José Sócrates esteve digno. Felicitou o principal vencedor, depois de uma campanha na qual se não furtou a aparecer ao lado de muitos dos seus. E se 9 de Outubro marca o pior resultado autárquico, desde 1985, não pode esquecer-se que 20 de Fevereiro sublinha o maior sucesso em legislativas. Ainda faltam 4 anos, olhem o que vos digo...
E mais: se dizem que certas vitórias derivam da personalização da política, realçando a figura a de vencedores e/ou perdedores (vejam-se, por exemplo, os casos de Felgueiras, Oeiras, Gondomar ou Lisboa), então não pode dizer-se que, em grande parte, se trata de uma punição ao Governo. A leitura equilibrada, a meu ver, é a que tem um pouco de cada uma destas "teorias".
A única "má-boa" notícia para Sócrates foi a derrota de Carrilho. Se aquele que chegou a ser rotulado de "grande ordinário" tem ganho, teriamos um mandato de prepotência intelectual e de sede de protagonismo, usando a edilidade como trampolim, bem ao jeito do exemplo parisiense em que parece inspirar-se.
Creio que foi Jorge Coelho quem disse que o PS deveria escolher melhor os seus candidatos, e disse bem. As escolhas para Lisboa, Porto, Sintra e Coimbra (apenas para amostra) não eram a meu ver, os mais adequadas para cativar o eleitorado, por razões várias.
Por exemplo, no caso de Sintra, nem é que se diga de João Soares o que se diz de Carrilho, mas o facto é que, nos moldes actuais. Bem sei que em política não há "para sempre" (se assim fosse, há muito que eu estaria mumificado), mas João Soares precisa bem de repensar a sua imagem, já que a sequência Lisboa-PS-Sintra (3 grandes derrotas em 4 anos) pode passar de currículo a rótulo. Definitivamente, no casting actual, não devia tentar seguir o ofício de seu pai...
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