Ora bem, vejamos se nos entendemos... E digo que nem especularei sobre a eventualidade da "química" ter sido deflagrada pelo reagente de seu nome "legalização"... Admitamos que o nosso agente descobriu artes de sedução...
A minha questão, que se aplica às relações professor-aluno, médico-paciente, político-auxiliar, chefe-subordinado e por aí fora, é, isso sim, a de saber se não haverá situações em que a ética aconselhará uma auto-inibição não apenas para que se não misturem planos, mas também para que o consentimento seja verdadeiramente livre e a autoridade dada por normativo público (mesmo no caso de ensino e medicina privados) seja impoluta.
Claro está que não podemos ser fundamentalistas; falo de relações directas e imediatas de supra-infra ordenação e do tempo em que estas duram. E mesmo nestes casos, há que admitir que o "factor Ser Humano" conta e pode excepcionar...
Tão pouco alego que não foi esse o caso, antes defendendo que o agente deveria ter guardado o compêndio de Química para o pós-legalização.
Seja como for, abusar de situações de inferioridade é triste. Neste caso envergonha-nos como Nação, se houver prova...
3 comentários:
A culpa é sempre da "química"...
Na sociedade, frequentemente, não há poder, mas sim abuso de poder e nada mais.
E o que é grave, Caro Amigo Gonçalo, é que a injustiça social é uma evidência tão habitual , ela é de uma constituição tão robusta, que ela parece facilmente natural àqueles mesmo que dela são vitimas.
Essa é que é essa, caro Amigo.
Ouvi falar (digo-o assim por estar desprovido de prova) de um caso de crédito malparado em que um funcionário de um (enorme) banco português apanhou um chefe desse sector em situação de abuso de uma devedora, que chorava copiosamente.
Mas, como diz, traço de subdesenvolvimento é ceder "porque as coisas são mesmo assim"...
Enviar um comentário