quinta-feira, 22 de novembro de 2007

24281

Foi este o número de chamadas falsas que o INEM recebeu no espaço de um ano.
Inacreditável.
Mas mais dificil de acreditar é que a maioria dos que ligam para o 112 não são crianças insensatas, mas adultos maquiavélicos (e dementes, cabe acrescentar...!) que chegam ao ponto de descrever ao pormenor situações que não ocorreram, simulando ansiedade e dificultando, desse modo, a tarefa de distinguir uma chamada real de uma falsa.
O "porquê" destes comportamentos, por muito que me tentem explicar, nunca vou conseguir perceber.
Preocupante, é que estas brincadeiras de muitíssimo mau gosto acabam por fazer accionar desnecessariamente dezenas de ambulâncias por dia, podendo provocar dificuldades no socorro a quem verdadeiramente dele necessita.
Simplificando: uma chamada falsa pode custar uma vida...
Vai daí, o Ministério da Saúde resolveu apelar à consciência dos cidadãos e lançar uma pergunta simples:
«E se precisasse de uma ambulância e esta estivesse ocupada numa chamada falsa?»

3 comentários:

cparis disse...

É inacreditável, mas também é angustiante perceber que NADA é feito contra isso (excepto gastar dinheiro em campanhas de marketing, quiça para financiar a próxima campanha).

Dito de outra forma:

1. Qual a penalização criminal que é feito a quem faz uma chamada falsa?

2. Qual o esforço REAL que é feito para identificar o criminoso?

Em Portugal, continuamos a assobiar para o ar, esperando que o civismo desça do céu, esquecendo que os países que possuem o civismo que invejamos, penalizam de forma severa os prevaricadores.

freitas pereira disse...

As revoluções trazem, por vezes, com elas, a liberdade e a democracia. Mas os povos não adquirem por encanto aqueles valores que lhes fizeram falta durante décadas e que ninguém lhes ensinou. Dai que os direitos e os deveres chegam ao alcance de muitos tão brutalmente que muitos, infelizmente ,reivindicam imediatamente os primeiros e desconhecem os segundos. Para recuperar essa lacuna ou se continua em democracia e se fazem esforços para ensinar o tal civismo, ou então é necessário castigar. Creio que os dois se impõem, com abnegação o primeiro, com severidade o segundo.

Tânia Martins disse...

É vergonhoso que ainda não haja consciência moral num país chamado de 1º mundo! É inadmissível que tenham havido 24281 chamadas falsas para o INEM e consequentemente haver vítimas mortais por falta de assistência. A campanha é muito proveitosa no sentido de apelar ao bom senso da sociedade para parar para pensar antes de brincar com a vida dos outros!

O que acho inaceitável, por mais custos que pudesse invocar, é não haver um centro de fiscalização de modo a detectar as chamadas e sancionar este género de atitudes…por vezes a sensibilidade não altera em nada as situações e tem de se optar pelo caminho da autoridade!

Dulce parabéns pelo tema, muito bom!