Termina, amanhã, a saga de "O Independente", cujas páginas fui seguindo, mesmo quando repudiava o jornalismo que por lá se fazia.
Foi, que me lembre, o primeiro projecto português a adoptar um estilo de denúncia e uma linha editorial agressiva, com uns toques (e uns tiques) de Libération.
Às suas mãos foram cruxificados, por exemplo, Cavaco Silva, Miguel Cadilhe e Leonor Beleza (que foi alvo da mais infame e cruel campanha pessoal que vi, em vários anos de atenção à vida política). Neste último caso, sou testemunha da superioridade ética de quem, a bem do País e do seu (nosso) PSD, soube afastar ressentimentos e conviver, na mesma maioria, com a alma mater do atentado pessoal e político de que foi alvo (talvez uma das únicas vezes na vida em que concordei com Mário Soares, que saiu em sua defesa), para além, como é óbvio, do currículo invejável, que deveria nortear muito aspirante a político.
Se, por vezes, se leram bons textos e se soltaram alguns risos com o Indy, globalmente não ficam saudades.
Nota do Autor: fotografia "fanada" em "Entre Mares e Planuras".
3 comentários:
Estou genéricamente de acordo contigo.Também eu me indignei,e muito,com as camapnhas miseráveis desenvolvidas contra Leonor Beleza qie,infelizmente,terão deixado marcas muito profundas quer na pessoa quer na sua imagem.
Concordo que ela deu uma tremenda bofetada de luva branca no "Paulinho das Feiras" que ficará para a história como marca indelével de superioridade moral.
Agora acho que o "Indy",naquilo que tinha de melhor",deixa um espaço em aberto.
Na irreverência,no humor,na qualidade de alguma investigaçaõ jornalistica.
E entre o cinzentão "Expresso",os cada vez mais "oficialistas" DN e Publico,o popularmente desordenado JN e os popularuchos Correio da Manha e 24 Horas,a escolha é cada vez menor,cada vez mais desinteressante.
Depois Falamos
Não deixas de ter razão...
E o pior (irra, que já pareço o Louçã!) é que um reduzido número de grupos económicos começa a concentrar os media e a diminuir o pluralismo informativo.
Nisso, o Indy era mesmo Independente; em muito do restante, era infame.
O Independente morrer, era uma questão de tempo... De qualquer forma, revejo-me (modestamente, claro) aqui: "o primeiro projecto português a adoptar um estilo de denúncia e uma linha editorial agressiva, com uns toques (e uns tiques) de Libération."
Agora é que é ler o Politicopata, à séria...
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