terça-feira, 4 de dezembro de 2007

In Memoriam

19 Julho 1934 - 4 Dezembro 1980

Se por vezes cabe dizer que “só faz falta quem cá está”, quando se pensa em Francisco Sá Carneiro essa teoria não faz qualquer sentido.
O revolucionário Sá Carneiro, o fundador da direita democrática, o carismático líder, o herói romântico que desafiou os preconceitos da sociedade em que vivia, muitíssima falta faz na construção deste Portugal Maior.
Resta-nos continuar (ano após ano) a recordar o homem de fortes convicções que foi, e claro, tomar-lhe o exemplo.

6 comentários:

Gonçalo Capitão disse...

Acho bonito que Sá Carneiro seja evocado por quem nasceu depois da sua morte (eu próprio era uma criança, à data); mostra bem o político que foi.

A mais do que era fruto da época (a linha algo "socializante") e que até pode recobrar actualidade, se persistirmos em tolerar todos os excessos do mercado livre, a sua luta pela liberdade, designadamente no sistema político e nos media foi e é exemplar.

Seria bom que as lideranças contemporâneas, a mais das merecidas vénias anuais, praticassem mais do seu humanismo, que tanta falta faz no cruel mundo hodierno.

Um último dito: enoja-me que a corrupta política portuguesa tenha deixado prescrever o mais óbvio dos atentados. Enjoa-me que o manufactor da bomba o tenha confessado depois e permaneça impune. País de opereta!...

Marta Rocha disse...

Uma frase:
"Não é no centro do poder, não é na corte, que se traçam os destinos do País. Não é aí que se vivem os verdadeiros problemas do País. No contacto com os militantes, a responsabilidade tranquilizadora deve ser a norma de qualquer partido democrático e, sobretudo, dum partido social-democrata.”

Francisco Castelo Branco disse...

Devemos a Sá Carneiro aquilo que a democracia portuguesa é!

luis cirilo disse...

Cara Dulce:
Estou de acordo com o seu post,embora discorde de uma frase.
Não considero que FSC tenha sido o fundador da direita democrática.
O pensamento politico de FSC é o de um genuino social democrata,um homem de centro esquerda que foi o espaço politico onde posicionou o PSD.
Se outros o deixaram derivar para a direita isso não pode,como é óbvio,ser retroactivamente assacado a FSC.
Poucos anos após a sua morte,uma editora ligada ao partido de que já não me lembro o nome,publicou em sete volumes o pensamento politico de FSC.
Textos de opinião,artigos de jornal,reflexões e entrevistas.
Guardo-os religiosamente,de vez em quando releio este ou aquele capitulo,e bem andaria o PSD em reeditar esses volumes.
Porque são o legado ideológico do nosso fundador e,além disso,há tanta coisa que se mantém actual que bem vale a pena ler.

Gonçalo Capitão disse...

Luís

Concordo com a nota ideológica que fizeste à Dulce. Confesso que me escapou essa parte, pois também subscrevo o que dizes.

Do que já discordo é de não teres um telefone ligado na 2ª feira quando eu e a Marta fomos a Guimarães e queriamos cravar-te um café. Ainda por cima ganhaste...

Dulce disse...

Marta,

nesse sentido, transcrevi há dias aqui para o blog algumas palavras de um jovem escritor (G. M. Tavares) que alerta para o mesmo que a tua oportuna frase.

Francisco,

Devemos muito mais a Sá Carneiro, mormente, os valores por que soube pautar nobremente a sua actividade política: proficiência, frontalidade, convicção, arrojo, etc. etc.

Marta e Francisco,

Tive ontem conhecimento que o ‘nosso’ Tiago, sobrinho-neto de Sá Carneiro, continua a dar provas da sua militância, desta feita, candidatando-se em lista única à Associação Académia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Já diz o povo que “quem sai aos seus, não degenera”.


Gonçalo,

partilho contigo a revolta por um crime desta seriedade ter ludibriado a nossa ineficiente e burocrática Justiça.


Luís e Gonçalo,

Reconheço que talvez não seja a referência mais correcta a Sá Carneiro, mas alguns assim o consideram, como é o caso de Pulido Valente.

Inequívoco, é que foi um dos ‘pais fundadores’ do regime democrático saído do 25 de Abril e que, apesar da sua prematura morte, marcou de forma indelével o nosso país.