sexta-feira, 20 de junho de 2008

Mário Soares conversa com Hugo Chavez

Há quem se sinta muito incomodado cada vez que vê Mário Soares em programas de televisão. A mim também sempre me aborreceram As Tardes da Júlia… o dr. Soares, que muitos dizem já não aturar, séra sempre um nome central da democracia neste país e, ideologia à parte, concordando ou não com o que diz, considero que posso aprender qualquer coisa ouvindo-o (admitindo desde já que o distanciamento geracional ajude...). O anterior programa em que Soares participou na RTP – O Caminho Faz-se Caminhando, de Clara Ferreira Alves – onde sobressaia o discurso informal do ex-Presidente, a primar pela riqueza das histórias partilhadas, foi seguramente um testemunho interessante sobre o antes e o após-Democracia para o conhecimento das novas gerações.

Esta é uma posição de princípio.

Na estreia da segunda temporada de Conversas de Mário Soares (quarta-feira passada), foi Hugo Chavez o entrevistado.

Chavez precisa da Europa. Diz que "a Europa é uma das mães da América Latina" e apela, como tal, à intensificação das relações entre as duas regiões continentais.

Gostaria de dizer que Chavez está com algum azar, numa Europa em que os partidos da esquerda andam a sofrer de doença crónica.

Mas não há dúvida de que Portugal - e o PS - parece(m) dar-lhe amparo...

E, chegados ao fim, Chavez termina o programa a dizer que é contra às FARC. Apetece perguntar, como sugere uma amiga, se os malandros já não lhe passam recibos, sr. Presidente!

PS.: Lula da Silva e Santiago Carrilho são os homens que se seguem.

1 comentário:

MP disse...

Não deixa de ter muita razão quando chama "anacrónico" ao FMI. Não é estúpido quando fala de "mundo unipolar". A sua noção de socialismo nada tem de disparate. A nova ordem económica de que fala torna-se, progressivamente, mais necessária que utópica. Ainda assim, Chávez de ser um poço populista de citações. Não deixa também de ter o rabinho aconchegado sobre barris e barris de petróleo.
P.S. - Esperta essa amiga