacional para a próxima década, tarda e nunca será uma realidade.
 
Com mais ou menos sucesso, passámos com nota positiva a 6ª avaliação da Troika, mas mais do que nunca, chegou o momento crucial para demonstrar aos nossos credores e parceiros internacionais, que Portugal cumpriu, com sangue suor e lágrimas, mas que os resultados estão muito aquém do esperado. Porquê? Porque as condições de partida estavam viciadas, o défice não era de 6% mas de quase 10%, porque a desorçamentação em quase todos os Ministérios era uma prática que uma vez reconhecida representaria grosso modo mais 1% do défice, que o BPN, RTP e Empresas públicas de transportes agravariam o défice, que a previsão quanto ao ambiente macro-económico falhou nomeadamente nos países da Zona Euro, afectando assim as exportações Portuguesas, etc, etc...
 
Portanto e perante estes factos, volto à questão do Presidente da República como um dos pilares da democracia Portuguesa.
 
Não tenho dúvida, de que ficaria na historia e prestaria um enorme serviço ao País e aos Portugueses, se conseguisse obrigar PSD, PS, CDS, UGT, CPP, etc..., a um entendimento, vertendo num documento estratégico para a próxima década, questões como, a revisão do memorando de entendimento, uma política de crescimento económico e emprego, a competitividade, a justiça, a revisão constitucional e finalmente a definição do estado social que o País tem capacidade para suportar.
 
Se bem que esta discussão deveria ser alargada à sociedade Portuguesa, pois trata-se de contratualizar um política para o futuro, a descrição e a reserva durante o processo negocial deveria ser mandatória e só no fim e depois de assinado por todos, deveria ser convocado um referendo, para o legitimar.
 
Só depois deste processo é que os partidos estavam autorizados a voltar à lógica partidária, à demagogia, à mentira e ao ilusionismo.