quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Lei do Tabaco: expliquem-me como se eu fosse uma criança de 4 anos

Enquanto não fumadora, congratulei-me pela medida.
Enquanto cidadã, admirei a coragem do Governo.
E enquanto ser humano, reconheci a força de vontade de alguns portugueses em pôr fim ao vício do tabaco, agora que a isso são impelidos.
Mas nem um mês volvido desde a tão ansiada mudança, deparo-me com uma inversão de marcha que compromete a seriedade do legislador e volta a comprometer a saúde (e a sanidade mental) deste país.

Já nem me refiro às excepções nos casinos, nas discotecas, nos estádios, nas praças de touros e sei lá que mais.

Um dia destes entrei num café que ostentava à porta o tal dístico vermelho e, uma vez lá dentro, deparo-me com um amontoado de gente nas últimas três mesinhas, a fumarem quais chaminés. Para gáudio daqueles e espanto dos demais, naquelas mesas encontrava-se uma singela plaquinha azul, a permitir tal excepção.

Alguém que faça o obséquio de me explicar isto?

3 comentários:

freitas pereira disse...

Dear Dulce: Explicar ?
O homem razoável adapta-se ao mundo. O homem não razoável procura sempre adaptar o
mundo a ele mesmo. Por conseguinte, chegamos a esta situação incrível que todo progresso depende do homem que não é razoável!
E como sabe, a educação cívica é um progresso social. A educação não é uma preparação para a vida, a educação é a vida mesmo. Vamos lá explicar isso a uns tantos no nosso mundo...

Dulce disse...

Caro Freitas Pereira,

Sem dúvida que a falta de civismo dos portugueses é inegável, mas aqui também pecam os responsáveis pela nova lei, que prometiam uma mudança radical nesta matéria e acabaram por elaborar uma lei onde a excepção é a regra.

freitas pereira disse...

Cara Dulce Alves

Tem carradas de razão ! Mas na política é quase uma regra de deixar algumas aberturas (excepção) que podem trazer benefícios àqueles que as deixam! A arte de agradar a Gregos e Troianos é antiga, mas tem um objectivo.
Este ditado que diz “que não há regra sem excepção” serviu sempre. E é um ditado interessante , se bem que difícil a utilizar.
Curiosamente, sempre me interessei à arte consumada daqueles que “jogam” com esse ditado.
Torturou-me o espirito durante anos e procurei bani-lo da minha linguagem. Mas ele tem tantos adeptos que me encontro frequentemente na sua presença. Também não tive a coragem suficiente para o esquecer completamente. Mas em definitivo, sim ou não, a excepção confirma a regra?
“A partir de hoje, ninguém mais fuma”! Mas alguém continua a fumar! Voilà a excepção que confirma a regra! Maldito provérbio!
Se a regra indica que ninguém fuma, porquê considerar que necessita uma excepção para existir, e vem esta realmente confirmà-la?
Não se deve antes pensar que esta excepção vem infirmar a regra?
Mas o dicionário diz “
“A excepção confirma a regra, isto é a excepção, ao manifestar a regra, constata-a” . Abstruso!
Eu traduzi:- a excepção faz-nos gentilmente observar que existe uma regra! Nada mais ?
Seria pois que é a excepção que confirma a regra ?
Este provérbio na sua formulação alimenta a confusão. A excepção não confirma a regra mas prova a sua existência. A escolha do verbo “confirmar” não facilita a compreensão e enceta a interpretação do provérbio.
“ E a excepção que prova a regra “seria talvez mais eficaz. Há excepção ? a regra existe !

Cara Dulce Alves : e se só houver excepções, finalmente ?
Muito fácil : é isso a regra !


Este dialogo, quase palavra por palavra, foi o que eu tive na minha vida profissional, no dia em que fui obrigado de aplicar a lei EVIN, do nome do Ministro da Saúde Francês, proibindo totalmente de fumar, na empresa de 300 pessoas, que dirigi durante quinze anos, em França, onde vivo há 50 anos.
Os meus interlocutores eram os sindicatos.

Claro que não fumando eu mesmo, fui obrigado a compreender aqueles que trabalhavam num escritório de duas pessoas, dos quais um “sofria” o fumo do outro! Apliquei a lei severamente.
Com muitas discussões à volta dos “direitos” daqueles que não podiam deixar de fumar. Fui obrigado pela lei, a criar um espaço “fumador”, num local arejado, para estes “doentes”!
Era a excepção...que provava a existência da ...regra!

Cumprimentos
Freitas Pereira

(PS) Prometo de não voltar a recomeçar, num Domingo, com comentários tão complicados. Não costumo! Isto foi só uma excepção...




























Cara Dulce Alves

Tem carradas de razão ! Mas na política é quase uma regra de deixar algumas aberturas (excepção) que podem trazer benefícios àqueles que as deixam! A arte de agradar a Gregos e Troianos é antiga, mas tem um objectivo.
Este ditado que diz “que não há regra sem excepção” serviu sempre. E é um ditado interessante , se bem que difícil a utilizar.
Curiosamente, sempre me interessei à arte consumada daqueles que “jogam” com esse ditado.
Torturou-me o espirito durante anos e procurei bani-lo da minha linguagem. Mas ele tem tantos adeptos que me encontro frequentemente na sua presença. Também não tive a coragem suficiente para o esquecer completamente. Mas em definitivo, sim ou não, a excepção confirma a regra?
“A partir de hoje, ninguém mais fuma”! Mas alguém continua a fumar! Voilà a excepção que confirma a regra! Maldito provérbio!
Se a regra indica que ninguém fuma, porquê considerar que necessita uma excepção para existir, e vem esta realmente confirmà-la?
Não se deve antes pensar que esta excepção vem infirmar a regra?
Mas o dicionário diz “
“A excepção confirma a regra, isto é a excepção, ao manifestar a regra, constata-a” . Abstruso!
Eu traduzi:- a excepção faz-nos gentilmente observar que existe uma regra! Nada mais ?
Seria pois que é a excepção que confirma a regra ?
Este provérbio na sua formulação alimenta a confusão. A excepção não confirma a regra mas prova a sua existência. A escolha do verbo “confirmar” não facilita a compreensão e enceta a interpretação do provérbio.
“ E a excepção que prova a regra “seria talvez mais eficaz. Há excepção ? a regra existe !

Cara Dulce Alves : e se só houver excepções, finalmente ?
Muito fácil : é isso a regra !


Este dialogo, quase palavra por palavra, foi o que eu tive na minha vida profissional, no dia em que fui obrigado de aplicar a lei EVIN, do nome do Ministro da Saúde Francês, proibindo totalmente de fumar, na empresa de 300 pessoas, que dirigi durante quinze anos, em França, onde vivo há 50 anos.
Os meus interlocutores eram os sindicatos.

Claro que não fumando eu mesmo, fui obrigado a compreender aqueles que trabalhavam num escritório de duas pessoas, dos quais um “sofria” o fumo do outro! Apliquei a lei severamente.
Com muitas discussões à volta dos “direitos” daqueles que não podiam deixar de fumar. Fui obrigado pela lei, a criar um espaço “fumador”, num local arejado, para estes “doentes”!
Era a excepção...que provava a existência da ...regra!

Cumprimentos
Freitas Pereira

(PS) Prometo de não voltar a recomeçar, num Domingo, com comentários tão complicados. Não costumo! Isto foi só uma excepção...