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Nos últimos tempos, três (entre tantas outras...) formas distintas de violência têm preenchido o nosso quotidiano:
1 - Violência no meio escolar, com o caso do vídeo da aluna que agrediu a professora, ininterruptamente difundido pela tv a descobrir a ponta do iceberg.
2 - Os casos de carjacking e o incidente no Posto da PSP em Moscavide, episódios que proliferam pelo país e que têm sido mediatizados e explanados ao mais ínfimo pormenor.
3 - A crescente criminalidade associada à noite, mormente, na Grande Área do Porto.
Pergunto eu:
1 - O alarmismo (ainda que legítimo, senão inevitável...) não terá efeitos contraproducentes nos jovens?!
2 - Terá isto algum efeito dissuasor? Pôr a nu as fragilidades das nossas autoridades que (sobre)vivem com falta de meios humanos não é quasi estender a passadeira vermelha aos criminosos?
3 - Até que ponto é oportuno bradar aos céus os focos de criminalidade associados à noite? Tal lesa os empresários porquanto afasta clientes e potencia novas rivalidades entre aqueles estabelecimentos.
Posto isto, eis onde eu queria chegar: é legítimo e até necessário que os media divulguem os casos de polícia de um Portugal cada vez mais inseguro, mas nem tudo pode ser feito à mercê da transparência e da liberdade de informação, mormente quando outros direitos tão ou mais importantes estão em causa.
Ninguém tem dúvida de que gratuitidade (e muitas vezes, a impunidade) da violência pode influenciar, se não mesmo incitar irreversivelmente à agressão que começa no seio familiar e escolar e que muitas vezes acaba por se estender ao grave delito criminal.
Se por um lado se espera que os responsáveis tomem sérias medidas e que um Ministro da Administração Interna - que também já foi meu professor, mas este bem menos afável... - venha prestar as devidas explicações; por outro, espera-se que os senhores que se ocupam do conteúdo e alinhamento dos telejornais passem a levar estas notas em conta e revejam as matrizes da informação que prestam. Urge uma informação menos alarmista, mais responsável, mais circunspecta.
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