A propósito do aborto (tema a que voltarei, sem dúvida alguma), ouvi um bizarro argumento (e ela lá tem de outro tipo?!...) da parte da eurodeputada Edite Estrela: querendo defender o "sim" à despenalização/descriminalização, argumentou que só os países menos desenvolvidos (por exemplo, em matéria de literacia) ainda penalizam a interrupção voluntária da gravidez.
Ora bem, eu que até sou favorável ao sim, pergunto-me se, presumindo que a ex-edil de Sintra fez a comparação no âmbito dos países ditos ocidentais, o debate mais actual não é o do relativismo excessivo, da falta de uma pauta de valores de convivência.
Ou seja, é o mesmo mundo que liberaliza os comportamentos que hoje se debate com a pedofília, com o tráfico de pessoas e de ógãos, com a toxicodependência crescente e até com o individualismo que torna o outro num objecto susceptível de posse...
Diria que, indo pela lógica civilizacional, quem defenda o "sim" deveria estar calado, dada a deriva ética de que falei.
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