quarta-feira, 29 de novembro de 2006

A f(r)esta da música

A nossa cultura vai de vento em proa; ou seja, isto não corre nada bem…
Depois do fim das capitais nacionais da cultura e da desorçamentação brutal, temos o fim da “Festa da Música”, que ocorria, anualmente, no Centro Cultural de Belém. Basta recordar o último evento para perceber que era um êxito e uma aposta ganha na “democratização” da música clássica. Porém, a espada de Dâmocles pendia há muito, e caiu agora, pelas razões do costume: cortes orçamentais.

Isto já não falando no calvário que vai ser quando, ao fim dos dez anos (creio eu) contratualizados, o Estado for chamado a dizer se compra ou não a Colecção Berardo, visto que se antevêem valores exorbitantes. Se os ciclos se mantiverem, será o PSD a descalçar a bota (o que nem é tão injusto quanto isso, já que, em matéria cultural, também tem incontáveis culpas no cartório)...
O problema preocupa-me mais quando penso que é pela cultura que Portugal poderá manter a sua individualidade na torrente da globalização, como tenho escrito.

2 comentários:

Anónimo disse...

De facto temos assistido a diversos cortes orçamentais nos últimos anos... na cultura, na educação, na saúde, etc... isto é, onde realmente não devíamos cortar!!! Esta é a postura do nosso governo com a bênção do Sr. Presidente da República (como foi evidente na entrevista SIC - que eu não vi, tendo em conta “o prato alternativo” da RTP)...

Julgo que a teoria de "apertar o cinto" é sem margem para dúvidas a melhor forma de contenção orçamental para a economia de um país... mas a meu ver, esse "apertar" deve ser só nas "extravagâncias", o que na realidade não se verifica...

Caso contrário, não seria normal um ministro anunciar apoio total à demolição de um prédio de 13 andares em Viana do Castelo…

Contenção Sim, mas só nas extravagâncias meus Caros…

Gonçalo Capitão disse...

CAro Amigo,

Como sabes, sempre fui (e sou) do PSD.

Porém, na cultura, entendo que a folha de serviços do PSD não é muito mais brilhante do que a do PS...

Os dois consulados mais mediáticos (Santana e Carrilho) foram de tal modo personalizados que podemos dizer que a política morreu com a saída do político.

Mesmo quando se escolhe um nome de alto gabarito (penso em Pedro Roseta), suspeito que se recrutam os ministros da cultura pela sua "pacatez", para que não "chorem" à mesa do orçamento.

Havia de ser comigo... :)