terça-feira, 19 de setembro de 2006

O nosso fatum

É assinado hoje o protocolo entre Bruce Bastin e o Ministério da Cultura e a CML que vai trazer para Portugal oito mil registos fonográficos de fado por um milhão e cem mil euros. Apesar de na colecção se encontrarem algumas raridades, a maior parte é constituída por discos vulgares. Mas como em Portugal as coisas se fazem à pressa, assim que o sr. Bastin disse que tinha a colecção o MC comprometeu-se a comprá-la, só depois foram enviadas equipas técnicas...

Sirva de consolo que efectivamente existem algumas peças preciosas que vão tornar a Portugal e que esta compra pode ter um efeito muito positivo no projecto de Candidatura do Fado à Convenção para a Salvaguarda do Património Imaterial da Humanidade (UNESCO).

O espólio vai ficar no Museu da Música, mas vai ser estudado e catalogado pelo Museu do Fado.

4 comentários:

Gonçalo Capitão disse...

A ser assim, dou-te razão, mas creio que do mal o menos...

Antes isto que perder-se mais um espólio, como aconteceu muitas vezes na gestão cultural portuguesa.

By the way, para quando uma decisão séria sobre o espólio que resta do Doutor Salazar?

Alguém tem de explicar aos complexados do regime que constituir um acervo museológico não significa apoiar o cerne ideológico da colecção.

Que o digam os austríacos, que, no museu militar de Viena, exibem uma secção dedicada ao holocausto nazi (Hitler era austríaco, relembro).

Salvo melhor opinião, nem sequer é possível comparar António com Adolfo, pelo que entendo mal a tentativa de reescrever a História pela erosão.

Rita disse...

Desconheço se há algum impedimento legal para o estudo das memórias do Doutor Salazar, sei que ainda não caíram no domínio público uma vez que ainda não passaram 70 anos da sua morte; e que à dois anos foram depositados na Torre do Tombo uma série de documentos já catalogados que estavam na Presidência do Conselho de Ministros. Se existe algum obstáculo legal ou se se trata de ausência de vontade política não sei... mas vou descobrir :)

Gonçalo Capitão disse...

Rita

Falava sobretudo da casa no Vimieiro (Santa Comba-Dão) e de muito material que os descendentes têm, em situação de degradação e em risco de se dispersar inexoravelmente.
Já houve reportagens sobre o assunto, mas... nada!...

Sara Gonçalves Brito disse...

Ola Ritinha! Finalmente eu a "comentar-te".
Primeiro que tudo, PARABÉNS! e hoje duplamente ;))) Investes muito, pelo que me apercebi, numa àrea que também penso estar posta, erradamente, em segundo plano: a cultura. E sublino erradamente. Não só porque temos imensa e de muito boa qualidade mas também porque, como referes, quando "nos" pomos a meios ao investimento, investimos mal, enfim...
Gosto de utilizar a expressão Portugal português porque acho, sinceramente, que podemos fazer de nós uma marca e uma boa marca.
Um bjo GRANDE com muita amizade e continuação de bom trabalho :)))