quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Teóricos de Real Valor II

"A combinação do anticomunismo e do nacionalismo tradicional recorda a ideologia de partidos ditos "revolucionários de direita" que procuram na esquerda os seus valores sociais e na direita os seus valores políticos."

in O ópio dos Intelectuais, Reymond Aron

(posso mandar uma posta de pescada? Esqueçam o Pacheco Pereira)
Pronto, está lançada a acendalha política

2 comentários:

Gonçalo Capitão disse...

Bem... De real valor és tu! ;) Imagino daqui a uns anos, se essa ironia letal continuar a evoluir... :)

Raymond Aron é um autor que muito aprecio e acredita que esta citação me causa alguma auto-avaliação.

Considero que tenho um pouco destes sintomas, embora sem a presunção de me achar um intelectual...

freitas pereira disse...

Chers Tânia e Gonçalo :


Somos muitos a apreciar Raymond Aron!

Foi ele que escreveu : »

A vida e a morte do presidente Allende obrigam igualmente ao respeito. Até ao fim, fiel ao seu sermão constitucional, ele não renunciou ao seu projecto socialista nem suprimiu as liberdades. Foi finalmente o Exército, e não a coligação de esquerda, que proclamou o estado de sitio e suspendeu o funcionamento duma democracia que durante muito tempo era dada como exemplo aos países da América Latina.
Se a qualidade das almas podiam substituir-se à qualidade das ideias, se um Chefe de Estado não fosse responsável que das suas intenções, a historia do Chile deveria escrever-se em preto e branco: os demónios em armas derrubaram a virtude do poder”

Espero, Caro Gonçalo, que não vai ficar ofuscado ou que a sua modéstia não vai sofrer, mas se bem que o conheça pouco, acho realmente que certos clarões iluminam o seu discurso anti-convencional.

De Raymond Aron recordo uma frase curta : “Le choix en politique n'est pas entre le bien et le mal, mais entre le préférable et le détestable.», o que o levou talvez a apoiar Pétain durante um momento.

Se tiver a oportunidade seria interessante de ler “Le Marxisme selon Marx” de notre ami Raymond Aron e de ler em seguida “Karl Marx”, dum outro autor , Judeu como ele, Jacques Attali. Três Judeus à volta duma filosofia falida, que alguns querem reabilitar hoje.