Sou do PSD e, como nos casamentos, nos partidos há deveres de lealdade (adoro estes silêncios que ferem os ouvidos...).
No entanto, limito-me a sublinhar que, independentemente da inclinação canhota da sua participação cívica, não me parece dispicienda a plêiade de figuras gradas da cidade que subscrevem a "reencarnação" cultural, como, por exemplo, Abílio Hernandez (ex-Comissário de "Coimbra Capital da Cultura"), António Arnaut (que, depois do Serviço Nacional de Saúde, vê o "serviço municipal" de Cultura em apuros), António Marinho Pinto (porque o circo também é arte...), Joana Amaral Dias, Joaquim Gomes Canotilho e Reis Torgal, num total, à data de hoje, de 1.143 subscritores (um número "nacionalista", diria eu).
O que parece ainda menos de deixar passar em claro é a reacção de um partisan do meu partido, de seu nome Marcelo Nuno Pereira, vereador do ora visado Carlos Encarnação, que afirmou (segundo o blog que, por seu turno, cita o jornal "Campeão das Províncias") que "há um conjunto de pessoas que se considera a elite, acha que sabe mais que os outros e consegue ter acesso a mecanismos de pressão, organizando conferências, debates, escrevendo artigos e promovendo abaixo-assinados”.
E nem é que não seja "bonito" ver o dr. Marcelo Pereira a continuar a cumprir diligentemente a sua função de "polícia de choque", mas me parece que talvez fosse de escolher para arauto alguém que, na volta do correio, respondesse com pergaminhos ou ideias de Cultura...
E mais não digo, porque mesmo que não gostemos de um "primo", ele não deixa de ser da "família" (partidária, entenda-se)... Para além disso, o dr. Marcelo Pereira é vereador e eu não, o que faz supor que esteja bem mais habilitado, inclusive na área da Cultura, onde, por certo, um dia fará história (juro que não estou a sorrir!!!).
4 comentários:
Quando a fonte pública seca até o mar potuguês tem sede.
A luta para a Câmara de Coimbra está na rua.
Quem oito anos de marasmo deu à cidade, quatro anos parecem um justo período de nojo para voltar à carga. Nem que seja pela cultura.
Que Cidade!!!
É curioso que ainda há dias comentava com um gestor/programador cultural que Coimbra não tem um rumo no que respeita à Cultura.
Mesmo para quem não tem grande ligação à cidade (como era o caso de ambos) a coisa é tão flagrante que nem aos olhos dos forasteiros escapa.
Tal falha torna-se mais grave quando estamos a falar de uma capital de distrito, principal cidade da região Centro do país, símbolo ímpar da cultura portuguesa, outrora Capital da Cultura, cidade de estudantes e berço de tão nobres portugueses (Torga, por exemplo).
PS - gostei do "porque o circo também é arte" ;) lol
Não tendo nada com isso,não conhecendo a realidade cultural de Coimbra (embora lá vá,a Coimbra,com bastante frequência)e não podendo portanto avaliar de que lado está a razão uma coisa sei:
Sempre me fez muita impressão a forma como a esquerda gosta de se apropriar da cultura.
Na velha dicotomia esquerda=cultura e direita = ignorância , as chamadas élites culturais sempre tiveram uma visão sectária e pouco culta da actuação do poder autárquico ou governos quando não são da sua cor politica.
E por isso,e até porque nunca vi essas elites culturais resolverem problemas de especie nenhuma,olho sempre para essas questões com alguma prudência.
Porque como cidadão contribuinte estou farto de ajudar a pagar filmes que ningûém vê,peças de teatro sem espectadores ou livros que ninguém lê.
Repito;Não sei o que se passa em Coimbra.
Sei que a piada do circo é divina.
Pois, Luís...
Então espero que possas mover a influência, pelo menos, consultiva que terás sobre o Primeiro-Ministro Menezes para que o nosso partido deixe de ser alarve nos termos e fuínha no orçamento, quando chegar à parte da Cultura.
Tirando o consulado de Santana Lopes - que é um "protagonista" por excelência - jamais soubemos dotar a Cultura de meios suficientes para que seja democrática.
Acabar com a subsidio-dependência não é sinónimo de asfixiar a Cultura.
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