sábado, 19 de janeiro de 2013

As Idades do Mar ::: Gulbenkian



Antes mesmo que o IVA sobre a Cultura aumente - o relatório do FMI que saiu ontem dá indicações para que o imposto sobre eventos culturais seja de 23%, pois considera tratar-se de «bens que não satisfazem as necessidades básicas» -, ide ver, enquanto é tempo, a soberba exposição que está (até dia 27) na Galeria de Exposições Temporárias da Gulbenkian.

Intitulada «As Idades do Mar», esta exposição conta com mais de uma centena de obras de artistas como Monet, Manet, Turner, Paul Klee, Paul Signac, Gustave Courbet, e também de portugueses como José Malhoa, João Vaz, Vieira da Silva e Amadeo Souza-Cardozo. 


É uma espécie de viagem marítima pelos tempos, pois todas as obras que ali se reúnem têm o Mar como elemento fundamental. Estão expostas de acordo com um critério temporal/temático, dividas por isso em vários núcleos: «A Idade dos Mitos» é dedicada às maravilhas e aos demónios do mar, enquanto «A Idade do Poder» retrata o mar como palco de grandes batalhas económicas e políticas, com as potências marítimas europeias em destaque nas telas. Holanda, Inglaterra, França e Portugal à conquista do mar, levando mercadorias, ideias e modos de vida para outras terras.

Por sua vez, «A Idade do Trabalho» desvela-nos representações de cidades portuárias, locais onde a relação mar-homem/trabalho é inevitável.  Já a fúria do Mar e as perdas que encerra encontram-se retratadas nas obras reunidas sob o subtítulo de «A Idade das Tormentas». Por fim, «Da Idade Efémera à Idade Infinita» é composta por telas que se enchem de banhos, pores do sol, pescadores, viagens e todo um quotidiano em redor da paisagem marítima.

Em suma, por apenas 5€ - ou menos se aproveitarem o cupão que vem no jornal Público com a edição de quarta a sábado - podem ver uma das melhores exposições que se tem visto em solo português.

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