Confesso que por vezes chego a sentir pena de Maria de Lurdes Rodrigues, que é uma espécie de bode expiatório dos males que corroem a Educação neste país. Hoje tenho pena da Sra. Ministra por um outro motivo que, inevitavelmente, se prende com as suas últimas declarações - particularmente infelizes - afirmando que os alunos (esses seres incompreendidos!) «não devem chumbar, porque com isso desaprendem».
Engraçado, eu ia jurar que reprovar um aluno tem precisamente o efeito contrário, penalizando-o devidamente pelo desempenho abaixo do mínimo exigível e obrigando-o a esforçar-se em adquirir um conjunto (mínimo, vá lá...) de conhecimentos indispensáveis à sua progressão pessoal, intelectual e, concomitantemente, escolar.
Convém dizer à Sra. Ministra que o que é contraproducente é levar os alunos ao colo como se fossem eternas crianças, facilitar-lhes a vidinha logo de pequenos para mais tarde se tornarem cidadãos mal preparados, displicentes e indefesos. O acto de reprovar não tem que ser visto pelo prisma único de castigo ou penalização do aluno por não estar apto para progredir; podendo e devendo antes ser visto como uma oportunidade concedida ao aluno de reaprender e adquirir aquilo que é essencial à sua progressão. Daí que, “perder o ano” possa, em muitos casos, significar um ganho e não uma perda.
Ao longo do meu percurso escolar vi muito professor penalizar os bons alunos ao mesmo tempo que se enterneciam pelos maus alunos. Se dar um 18 era uma verdadeira dor de cabeça, esticar um 8 e qualquer coisa até um 9 e qualquer coisa para, por fim, se brindar um aluno com um 10... era o pão nosso de cada dia.
Injustiças à parte, o que é que resta daqueles alunos que, de ano para ano, passavam à conta da benevolência dos professores? Muitos deles avançaram no percurso escolar até um ponto em que já não conseguiam acompanhar os demais, acabando por desistir...
Outros podem até ser hoje licenciados, mas as falhas primitivas de educação não deixam de aflorar – um breve exemplo para concretizar: conheço um recém licenciado que desde os tempos do liceu persiste em escrever “talvez” com ‘s’... ... entre um sem fim de erros ortográficos que envergonham até a sua mãe, senhora que se cingiu à “4ª classe” de outrora.
Não há dúvida de que um sistema facilitista tornará as próximas gerações ainda mais medíocres que as actuais. Bem, mas talvez seja isso que convenha à Sra. Ministra e ao seu governo: cidadãos que desconheçam os seus deveres/poderes na sociedade, cidadãos que não saibam reconhecer a importância de boas bases educacionais, cidadãos inábeis, estéreis e sem qualquer réstia de consciência.
Engraçado, eu ia jurar que reprovar um aluno tem precisamente o efeito contrário, penalizando-o devidamente pelo desempenho abaixo do mínimo exigível e obrigando-o a esforçar-se em adquirir um conjunto (mínimo, vá lá...) de conhecimentos indispensáveis à sua progressão pessoal, intelectual e, concomitantemente, escolar.
Convém dizer à Sra. Ministra que o que é contraproducente é levar os alunos ao colo como se fossem eternas crianças, facilitar-lhes a vidinha logo de pequenos para mais tarde se tornarem cidadãos mal preparados, displicentes e indefesos. O acto de reprovar não tem que ser visto pelo prisma único de castigo ou penalização do aluno por não estar apto para progredir; podendo e devendo antes ser visto como uma oportunidade concedida ao aluno de reaprender e adquirir aquilo que é essencial à sua progressão. Daí que, “perder o ano” possa, em muitos casos, significar um ganho e não uma perda.
Ao longo do meu percurso escolar vi muito professor penalizar os bons alunos ao mesmo tempo que se enterneciam pelos maus alunos. Se dar um 18 era uma verdadeira dor de cabeça, esticar um 8 e qualquer coisa até um 9 e qualquer coisa para, por fim, se brindar um aluno com um 10... era o pão nosso de cada dia.
Injustiças à parte, o que é que resta daqueles alunos que, de ano para ano, passavam à conta da benevolência dos professores? Muitos deles avançaram no percurso escolar até um ponto em que já não conseguiam acompanhar os demais, acabando por desistir...
Outros podem até ser hoje licenciados, mas as falhas primitivas de educação não deixam de aflorar – um breve exemplo para concretizar: conheço um recém licenciado que desde os tempos do liceu persiste em escrever “talvez” com ‘s’... ... entre um sem fim de erros ortográficos que envergonham até a sua mãe, senhora que se cingiu à “4ª classe” de outrora.
Não há dúvida de que um sistema facilitista tornará as próximas gerações ainda mais medíocres que as actuais. Bem, mas talvez seja isso que convenha à Sra. Ministra e ao seu governo: cidadãos que desconheçam os seus deveres/poderes na sociedade, cidadãos que não saibam reconhecer a importância de boas bases educacionais, cidadãos inábeis, estéreis e sem qualquer réstia de consciência.
* cartoon retirado daqui.
1 comentário:
Se recorrermos a uma analogia, a escola pode ser comparada a um exercício de matemática ou física com "alguma" dificuldade. Aliás, acaba por ser a primeira experiência de trabalho(horários, trabalho em equipa, tarefas por cumprir, resultados,...).
Ainda gostava de conhecer o iluminado que teve a brilhante ideia de passar para a opinião pública (pais, alunos e políticos...)que se consegue obter resultados sem esforço e dedicação.
Será que os nossos governantes estudaram numa escola pública diferente daquela por onde passei?
Será que alguma vez estudaram matemática, inglês ou latim? E foi "giro"? Fácil?
Estes conceitos de facilitismo, escola a tempo inteiro, sucesso...., deixam-me o cabelo em pé!
Temos de pensar que tipo de cidadãos pretendemos para este Portugal. Há muito que alguns pais se "demitiram" de educar os seus educandos por razões impostas pela própria sociedade.
A sociedade virou-se para a escola. A escola não se pode sobrepor à familia e aos valores que a mesma incutia nos tempos em que eu estudava. (nao foi há muito tempo!!)
Nao auguro um futuro saudável e próspero para Portugal. (nao sou vidente!)
Bom post!
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