Depois do debate da semana passada na RTP que colocou frente a frente Professores e Ministra da Educação, os meus sentimentos de desilusão e pessimismo enquanto professora foram avivados e trouxeram-me a este blog para escrever um longo “manifesto de revolta” que aguardava respostas miraculosas, as quais obviamente não surgiram. De facto, não é fácil encontrar uma solução para a crise que a Educação atravessa neste momento. Não é fácil também encontrar a fórmula mágica que vai levar a um entendimento entre todas as partes envolvidas no processo. A “batalha” travada pelos Professores em manifestações que mobilizam milhares de profissionais da educação é sinal de que algo não está bem, isso é fácil entender. Também é fácil entender que as reformas são necessárias para que a Educação alcance o patamar de estabilidade e segurança necessário para proporcionar o melhor aos alunos e ao futuro do país. A questão é perceber quais as medidas adequadas que devem ser implementadas e quais as medidas que não devem prosseguir.
Uma semana depois do confronto entre Ministra e Professores surgiu um novo debate que avivou em mim sentimentos opostos. Desta vez a esperança e o optimismo foram o mote de alguns dos convidados de Fátima Campos Ferreira no Prós & Contras sobre a Educação na hora da verdade. Finalmente uma luz ao fundo do túnel. Aqui ficam algumas afirmações interessantes e importantes de referir.
“Só há uma doença que deve afectar todos os professores, é a doença do optimismo.”
“A Educação serve para dar instrumentos de felicidade.”
“O respeito pelos professores é um valor moral. O Governo deve recuar.”
João Lobo Antunes
“Não se colocam os professores como incompetentes.”
“As reformas só se fazem com consenso.”
Carlos Coelho
Eu acredito que a solução passe por reavivar sentimentos de confiança e optimismo nos Professores, para que acreditem que é possível inverter esta situação de pessimismo e desânimo. Isto aplica-se não só à Educação mas ao país em geral. Nós, Portugueses, precisamos de acreditar que nos podemos superar a nós próprios, como alguém dizia no debate. João Lobo Antunes afirmava que “o pessimismo é uma profecia que se cumpre”, por isso não vai ajudar em nada este sentimento de pessimismo que se instalou entre os Portugueses. Temos de transformar o “difuso mal estar” em difuso bem estar para ultrapassar as dificuldades que o nosso país atravessa. É preciso pensar em tudo de bom que os Portugueses conseguem fazer e alcançar, para lutar contra os males da sociedade que “corrompem” tantas vezes aquilo em que verdadeiramente acreditamos. Para tudo é preciso haver equilíbrio, mas de facto até agora o negativismo não tem ajudado. Eu quero acreditar no poder do pensamento positivo! :)
1 comentário:
Eu também vi o debate, mas não creio que esta situação se resolva com o nosso tradicional voluntarismo...
Enquanto não perdermos os nojentos complexos "abrileiros" (ou seja, a propaganda de esquerda que se apropriou do 25 de Abril e, sobretudo, do 25 de Novembro), jamais restauraremos a autoridade e a disciplina que são essenciais, em doses iguais, para quem aprende e para quem ensina.
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