sexta-feira, 28 de março de 2008

Sem saída

Lá fora ouvem-se palavras de ordem carregadas de angústia, a ponto de causar arrepios. O povo volta a sair à rua. Mesmo que não haja saída. Desta feita, os jovens assinalam o dia Internacional da Juventude com uma (oportuna) contestação às políticas de emprego. Os números mais recentes apontam - sem surpresas - para altíssimas taxas de desemprego e aumento do emprego precário, cenário que se agravará com as introduções ao novo Código do Trabalho. Mas Sócrates insiste em vender-nos um Portugal cor-de-rosa, de 150 mil empregos, de choques tecnológicos, flexisegurança e outros sound bites do género.
Alguém aqui ao lado pergunta com um ar nauseado se "aquela gente não tem mais que fazer?". "Se tivessem um trabalho estável com remuneração e condições dignas de certezinha não estariam a palmilhar meia Lisboa ao mesmo tempo que erguem cartazes e puxam pelos pulmões", apetece-me berrar-lhe. Eis a prova que há por aí muito português que não faz a menor ideia do que é desesperar por um emprego, ser-se mal pago mesmo quando se é altamente qualificado, não ter outra saída se não ser conivente com os malditos recibos verdes e tantas outras injustiças e humilhações a que as novas gerações estão inevitavelmente condenadas.

1 comentário:

JAbreu disse...

No alto do trono já se vai vendo o rei, para os mais incautos, não resta a menor dúvida... o rei vai nú.