Abençoado País que nos dá motivos para tantas pilhérias...
Tendo o Inatel organizado uma excursão de idosos ao Teatro São Luiz para mais uma representação de "O Que Se Leva Desta Vida", a plateia sentiu-se chocada com a linguagem dos actores e sabotou a continuação da peça.
Desde recomendações para o plantio de batatas ao estabelecimento de uma relação de causa-efeito entre os termos usados e o consumo de estupefacientes, de tudo aquela gente conseguiu articular, como poderá ver.
Ficam no ar algumas questões mais sérias, todavia:
- Terá havido cuidado por parte de quem, no Inatel, escolheu este programa?
- É legítimo interromper uma manifestação artística, quando, ao que se sabe, os teatros portugueses ainda não são cadeias e qualquer um pode sair, a todo o tempo?
Fora isto, creio que assistimos a uma das relações possíveis entre os agentes culturais e o mercado. Fizera o Estado mais uso deste tipo de sondagens e mais bem aplicados seriam os apoios públicos para a cultura (embora, evidentemente, haja que consagrar alguma verba para a cultura experimental e para as primeiras obras)...
Estando eu a caminho do dito São Luiz para ver o espectáculo de Manuel João Vieira, resta-me esperar que a plateia de hoje saiba ao que vai!...
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