quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Falar em grande

"O Diabo passou ontem por aqui, este lugar ainda cheira a enxofre".
Hugo Chavez sobre George W. Bush, na Assembleia Geral da ONU.
Fonte: edição on-line do DN (hoje).

12 comentários:

Rui Miguel Ribeiro disse...

Mais um que devia estar internado e metido numa camisa de forças. Não lhe auguro (nem lhe desejo) grande fim.

Rui Miguel Ribeiro disse...

Também poderia estar a falar do Ahmadinejad!!!
E se alguém disser algo de semelhante amanhã, estará a referir-se a:
a) Hugo Chávez
b) José Sócrates
c) ao Demo propriamente dito?

Luis Cirilo disse...

Eu já não tinha grande opinião deste sujeito,mas depois dos elogios que Mario Soares lhe fez recentemente no "Prós e Contras " percebi que era um caso perdido.
Hoje do mais vulgar idiota ao presidente de uma grande nação como a Venezuela (também ele um idiota) dizer mal da América e de George W Bush é o que está a dar.
Na Europa,embora com outra sofisticação,também há muito disso.
Claro que quando as castanhas chegam ao lume,como em 14-18 ou 39-45,tem de ser os americanos a virem apagar os incêndios.`´E a velha questão do combate ao terrorismo: com palavras todos o combatem,onde tem de haver perda de vidas lá vão os americanos eo singleses á cabeça.
São as hipocrisias dos tempos que correm.
Por isso fui,sou e serei sempre pró americano.
Com w.Bush,com Clinton,com bush,com Reagan,com Carter,Com ford,com Nixon,com Johnson,com Kennedy,com Eisenhower.
Ou seja com todos os presidentes desde o actual até ao que presidia no tempo remoto em que nasci.
Porque gostando mais de um ou de outro,como é normal,todos encarnam os valores profundos da democracia americana.
De que gosto muito !

Rui Miguel Ribeiro disse...

Hélder: o meu 2º post era uma piada. Nunca colocaria o José Sócrates no mesmo saco que o Chávez ou ou o Ahmadinejad.
Quanto aos EUA e ao Reino Unido, subscrevo o Luís a 100%.
Só uma nota quanto às humilhações: a Alemanha pode ter sido humilhada em Versailles, mas a vingança serve-se fria - veio a 14 de Junho de 1940 quando a Wehrmacht marchou pelos Champs Elysées e passou sob o Arco do Triunfo. Isto não significa, como é óbvio, que o regime alemão da época não fosse abominável.

Luis Cirilo disse...

Caros Helder e Rui (Desculpa la Gonçalo mas tomamos de assalto, numa autentica "blitzkrieg", o vosso blog): pelo que leio parece que partilhamos de uma "simpatia" comum pelo mais "abjecto" dos povos da Europa que são os franceses !
Desde Napoleão (e curiosamente não gostavam dele,era o ..."corso") que não ganham uma unica guerra.
As duas guerras mundiais,a indochina,a argélia,sempre a levarem no corpo e sempre com umas peneiras do tamanho do mundo.
Narra a história a birra do francês mais tipico de França (Charles de Gaulle) a proposito da entrada dos Aliados em Paris em 1944.
Os americanos e ingleses tinham desembarcado na Normandia,avançaram até Paris a duras penas,com uma participação quase simbólica dos franceses,mas na hora dos louros,qual Laurentino Dias ,lá apareceram de fato novo e cabelinho bem penteado a exigirem lugar na primeira fila.
É por isso que não deixo de achar alguma piada a todos estes incidentes ,nos suburbios de Paris, com arabes e descenfdentes de arabes.
Os franceses,reis do politicamente correcto e desde De Gaulle (vá-se lá saber porque) lideres do anti americanismo na Europa Ocidental,vão ser os primeiros a ter de resolver o problema do fundamentalismo islâmico dentro de portas.
E como não imagino Chirac a resolver o problema ,á "Zidane" ,frente a Ahmadinejad,haverá sempre uma 82ª divisão aerotransportada para lhes vir tirar as castanhas do lume quando for preciso.
E vai ser preciso !

Gonçalo Capitão disse...

Luís, Rui e Helder:

Antes de mais, agradeço o interessantíssimo debate que geraram neste post, que, já em si, é uma homenagem ao espírito que queriamos no "lodo".

Depois, uma anotação: não sei se repararam, mas, um dia depois, Chavez foi dar dinheiro dos lucros do petróleo aos pobres de Nova Iorque. Na altura, comparou Bush a John Wayne e chamou-lhe "alcóolico" e "doente" (mental).

Chavez sabe bem o que está a fazer com a sua "revolução bolivariana", mas (contra a sua vontade, acredito)acabou por provar o inverso do que pretende: demonstrou a superioridade da democracia e da cultura da liberdade.

Que aconteceria se um presidente de um Estado menos poderoso decidisse enxovalhar o chefe de estado da Venezuela, em casa deste?

É inspirador ver a sobriedade com que os americanos acolhem, mesmo fora do edifício da ONU, quem os preza e quem os odeia.

É nestas alturas que reconfirmo a noção de que há aliados que, mesmo quando erram, não podem ser abandonados...

Gonçalo Capitão disse...

Mesmo com a consistente argumentação anterior, continuo a não perfilhar o relativismo ético e o pragmatismo exacerbado.

Luis Cirilo disse...

Acho a argumentação de cunilingus muito interessante,do ponto de vista retórico é certo,mas a que falta a finalização.
Um pouco como á Briosa,ao Vitória,ao SLB e a outros.
E é precisamente pela questão da II Guerra Mundial que entendo que falha a finalização.
Porque sendo certo que na "realpolitik" ninguém faz favores a ninguém,e que os objectivos estratégicos comadam as decisoes politicas,a verdade é que não fora a intervenção america (á custa de milhares de vidas convém não esquecer)e Hitler provavelmente teria ganho a II guerra mundial e estendido a toda a Europa o seu cotejo de horrores.
Abençoados interesses estratégicoa americanos quando comparados com a alternativa !
Aliás,e para concluir,se quisermos comparar a Europa salva pelos americanos com a Europa "salva" pela Uniao Soviética...

Gonçalo Capitão disse...

É bem verdade, Luís.
Aliás, desde o presidente Woodrow Wilson que os EUA acreditam mesmo na cultura da liberdade e nas vantagens da democracia como algo de exportável.
Um pouco de estudo da História mostrará que, muito para além da retórica e dos interesses económicos, há algo de doutrinário em muitas das acções geopolíticas norte-americanas.
Mesmo quando sai asneira, a ideia base, regra geral, existe e é aceitável.

Gonçalo Capitão disse...

Caro Amigo

Continuo a dizer que tem razão na frieza analítica que aplica ao sistema de relações internacionais.
No entanto, mantenho a ideia de que, mesmo com o risco de ser acusado de lirismo, há que manter algum idealismo. Não o fazer instrumentalizará de vez as relações entre as nações, mesmo entre as que proclamam princípios.

Sara Gonçalves Brito disse...

Um bem haja ao Lodo.
Eu só consegui concluir uma coisa: grande golpe de "paleio"! Atira com esta frase e consegue a atenção não só da sua "plateia" como de todo o mundo...

Gonçalo Capitão disse...

Sábias palavras, Sara...