terça-feira, 28 de julho de 2009

Não cobiçarás a mulher do próximo

"[Joana Amaral Dias] deveria já ter vindo a público esclarecer tudo o que há para esclarecer (...) Não o ter feito ainda, com o avolumar de suspeitas dos últimos dias, está tornar o seu silêncio ensurdecedor"
[Editorial da edição de hoje do Diário de Notícias]

O mesmo PS que aprovou a Lei da Paridade é o mesmo PS que anda por aí a bajular as mulheres dos outros*, tal é o desespero. E bem à semelhança dos relacionamentos amorosos, um affair nem sempre corre bem, arrisca-se a ser desvendado em menos de nada e depois, depois é o filme de sempre, o traído a pedir explicações, o amante a negar que cortejou a moça, a moça a encolher-se perante tamanha vergonha.

Joana Amaral Dias já se havia aproximado da facção socialista em tempos idos, uma vez mandatária da candidatura presidencial de Mário Soares. Louçã não terá gostado e o certo é que três anos depois afastou-a da direcção do Bloco. E vai daí José Sócrates pensou que era uma óptima oportunidade para galantear a ex-deputada bloquista. Parece que levou um não, mas na lei do bom senso e da sensibilidade partidária a tentativa também é punível.

Já dizia o décimo mandamento do Velho Testamento qualquer coisa como «não cobiçarás a mulher do teu próximo», mas Sócrates parece mais dado às filosofias que à religião e moral. Não obstante, a lição serve para os dois, já que a tentação só se tornou mais irresistível porque Louçã menosprezou uma militante de calibre, tornando-a assim mais cobiçável aos olhos dos outros.


* deixo à V. consideração a inclusão neste epíteto de Miguel Vale de Almeida, defensor LGBT outrora ligado ao Bloco e hoje candidato à AR nas listas do PS ;

3 comentários:

luis cirilo disse...

Já tive oportunidade de escrever sobre o tema no meu blog.
Na altura teorizando sobre quem mentia; se Sócrates se Louçã.
Hoje,com o passar do tempo,entendo como cada vez mais estranho o silêncio de Joana Amaral Dias.
E admito,em teoria,que seja ela própria a responsável por tudo isto.
Eventualmente fazendo-se convidada,quem sabe se para se auto valorizar,quando nunca o teria sido.
Uma coisa é certa:
Com estes três protagonistas (Socrates/Louçã/Joana) qualquer hipótese é possivel.
É uma espécie de totobola político.

Gonçalo Capitão disse...

No fundo, trata-se da política-espectáculo em todo o seu esplendor.
Importa ter caras conhecidas e dar aos "sócios" os supostos craques.
Pelos vistos, o PS não cobriu a cláusula de rescisão de JAD... Teremos todos um preço?
O PS poderá agora repetir o slogan que o Bloco inventou quando ela apoiou o Dr. Soares: "já não temos fantasias com a Joana Amaral Dias"...

Dulce disse...

bem lembrado! :)
Por falar em caras conhecidas, que dizer de Inês de Medeiros?
A artista há anos que vive fora de Portugal e agora vai passar a debater o país na AR...
Um dia destes ainda alguém se lembra de ir buscar a Maria João Pires que repentinamente dir-se-á apaixonada e aplicada a Portugal!!!