A experiência começa pelas 6h00 da manhã, com o guia (livro) a dizer que são apenas
Na cidade, que é muito bem servida de transportes (ainda a regra em todo o país), pontifica o Kremlin (sim, não existe apenas o de Moscovo…)
e, se procurar com afinco, o Museu de Arte. Eu explico: o Museu é enorme e excelente; todavia, dentro das muralhas do Kremlin, onde fica o dito, não houve uma só pessoa (incluindo dois militares de uma reduzida guarnição aí localizada) que soubesse dizer onde ficava o imponente edifício e asseguro-vos que perceberam, em russo, que era um museu que procurávamos. Mistério…
A mais da usual miríade de igrejas, catedrais e mosteiros que pintalgam os cenários do país dos czares,
um destaque para uma casa onde viveu Máximo Gorki (era um filho da terra que, na era soviética, foi baptizada com o seu nome) e onde trabalhou, entre outras, na sua obra de construção de uma nova sociedade, “A Mãe” (que se lê bem, nesse contexto e não como obra literária de excepção). O museu aí instalado é interessante e servido por gente simpática.
Pela cidade casas tradicionais de madeira
vão sendo entremeadas com construções monolíticas mas imponentes, bem ao jeito soviético,
e com restaurantes e cafés aprazíveis. Num deles (“Capuccino”), a suprema ironia: sendo o tema o cinema, avista-se um retrato de Sylvester Stallone!...
Precisamente o protagonista de “Rocky IV” e “Rambo III”, filmes da chamada Guerra Fria, onde os “bons” (americanos, claro) ganham aos “maus” (os russos, evidentemente). Eis como se esbate a memória nas marés da globalização… Se calhar o mesmo esbatimento que faz com que na encantadora ulitsa (rua) Bolshaya Pokrovskaya, rua pedonal repleta de magnífica arquitectura do século XIX e do início do século XX,
se situe, orgulhosamente, o restaurante de comida rápida “Texas Chicken”… Pensar no Texas com vinte e tal graus negativos…
Sem esquecer o tradicional parque com esculturas de gelo iluminadas (outra constante sazonal russa),
assim ficou uma nota positiva à cidade a que haveria de suceder a orgulhosa Kazan, na nossa rota.
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