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quarta-feira, 30 de maio de 2012

A outra carta a Ricardo

Meu Caro Amigo:

Cá estou eu de novo, como não podia deixar de ser, a dar seguimento à carta que escrevi antes da gloriosa final de dia 20.

Se na altura me custou encontrar as palavras adequadas, agora modero o verbo para não rebentar de felicidade antes de terminar estas linhas…

Não sei quantos mais anos passarão até ganharmos outra Taça, mas uma certeza já ninguém me tira: se os tiver, posso dizer aos netos que o avô viu a Briosa no Jamor e, ainda por cima, trazendo a “fruteira” de volta a casa!

Confesso que ia com o coração apertado. A mais de o Sporting ter mais argumentos, lendo os jornais desportivos da semana antecedente até parecia que nem valia a pena jogarmos: a vitória estava reservada para as fitas verdes! Até puseram o Cristiano Ronaldo numa capa da véspera, dizendo que apoiava o Sporting. Esperavam o quê?! Que ele apoiasse o árbitro (bem merecia, pois só faltou chutar ele um dos “milhares” de livres que marcou à volta da nossa grande área)?! Que torcesse pelo Dínamo de Tbilisi?! O que me espantaria é que, formado em Alvalade, ele puxasse por nós, pois estaria bêbado, não teria carácter ou indiciaria que a Irina era academista!... Fica por perceber é o que quis o jornal… Espera! Não respondas, que eu digo-te: vender papel a uma multidão de sportinguistas sedentos de um título. Olha, morreram de sede!...

Mais importante que isto é realçar a exibição de gala que a nossa Académica fez. Que entrega, que empenho, que comunhão com os adeptos (que, reconhecerás, não pararam um minuto e foram magníficos, calando a maioria esverdeada), e que solidariedade (jamais esquecerei que, sempre que um adversário passava por um dos nossos, surgiam mais dois ou três “pretos” para lhe “explicar” que o adereço ia para Coimbra, desse por onde desse)! Quanto a ti, enorme Ricardo, fosse eu um tipo presunçoso e diria que leste a “Carta a Ricardo” com dons exegéticos autênticos (ou seja, iguais aos do autor), dado que, como te pedira, foste maior, mais rápido e mais longe e tornaste os leões em gatos de regaço! Foste mesmo “Ricardo Coração de Leão”! Ora, sabendo que o artigo nada mexeu com o talento que já tinhas, fico com a satisfação de ver um amigo consagrado como um dos melhores guarda-redes portugueses, assim mantenhas a mesma confiança em ti próprio!

Éramos mais de vinte colegas de faculdade e amigos e a equipa deu-nos um dia para durar para o resto da vida. À distância segui-vos durante os festejos em Coimbra e creio que, no dia seguinte, ainda vinha “anestesiado”.

Tiro o chapéu ao Pedro Emanuel que trabalhou convosco para que todos fossemos felizes (ao invés do outro treinador que deve ter achado que bastavam as camisolas) e ao Presidente que manteve a fé no primeiro (foi feliz na teimosia, mas lá está: a sorte protege os audazes!).

Agora, é desfrutarem com alegria e humildade a odisseia europeia e ocuparem o tal lugar na história de que te falava.

Aqui vai mais um abraço “africano” com eterna gratidão!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Carta a Ricardo

Meu Caro Amigo:

Espero que me perdoes a ousadia deste formato, mas foi a forma mais pessoal que arranjei de falar desse momento épico que vamos viver no Jamor – a maioria de nós fora do relvado e tu lá dentro, com o que julgo ser uma subida honra de representar a Académica numa final da Taça.

Antes de mais, deixa-me aproveitar estas linhas para dar a mão à palmatória, numa questão que, por ser directiva, sei que está fora do teu âmbito opinativo: se fui dos que critiquei a (tradicional) teimosia do nosso Presidente, sou o primeiro a dar a mão à palmatória, reconhecendo que – apesar dos riscos, que me pareceram excessivos – tudo acabou bem na luta pela manutenção. Aliás, acabou mais do que bem! Esta de irmos às competições europeias é um pacote de cerejas inteirinho, em cima do bolo da permanência na I Liga.

Falando do jogo, eu que sou pródigo em palavras ditas e escritas, sinto-me analfabeto quando toca a explicar o que sinto por ir assistir ao jogo que, desde pequeno (disse-o e escrevi-o bastas vezes), sempre quis ver a Briosa jogar!

Lembro-me das vezes que era levado pelo vizinho de cima, Dr. Manuel Cunha (que já não poderá partilhar connosco esta ocasião), a ver o então Clube Académico de Coimbra (mercê da idiota decisão da “esquerdalha” e anarcas que, durante uns tempos, se apoderaram da A.A.C., casa que deveria ser de todos) em Águeda, na Guarda e por aí fora – hábito que retive, ora à boleia (quando estudante), ora no meu carro e com amigos, depois.

Recordo com saudade as “batalhas” com o célebre União de Coimbra…

Foi também por essa altura que aprendi as histórias sobre as finais históricas, sobre os jogos memoráveis, sobre os jogadores inesquecíveis, sobre as capas negras, sobre os estudantes… Enfim, sobre a imensa Académica e sobre a sua relação íntima com Coimbra e a Universidade!

E quando comecei a ir sozinho aos jogos – ora entrava de graça, ora me esgueirava entre as largas grades (na verdade, eu é que era magro, nessa altura) do velho Municipal – ficou-me na memória o “puxão de orelhas” da nossa querida Carmo por ter estado uns tempos sem pagar quotas (mal sabia ela que eu ia aos jogos na mesma…), tendo-me dito que, à segunda, perderia o número de sócio… Nem sei se tinha 16 anos, mas ainda me lembro.

Por isso, caro Ricardo, aproveitando para te saudar pelas tuas magníficas e providenciais exibições dos últimos tempos e sendo que (mantendo-se o critério e a prudência) será provável que estejas entre os nossos postes, ouso pedir-te o possível e o impossível… Quando a bola for alta, sê maior do que eles! Quando ela for rápida, supera a velocidade dos felinos! Quando for longe, cresce ainda mais e dá-lhe uma palmada! E, se tivermos que ir ao desempate por grandes penalidades, conquista o teu lugar na história! Qual Ricardo I, de Inglaterra, qual quê! Tu serás o verdadeiro “Ricardo Coração de Leão” e os outros serão felinos esverdeados!

Depois, o Valente, o Marinho, o Édinho ou até tu que marquem com o pé, com a cabeça, com as costelas, com o que lhes apetecer! Está na hora de trazer a Taça de regresso a casa!!!

Aceita um abraço do teu amigo grato, Gonçalo Capitão.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Ambição & ignorância


Em primeiro lugar, a final de 69 jogou-se em ditadura e o protesto foi feito no Jamor, pois seria uma forma d...e evitar a repressão. De tal modo isto foi compreendido, que o próprio adversário de então(Benfica) entrou em campo mostrando evidentes sinais de respeito para com a VERDADEIRA crise que se vivia na academia coimbrã.

Em segundo lugar, "fecharia os olhos" ao aproveitamento da festa do futebol se os estudantes e a sua direcção associativa tivessem, como no meu tempo e ainda mais em tempos anteriores, o hábito de vestir a sua capa e a sua batina e irem apoiar a Briosa (não só não vestem, como são raros os que vão aos jogos, mesmo quando os bilhetes custam cinco euros). Ao invés, o que vejo muito nesta juventude agora tão civicamente activa é muitos cachecóis do Benfica, Sporting e Porto (num ou noutro caso com o traje académico, o que, quando eu estudava, valeria um valente "rapanço").

As asneiras que não causa a ambição de alguns aspirantes a políticos ou agentes provocadores...

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Vou nas asas de um sonho

Volto ao vosso convívio com um título emprestado pelos Santamaria (não sei o que vem mais a calhar: se o título da música, se o nome do grupo), para descrever o sentimento com que encaro o meu encontro próximo com a Lufthansa.

De facto, quando entrar naquele “A380” mais do que Lisboa, só queria que ele me deixasse logo em Santa Maria da Feira, para que o jogo de dia 7 com a Oliveirense chegasse mais depressa. É uma vida a sonhar ver a Briosa no Jamor e, se possível, trazer a Taça de regresso a casa!... Já chega de andar por maus caminhos, desde 1939…

E quem puder, deve ir por muitas razões. Comecemos pela psicologia invertida: não serve de desculpa não se apreciar este ou aquele dirigente. Seguramente eu não faria as mesmas listas que o actual Presidente apresentou (mormente em um ou dos casos), mas a escolha é sempre do candidato e a eleição foi democrática. Estou, aliás, certo de que muitos associados jamais me teriam escolhido para a Direcção e, no entanto, sempre senti apoio do Eng. Simões e o maior respeito por parte dos associados.

A paixão pela Académica deve ser isso mesmo: uma paixão pela nossa Associação e pelo seu historial, acreditando sempre que o pior dos academistas é melhor que o mais excelso sócio de qualquer clube que se nos oponha. Relembrarei por isso o antigo amigo (daqueles com quem muito se viveu e de quem jamais se espera semelhante estupidez) que demorava em aceitar a minha amizade no “Facebook” e que, quando indaguei sobre aquilo que julgava ser uma distracção, me disse a relutância se devia ao facto de ter apoiado José Eduardo Simões. Em bom rigor, amizade desta não faz falta e associados assim não são verdadeiros academistas (parece que o dito cidadão entregou o cartão de associado). Para mim a Académica suplantará sempre qualquer pessoa que a sirva.

As razões positivas para estar em Santa Maria da Feira e, assim espero, no Jamor são mais e conhecidas. Desde logo, quem nasceu em Coimbra, por aí passou ou aí está sabe bem que temos na Académica uma bandeira de que podemos orgulhar-nos, a par dos nossos Hospitais e das nossas escolas e Universidade. Assim a Autarquia venha a juntar-se ao pelotão da frente da promoção da Cidade, tão cedo quanto possível.

Depois, para quem, como eu, andou pelos bancos de uma das nossas faculdades, por muito que os tempos mudem (mudam no futebol, como mudam na Universidade, sobretudo ao nível da tradição), será sempre clara e mais do que onomástica a ligação entre a Académica, a Academia e a Universidade (sendo que aqui, a primeira e a terceira instituições podiam fazer um pouco mais para estreitar laços).

Em terceiro lugar, quem vá a uma Assembleia-Geral da AAC/OAF cedo percebe a elevação de 99% dos participantes e a forma diferente que os seus associados têm de estar na vida e o “fair-play” com que encaram o desporto e a diversidade de opinião.

Em quarto lugar, a Académica tem uma claque com toques de genialidade, com raríssima propensão para o disparate e que tem uma lealdade que, por vezes, parece suplantar a de algumas pessoas que a deveriam ter por dever de ofício. Jamais ouvi a Mancha Negra vaiar os seus “rapazes”, ao invés de apoiantes de chamados grandes que, ao menor revés, enxovalham os atletas e ameaçam os dirigentes.

Por último, só me lembro de lhe recomendar a ida ao jogo pelo simples mas puro facto de adorar a Académica!...

sábado, 29 de janeiro de 2011

A Taça de regresso a Casa

Se a Académica eliminar o Vitória de Guimarães, na manhã seguinte marco uma passagem de avião. A final do Jamor seria o jogo de uma vida...
Acresce que, tendo a Briosa vencido a primeira edição (1939), está na altura de a Taça voltar a casa, pois já anda há anos demais em vitrinas pouco recomendáveis...