O tema já não traz novidades. Durante a semana que passou jornais e revistas abordaram a ida de Jorge Coelho para a construtora Mota-Engil. O Ministro das Obras Públicas do Eng.º Guterres, que apesar da formação académica em gestão empresarial não teve um percurso nessa área, foi recrutado por aquele gigante do betão, que assume a construção de muitas das obras públicas em Portugal. Ao longo da semana imagens como as que Visão publicou, nos tempos idos do PREC e da barba à Che, bem como histórias sobre a sua vida, foram aparecendo.
Homem do aparelho, como dele se diz, foi a partir de 1995 que assumiu a pasta das Obras Públicas, no governo presidido por Guterres. Em 2001 abandonaria o cargo, na sequência da queda da ponte de Entre-os-Rios. Como Ministro interveio em negociações entre o Estado e a Mota-Engil.
Argumentam alguns que passaram sete anos passados sobre a tutela do Ministério, como se fosse uma espécie de período de nojo cumprido. O que faria algum sentido se o problema estivesse no passado. Não é o caso, assim como não é apenas, como nos fazia crer Francisco Louçã, na condição anfíbia dos nossos políticos, a pulular entre o público e o privado, já que estes não podem viver da política toda a vida. O problema está no futuro – esse que José Sócrates anuncia, em pré-campanha, recheado de estradas, pontes e barragens – sem dúvida, algo com muito mais saída, junto do eleitorado, do que a aposta na economia do conhecimento, ou a reforma da Administração Pública, até aqui instrumentos para construir um país mais moderno.
Na Quadratura do Círculo de 9 de Abril, que contou, pela última vez, com a presença de Jorge Coelho, Pacheco Pereira, não deixou (e bem) de comentar a saída de Coelho. No dia seguinte, a imprensa, no geral, descrevia, mediaticamente, o momento como tempestuoso. Coelho permaneceu mudo e calado. Mas fez mal – deixa-nos sem esperança que as coisas possam ser diferentes, que haja algum sentido ético e limites para as suas influências, que não haja uma monopolização da construção pública, que não favorecerá a corrupção, que não contribua para a supressão do interesse público e que não perverta ainda mais a nossa jovem democracia. Como escrevia hoje no JN Mário Crespo, «perde-se o pudor, fica-se com o poder».
Argumentam alguns que passaram sete anos passados sobre a tutela do Ministério, como se fosse uma espécie de período de nojo cumprido. O que faria algum sentido se o problema estivesse no passado. Não é o caso, assim como não é apenas, como nos fazia crer Francisco Louçã, na condição anfíbia dos nossos políticos, a pulular entre o público e o privado, já que estes não podem viver da política toda a vida. O problema está no futuro – esse que José Sócrates anuncia, em pré-campanha, recheado de estradas, pontes e barragens – sem dúvida, algo com muito mais saída, junto do eleitorado, do que a aposta na economia do conhecimento, ou a reforma da Administração Pública, até aqui instrumentos para construir um país mais moderno.
Na Quadratura do Círculo de 9 de Abril, que contou, pela última vez, com a presença de Jorge Coelho, Pacheco Pereira, não deixou (e bem) de comentar a saída de Coelho. No dia seguinte, a imprensa, no geral, descrevia, mediaticamente, o momento como tempestuoso. Coelho permaneceu mudo e calado. Mas fez mal – deixa-nos sem esperança que as coisas possam ser diferentes, que haja algum sentido ético e limites para as suas influências, que não haja uma monopolização da construção pública, que não favorecerá a corrupção, que não contribua para a supressão do interesse público e que não perverta ainda mais a nossa jovem democracia. Como escrevia hoje no JN Mário Crespo, «perde-se o pudor, fica-se com o poder».
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